P.O.V Sam

Depois daquela conversa com Freddie berrando coisas horríveis sobre mim e Melanie, e meu pai, simplesmente não pude aguentar. Sai correndo, feito um patinho assustado e fui para o único lugar qual eu queria que ela, a única pessoa no mundo que eu sei que nunca vai me machucar me encontrasse. Puxa vida, eu to ficando melosa, mas que saco. Por mais que eu queira, não consigo mais desprezar isso. Ele disse que eu sou grossa, e uma doida, que reclama de tudo e todos, e que me tornei a Melanie, mas na versão UFC.  Não vejo como isso pode ser verdade.

Depois de um tempo, Carly me achou. Ela sim ia me dar razão. A doce a delicada Carly, a minha melhor amiga. E ela o fez. Ela melhorou meu astral,e cada palavra que ela disse foi verdadeira, apesar de não ter dado sua opinião sobre a história toda. Mas eu prefiro assim, porque desse jeito ela não corre o risco de me apunhalar pelas costas também. Na verdade, seria bem no meio do meu peito, e eu estaria virada de frente. Metaforicamente, claro. Desci e fui dormir. Quando cheguei, Carly e Spencer já tinham apagado no sofá, então, resolvi dormir na cama de Carly. O que os olhos não veem o coração não sente, não é isso? Pelo menos eu sei que não irei tacar fogo no quarto dela. Eu estava exausta, o dia havia sido muito cansativo. Deitei e dormi mais rápido do que eu como frango, e olha que sou bem rápida nos dois.

No dia seguinte...

- Oh meu Deus, Saaaaaaaaam! Levanta! Perdemos os três primeiros tempos! Eu não dormi no meu quarto e não ouvi o despertador... Você é surda? É uma galinha cacarejando, como você pode não ouvi-la? – Carly perguntou, aos gritos.

Sabe aquele estagio do sono que você acordou, mas, no seu subconsciente, você ainda está dormindo? Ou que se você abrir a boca pode sair qualquer bobeira que vaga pela sua mente? Eu estava assim. Então, permaneci quieta.

- SAI DESSA CAMA, SUA LOOOUCA! – ela tentou mais alto, me chacoalhando. Ai sim eu despertei, definitivamente.

 Comemos, nos arrumamos, eu comi mais um pouco, penteei meu cabelo, comi cereal, botei o tênis e enquanto amarrava o cadarço comi uma torradinha. É por isso que Carly é tão magrinha, ela come tão pouco...

- Sam, eu preciso da sua ajuda, bolei um plano para acabar com o Chu... – Spencer ia dizendo.

- É, É, depois vocês falam sobre isso, anda Sam! – Carly falou, me puxando pelo braço, como um guindaste, e nós saímos do apartamento, em seguida, do prédio.

- Não sei para que todo esse desespero... É só... Escola! – eu disse, bufando, enquanto a gente se aproximava do colégio.

- Pra você. A Srta. Brigs vai nos matar se nós nos atrasarmos mais, você sabe disso!

- Certo, Carlotta, aperta o passo! – e quando percebemos, estávamos quase voando, mas já dentro da sala, nos dirigindo para nossos lugares.

- Vocês estão atrasadas, senhoritas. – a velhota começou.

- Sabemos... Você nunca se atrasou, não? E foi por uma coisa terrível! Spencer, o irmão da Carly ficou engasgado com um pedaço de bacon, e nós tivemos que levá-lo para o hospital... Para... Sabe... Des-esgasgar. – eu disse, olhando a senhorinha de nariz arrebitado. Carly me lançou um olhar aterrorizado.

- E que hospital vocês foram, posso saber? – ela perguntou, olhando para Carly.

- P-P-P-ara o... Ch... Chagas? – Carly respondeu nervosa, mais como uma pergunta do que como uma resposta.

A Srta. Brigs ficou pensativa por um instante e seguiu com a aula. Mal acreditei que ela tinha engolido essa. Freddie ficou me encarando na maior parte do tempo, mas eu não me atrevi olhar para ele. Palhaço.

Triiiiiim.

Hora do almoço. Estava com fome, afinal, tinha comido tão pouco antes de sair de casa...

- Sam, você não vai me evitar para sempre. Eu preciso falar com você... Acha que podemos começar de novo e fingir que o dia de ontem não existiu? – disse uma voz atrás de mim, pegando no meu braço.

Me virei. Era o retardado.

- Tá, que seja. É melhor mesmo que você esqueça. Tá tudo bem, eu não vou ficar magoada para sempre, relaxa, perdedor. – eu disse, tentando equilibrar a bandeja com uma mão só.

- Então a entrevista hoje às 22h...?

- Sim. Agora ache uma mesa, fedelho. – falei, mas ele botou o braço na minha frente, com uma expressão meio séria.

- Espera. Eu sou Freddie Benson, e você? – ele continuou tenso, temendo minha resposta. Em seguida, esticou a mão para eu apertá-la.

- Samantha Puckett, mas me chame de Sam. – eu disse, apertando sua mão. Ele abriu um sorriso, como se eu tivesse dito as coisas mais bonitas do mundo.

O resto do dia foi normal. O chato do Chuck nos atazanando, o cabeçudo do Nevel dando em cima da Carly e ela nem ai, apenas fitando o Gibby, na outra mesa. E, é claro, eu, e o bipolar do Freddie, não falamos nada, mas trocamos olhares o dia inteiro.

Eu nunca vou entender esses meninos... São uns irracionais. Vai saber.