Entre Deuses E Mortais escrita por Taisa Alcantara, Isabel Oliveira


Capítulo 10
Capítulo 10 - Cronograma de atividade diária.


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoinhas ^^
Sei que demorei, por favor, não me matem. Tava realmente difícil escrever esse capítulo. Passei por uma grave crise criativa :p
Foi horrível, mas eu superei o/
Bom,mas eu tenho um coisa muito importante pra informar pra vocês.
Eu fiz algumas alterações na quantidade de capítulos.
Eu escrevo tudo no Word, portanto tenho toda a história salva aqui.
Andei olhando e vi que tinha capítulos muito curtos, tipo, 500, 600 palavra mais ou menos. Aí eu peguei e reuni dois ou mais capítulos num só, pra ficar maior. Nada que vá alterar a história, claro, só vai diminuir a quantidade de capítulos antiga, entenderam?
É isso então. Me avisem se tiver qualquer erro, ok? Não tenham vergonha. Eu não revisei antes de publicar, então, se tiver alguma frase confusa, me avisem imediatamente, ok? =3
Beijocas lindos, boa leitura ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/277025/chapter/10

Eu caminhava numa praia, à noite. Estava fazendo frio e eu estava com o mesmo pijama que usei quando fui dormir. O vento gelado bagunçava meus cabelos e fazia-me tremer.

Não queria estar ali. Mas sentia que alguém tinha me colocado naquela praia por algum motivo. Eu encontraria respostas.

Vi um casal conversando próxima a água. Soube na hora que eles eram motivo de ter aparecido naquele lugar. Aproximei-me vagarosamente e fiquei escondida atrás de uma grande rocha. Esforcei os olhos para reconhecê-los, contudo, a escuridão não permitia que eu visse muito mais que suas silhuetas. Notei que a mulher estava grávida, e pelo tamanho da barriga já devia ter uns oito meses.

Mudei de posição, escalando a pedra. Agora o rosto do homem estava imerso na escuridão, mas a moça estava sendo iluminada pela luz da lua. Seus traços me eram familiares. Ela olhava para o ele cheia de ódio e remorso.

Em meio a isso tudo, a única coisa em que eu pensava era: “Que diabos esse casal está fazendo discutindo numa praia deserta no meio da noite?!”.

Ouvi um soluço vindo da mulher. Então abriu a boca para falar e sua voz me atingiu com um baque. Era a voz da minha mãe.

– Você não pode estar fazendo isso comigo. Não pode me abandonar. – Ela falava alto, com a voz embargada. Pôs a mão sobre a barriga. – Não pode nos abandonar.

O homem suspirou e disse:

– Por favor, Anne, não fale assim. Você sabe muito bem que eu não queria deixar nenhum de vocês. Mas eu não posso continuar aqui.

A minha mãe bufou e balançou a cabeça, como se quisesse afastar algum pensamento.

– Você vai insistir nesse absurdo? Quer mesmo que eu acredite que você é um “deus grego”. – Ela fez aspas no ar. – Se quer mesmo ir embora, ao menos seja sincero.

O homem pôs a mãe no rosto dela e suspirou.

– Você sabe que é verdade. Eu nunca iria embora se não tivesse um bom motivo. Eu te amo.

Anne fitou-o com olhos marejados. Depois o abraçou e comecei a ouvir soluços abafados.

Era muito estranho ver a minha mãe assim. Quer dizer, era como se eu estivesse tendo uma visão do passado. Ela aparentava uns 25 anos. O homem, que eu supus ser o meu pai biológico, ainda estava irreconhecível em meio à escuridão. Devia ter 30 no máximo.

– Querida, eu preciso ir. – ele disse, fazendo ela se afastar calmamente. Sua voz era grave. – Mas antes, eu quero lhe deixar isso.

Ele abriu a mão, fazendo um brilho surgir. Uma adaga e um colar com pingente de coração, idêntico ao que eu carregava no pescoço, apareceram. Anne deu um passo para trás, assustada, mas ele não se importou.

– Esse pingente é encantado. Vai proteger a nossa filha de qualquer coisa que possa ameaça-la. E a adaga será o instrumento de guerra dela.

Minha mãe pegou os itens e jogou numa bolsa que carregava no ombro. Ela baixou a cabeça. Parecia estar fazendo força para não encará-lo. Depois se alguns minutos ela suspirou e olhou no fundo dos olhos dele.

– Então isso é um “adeus”?

O homem negou e segurou o seu queixo delicadamente.

– Não. Isso é um “até logo”.

Eles sorriram e se beijaram. Eca. Isso é estranho. Depois do beijo, minha mãe começou a se distanciar lentamente, andando para trás. Então ela se virou e sumiu de minha vista. Quando tornei a olhar meu pai biológico, ele estava brilhando. É, brilhando. Como de tivessem aceso uma lâmpada dentro dele. Aí começou a crescer e crescer, até que tudo ficou branco e eu acordei.

Deviam ser umas seis e meia da manhã quando despertei. Havia algumas camas vazias e desarrumadas, mas ainda escutava o ronco de Connor ao meu lado. Levantei um pouco grogue e fui fazer a minha higiene matinal, tomando cuidado para não acordar ninguém. Depois, abri a mochila e peguei a blusa laranja e uma bermuda que ia até acima do joelho. Tomei um banho, me vesti, coloquei meu cinto com a adaga e parti para meu café da manhã.

Era uma linda manhã de terça-feira. Cheguei ao pavilhão e me sentei à mesa de Hermes, que estava estranhamente vazia. Pedi suco de laranja e vi o meu copo se encher com o líquido. Em seguida me servi com panquecas e joguei uma parte na fogueira.

Os minutos iam passando e o refeitório ia enchendo. Logo a mesa de Hermes já estava lotada de novo.

– Acordou cedo, bebê? – perguntou Connor, intrigado. Ele tinha se sentado á minha esquerda.

Bufei. Não iria contar o meu sonho a ele. Travis, que acabara de voltar da fogueira, se sentou á minha direita e me encarou.

– Sonhos ruins?

Levantei a sobrancelha para ele.

– Foi... Como você sabia?

Ele sorriu com o canto da boca.

– É a coisa mais normal entre nós. Semideuses sempre sonham com coisas que aconteceram no seu passado, estão acontecendo no seu presente ou vão acontecer no seu futuro. Foi muito ruim?

Encolhi os ombros.

– Foi estranho. Mas acho que não quero falar sobre isso. – desviei minha atenção para comida.

– Sem querem me intrometer, mas como conselheiro mais velho e mais responsável – Travis lançou um olhar significativo para Connor. – Sonhos assim nós devemos contar a Quíron. Pode ser importante.

Eu assenti. Contar ao centauro podia ser uma boa ideia. Talvez pudesse ajudar a descobrir quem era o meu pai olimpiano.

– Obrigada.

Voltei a minha atenção as panquecas. Terminei de comer antes que todos. Saí da mesa e fui procurar Quíron. Não demorei muito, por que nos esbarramos na saída do pavilhão.

– Melissa! Estava te procurando. – Disse o centauro. – Tenho que te entregar os horários.

– Ah, eu também estava te procurando. Quero contar um sonho estranho que eu tive essa noite. – Falei, um pouco sem graça.

– Ah, certo. Vamos, me acompanhe até a Casa Grande.

Caminhamos em silêncio até a varanda de madeira. Quíron se aproximou de uma mesa que tinha uma cadeira de rodas. Ele ficou de costas para a ela e aproximou a seu traseiro de cavalo. Aos poucos ele foi sumindo, dando lugar a pernas humanas. Depois de instantes ele estava sentado nela, como na primeira vez que eu o vi.

Eu preferi não perguntar nada. Me sentei na cadeira que estava na sua frente e esperei Quíron falar:

– Então, me conte mais sobre esse sonho.

Respirei fundo e comecei a narrar a minha noite turbulenta. Contei os detalhes da minha “visão do passado”, e Quíron ouviu com muita atenção, sem pronunciar uma palavra.

– Bom, você teve um flashback de quando o seu pai partiu. – Ele explicou. – Foi um sonho normal para a maioria dos semideuses. É primeira vez que sonha assim?

Neguei imediatamente.

– Não. Eu vivo tendo sonhos estranhos. Tipo quando eu tava no Brasil. – Me lembrei da vez que tive uma visão daqueles semideuses na prisão com Campe e Briareu.

Quíron se ajeitou na cadeira num incentivo de contar a ele. E assim o fiz. Contei-lhe cada detalhe e ele pareceu surpreso. Quando acabei ele perguntou:

– Então você sonhou com eles sem nunca ter os visto?

Balancei a cabeça em sinal negativo.

– Bom... Você sonhou com campistas nossos que saíram numa missão á pouco tempo. Percy Jackson e Tyson, filhos de Poseidon; Annabeth Chase, filha de Atena e Grover Underwood, um sátiro guardião.

Assenti, enquanto tentava processa tudo aquilo. Uma das perguntas que perambulavam pela minha cabeça saiu acidentalmente da minha boca:

– Como foi que eu conseguir sonhar com eles? Foi como se a minha alma tivesse viajado, ou coisa assim. Eu não entendo...

– Detesto admitir, mas eu também não. Talvez você tenha uma espécie de ligação empática com algum deles.

Fiz um careta. Quíron compreendeu a minha confusão e explicou:

– Ligação empática é uma conexão que você tem com alguma pessoa muito próxima. Ela liga seu consciente, de forma que você possa sentir o que ela sente, e sonhar se alguma coisa estiver acontecendo a ela. E se essa pessoa morrer... Bem, você morre também. Ou ficaria em estado vegetativo, que também não é muito bom.

Estremeci. Quem poderia ter uma ligação dessas comigo, se eu nunca tinha visto nenhuma daquelas pessoas? Eu o centauro ficamos num silêncio tenso durante alguns minutos, até ele se pronunciar:

– Ah, e antes que eu me esqueça, aqui está o seu horário.

Ele puxou um papel dobrado do bolso da camisa e me entregou.

Peguei o papel, desdobrei e li:

Cronograma de atividade diária.

07h00min

Café da manhã e inspeção da cabine.

08h00min ás 09h00min

Aulas de grego antigo no chalé de Atena.

09h00min ás 10h00min

Treino de arco e flecha com o chalé de Apolo.

10h00min ás 11h00min

Equitação com Pégasos junto com o chalé de Apolo – Primeira hora voo livre e segunda hora combate aéreo.

11h00min ás 12h00min

Treino de espadas como chalé de Ares (armadura de combate completa necessária).

12h00min ás 13h00min

Almoço.

13h00min ás 15h00min

Escolha livre:

Corrida de canoas com as Náides;

OU

Parede de escalada com sátiros.

15h00min ás 16h00min

Tempo livre.

16h00min ás 17h00min

Oficina de Artes & Ofícios com o chalé de Hefesto.

17h00min ás 19h00min

Voleibol e limpeza da cabine.

19h00min ás 20h00min

Jantar e cantoria na fogueira.

21h00min

Preparar-se para cama (Toque de recolher as 11h00min)

Ps.: Nas sextas-feiras, depois do jantar, teremos Capture a Bandeira (das 16h00min ás 21h00min).

Quíron interrompeu minha leitura com um pigarro.

– Acho bom você se apressar. Sua primeira aula começa daqui a dez minutos.

Arregalei os olhos e levantei da cadeira. Agradeci ao centauro pela atenção e corri. No caminho para o chalé de Atena esbarrei com Isabel, que vinha na direção oposta.

– Ei! Estava te procurando. Não te vi no café da manha. Onde cê tava?

– Ah, eu fui pegar meu horários com o Quíron. – respondi, mostrando o papel á ela.

Isabel pegou, leu e de repente começou rir e dar pulinhos.

– Que legal, que legal, que legal! Vamos ter as três primeiras aulas juntas! – ela comemorou ao meu lado, apontado os horários. – E a aula de grego antigo é a minha favorita!

Comemorei também, apesar de não entender por que ela considerava aquela aula como favorita. Saímos dali e fomos juntas para o chalé seis.

O chalé era todo feito de um mármore branco e pálido. Na frente havia duas grossas colunas, torcidas em tranças, e galhos de oliveiras por todo canto. Seu interior era cheio de estantes abarrotadas de livros de diversos assuntos, mesas com pergaminhos, maquetes, armas e plantas e mapas antigos e armaduras afixadas na parede.

Grande parte dos filhos de Atena que eu encontrava no chalé era alta, loira ou com cabelos castanhos e donos de intensos olhos cinza tempestuosos. Isabel me puxou para uma mesa vazia e se sentou. Olhei em volta e vi Malory e Joseph conversando animadamente. Ela acenou para mim. Retribui o aceno e sorri.

– Ele chegou. – ouvi Isabel sussurrar, enquanto apontava discretamente para a porta. Olhei na direção indicada e vi Cory entrar, sorridente. Isabel suspirou.

– Ah, então é por isso que você gosta tanto de Grego Antigo. – eu falei em voz baixa para ela, em meio a uma risada.

– Só descobriu agora? Você é meio lerdinha, hein?

Dei língua pra ela. Cory cumprimentou alguns dos seus meios-irmãos quando entrou e depois se dirigiu a nossa mesa.

– Oi gente, tudo bom? – depois sorriu diretamente pra mim. – Pronta para a sua primeira aula de grego antigo?

Assenti enquanto observava ele arrumar uns papéis e uns livros em cima da mesa. Depois de alguns outros filhos de Apolo se juntar a nós, começamos a aula. Cory explicava algo como “A aplicação do Grego Antigo no nosso inglês” enquanto eu olhava em volta, um pouco distraída. Cada filho de Atena dava aula pra quatro ou cinco filhos de Apolo. Malory estava tendo aula com Joseph, mas não parecia estar prestando muita atenção. Ela sorria o tempo todo com um ar sonhador. Me aproximei da Isabel e sussurrei.

– Malory é outra que gosta dessa aula. Olha como ela está prestando atenção.

Isabel deu uma risada baixa e respondeu num sussurro.

– Não, ela prefere as aulas práticas. Ela me falou que Joseph é um excelente professor particular.

Gargalhamos um pouco mais alto que deveríamos e Cory nos lançou aquele olhar reprovador que o professores tem. Nos ajeitamos na cadeira e começamos a anotar umas coisas que ele falava. O tempo foi passando e logo estávamos saindo do chalé para o treino de arco e flecha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, na parte do cronograma, eu tinha feito um tabela, mas na hora de colar não deu certo :p Daí ficou aquela bostinha ali. Não der pra entender me falem que eu arrumo, certo? *-*
Ah, e eu mudei a roupa de Vó da Melissa, no capitulo 2 (Finalmente em casa). Não que isso vá mudar alguma coisa na fic, mas aquela roupa que eu tinha feito tava horrorosa. Se quiserem ver, é só ir lá ao capitulo e.e
E fantasminhas, apareçam. Sei que é chato ficar pedindo, mas quem escreve fic sabe como reviews são importantes. Não precisa muita coisa, só um "Tô gostando da fic" me deixaria muito feliz.
Quem não tiver conta aqui, fale comigo pelo Twitter (https://twitter.com/Taisa_Alcantara)
Ok, já to ficando chata. Beijocas amores *0*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre Deuses E Mortais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.