" Mascarados, rostos de papel em uma caminhada.

Esconda seu rosto para que o mundo nunca descubra quem é você.

Mascarados , rostos enfeitados : Cada rosto uma sombra diferente . "

Masquerede - Phanton Of The Opera.

Já se fazia um mês desde que Mukuro sob a forma de Tsuna havia beijado Elizabeth. A menina que evitava Tsuna a todo custo não aparecia mais na mansão Hayato - nem junto ao inconviniente Malik, que o irritava.

Essa doce tarde de primaveril Mukuro estava na biblioteca, longe das bagunças de seus "familiares" e dos escandalos desnecessários de seu chefe. Ele estava na companhia de um bom livro. Fantasma da Ópera. Uma obra prima - na opinião de Mukuro - que nunca envelhecia. Ele estava no capítulo 5 - O baile de máscaras.

Neste emocionante capítulo o fantasma , após dar um trégua aos desobedientes "súditos" aparece em carne e máscara para sua amada Christine , e sob uma máscara se declara.

O que atraía o guardião da névoa não era o romance ou a socipátia do principal, mas a trama como um todo. Os assassinatos e a astúcia do fantasma encantavam Mukuro. O homem sob a máscara não precisava de truques , ele era um ilusionista nato.

i.lu.são. : 1. Engano dos sentidos ou da inteligência. 2. Errada interpretação de um fato ou de uma sensação. 3. O que dura pouco. 4. Dolo, fraude. 5. Traição.

Esse é o resumo encontrado no dicionário, porém, para alguém que vive disso a ilusão nada mais se torna que uma verdade à qual o ilusionista torna real.

O grande truque da ilusão é que ninguém jamais saberá se o que viu e sentiu é verdade ou mentira até que o mágico conte seus truques.

Mukuro respirou fundo e virou mais uma página.

– Rokudo ! - Yamamoto adentrou a bilbioteca segurando um papél bege.

O ilusionista limitou-se a levantar os olhos e grunir um "hum".

– Esta noite é o baile de máscaras da máfia. Todo Primmo Bran , o maior restaurante de toda Itália, será fechado para a festa colossal.

– E ? - Mukuro odiava rodeios.

– Os Vongolas são esperados na festa . É um baila de máscaras ...

– Não é de meu interesse ! - E realmente não era do interesse do ilusionista. Pessoas juntas, gargalhadas frivolas e bebidas alcóolicas a rodo, isso não o atraía.

– Você deve ir ... - Yamamoto coçou a nuca, sorrindo.

– Ok ! - Mukuro devolveu o livro à estante empoeirada. Gokudera não tinha mesmo cara de quem lia.

Sem dizer mais nenhuma palavra o homem se retirou. Subiu as escadas curvadas de mármore carrara e olhou pela enorme janela que dava para o jardim. Chrome cochichava algo para Elisabeth que sorria tímidamente. Tsuna era treinado por Reborn que ainda dava a desculpa que "o melhor Vongola deve ser o mais forte dos máfiosos" . Malik em toda sua falsidade e dissumulação irritava Gokudera que havia explodido um chafariz milenar de sua família na intenção de explodir o jovem Fiore.

Os olhos do moreno recaíram novamente sobre a morena. O doce gosto dos lábios angelicais voltaram e um arrepio brotou da espinha do ilusionista. Ele rangeu os dentes e voltou a subir as escadas;

Entrou no enorme quarto de multiplas camas e viu o cartão da loja de fantasias. Iria a loja naquela tarde, antes que as melhores fantasias fossem alugadas.

Chegando ao estabelecimento muito luxuoso deparou-se com apenas 2 opções de fantazia: Pirata ou Zorro.

Com a pior da "boa vontade" que existia em seu lado mais obscuro o rapaz optou pelo justiçeiro espanhol. Zorro.

Pegou a caixa de sua fantasia e voltou para a mansão que ficava à uns 30 minutos de caminhada.

Seguindo o caminho para casa parou em uma confeitaria. Odiava doces, mais um casal em especial chamou sua atenção. Ela era tão doce e ele parecia tão distante.

Ela apertava as bochechas do homem que não sorria ou demonstrava afeto, porém, quando ela desistiu da brincadeira ele a beijou fervorosamente e sussurrou um "eu te amo".

Quando a menina, de dava passos de bailarina tropeçou, seu amande gélido segurou-a com toda força e possessividade.

Mukuro observou-os por minutos indeterminados. Esqueceu-se do tempo até que uma mensagem foi recebida por seu celular. Era Tsuna perguntando aonde estava e que dali a algumas horas era a tal festa.

Pelas abreviações e erros Mukuro soube no mesmo instante que não era Tsuna e sim Chrome. Ele sorriu e tomou seu rumo.

–

Todos estavam no hall de entrada da casa. Tsuna reclamava que aquela máscara o sufocava.

Yamamoto estava de "Principe encantado", sugestivo não? Gokudera estava de vampiro (WTF?) e Tsuna de rei. Chrome estava de princesa e Mukuro, bem, ele estava de El Grande Zorro. Hibari acompanhava Gokudera em um cosplay sinistro do Sebbastian.

Todos foram na limusine da família. O restaurante estava enfeitado com lantejolas, pisca pisca e em tons de dourado. Flores lírios brancos - de pano - salpicados com brilho. Galhos secos evestidos com seda branca... estava tudo um luxo. Nada que a máfia itáliana não pudesse pagar.

Todos estavam presentes; A música alta e os corpos se contorcendo deram dor de cabeça do moreno. Ele foi até o bar e pediu wisky a go go. Wisky batido com vodka e um toque de licor.

Forte? Talvez;

Ele tomou a bebida em uma golada. Sentiu o líquido descer queimando por sua garganta.

– Ah! - soltou o ar pela boca, tentando refrescar a garganta.

Quando uma musica lenta invadiu o salão, descendo pelas escadas veio a tão esperada figura. A Cinderela.

Elisabeth estava linda e a seu lado Valen - vestida de queixa - ajeitando os cachos do longo cabelo negro.

– Mais uma dose, tripla por favor! - pediu Mukuro. Ele precisava se embebedar. Dar uma desculpa e ir embora.

– Oi ! - a voz de Malik invadiu os ouvidos de Mukuro. O rapaz que estava vestido de Rei de copas gritou no ouvido do ilusionista.

Mukuro balançou a cabeça, enquanto com um sinal de mão pedia outra dose.

– Nossa, calma ! - Malik bateu nas costas do homem vestido de preto. - Tudo isso por Elizabeth ?

Mukuro engasgou com a bebida.

– Eli...sa quem? - o rapaz se fez de desentendido.

– Olha ... - Maliki tirou a bebida da mão do homem e deu no lugar dois sucos de uva - Ela esta no terraço. Ela odeia musica alta e esta evitando Tsuna que a beijou, não sei por que. Vá atrás dela !

O jovem deu dois tapinhas nas costas do guardião - como se o incentivasse.

Mukuro espremeu-se pela multidão tentando alcançar a pequena porta enfeitada de laços.

Ela tinha uma escada entalhada a pedra que levava ao último andar do estabelecimento.

Ele continuou caminhando até chegar em uma porta ampla. Adentro-a e lá estava sua Cinderela.

E agora, Romeu, o que falar ?