Sempre Com Você escrita por oinani


Capítulo 23
Ferimentos


Notas iniciais do capítulo

adivinhem quem está de volta



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Já me encontrava em casa, vestindo uma roupa mais confortável pois planeava ir praticar arco e flecha.

A relva encontrava-se ligeiramente húmida mas eu nem me importava pois tinha mesmo que arranjar um modo de me libertar do stress acumulado nos últimos tempos.

Há uns meses tinha pintado numa das árvores do meu jardim de trás, vários círculos vermelhos, em várias alturas diferentes, como se fossem alvos.

Comecei por atingir o que se encontrava mais ou menos à minha altura. Era canja. Levantei um pouco o braço e atingi precisamente o centro do círculo encarnado que se encontrava um pouco mais acima do primeiro.

Agora já só faltava o que se encontrava a uma altura já considerável. Concentrei-me. Respirei fundo e fiz mira. Quando estava prestes a largar a flecha, algo saiu da pequena floresta que se encontrava colada ao meu jardim, assustando-me e fazendo com que eu mudasse de direção e soltasse a flecha na direção oposta, caindo redonda no chão.

Olhei para o local de onde tinha vindo o barulho e tinha sido apenas um coelho selvagem. Suspirei. Dirigi-me ao local onde tinha caído a minha seta de modo a poder recuperá-la.

Baixei-me para a apanhar quando outro ruído vindo da floresta captou a minha atenção. Olhei subitamente para cima, com a flecha já na minha mão. Aquela pelagem. Eu sabia a quem pertencia. E daquela vez não iria permitir o dono dela sair sem eu obter respostas.

Comecei a correr a toda a velocidade em direção ao local onde o tinha visto. Comecei a embrenhar-me pela floresta dentro sem ligar aos estragos que os ramos estavam a provocar na minha roupa.

-Aslan – gritei na esperança que ele me ouvisse e abrandasse o seu ritmo.

Eu ouvia algo a movimentar-se muito mais à frente na floresta por isso parti do princípio que era ele a correr.

Acelerei ainda mais o passo. Estava a ficar sem fôlego mas eu precisava mesmo de falar com Aslan. Àquela velocidade já nem via bem por onde é que estava a ir. Sem reparar, o meu vestido ficou preso num ramo e eu caí no meio do chão. Eu estava numa clareira. Olhei à volta e vi uma corça a correr apavorada. Era ela quem eu tinha ouvido a movimentar-se no meio das árvores mas a pelugem que eu tinha visto não lhe pertencia. Por que é que Aslan não me tinha deixado o alcançar? Sentei-me naquela relva. Todo o meu corpo doía. Olhei para as minhas mãos e vi que se encontravam a sangrar. Fantástico. Por que é que Aslan fazia aquilo comigo? Por que é que ele não me dava respostas concretas? Ele apenas me dizia coisas vagas e esperava que eu magicamente adivinhasse o seu verdadeiro significado. Por que é que ele não me tinha dito se amar Caspian era algo positivo ou negativo? Ele podia me ter ao menos dado uma pista que eu me encontrava num bom caminho. Mas não. Tudo o que eu tinha eram os enigmas de Sirama e as pistas vagas de Aslan. Era suposto eu chegar a alguma conclusão naquela altura? É que eu encontrava-me completamente à nora. Naquele momento precisava mesmo de ser reconfortada. E a pessoa que eu queria que me abraçasse e dissesse que tudo estava bem era Caspian. Como é que ele estaria naquele momento? Feliz? Ansioso? Triste? Desesperado? Não sei se ele estaria tanto como eu.

Só tinha passado uma semana desde o meu último encontro com Sirama, embora parecesse que tinha passado muito mais tempo devido a tudo o que tinha acontecido, principalmente o que se tinha passado com Peter. Só de pensar nele o meu coração doía. Não podia acreditar que ele não se lembrava de William. A amizade deles era algo fenomenal. Eles entendiam-se sem sequer utilizar palavras. Era quase como se conseguissem ler a mente um do outro. Havia entre eles uma ligação tão forte que nunca pensei que pudesse ser quebrada. Eles conheciam-se desde que eram pequenos e agora era como se tudo tivesse sido em vão.

Será que Peter lembrava-se de Elizabeth? Provavelmente não pois ele apenas a tinha conhecido porque ela era minha amiga. Secretamente desejava que ele se recordasse dela pois queria mesmo que ele se apaixonasse por ela. Eles fariam um casal perfeito. Além de serem ambos considerados extremamente bem-parecidos, as suas personalidades encaixar-se-iam e complementar-se-iam de uma maneira que faria com que eles nunca mais se largassem. Eu tinha a certeza absoluta que se ele a começasse a amar nunca mais se iria conseguir afastar dela.

O meu corpo começou a tremer devido ao frio e isso interrompeu a minha linha de pensamento, obrigando-me a voltar à realidade. Levantei-me e senti os meus joelhos a fraquejar. Já estava muito escuro. Eu tinha perdido completamente a noção do tempo. Comecei a andar na direção de onde eu pensava que tinha vindo. Ao fim de alguns minutos estava fora da floresta. Encontrava-me com os braços à volta do meu corpo para ver se aquecia, mas sem sucesso.

Peguei no meu arco e nas flechas que ainda estavam em frente à árvore e entrei na sala de estar mais pequena. Ia começar a subir as escadas quando espirrei. Eu ia ficar constipada pois a relva da clareira estava húmida. Ouvi a voz da minha mãe.

-Su? És tu?

-Sim mãe.

-Por onde é que andaste?! Estava super preocupada. – ela estava mesmo irritada comigo.

-Hum…Bem…Eu estive a praticar arco e flecha…E depois fui um pouco à floresta…

-À floresta? Sabes que aquele lugar é perigoso! O que é que te passou pela cabeça?

-Mãe tenho mesmo de ir trocar de roupa. Estou congelada.

-Vai lá. Mas esta conversa não termina aqui Susan Pevensie.

Entrei no meu quarto e deparei-me com a minha reflexão no espelho. Eu parecia um ser saído de um conto de horror. O meu vestido que era originalmente azul clarinho encontrava-se quase da cor da terra. E as suas mangas e a saia estavam rasgadas por causa dos ramos. Os meus braços tinham cortes que se encontravam a sangrar abundantemente. Eu nem tinha reparado que me tinha ferido durante a corrida. O meu cabelo tinha presos a si galhos e folhas. Os meus joelhos e as minhas mãos também estavam aleijados por causa da queda.

Tomei banho e desinfetei as feridas. Len, ao ver o meu estado ficou histérica perguntando-me o que é que me tinha acontecido e o que é que eu tinha andado a fazer naquela floresta. O resto da família fixou-me para mim com um olhar curioso.


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Notas finais do capítulo

~~reviews serão apreciadas~~



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