Acordou... Sentou-se na cama ainda com muito sono, havia acordado tarde naquela manhã, também ficou ate muito tarde jogando shougi com seu pai. Naquele dia estava calmo, a não ser por algo que o perturbava, aqueles "olhos de Jade" da garota loira da areia.Olhou para o lado da cama, viu uma antiga fotografia que o fez lembrar de seu antigo time, o dia em que foi formado o time Asuma, pensou em Chouji e Ino, quase não se viam mais. Calçou suas sandálias e vestiu sua blusa e seu colete de konoha. Ao sair de casa encontrou com dois amigos: Izumo e Kotetsu dessa vez estavam trabalhando como carregadores da Godaime-sama, andando pela vila procurava algo para se distrair, olha para o seu lado esquerdo e vê o Ichiraku, estava com fome não havia comido nada ainda -Bom já que estou aqui não custa nada comer um ramen- pensou. Entrou no local e se encontrou com mais dois amigos, Satura e Lee juntos, conversaram por algum tempo mas logo percebeu que atmosfera no lugar estava ficando embaraçosa, para não quebrar o clima assim que comeu saiu rapidamente.

            Naquele dia faziam 8 meses que Asuma foi morto pelo akatsuki Hidan, foi ate o memorial, um lugar quieto, com uma ambiente melancólico e triste. Sentira uma certa dor ao se lembrar da missão em que perdera seu melhor amigo, viu ele morrer ali, sem poder fazer nada. Mas agora não era mais hora de se lembrar disso, após fazer uma breve oração pela alma de seu mestre voltou para casa.

            Entrou em seu quarto e fechou a porta. Ainda não conseguia tirar de sua mente os olhos daquela jovem ninja que por hora estava em sua vila hospedada em uma pensão não muito longe de sua casa, deitou-se e fechou os olhos tentando dormir para ver se a garota loira saia de seus pensamentos. Tentativa inútil. Decidiu, abriu a gaveta que ficava ao lado de sua cama e pegou o caderno e uma caneta, mesmo achando aquilo muito "problemático" colocou-se a escrever. Achava ele que devia colocar no papel o que sentia já que não tinha coragem para dizer pessoalmente a ela, rabiscou o seguinte bilhete:

                        Temari-san

            Acho que devo lhe dizer algo, espero que não se zangue ao ler isto,mas, eu... Sinceramente acredito que no momento não posso -e nem devo- corresponder ais seus sentimentos, pois "um shinobi não pode demonstrar seus sentimentos em hipótese alguma e nem ao menos sentir algo como amor, compaixão ou outros sentimentos que podem lhe desviar a atenção de seu verdadeira missão"...

            Bahh. Que merda é essa que estou escrevendo -pensou sentindo um certo ódio de si mesmo- Um shinobi não pode sentir nada por ninguém, que porra de vida é essa? Continuou escrevendo:

Bem, não sei exatamente o que dizer mas apesar disso

espero que entenda as minhas causas!

            Pensou em como entregaria a ela essa carta, e decidiu-se:"Vou ate o lugar onde ela esta hospedada e colocarei a carta por baixo da porta"- disse a se mesmo enquanto selava a carta no envelope. Saiu de seu quarto levando consigo o envelope,saiu andando bem rápido pelas ruas até chegar no local onde a garota se encontrava. Porém, por pura ação do destino...

            Logo ao entrar na pensão, deu de cara com aquela garota a quem devia entregar a carta que quase a amassava segurando-a com força. Eles se trombaram, o choque os fez cair juntos, eles se levantaram, ambos avermelhados e com a pele levemente corada. Ele disse:

- Te...Temari-san , vim lhe entregar isso -diz passando a mão nos cabelos,e entrega a carta de forma rude forçando o envelope as mãos da garota-

- Shikamaru!?!?

            Deixa a garota confusa segurando a carta enquanto sai correndo, em uma outra tentativa inútil de se esconder daqueles lindos olhos provocadores que pareciam esmeraldas brilhando a luz do sol. Ele tentava se distrair pensando em outras coisas para não se lembrar daquele encontro tão problemático que acabara de ocorrer. Chegou em casa ofegante, novamente se trancou em seu quarto, olhou pela janela e viu que ainda era manhã, lembrou-se de seus amigos, todos estavam tão bem entre si, Naruto e Hinata, que começaram a namorar a pouco tempo, assim como Kiba e Ten-Ten, e Ino e Sai. Poderia ele também viver algo assim, experiências que ainda não conhecia, se fosse possível seria  apenas com aquela garota, com certeza devia ser com ela. Estava dividido entre a razão e a loucura. Sua mente estava tão confusa, por que ele não conseguia chegar perto dela simplesmente e dizer tudo o que sentia de verdade? Por que ele era tão tímido se ate o Sai conseguiu [hehe só em fic msm p/ Sai conseguir isso] por que ele não tentava ao menos? Por que ele tremia e ficava vermelho ao vê-la ? Não conseguia achar respostas a essas perguntas, caiu em sua cama de costas, respirou fundo e se acalmou, estranhamente o tempo fechou e logo começou a chover.

            Aquele jovem era tão inteligente, um perfeito estrategista e um excelente calculista, mas quando se tratava daquela garota, não conseguia pensar em nada. A chuva começou a engrossar, ficava cada vez mais intensa, ele a observava correr pela rua, gostava da chuva, ela fazia ele se sentir melhor. Enquanto isso do outro lado da vila, Temari acabara de ler a carta, compreendeu o que o rapaz quis dizer. Mas não se conformava, ela o amava de uma forma  tão indescritível, que era como se ela precisasse dele para sobreviver, não desistiria dele assim, não mesmo. Jogou a carta no chão e saiu correndo em direção a casa do garoto.

            Ele por sua vez, deixou a loucura tomar conta de sua lucidez, o jovem estrategista que foi o primeiro a se tornar chunnin dos garotos de sua idade, aquele que era conhecido como o mais inteligente de sua vila já não existia mais, agora era uma pessoa livre, solta, sem medo de viver, largou seu quarto e saiu correndo em direção a hospedagem da garota.

            Ambos estavam correndo na chuva um em direção ao outro, as gotas d'água machucavam, caiam como se estivessem rasgando a carne, o frio os fazia tremer quando em uma esquina, eles se trombaram violentamente, como havia acontecido na pensão, -Nostálgico não?-  quando se viram não pensaram em nada, ambos estavam vermelhos novamente, como da vez anterior, mas algo estava diferente dessa vez: o brilho no olhar deles que dessa vez, mesmo em um dia de chuva brilhavam como o sol. Sem mais nem menos surgiu um beijo, ali bem naquela esquina, só os dois, um beijo, molhado e intenso, eles estavam tão apaixonados que mal percebiam que precisavam de ar, a loira o perguntava:

- Shikamaru, até quando você ira me amar?[dizia em um leve intervalo entre aquele beijo]

- Até o ultimo dos meus dias. [respondeu]

            E aqueles belos olhos verdes em contraste ao rosto molhado da garota tinham uma certa  malícia ao dizer:

-O nosso mundo só pertence a nós agora!