Diário De Uma Tributo Não Convocada escrita por Vickye


Capítulo 6
A hora do treinamento - Segundo dia e individual




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Segundo dia

Parecia que um trem havia passado por cima de mim quando acordei e me dei conta que aquela sensação não poderia ficar porque hoje era o segundo dia do treinamento em grupo. Atala tinha nos avisado ontem que agora iriamos passar por treinamentos de resistência e capacidade física. Os tributos mais fortes e bem alimentados ganhariam facilmente essa fase, na arena isso poderia auxiliar ou prejudica-los. Ter peso ajudaria quando estivessem passando fome, pois a gordura aumentaria o tempo sem começar realmente os efeitos da ausência de comida. Mas, como sempre tiveram uma refeição na hora, quando a fome os chegasse não aguentariam ficar na abstinência. Eu tinha um pouco dos dois quando meu pai ficou doente e a cura demorou algumas semanas que ficamos sem refeições frequentes tivemos que contornar de um jeito sem ajuda de ninguém, mas depois de se curar e arranjar um novo emprego essa situação nunca se repetiu.

Ontem a convivência com os outros não foi das melhores. Fiquei sozinha na observando os tributos que já começaram a sondagem sobre alianças. Ninguém falou comigo sobre alianças, isso eu já previa apesar do meu ótimo desempenho no treinamento. A minha atuação com a clava e foice foi surpreendente, felizmente, a única pessoa que tinha visto era a instrutora. Pensei no que apresentaria os gamemakers talvez as facas de arremesso ou arco e flecha.

Encontrei a mesa do café da manhã desabitada posta em poucos minutos por um avox que me olhava com olhar triste e se colocou em pé depois de servir uma porção grandiosa de chantilly no frapputino que estava acompanhando as rosquinhas de cobertura cor-de-rosa. Após algum tempo, as pessoas foram chegando até encherem a mesa todas me perguntando sobre o dia de treinamento.

–Esperam que estejam todos prontos - declarou Atala e apontou para uma garota que estava no fundo. Uma de cabelos longos e escuros de olhos expressivos e com um três marcado em sua roupa. A garota respirou fundo - dava para ver o nervosismo em seus movimentos – e se pôs frase na frente da instrutora, mas ela não teve essa audácia, ninguém teria.

– Qual sua arma?

–Besta.

As pessoas atrás de mim cochichavam algo sobre o Capitol querer que os outros saibam suas habilidades. Mas por quê? Para o banho de sangue tenha mais mortos? Para ver os tributos digladiando por uma saber uma arma? São as respostas mais plausíveis para essa atitude.

– Se vocês distenderem um músculo pode ser o seu fim. Então, formem duplas que iremos começar o alongamento e em seguida exercícios de fortalecimento para os músculos. Lembrando que duplas são do mesmo distrito.

Passei os olhos dando uma geral procurando por Adam e a vi no meio das pessoas. Ele vinha a passos curtos, Adam me contou que nunca queria ser escolhido para os Jogos Vorazes e estava até que o escolheram. O garoto ficou no meu lado e seguimos à risca tudo que a instrutora dizia.

Depois fomos um pouco mais adiante onde havia três barras com distâncias consideráveis entre as mesma, nas barras tinham umas 8 cordas que iam aumentando formando uma espécie de escada. Além de termos subir com a forma dos braços, nossos pés estarem amarrados e da última corda tínhamos que fazer exatamente como a garota do 3 demonstrou, mover-se para frente e para trás depois cair com os pés cravados no chão. As regras eram simples: errou começa tudo de novo e se acertou passa para o próximo nível.

Todos nós distribuídos em filas, Atala apitou para começarmos. As primeiras pessoas começam num ritmo rápido, mas quando chegava mais perto da minha vez ouvi um cara lá em cima caiu ele voltou ao final da fila, quando passou por perto vi as mãos dele chamuscadas. Somente as de cima queimava, alguns se esforçavam para passar dos chamuscado a vez da tributo da frente. Na terceira corda uma loura caiu me ofereci para ajuda-la, porém ela recusou com uma cara feia e depois caiu em si com uma cara me dizendo desculpa. O apito soou. Ergui-me com um pulo, a corda roçava com a mão, não era doído, mas o esforço que fazia para ficar suspensa no ar gerava dor.

Chegando às cordas mais altas, tive que abafar o grito na parte quente. Não era minha intenção parecer fraca na frente dos outros enquanto minha mão chamuscava. Na última corda a minha palma quase escorregava quando me balançava e felizmente quando pulei meus pés fincaram no chão. O centro de treinamento explodiu em palmas e Atala me mandou passar para o próximo nível, felizmente, os gamemakers nos queriam inteiros e passei um gel que tinha na entrada do segundo nível.

No telão tinha escrito 15 minutos e assim começou o frio. Mexendo-me bem rápido o frio cessava por um segundo, mas depois ele voltava mais forte. Senti meu corpo todo tomado pelo frio, a boca empalidecendo e o calor chegou. Fiquei meio tonta, subiu e me vi suando. A chuva era instável vinha e voltava.

Agora era hora do almoço. Ainda bem. As pessoas saiam suando, outras tremendo de frio como eu. Uma bebida foi para as pessoas que tinham passado para a segunda parte, um líquido alaranjado com um gosto intragável. Forcei-me a continuar tomando por que passava os calafrios.

O resto do treinamento passou aprendendo a usar o arco-e-flecha. ”Puxe a flecha até o canto da boca e solte”. Carmindy estava certa, fiz pontos altos e alguns outros tributos me lançaram olhares estranhos. Eles não precisavam ter algum tipo de disputa por causa do arco-e-flecha, as facas de arremeço era a minha principal arma.

***********

– Como vocês foram?

– Melhor impossível! –falei entusiasmada

– Também. Aprendi a usar o… – Adam não completou a frase, Rupert estava a fitando.

– Eu vou para cama. Estou exausta.

O jantar estava bom, porém o cansaço estava me corroendo. Pedi uns tampões-por causa do barulho ensurdecedor - ao avox e desabei de na cama.

Terceiro dia – Treinamento individual

O sol se apresentava em uma esplendorosa paisagem aderida à janela do quarto em que me instalaram. Um silêncio absoluto instalado enquanto acordava diferente de ontem de noite no qual precisei de tampões para adormecer. O silêncio. Hoje era a apresentação para os idealizadores que nos avaliariam e de algum jeito me senti pronta, pronta de um jeito que podia entrar na arena hoje e ter todo tipo de chance de triunfar. “Devo relaxar” pensei me arrastando até o chuveiro que aprendi a usar nesses dias aqui no Centro de Treinamento.

Fui a segunda a chegar para o café, Rupert lá estava instalado na cadeira branca em forma de ovo quebrado. A me ver ele levantou a xícara que dessa vez não estava com café reconheci pelo cheiro que era algo mais fraco como chá.

Pensei em meu pai e me lembrei quando aconteceu isso com o meu irmão.

– Carmindy vai ter algo para comentar com os patrocinadores? – Soltou Rupert quando pedia para o avox que estava empoleirado ao lado da mesa lhe servisse mais chá e uma porção de bolo de baunilha.

Fiquei por uma instante pensativa e quando fui responder Carmindy me interrompeu:

– Não pretende tirar vantagem da inocência de Chrisse. Ela nunca lhe trará vantagens, não em quanto ela é aprendiz da senhorita Faye aqui. – O momento que ela me olhou me parecia acreditar em mim de verdade – Está preparada?

Fiz que sim com a cabeça e continuei a comer umas bolachas grossas de recheio com cheddar de cobertura. O que será que Adam irá apresentar hoje? Não tive vontade de perguntar, pois ele poderia achar que estou invadindo o espaço dele ou que planejo derrubá-lo, que é mentira. E também se ela revelasse eu deveria dizer o que pretendo, mas Carmindy me deu ordens expressas de negar essa informação.

Adam chegou com notável atraso, todos nós já havíamos terminado a refeição, balbuciando algo. Tive vontade de perguntar, porém descobrir o que ee disse como vou fazer o treinamento individual com essa pressão toda. Não era do feitio de Rupert pressionar alguém, todavia com o pouco tempo que resta antes dos Jogos ele poderia fazer isso. Todos os mentores querem formar vencedores alguns talvez fizessem, conheço Rupert, para mim essa era uma probabilidade bem remota.

–Acordar você era a próxima coisa que faria. – Rupert se levantou e algo alertou a Carmindy que era uma conversa particular – Come algo?


– Já comi mais cedo.


Até dar o horário de inicio das sessões conversamos tentando tirar a pressão. Depois descemos e ficamos enfileirados esperando sermos chamados.


*****


Chamaram Adam Klimmer e mesmo calada fiz um gesto desejando boa sorte.

Após certo tempo imensa em pensamentos, fui chamada e entrei. Assim que olhei primeiro vi o idealizador que me lançou um breve sorriso mandando-me começar a apresentação.

– Charlotte Houston – falei com uma voz firme – Distrito 8

Respire fundo e vá. As palavras retumbavam na minha mente enquanto eu iniciava a apresentação para os gamemakers, todos lá com sua tacinha de vinho tinto do tipo que vi Carmindy bebendo no dia da mansão do Presidente. Inclinei-me para pegar as facas e o assim que peguei muitas percebi que aquele era um circuito em forma arredondada que os manequins içados aumentariam a velocidade. Isso era realmente bom. A corrida era um dos meus pontos fortes, pontaria também e o manejo da faca que aperfeiçoe uniu o útil ao agradável. Partiu. Os manequins começaram e o circuito funcionava exatamente como eu pensei.

Não hesitei e comecei a correr circularmente atirando todas as facas. A primeira parou na barriga, outra na garganta, no nariz, outra bem no meio dos olhos. Uma sensação de adrenalina passou por todo corpo. Eu tinha pegado a manha. O quinto manequim foi atingido na testa e o último parou exatamente no coração se fosse um humano. O circuito foi parado, rapidamente segundo eu tinha puxado uma faca e a arremessei próxima das pedras mais altas da parede de escalada. Percebi que havia uma última faca e atirei no alvo que estava ao meu lado. Talvez tenha sido a coisa mais estúpida que fiz. Que alegria, agora estraguei todo o bom resultado que coletei até agora! Para minha surpresa a faca tinha se fixado bem próximo ao centro. Respirei e tentei suprimir um sorriso, porém não consegui. O idealizador se levantou e disse:

– Você está dispensada por hoje.


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