Lua Cheia escrita por Ania lupin


Capítulo 10
Capítulo 10- Life is for Living


Notas iniciais do capítulo

A pedido das minhas leitoras lindas... e em agradecimento aos comentarios...
Aqui esta aproveitem.



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EPOV

Eu tinha certeza que algo assim iria acontecer, os hormônios dela estavam em alta demais para seu próprio bem. A sensação de que algo daria extremamente errado me acompanhava desde a hora em que Bella disse precisar contar para o pai, e que precisava contar hoje, justo hoje. Claro, deveria ter sido firme e dito – caçado algum bom argumento em minha mente – para esperar por ao menos mais alguns dias, para prepará-lo antes, de algum jeito, se houvesse algum jeito. Querer agradar a mulher que eu amava se mostrava perigoso no momento.

Grávida? Como assim grávida? Cullen, eu mato esse garoto!

Via Charlie passar do rosa para o vermelho, do vermelho para o roxo, do roxo para o azul. Isso não poderia acabar bem.

Eles só podem estar de brincadeira.

Realmente, não iria acabar bem.

"Eu acho que não ouvi direito." Charlie encostou-se na parede da cozinha, a cor voltando para o vermelho tomate. "Será que você poderia-"

"Eu estou grávida, pai." Naquele momento meu instinto de proteção aflorou, e não consegui não ficar entre Bella e seu pai. Charlie parecia pronto para matar alguém, ao menos era o que os pensamentos dele diziam. Não que ele fosse tocar em Bella, o mais provável era ele descarregar o revólver em mim, mas ainda assim...

"Charlie, você gostaria-"

"VOCÊ!" Ele apontou o dedo para meu rosto, e por um instante jurava que o homem se jogaria contra mim. O que não seria nada bom para ele, que ficaria além de irritado, dolorido e confuso por não entender como se machucara tanto se chocando contra um garoto.

"Pare de gritar, Charlie!" Bella também não parecia estar no seu melhor humor. Tudo rapidamente começava a ficar... péssimo.

"Agora escute aqui, mocinha," Ele pareceu se acalmar por um momento. Só por um momento. "Você perdeu totalmente o juízo? Grávida, grávida, você só tem dezoito anos! E você também!" É, corrigi-lo naquele minuto não me adiantaria de nada. "Como vocês vão cuidar de uma criança direito, com essa idade? Mas que estúpido acidente!"

Ficar perto de Charlie era quase doloroso, os pensamentos dele, além de estarem a mil por sua cabeça, eram ensurdecedores. Por um instante quase a peguei nos braços e a levei de volta para o carro, talvez aquilo pudesse fazer seu pai se acalmar, mas então, minha namorada era tão teimosa. Com certeza acabaríamos voltando em minutos, nem que ela tivesse que vir correndo. Ah Bella, você não poderia me ouvir pelo menos uma vez?

"Charlie, esse bebê não é um acidente!" Ela se levantou atrás de mim, apontando o dedo para o pai como este fizera antes. "Eu queria esse bebê, eu quero! Nós nos amamos muito, acredite você ou não. Essa criança que ainda nem nasceu já é muito amada! Ela não vai ser uma corrente que vai nos prender por algum tempo, como eu fui para você e mamãe, ela só vai ser um complemento da nossa felicidade."

"Ah, cale a boca, o que você acha que sabe sobre amor? Com essa idade, eu achava que sabia o que era amor, e olhe o que aconteceu! Nós te ensinamos melhor do que isso! Ao menos era o que eu achava..."

"Eu não fiz nada de errado pai!" Ela já chorava agora. Claro que iria chorar. Virei-me para ela, um dos meus braços a aconchegando no meu peito, num meio abraço. Não dava a mínima para o que Charlie acharia disso naquele instante.

"Claro que fez, você está grávida! E você, Cullen, você é homem, deveria saber melhor disso! Ninguém pensou em usar uma merda de proteção? O que eu te disse há alguns meses Isabella? E você me respondeu que não estavam fazendo nada!"

"Edward achou que não podia ter filhos, pai!"

"Ótimo, então o filho talvez não seja nem dele! Já parou para pensar nisso, rapaz?" Me envergonhava que por um instante, um mínimo instante, sim, eu já havia. "E agora eu vou ficar com uma jovem GRÁVIDA num estado catatônico por meses outra vez, porque mocinha, se o filho não for dele ele vai te deixar de novo!"

Ver a dor nos olhos dela ao pensar na possibilidade de eu deixa-la foi demais para mim. Quando ela ameaçou desmoronar, voltei a me sentar na cadeira, colocando-a no meu colo, tentando fazer o choro cessar ao menos um pouco enquanto sussurrava em seu ouvido.

"Bella, meu amor, sshhh, pare de chorar... Eu disse que nunca te deixaria de novo, e eu nunca vou te deixar, meu anjo. Eu nunca vou abandonar, nenhum de vocês dois. Eu fui um idiota quando fui embora, e eu nunca, nunca mais, vou cometer esse erro de novo minha querida, então por favor, se acalme." Mas minhas palavras não ajudaram muito, o corpo inteiro dela tremia nos meus braços, e ela se agarrava em minha camisa como se estivesse com medo que eu desaparecesse a qualquer momento. "Bella, você sabe que eu te amo. Te amo tanto... pare de chorar, querida, não é bom para nosso filho..."

"Filho? É um menino?" Ah, graças a Deus.

"Eu não sei querida, ele ainda é muito pequeninho para saber." Suspirei aliviado, encostando meu rosto frio no dela. "Foi só um palpite." Olhei então para onde Charlie estava, segundos atrás, mas encontrei apenas um espaço vazio. Ele não parecia estar no andar de baixo – confirmei minha suspeita ao escutar a porta de seu quarto bater. "Meu anjo-"

"Edward, eu quero ir embora." Ela enxugou as lágrimas, levantando-se e jogando com o que eu imaginei que fosse raiva o resto de suas frutas no lixo. "Vou incomodar muito se ficar na sua casa?"

"Que tipo de pergunta é essa?" Sorri, voltando a abraçá-la. "Fique lá, fique para sempre. Vamos pegar suas coisas."

Eu observava a boca dela se mover enquanto comia os raviólis de champignon. Foi engraçado a confusão nos olhos dela quando passei a entrada de minha casa e continuei dirigindo, até sairmos totalmente de Forks e pararmos em Port Angeles, mais engraçado ainda quando estacionamos na frente do restaurante tão conhecido.

"Você não precisava ter feito isso. Me trazido até aqui e tudo mais, sabe o quanto me contentaria em ir para casa e passar o resto do dia, bem, noite, contigo e-"

"Eu queria fazer isso, anjo. Seu ravióli está gostoso?" Ela assentiu sorrindo, devorando mais uma trouxinha de massa.

Não havia sido muito fácil para Bella – eu sabia – pegar uma mala e a encher com suas roupas e objetos pessoais, enquanto Charlie permanecia em silêncio no quarto ao lado, a porta trancada. Algumas lágrimas ainda caíram antes dela sair do quarto, da casa, e minha maior vontade era arrombar a porta e tirar Charlie a força daquele cômodo. Me virar para ela e dizer 'eu te avisei' também era um desejo grande, mas é claro que ao invés de fazer alguma daquelas duas coisas, me contive e fiquei ao seu lado, a ajudando a fechar o zíper.

E aquele era o dia mais errado para ela ficar assim. Justo aquele dia.

"Estou assustada." A declaração tirou-me de meus pensamentos. "Eu quero rir por você ser tão perfeito, e chorar por Charlie estragar metade do meu dia, e sair correndo gritando apavorada porque vou ser mãe em menos de nove meses. É possível sentir tudo isso de uma vez só?"

"Ah, querida, é normal. Você está grávida." Toquei a mão dela, que repousava sobre a mesa. Observei Bella parar de comer e fazer um bico, e por um instante imaginava que ela começaria mais uma vez a transbordar de lágrimas, mas o pedido que seguiu a cara triste me surpreendeu. Não deveria me surpreender mais, a essa altura.

"Eu quero algo doce."

BPOV

Definitivamente, era de um doce que eu precisava. Mas Edward tinha mesmo que se levantar e ir até o balcão da cozinha ele mesmo para me arranjar algo? E nossa, estava ficando tão cansada outra vez, que poderia dormir aqui na mesa, mesmo. Deveria ficar tão cansada assim no segundo mês?

Era o tópico com o nome Charlie que me impedia de fechar os olhos. Eu sabia que ele reagiria mal, mas não sabia que seria tão mal a ponto de nem ao menos se despedir antes de eu deixar a casa. Haviam muitas roupas na minha mala, e sempre haveria Alice naquela casa para querer me vestir com roupas novas, então não precisaria voltar para lá tão cedo. Casa, poderia continuar chamando aquele lugar de casa? Meu pai não iria querer me ver tão cedo, com certeza, quanto mais que eu voltasse para lá, exibindo uma barriga enorme com minha pouca idade. Ao menos era o que eu achava.

Graças a Deus Edward não voltou sozinho, junto a ele estava um garçom com uma nada modesta taça de sorvete. Esperei meu vampiro sentar-se novamente na cadeira para levar a primeira colher de sorvete a boca. Hum, menta com chocolate, como ele adivinhou que eu precisava justo daquilo?

"Gostoso, querida?"

"Muito!" Mais algumas colheres e a menta acabara, dando lugar para o sabor de pistache com cookies. Comi em silêncio enquanto ele me observava, o sorriso se recusando a deixar seus lábios. Mas tinha algo de diferente naquele sorriso, alguma coisa que eu não conseguia reconhecer no momento. "Está tudo bem?"

"Acho que sou eu quem devia estar te perguntando isso, não?" Os cotovelos dele foram parar na mesa, uma mão tocando a minha livre, a mantendo num aperto carinhoso. "Minha querida. Meu único amor. Objeto único do meu afeto. Te procurei por tanto tempo, e todos os dias da minha vida vou agradecer a Deus por finalmente você cruzar meu caminho, por você fazer, depois de tantos anos, eu me sentir completo."

"Assim você me deixa sem jeito." Já podia sentir minhas bochechas pegando fogo, e baixei o rosto, os olhos indo parar na bola de sorvete que me restava. Morango. Ele era perfeito.

"Pode se acostumar – não sei como ainda não se acostumou, meu amor – porque vai ouvir isso por toda a eternidade." Sim, eu ia. E eu não estava reclamando por isso.

O observei maravilhada rir, os olhos vagando pelo restaurante, parecendo um pouco sem graça.

"O que foi?"

"É um pouco bobo... não ria, tudo bem?" Rir, dele? Quando ele me dava aquele sorriso torto que eu tanto adorava? "Eu já comentei sobre pingüins com você?" Pingüins? "Os pingüins escolhem um parceiro para toda a vida. O pingüim macho fica encarando o horizonte, até que uma hora uma pingüim fêmea levanta mais o pescoço, e seus olhares se encontram. E então ele sabe, naquele momento, que ela será sua parceira até sua morte."

"E por que eu riria disso? Existe mais alguém como nós, então." Sorri. Meus olhos ainda estavam um pouco inchados e doloridos de todas as lágrimas derramadas mais cedo, e talvez esta dorzinha chata tenha me impedido de derramar mais algumas no instante. Como ele conseguia sempre me dar um momento perfeito num dia tão péssimo?

"Sabe o que acontece depois? Depois que os dois pingüins se encontram," Ele pausou, me olhando, como se quisesse ver se havia algo de errado na minha expressão. Ele estava nervoso? "O macho escolhe uma pedra, e leva até a fêmea para ver se ela aceita o desafio. Isabella Marie Swan," Foi então que ele abriu a mão que não segurava a minha, e colocou o que havia nela na minha frente. Uma pedrinha transparente. Vindo dele, com certeza aquilo era um diamante não lapidado, mas por uma vez não me importei. Ele estava querendo dizer o que eu estava pensando? "Eu sei como você odiou a última – primeira – vez que fiz isso, então, de um jeito diferente," Ele pausou, respirando profundamente. "Você aceita ser meu pingüim?"

Sem anéis que brilham. Sem se ajoelhar. E principalmente, sem a palavra casamento. Como ele consegue fazer tudo de um jeito tão perfeito?

"Edward?"

"Sim?"

"Exatamente."

Estávamos deitados na cama naquela noite, eu totalmente exausta. Alice havia nos recebido com um enorme sorriso ao chegarmos frente à casa, me avisando que Esme estocara a cozinha com tudo que poderia se imaginar. Ela sabia das notícias, eu sabia que ela sabia, mas a irmã mais nova do meu noivo foi bem sutil e não comentou nada uma vez na pós vida – nem do noivado, nem de Charlie. Bem, talvez a notícia do noivado só não tenha sido comentada hoje graças a minha cara de exaustão, queria, precisava de uma cama, naquele instante, então Edward subiu comigo nos braços sem dar tempo para conversas. Quando vi, já estava entre cobertas.

Mas apesar de estar exausta, o sono não chegava. Claro que meu vampiro não deixou de perceber isso.

"Algo errado?" Perguntou quando eu me virei pela décima vez, bagunçando mais os lençóis. Sacudi a cabeça, fechando mais uma vez os olhos, mas mal se passou um minuto quando desisti, me colocando sentada na cama. "Está sentindo alguma coisa?"

"Cansaço, estou exausta. Acho que eu quero-"

"Um doce?" Não, talvez não dessa vez.

"Um abraço?"

"Esse é um desejo muito fácil de cumprir." No segundo seguinte ele me envolvia num abraço gelado, confortável para aquela noite de verão mais quente. "Onde está minha grávida cheia de desejos difíceis?" Sorri e encostei minha cabeça em seu ombro, quando algo se passou pela minha cabeça.

"Precisamos de uma música." Ele me olhou confuso. "Eu tenho minha música. Nós," Apontei para mim, para ele, e para minha barriga. "Não temos uma música." Ele provavelmente tinha aberto a boca para falar que poderia compor algo amanhã, mas não deixei sair nenhuma palavra de Edward. "Uma música romântica, mas não muito romântica. Uma música que vai nos fazer lembrar disso para sempre."

Subitamente uma parte de minha energia voltou e eu me pus de pé, não muito rápido para o enjôo e a tontura surgirem, indo na direção do rádio e parando ao seu lado.

"Bella, acredite, eu não vou precisar de uma música para me lembrar disso por toda a eternidade." Mas meus hormônios, graças ao bom Deus, resolveram ignorar ele me contrariando, e eu continuei calma com meu plano.

"Eu vou ligar o rádio, e a partir de agora, a música que estiver tocando vai ser nossa. Sempre que você a escutar, vai parar e se lembrar de nós." E eu apertei o botão 'on'. Talvez não tenha sido o melhor instante para ligar o rádio, mas eu não admitiria isso para ele nunca.

"Essa definitivamente não vai ser nossa música." Eu iria continuar minha teimosia e perguntar por que nossa música não poderia ser cantada pelo 50 Cent, mas resolvi ser um pouco mais coerente e mudar de estação. Ele que não esperasse tanta lógica nas próximas vezes.

"Now I never meant, to do you wrong, that's what I came here to say. But if I was wrong, then I'm sorry, I don't let it stand in our way."

"Essa está boa para você?" Tive que me conter um pouco para não mostrar a língua numa atitude infantil. Ele começou a acompanhar a letra, a voz baixa, mas linda como sempre, uma voz que faria o vocalista da banda querer se aposentar.

"As my head just aches, when I think of, the things that I shouldn't have done. But, life is for living, we all know, and I don't wanna live it alone." Ele parou, sorrindo. "Essa música é perfeita." Ele estava ao meu lado num segundo, seus lábios encostados em minha orelha. "Life is for living, we all know, and I don't wanna live it alone. Eu te amo. Para sempre."

"Para sempre."


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? rerere eu vo um documentarios contando sobre os pinguis e nao resisti...
E como sera que a reacao das outras pessoas ao saber do bebe?
A como a senhora Renne Swan vai ficar ao ver o bebe dela ja com barriga?
Solendo os proximos pra saber...
E para provar que não sou ruim posto mais a tarde.



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