– Não, Mione! Você não está entendendo. Não é que eu não goste da sua, só que a dela é melhor... - disse Rony. Já fazia alguns dias que Rony e Hermione brigavam por isso.
– COMO É QUE É? - Hermione fez a cara mais espantada do mundo - Então é assim? Eu tento deixar a minha a coisa mais gostosa do mundo e você vem me dizer que prefere comer a dela?
– Mione, tente entender... Eu comia a dela todos os dias antes de começarmos a ficar junto. Eu ainda não me acostumei com a sua.
– Então a dela vicia e a minha é apenas um lixo?
– Não. A sua também é maravilhosa, mas a dela é especial.
– POR QUÊ? - Hermione deu um grito tão alto que Rony pulou de susto - Por que a dela é especial? O que a dela tem que a minha não tem?
– Eu não sei explicar. A dela é mais picante, dá vontade de comer. - a essa altura Hermione já estava soltando mais fogo que o bebê Norberto.
– A MINHA NÃO TE DÁ VONTADE DE COMER? - Hermione já estava quase explodindo.
– Claro que dá. Mas tente comparar a sua com a dela.
– EU FICARIA COM A MINHA.
– Eu sei que sim. Mas e aquelas coxas. - Rony fez uma cara que por sorte Hermione não viu, pois estava ocupada de mais pegando um vaso e tacando longe.
– O QUE TEM AS COXAS DELA?
– Elas são coradinhas, carnudas, é tudo de bom.
– Então as minhas coxas não têm cor e também não tem carne?
– Não, elas têm sim. Mas é que as delas são perfeitas.
– PERFEITAS? As coxas dela parecem ser de uma galinha velha e pelancuda.
– NÃO FALE ASSIM.
– VOCÊ É CASADO COMIGO E NÃO COM ELA. - e mais um vaso saiu voando.
– Isso é meio óbvio. - Rony fechou a cara.
– Olha, vamos parar com isso, tá?
– Foi você que começou. Eu já tô cansado de dizer que eu prefiro comer a dela, mas que também adoro comer a sua.
– Eu sei. Mas eu sou sua mulher, acho que você poderia parar de dizer isso na minha cara.
– Mione, eu como a sua quase todo dia. Eu só estou te pedindo para me deixar comer a dela nos Domingos.
– Por quê?
– Porque eu gosto. E porque ela gosta de me dar. Ela gosta de achar que eu ainda sou dela e que ela não precisa me dividir com ninguém.
– Mas você é meu. Ela tem que se conformar que você escolheu viver comigo.
– Mas é difícil para ela.
Hermione ia começar a falar alguma coisa, mas foi interrompida pela chegada do Sr. Weasley, que apareceu do nada na lareira.
O Sr. Weasley olhou tudo em volta. Os pratos quebrados, os vasos espatifados, uma bagunça completa.
Ele olhou bem para os dois e disse:
– É aquela história de qual das duas é mais gostosa de novo, não?
– É. - respondeu Hermione olhando para baixo.
– Mione, você tem que entender que ela ainda não está conformada em ter perdido o Rony para você.
– Eu sei, mas ele não precisa jogar na minha cara que tudo dela é melhor. Não precisa ficar falando que prefere comer as coisas dela. Eu sou a mulher dele, sabe? Acho que merecia um pouco mais de gratidão. Não merecia estar passando por isso.
– Ok, mas é que... - e um barulho interrompeu o Sr. Weasley.
Era a Sra. Weasley que havia chegado. Hermione fechou a cara.
A Sra. Weasley olhou tudo do mesmo jeito que o seu marido. E disse:
– A história de qual das duas ele prefere comer, de novo?
– É. - respondeu Hermione secamente.
– Mione, querida. Pare de se preocupar com isso. - disse o Sr. Weasley - A sua é tão gostosa quanto à dela.
– Eu também acho. - disse a Sra. Weasley.
– Mas isso não é o que ELE acha. - respondeu Hermione.
Rony colocou as mãos na cabeça, impaciente.
– Olha, faremos o seguinte: eu vou te dar umas dicas. E aí ele vai querer comer tudinho. Não vai querer parar de devorar.
Hermione deu um sorrisinho e disse:
– Ok. Mas se ele não parar de reclamar da minha comida eu juro que pego a frigideira e bato nele.
Todos riram.
– Vamos ver se depois de hoje ele ainda vai querer ir comer a minha comida e usar a desculpa de que EU é que ainda não me conformei de ele ter saído de casa.
– Bom, acho melhor eu arrumar essa casa. - Hermione pegou a varinha e disse: - Limpar! - e tudo voltou ao seu lugar.
O Sr. Weasley e Rony ficaram discutindo sobre quadribol enquanto a Sra. Weasley ensinava Hermione a deixar o arroz soltinho, a fazer as melhores coxas do mundo, e por aí vai.