"O amor é paciente e benigno, não arde em ciúmes; o amor não se ufana, não se ensoberbece; O amor não é rude nem egoísta, não se exaspera e não se ressente do mal. O amor não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Está sempre pronto para perdoar, crer, esperar e suportar o que vier."

A algumas horas estava a andar distraidamente pelas ruas de Konoha, a passos lentos tentava inutilmente esquecer o que tanto me torturava des de o mesmo segundo em que foi pronunciado. Ah! aquele olhar tristonho cheio de medo, nunca havia a visto tão tremula... só de imaginar novamente uma dor insuportável invade meu coração o contraindo fortemente deixando-me sem ar. Lembrei-me quando a conheci...

Uma noite estrelada iluminava o belo céu escuro, entediado resolvi dar uma volta em beira a praia. Andava lentamente olhando para a imensidão do mar, ao longe avisto alguém deitada em meio a areia. Corri rapidamente para prestar socorros caso fosse necessario

Ei garota você esta bem? - perguntei preocupado

E por que não estaria? - a garota estranha respondeu calmamente abrindo os olhos mostrando-me os belos olhos verdes

Pensei que estivesse passando mal, o que faz a essa hora neste lugar deserto? - sentei-me ao lado dela fitando o mar

Admirando a lua - pronunciou olhando para a esfera brilhante em meio a escuridão da noite

Deitei-me ao lado da garota e logo percorri meus olhos a analisando, suas pernas uma estava esticada e a outra dobrada sua pele branquinha parecia ser macia usava um short jeans escuro, continuei a olhando umas das mãos estavam sob o abdômen e a outra jogada sob a areia, sua regata preta colada ao corpo demonstravam suas curvas, avistei seus seios medianos e logo cheguei ao seu belo rosto iluminado pela luz da lua. Um rosto delicado expressava serenidade a boca com os lábios levemente selados me fizeram imaginar seu gosto, percorri meus olhos ao seu nariz fino, suas esmeraldas agora eram cobertas pelas pálpebras e finalmente percebi os estranhos cabelos róseos jogados na areia. Fiquei por alguns segundos ali a admirando vendo se não havia perdido nenhum detalhe, seu rosto mudou de expressão passando para um tom avermelhado nas bochechas

Vai ficar me olhando mesmo? - a doce voz despertou-me de meus pensamentos

Desculpe-me - voltei meus olhos para o céu, logo não pronunciamos mais nada um ao outro, passei a admirar a lua não sei por quanto tempo. Aos poucos percebi a garota levantar-se

Tenho que ir - disse batendo as mãos no short para retirar toda a areia

Hm - apenas resmunguei levantando-me e fazendo os mesmo movimentos para tirar a areia, a garota olhou-me por alguns minutos e logo estendeu uma das mãos

Sakura Haruno - disse docemente sorrindo, será que ela tinha ideia das reações que causavam o seu sorriso?

Sasuke Uchiha - apertei delicadamente a mão dela confirmando o que havia pensado sua pele é macia, logo retribui o sorriso ela apenas virou-se e seguiu seu caminho enquanto eu seguia com os olhos a figura feminina se afastar aos poucos. De repente ela parou e virou-se

Ate mais Uchiha - acenou sorrindo, com certeza ela tinha noção do que seu sorriso causava.

Soltei um suspiro pesadamente, por que, por que Deus? ja me refiz varias e varias vezes esta pergunta e nada consegui. Olhei para frente e avistei uma pracinha com muitas flores e arvores de cerejeira, sorri foi ali o nosso primeiro beijo

Sakura, Sakura - gritava ao correr atras da garota de cabelos róseos, em poucos dias nos tornamos amigos. Porem não entendia por que Sakura ficava diferente ao me ver com outras garotas

Me deixa Sasuke - gritou e continuou correndo, logo a vi sentar-se em baixo de uma cerejeira localizada ao meio da pequena pracinha

O que esta acontecendo contigo, posso saber? - perguntei preocupado

Não é nada agora me deixe em paz - gritou, percebi que seus olhos ja estavam marejados porem não deixava nenhuma rolar em seu belo rosto

Sakura - sentei-me em sua frente - estou preocupado contigo, olha eu não sei o que foi que aconte ... - fui interrompido

Ah! agora você não sabe de nada não é Uchiha - sorriu triste - Vai embora

Pensei um pouco e tentei entender, tudo aquilo... tudo que me lembro é de ter convidado Ino para tomar um sorvete, estávamos caminhando calmamente conversando animadamente... logo vi Sakura a uma certa distancia em minha frente, vi seus olhos ficarem marejados e depois começar a correr. Não sei por que não pensei em mais nada apenas corri atras dela, uma ideia brotou em minha mente e sorri

Sakura... esta com ciumes? - a rosada levantou a cabeça com os olhos arregalados

Claro que não Uchiha idiota, por que teria ciumes de você? - gaguejou um pouco ao pronunciar, mas logo entendi tudo. Fiquei ali pensando e repesando, logo aproximei e peguei uma de suas delicadas e pequenas mãos a depositando em meu peitoral

Senti isso? - perguntei e a vi surpreender-se com a minha atitude

O que pensa que esta fazendo Sasuke? - perguntou um pouco corada, olhando para sua mão em meu peitoral. Ela tentou retirar mas eu apenas segurei seu pulso

Ainda não me respondeu - fechei os olhos aproveitando aquele pequeno toque, não entendia por que mas aquele simples ato fazia-me deseja-la cada vez mais

Sim - finalmente respondeu em um sussurro - Mas por que? - perguntou-me um pouco receosa

Por você - respondi por impulso, ou apenas o que meu coração gritava em alto e bom som - Apenas por você - abri os olhos me deparando com as belas esmeraldas ainda mais expostas em sinal de espanto

Sasuke eu...eu... - depositei o dedo indicador em seus lábios

Não estrague - sorri - apenas aproveite - aproximei-me um pouco mais sentindo sua respiração descompensada - fique calma, não farei nada que não permita - sussurrei próximo ao seu ouvido, a senti estremecer e sorri orgulhoso por causar este tipo de reação em minha rosada

Sakura permaneceu olhando em meus olhos, sustentei este contato ate o momento em que a vergonha a tomou e ela abaixou a os olhos fitando o chão - Olhe para mim - sussurrei erguendo seu queixo com uma de minha mãos. Acariciei seu pequeno rosto a fazendo dar um sorriso tímido... Céus se ela soubesse o quanto este sorriso me deixa louco!

Enlacei cuidadosamente minha mão livre em sua cintura fina a trazendo para mais perto. Nossos corpos estavam colados, as respirações ja haviam se misturado... rocei levemente meu nariz ao seu a fazendo sorrir novamente. Calmamente selei meus lábios aos seus em um suave selinho, aos poucos entre abri meus lábios tornando- se um beijo doce, com todos os meus sentimentos depositados apenas ali, naquele beijo. Apertei a cintura de Sakura em uma tentativa inútil de nos fundirmos, senti seus pequenos braços envolverem meu pescoço e suas mãos entrelaçarem meus fios negros unindo ainda mais nossos lábios.

O beijo tornou-se mais profundo, mais urgente cheio de luxuria com certeza seu gosto inconfundível de morango me deixaria viciado. Logo senti a maldita falta de ar nos faltar, aos poucos o beijo voltou a tornar-se selinhos com leves mordidas. Sorri abrindo os olhos, minha rosada ainda permanecia com os olhos fechados, ela estampava um lindo sorriso.

As lembranças vinham constantemente em meus pensamentos, dentre elas uma de nossas discussões fúteis que obtive a pior das conseqüências...

Todos os dias eu e Sakura brigávamos por ela exigir mais atenção, com isso me enfurnava cada vez mais no hospital com plantões, prontuariares sem contar os diversos pacientes que eu me encarregava de cuidar pessoalmente. Claro era cansativo, porem esta era a melhor opção ou se não a unica para não ouvir os gritos e berros da minha rosada.

O café da manhã esta mesa - pronunciou ela fria, ja estava acostumado. Apenas bebi uma xícara de café e uma torrada, fui em direção a Sakura depositar um beijo em seus lábios mas como de costume ela virou o rosto e eu beijei-lhe a testa

Se cuida - falei antes de fechar a porta. Fui em direção ao hospital a rotina monótona havia recomeçado mais uma vez, li alguns relatórios, visitei alguns pacientes e logo fui me preparar para a cirurgia da 8h que não demoraria a se iniciar e como chefe neurocirurgião teria que apressar-me. Era uma cirurgia simples na medula espinhal, em torno de 2h ja havia terminado .

Segui finalmente em direção a minha sala. Em cima da minha mesa havia quatro porta retratos um de Sakura e os outros três estavam apenas eu e ela estampando aquele lindo sorriso. Peguei um dos porta retratos e sorri - A quanto tempo não vejo este olhar - suspirei pesadamente relaxando em minha cadeira.

Eram 23h quando olhei para o relógio, retirei meu jaleco e sai em direção ao estacionamento do hospital. A noite estava bastante estrelada e a lua demostrava toda sua beleza com muito esplendor na imensidão escura. Logo cheguei em casa ja imaginando o inicio de mais umas discussão, abri a porta e tudo estava escuro. Segui para o meu quarto constatando que Sakura estava deitada

Chegou tarde.... de novo - a voz doce inundou o ambiente

Sakura - falei em tom de reprovação, ja estava de saco cheio dessas discussões sem nexo...

Não quero discutir - ela deu uma pausa, o que achei estranho - Você sempre colocara o hospital acima de qualquer coisa - pronunciou fria, ah! como isso me irritava

O meu trabalho é o que nos sustenta Sakura - fui retirando minha camiseta e minha calça enquanto me direcionava ao banheiro - você acha que todos esses vestidos, joias, restaurantes caros e todo esse conforto é pago com o que? com a herança do seu papai? - não esperei obter resposta apenas entrei no banheiro e liguei a água fria, logo senti meus músculos relaxarem. Alguns minutos depois sai e me deparei com Sakura sentada na ponta da cama, ela parecia soluçar... será que estava chorando?? - Sakura? - a chamei preocupado

Eu nunca lhe pedi nada disso - ela disse com a voz embargada tentando conter o choro - Eu... eu apenas quero você comigo - suas lagrimas voltaram a banhar seu pequeno rosto

O tempo que tenho livre aproveito para passar o dia com você, mas são justamente nesses dias que discutimos ainda mais - respirei fundo para não perder o controle - Caralho!! - gritei a deixando assustada - Estou de saco cheio dessas discussões inúteis

Sakura pareceu tentar se acalmar aos poucos, suspirou algumas vezes - Melhor darmos um tempo - sentei na cama apoiando meus cotovelos nos joelhos e colocando minha cabeça entre minhas mãos

Não quero dar tempo algum - simplesmente a amo demais para deixa-la ir

Então acabamos por aqui? - ela perguntou olhando para mim. Ergui minha cabeça e vi aquelas esmeraldas que tanto admiro marejadas

Não - ela arregalou os olhos e esperou que eu prosseguisse - Quero saber o que esta acontecendo com você - falei a olhando nos olhos, após muitos meses de discussões pela primeira vez sustentávamos um olhar

Do que esta falando ? - ela virou o rosto e passou a fitar o chão

De suas saídas pela manhã após eu ir trabalhar, da sua drástica carência por atenção, das manchas estranhas de sangue em seus lenços, dos seus desmaios constantes e sua má alimentação.... precisa de mais alguma coisa Sakura - virei seu rosto delicadamente para mim

Eu...eu - ela tentou dizer algo mais logo as lagrimas voltaram - Sasuke - a abracei sem entender o por que

O que esta acontecendo minha pequena? - Sakura agarrou-se ainda mais a mim como se eu fosse seu porto seguro. Esperei ate ela se acalmar

Sasuke eu fiz alguns exames - ela pronunciou se levantando e pegou um envelope que estava na gaveta da cabeceira - pegue

A olhei confuso e peguei, abri e comecei a ler... sim eu entendia perfeitamente o que estava escrito, mas não conseguia acreditar em nenhuma daquelas palavras - Quando é que me contaria - gritei ainda incrédulo

Quando....quando estivesse pronta e - a interrompi

Ou morta não é - meu desespero aumentava a cada segundo - você não tinha esse direito - senti meus olhos tomarem uma certa ardência... eu estava chorando - não tendo como mãe uma das melhores medicas de Konoha e a mim, por que Sakura? por que? - a abracei fortemente

Eu ja sabia que isso iria acontecer - sussurrou ainda envolvida em meus braços

Eu encontrarei um tratamento, eu... eu irei te ajudar Sakura, amanhã mesmo falarei com a sua mãe e - ela estampou um pequeno sorriso - eu convocarei os melhores médicos do mundo e juntos iremos te salvar meu amor

Sasuke...obrigada - não sei porque mais senti um aperto em meu coração - mas meu câncer não tem cura - a olhei incrédulo

é claro que tem Sakura, eu encontrarei a cura - ela apenas segurou meu rosto entre suas mãos e selou nossos lábios em um beijo calmo

Minha mãe ja esta ciente de tudo, meu câncer é raro e por ter o descoberto ja um pouco avançado apenas complicou meu quadro - ela suspirou mais uma vez - somente prometa que jamais sairá de perto de mim - Eu estava em estado de choque, tentando ainda processar todas as informações. Apenas assenti por impulso e a senti envolver seus braços em torno do meu corpo.

Senti que finalmente estava pronto, pronto para dar minha resposta final. Voltei rapidamente para o hospital onde Sakura estava sem mais demora segui em direção ao seu quarto. Esperei minha respiração voltar ao normal e lentamente abri a porta

Sa..su..ke - sussurrou a doce voz quase falha

Não se esforce - sorri acariciando seu rosto

Se es...esta ...a..aqui é por...porque tem...um...uma res...posta - pronunciou com um grande esforço

Sim - respirei fundo e logo crieu coragem para pronunciar-me - Descanse - um nó se criou em minha garganta e a vontade de chorar era imensa

Sakura sorriu e segurou uma de minhas mãos que estava repousada ao lado da sua - Obrigada - sim, eu tinha que ser forte para deixa-la ir. Não havia cura a sua doença e os tratamentos apenas a deixavam pior, ela estava morrendo aos poucos e eu também ao vê-la naquela cama de hospital - Eu 

te amo... - e finalmente ela fechou os olhos e os aparelhos desligados, sua dor havia acabado. Depositei um beijo em sua testa e logo sai o quarto.

4 meses depois ao fazer alguns testes de analises descobrimos a cura para o câncer raro de Sakura, a cura era o seu próprio sangue. Apos 2 anos de pesquisas e mais confirmações conseguimos salvar mais de 500.000 mil pessoas com pequenas proporções do sangue da minha rosada.

"Sakura salvou a minha vida. Ela me ensinou tudo... sobre a vida, esperança, e a longa jornada adiante. Sempre terei saudade dela. Mas o nosso amor, é como o vento, não posso ver, mas posso sentir."