Capítulo 2

Shopping de Gotham.

O grandioso Shopping de Gotham, possuía cinco andares, os três primeiros tinham uma diversificada variedade de lojas, enquanto o quarto andar, era destinado a alimentação e possuía um enorme teatro que ocupava metade do andar e no quinta era ocupado por todo a rede de cinema UCI.

Bruce Wayne estava no palco do teatro testando o microfone. Atrás dele era visto uma enorme faixa dizendo, "Escritores do novo século". Wayne havia investido pesado nesse evento, devido ao potencial dos jovens escritores dos Estados Unidos, que postavam suas histórias pela internet, conquistando um aglomerado de fãs e o interesse de muitas pessoas, assim como Bruce que decidiu financiar a publicação de cinco jovens talentosos escritores dos milhares que estavam em votação pelo país inteiro.

--- Olá a todos --- cumprimentou Wayne --- Finalmente a espera desses jovens talentos da literatura esta para terminar, exatamente daqui a instantes vou anunciar o nome dos cinco sortudos que vão ter suas obras publicadas e financiadas por mim.

Todos os lugares estavam ocupados no teatro e assim que ele terminou, todos começaram a aplaudir. As primeiras fileiras estavam lotadas dos escritores que estavam participando do concurso, cada um deles muito apreensivos e nervosos. Mas entre todas as pessoas Bruce caiu os olhos em uma em especial, na quarta fileira do lado direito, uma linda jovem sorria para ele, seus longos cabelos castanhos caiam pelos ombro, olhos de um verde vivo cintilavam na luz e sua boca era vermelha e carnuda, qualquer homem poderia confundi-la com uma deusa facilmente tamanha sua beleza e perfeição.

Um outra moça apareceu nos olhares de Bruce, desta vez essa veio por trás do palco trazendo uma envelope vermelho que o entregou dando um sorriso.

--- Bom parece que já vamos saber o nome dos felizardos --- falou Bruce fazendo suspense.

Bruce imaginou como ia ser, ele iria anunciar e cada um dos jovens subiria tremulo e nervoso. A cada um que subiu ele apertou a mão e desejou sucesso no futuro. Assim que todos foram anunciados, todos aplaudiram e Wayne terminou com um discurso para que todos entendessem como seria daqui para frente.

Quando todos deixaram aos poucos o teatro, Bruce ficou de olho na deusa que antes vira tão radiante pegar um sobre tudo negro e sair correndo para fora, sendo seguida por dois homens. Ficou meio confuso com essa situação e decidiu segui-la. Tomando o lado de fora, conseguiu ver a moça correndo escada a abaixo junto com os outros dois homens. Ele meio perturbado com essa situação correu atrás deles, pulando do andar que estava para o inferior ignorando as escadas, parando de frente a moça que exclamou assustado com sua aparição fantástica. Bruce pegou-a pelo cintura e os dois caíram para o andar inferior em cima do teto de uma piscina de bolinhas, onde várias crianças saíram de dentro desesperados com o corrido. Os dois desceram com cuidado e ele a conduziu até uma loja de brinquedos.

--- Seja quem for obrigada! --- exclamou ela rindo em seguida.

--- Bruce Wayne --- cumprimentou dando um sorriso para ela que retribuiu --- O que aqueles homens queriam com a senhorita?

--- Aqueles homens --- ela riu e terminou --- São meus seguranças.

Bruce ficou boquiaberto com essa resposta.

--- Então porque estava fugindo deles?

--- Bom Sr. Wayne...

--- Por favor me chame de Bruce --- interrompeu ele.

--- Bruce então --- sorriu revelando uma maravilhosa quantidade de dentes perfeitos e brancos --- Você deve ter ouvido falar do meu pai, dono da Madison´s.

--- Claro, seu pai é um estilista muito talentoso senhorita.

--- Agora eu que pesso que por favor me chame de Julie.

Os dois sorriram novamente.

--- Eu estava fugindo deles, por causa do meu pai, ele insisti que eu tenho que ir hoje a uma daquelas festas cheia de pompa com seus amigos estilistas, mas sabe de uma coisa --- ela chegou mais perto e cochichou --- Esse mundo da moda é muito cheio de tititi, não gosto de me misturar com essas pessoas.

--- Entendo, então o que vai fazer, continuar fugindo?

--- Não sei --- disse ela com uma cara inocente, que deixou Bruce com vontade de beijar aqueles lábios vermelhos e carnudos --- Por que você não me surpreende?

Wayne entendeu onde ela queria chegar e puxou delicadamente o braço dela, levando-a até o elevador onde os dois subiram até o estacionamento. Em um amontoado de seguranças, um Shelby Cobra vermelho se destacava, subiram nele, enquanto Bruce indicava para que todos se afastassem, então o carro deixou os seguranças para trás descendo a rampa em espiral do estacionamento. O carro seguindo as ruas, deixou o centro da cidade avançando para o mar.

Julie pegou na mão de Bruce, acariciando sua pele macia.

--- Para onde esta me levando? --- perguntou ela curiosa.

--- Se eu contar --- disse abrindo um sorriso torto --- A surpresa vai perder toda a graça.

--- Nem uma pista?

--- Logo você verá.

--- O que você faria se eu tivesse dito que queria ir pra casa?

--- Não teria acreditado.

Ela começou a rir, enquanto o cheiro do mar e o som das gaivotas tomavam o lugar. O Shelby subiu uma estrada que acabaram de tomar, parando de lado, quando alcançou o topo.

O mar fazia som abaixo deles e o vento mexeu de leve nos longos cabelos castanhos da jovem, enquanto Bruce abriu sua porta e a ajudou a descer.

Ela ficou de boca aberta, nunca havia visto algo tão bonito. Abaixo deles, um penhasco era formado por rochas que chiavam com o bater das águas muitos metros abaixo deles. O vento sobrava com força trazendo o cheiro do mar e mais a frete quase caindo do penhasco, uma árvore forte estava presa firmemente na ponta da queda, com seus ganhos voltados para onde o vento soprava.

--- Lindo! --- exclamou ela admirada com a beleza do lugar.

--- Este é o mirante de Gotham, cartão postal da cidade.

--- É mais bonito pessoalmente --- disse ela ainda espantada com tanta beleza --- Essa foi a melhor aventura da minha vida!

--- A noite quando esta tudo escuro e não há luzes para atrapalhar, o céu fica coberto pelas estrelas, muitos amantes vem aqui para apreciar a visão.

--- Deve ser incrível!

Bruce se apoiou na árvore olhando para Julie que pela primeira vez desde que tinham chegado ao mirante olhou diretamente em seus olhos.

--- Por que me ajudou?

--- Não sei porque, mas acho que algo me disse para fazer isso.

Os dois ficaram de papo apreciando a vista, um sem tirar os olhos do outro. O sol já descia tingindo o céu com cores vivas quando uma limosine branca apareceu estacionando ao lado do Shelby.

--- Nossa diversão acabou Bruce --- disse ela reconhecendo o veículo.

--- Tudo bem, haverá outras oportunidades.

--- Espero que esteja certo --- disse ela lançando um beijo para ele.

--- E estou --- ele retirou do bolso um envelope dourado, o mesmo que havia recebido outro dia --- Vai ter uma premier este final de semana, se você não estiver ocupada.

--- Não estarei --- disse ela lendo o envelope --- Me pegue em casa uma hora antes.

Julie deu uma piscadela e entrou na limosine, partindo não antes de abrir a janela e sorrir mais uma vezes para o milionário.

O despertador acordou Jervis, fazendo-o cair no chão, levantou meio tonto e sentou na cama colocando as mãos no rosto. Ele tentou esquecer a dor, mas estava ficando louco, levantou de novo e olhou em volta procurando seu chapéu. No outro extremo da cama, a cartola de fundo alto azul marinho, estava onde ele havia deixado, junto com o bilhete, pegou este lendo várias vezes até amassar o papel com raiva e colocar na boca, mordeu com raiva a pequena bola de papel e depois cuspiu ela longe, com sutileza pegou a cartola girou ela com o dedo e a colocou na cabeça sorrindo.

--- É tarde, é tarde --- zombou ele sorridente se lembrando de sua frase favorita.

Abriu seu armário olhando o interior. Nas duas estantes superiores haviam vários tipos de chapéus, de todos os tipos e formatos, ocupando todo o lugar quase caindo para fora. Foi se vestir rápido de qualquer modo e decidido seguiu com pressa para o trabalho.

Cada dia seguiu normalmente no trabalho pelo que ele pode reparar, conforme os dias passavam começou a se conformar com sua nova situação, solteiro e sem ninguém perturbando que horas ele iria chegar, até que era bom, mas ele sabia que mais cedo ou mais, esse bem estar ia passar.

Claro que todos no escritório sabiam o que havia acontecido, más noticias chegam rápido. Os amigos já haviam desconfiado que ele começou a vir com o mesmo chapéu azul marinho, o seu favorito, o que podia dizer uma única coisa, estava acontecendo algo muito importante.

Na sexta feira Jervis decidiu ficar até mais tarde, prolongando assim seu dia para que o final de semana demorasse para chegar. Estava como sempre com os olhos vidrados na tela do computador quando percebeu alguém entrando no salão de computadores. Não quis que a pessoa percebe-se sua presença e então ficou encolhido com a cara na tela.

--- Aqui é onde as pessoas mais importantes desta companhia trabalham --- disse a voz de um homem --- Uma pena eles não estarem aqui para você conhecer cada um, mas você não quis atrapalhar o trabalho deles.

Jervis tremeu ao reconhecer o homem. Era Viktor Fayol o dono da empresa andando cheio de pompa gesticulando para outra pessoa que ele não conseguiu ver. De repente ele encontrou os olhos de Jervis e abriu um sorriso.

--- Veja que sorte! --- exclamou indo até Jervis para cumprimenta-lo --- Olha quem ainda esta aqui se não o génio Jervis.

Nesse momento a pessoa que estava escondida deu um grito baixinho. Jervis reconheceu aquele gritou e pulou da cadeira desviando do aperto de mãos do empresário.

--- Marina! --- exclamou ele reconhecendo sua amada --- O que você esta fazendo aqui!

Ela virou ficando de costas escondendo o rosto. Então ele entendeu tudo só poderia ser uma coisa, agora ele ligava os pontos.

--- Sua desgraçada! --- urrou correndo até ela --- Como pode fazer isso comigo! --- pegou ela pelo braço virando ela de frente.

Dois seguranças que estavam na porta saíram correndo pulando encima do Nerd. Ele se debateu tentando se soltar dos braços fortes do seguranças, mas um deles pegou seus dois braços prendendo-os nas costas e levantando-o.

--- Jervis Tech! --- exclamou Viktor andando em volta dele --- Mas o que ouve com você?

--- O que fazemos com ele chefe? --- perguntou um dos seguranças.

--- Deixem ele passar uma noite na cadeia é o bastante.

Viktor deu as costas para Jervis pegando no braço de Marina levando-a para fora do recinto.

--- Antes que eu me esqueça --- disse Viktor parado na porta --- Não precisa voltar para pegar suas coisas, vou fazer questão que sejam entregues na sua residência.

--- O que! --- exclamou Jervis tentando se soltar.

--- Você esta despedido Jervis Tech.

Jervis surtou de vez, chutando o ar mas sem sucesso de atingir o outro segurança, que apenas deu um golpe na nuca, fazendo-o desmaiar.

A multidão se apertava em torno do tapete vermelho, reportes estavam loucos querendo tirar as melhores fotos dos convidados e as fãs histéricas gritavam o nome dos atores que agora tomavam o tapete vermelho. O primeiro a chegar foi o diretor, Peter Jackson, vestido com um terno negro, seguido pelo autor da obra que dera origem ao filme, Fabio Rodrigues, também usando um terno negro. Conforme alguns convidados foram chegando, os atores logo desfilaram pelo tapete vermelho, levando ao delireo a multidão de fãs. Liv Tyler apareceu com um vestido magnifica, branco e cheio de detalhes em prata, Jack Black surgiu em seguida, trazendo na cabeça o chapéu que usara no filme, mais e mais atores forem chegando, alguns conhecidos outros nem tanto.

Uma limosine negra, trouxe dois ilustres convidados para a premier. Bruce Wayne e Julie Madison. Ambos usando roupas impecáveis, Julie principalmente, parecendo uma Deusa com um vestido tomara que caiu vermelho e Bruce trajando um terno negro extremamente caro.

Os poucos fotógrafos que tiveram permissão de ficar dentro do tapete vermelho, pediam com muita educação para que cada um tirasse uma bateria de fotos.

--- Senhor Wayne por favor --- pediu uma moça muito jovem. Seus longos cabelos cor de fogo esvoaçando enquanto ela corria para tirar uma foto dos dois.

--- Fique a vontade --- disse ele sorrindo para a jovem que tirou várias fotos deles.

--- Muito obrigada --- disse ela seguindo para o próximo casal que chegara.

--- Eu adoro ela --- disse Julie olhando a ruiva passar.

--- Quem é ela?

--- Vicky Vale --- disse enunciando cada palavra --- Uma fotografa muito talentosa, já fiz várias sessões de fotos com ela, sempre atenciosa e humilde.

--- Ela passa essa imagem --- Bruce olhou novamente para ruiva tão jovem, mas tão talentosa.

--- Não deixe seus olhos se perderem nela --- um toque de ciumes percorreu a voz de Julie --- Ela já tem namorado.

--- Você acha que eu teria olhos para outra, quando estou tão bem acompanhado.

Julie riu e os dois seguiram para dentro do prédio da premier. Quando chegaram na porta, ouviram um repórter falando sobre os convidados, apresentando cada um que chegava. Na porta do lugar um enorme poster indicava o nome do filme, "A busca do ídolo de ouro".

O noticiário estava passando uma notícia exclusiva. A grande premier do filme "A busca do ídolo de ouro", fora um sucesso tremendo, e várias pessoas famosas estavam no evento, primeiro apareceu a imagem dos atores, seguidas dos convidados, Bruce Wayne e Julie Madison, Viktor Fayol e Marina Gouveia Diaz. Nesse último casal o repórter fez um comentário para só depois mostrar o resto dos convidados.

--- Olhem só, a bela moça que trabalha na criptografia das empresas Fayol, Marina Gouveia Diaz, roubou o coração do empresário, parece que alguém não acabou dando assistência e perdeu para a concorrência, pobre Jervis Tech.

Jervis urrou de raiva ao ouvir essa ultima parte. Ele socou a parede gritando de dor com o impacto. Nesse momento um guarda apareceu na cela.

--- Calma nerd --- zombou ele girando um molho de chaves --- Assim que amanhecer você será solto, mas se continuar assim talvez eu deixe você mais algumas horas na cela dos traficantes.

Ele tremeu ao ouvir isso e ficou pianinho sentado com a cabeça apoiada nos joelhos. Ficou calado esperando até o guarda voltar mandando-o embora. Jervis estava com os olhos em chamas, o ódio percorrendo todo seu corpo.

O tempo passou e o guarda expulsou Jervis da cela, este sem pensar disparou pela delegacia correndo até seu carro, seus pensamentos viajam longe. Subiu no carro e disparou pela rua rumo ao seu apartamento.

O caminho para casa nunca lhe pareceu tão longo, e cada minuto que passou no elevador o deixou mais perturbado. Assim que chegou na porta do apartamento abriu com força correndo para seu quarto.

Abriu o armário olhando mais uma vez suas gigantesca coleção de chapéus, jogando-as no chão, procurando incansavelmente alguma coisa. Como se lembrava lá no fundo num compartimento escondido na parede, estava sua caixa preta, onde ele guardava seus documentos secretos.

--- Onde esta --- disse jogando os papeis no chão.

Retirou um trabalho da universidade todo encadernado, folheou as páginas até chegar em uma foto de um grande aparelho que ocupava a folha toda.

--- Isso! --- exclamou sorridente indo até a cama onde se sentou lendo a folha seguinte.

"Mensagens subliminares são formas de conseguir que as pessoas queiram coisas que elas não querem, nos dias de hoje isso é altamente proibido e esta rigorosamente vistoriado pela lei, porém... "

Ele parou nessa última palavra, sua cabeça funcionava a mil. Ele se levantou e com um sorriso enorme disse para si mesmo.

--- Agora só preciso dos Peões e logo mais estarei avançando para o Check-Mate!

Correu para seu computador e começou a digitar como um louco. Pura criptografia. Enquanto digitava uma lágrima escapou descendo pelo seu rosto.