*Inicio da Gravação*

Algum lugar de uma floresta – PR

Sábado, 01 de Novembro de 2014 10:28 A.M

Daniel

Ninguém falou nada naquele dia. Ninguém perguntou nada. Apenas ficamos todos de luto, em silêncio. Eu, fiquei quase um dia agarrado ao corpo de Petroska. A Natália, ficava chorando pelos cantos a morte de Petroska... nunca pensei que ela reagiria assim. O Vinicius, ficou triste e procurou consolo com quase 20 garotas e mulheres do nosso grupo... e o João... ele matou todos os zumbis que estavam encurralando nossos veículos. Todos, com apenas duas facas. As preferidas de Petroska. Quando quase dois dias se passaram, conseguimos dar um enterro digno para Petroska. Os gêmeos construiram um caixão lindo e digno dela. Fizemos um belo funeral para ela, afinal, ela merecia. Fora nossa companheira por pouco tempo, mas marcara nossas vidas.

— Para onde iremos agora? — disse Natália, que se aproximou e pegou minha mão.

Apenas apertei bem forte sua mão. Eu precisava disso.

— Não sei... Temos que chegar o mais rápido possível no Amazonas.

— Que tal passarmos por São Paulo?

— Fora de questão — disse João, se aproximando.

— Por quê? — perguntou Natália.

— Veja bem: São Paulo. É uma cidade enorme, imagine os milhões de zumbis que teriamos que enfrentar.

Eu apenas fiquei em silêncio, raciocinando... e se...

— Que tal Minas?

— Minas? — perguntaram os dois em uníssono.

— Sim, pelo interior. Algumas cidades são realmente pequenas e podemos passar com facilidade.

Os dois não disseram nada, mas pareceram pensar sobre isso.

— Podemos ir por ali, daria certo. Quase com a fronteira de outros países. E procurar outros sobreviventes — conclui.

Nenhum deles disse nada. Ambos se afastaram em silêncio. Jogamos a terra em cima do caixão. É nessa hora que minha ficha cai, que eu percebo que elas realmente morrem. Comecei a chorar.

~.~

Arrumamos nossas coisas, ainda em silêncio. Se um dia conseguirmos uma vida segura, viriamos visitar Petroska. Foi o que juramos. Posicionamos todos os carros, as pessoas entraram em todos os ônibus. Estava na hora. Subi em minha caminhonete, e saí liderando, com João logo atrás, seguido de Vinicius e sua nova namorada. Estavamos prontos para uma nova aventura. Sabiamos dos riscos, mas era por uma vida muito mais segura. Por algo melhor, onde não perderemos nenhum amigo mais... onde poderemos finalmente nos fixar e ter uma família. Pelo menos era o que eu queria. E imaginava que era isso que todos queriam. Finalmente, conseguimos sair do meio da floresta e daquela horrivel estrada de terra. Apontamos no asfalto, atropelamos um zumbi e nossa caravana segui em frente... sempre em frente e além, em busca do nosso Paraíso.

*Término de Transmissão*