Não tinha uma pessoa que não nos olhasse passar pelo aeroporto de mãos dadas, Edward não trouxe malas porque decidiu tudo de última hora, iríamos pro Brasil, mas não vamos para a casa da Zafrina. Mesmo que ele não quisesse que eu descobrisse aonde vamos, tive uma visão de uma ilha, a ilha de Esme.

Chegamos ao anoitecer, Edward deixou minhas malas na lancha e fez questão de passearmos pela praia enquanto ainda estava escuro.

–eu pensei que estivesse com raiva.

Ficamos caminhando de mãos dadas na beirada do mar, olhei a água molhando nossos pés e depois olhei seu belo rosto.
–posso ter ficado com um pouco de raiva no inicio, mas depois foi passando... Talvez você tenha exagerado, mas esse é seu jeito. Alice conversou comigo e explicou como você se sentia, e me fez ver com outros olhos a nossa situação. Desculpe-me, sei que não está fácil pra você ter que aturá-la, mas peço que tenha calma.

–perdi a cabeça.

Voltamos para a lancha, sentei enquanto assumiu a direção.

–quer tentar? – perguntou depois que o barco estava em movimento.

Assumi a direção, ele ficou colado atrás de mim, sorri brincando com a lancha.

–eu te amo – sussurrou beijando meu pescoço.

Vi a ilha e a casa estava iluminada, um corredor de velas iluminava da praia até a entrada da casa.

–é linda.

–Carlisle deu de presente para Esme.

–por que me trouxe aqui?

–você não tinha ficado brava por saber que Tânia já veio aqui comigo? Só que tem uma grande diferença, porque quando viemos, minha família veio junto, nunca a trouxe sem minha família, você é a primeira.

Assenti compreendendo, Edward me pegou no colo ajudando-me a descer e me carregou para dentro da casa, deixou-me no chão para buscar minhas malas. Antes mesmo que ele chegasse à metade da praia, fiz um rápido tour pela casa.

–gostou?

–é linda.

–sinta-se em casa.

Guiou-me para o quarto onde “dormiríamos”.

–o que quer fazer primeiro?

–não sei. Talvez um banho... Nossa, um banho agora cairia bem.

Pensou em nós dois nus tomando banho de mar.

–banho?

–sim Edward, banho. Agora vai indo, te encontro lá.

Saiu resmungando, entrei no banheiro ansiando por um bom banho. O que será que Edward dirá quando descobrir que não voltarei pra Forks? Será que ao retornar meus pais terão me perdoado? São tantos ‘será’.

POV Renée

Não queria ter feito o que fiz, mas foi necessário... Para evitar que um desastre acontecesse e para afastar Bella de Edward, porque no dia que tivermos que matá-los... E querendo ou não, esse dia vai chegar, tenho certeza que Bella se colocará ao lado dele e não poderei matar minha própria filha, não ela que tanto protejo e amo.

–não fique com essa cara se você que escolheu isso.

–eu queria que ela não tivesse gostado dele, Charlie seria tudo tão mais fácil... Mas se essa é a única condição para afastá-la dele, precisamos seguir em frente... Mesmo que ela nos odeie.

–eu já disse pra você, é melhor contar pra ela... Mesmo que depois ela nos mate.

–nós temos que protegê-la... Foi essa promessa que fizemos um ao outro, vamos protegê-la custe o que custar.

–até quando Renée? Ela não é uma criança, vamos destruir nossas vidas e a felicidade dela, para protegê-la? E Bella não tem direito de escolher se ela quer ser protegida?

–eu sou a mãe dela e sei o que é melhor pra ela.

–sabe mesmo?

Levantei irritada com esse assunto. É claro que eu sei o que é melhor para a minha filha, fui eu quem a colocou no mundo, sei o que é melhor pra ela ou não. Charlie nunca amará Bella como eu amo, ele nunca saberá o que é esse amor de mãe que eu sinto, ele não sabe o que é melhor pra ela.

POV Bella

Depois de nos amar na areia até o amanhecer, entramos e deitamos na cama.

–vamos casar quando terminarmos a escola.

–vamos? Eu não me lembro de você ter me pedido em casamento.

–é necessário?

–é claro que é... Está achando que sou fácil assim?

Sorri acariciando seu peito.

–vai querer um anel também?

–o que você acha? É claro.

Ele riu acariciando meus cabelos.

–está querendo demais.

–você não vai me dar um anel?

–não.

Sorri maliciosa deslizando minha mão por debaixo do lençol, até pegar no seu membro, de início não entendeu o que eu estou pra fazer. Deslizei minhas mãos para cima e para baixo lentamente.

–eu quero um anel bem... Bem grande... Sabe daqueles especiais?

Ele gemeu assentindo.

–quero mais especial que isso... Bem mais... Um grande e... – sorri enquanto ele gemia mais alto – vou ganhar um?

–vai... Isso...

–vou ou não vou?

–vai...

Levantei da cama e antes que ele se tocasse, saí pela porta. Mas antes que chegasse a me afastar da porta, ele me segurou pelo pulso me puxando de encontro ao seu peito.
–aonde pensa que vai?

Pegou minha perna direita levantando-a até sua cintura, penetrou em mim com força, sem nenhum carinho. Gemi cravando as unhas no seu ombro pra não ir ao chão.

–gosta disso, né?

Bateu minhas costas na parede com força e eu gemi mais alto.

–você não vai ganhar nada... A não ser que me mostre que realmente merece.

Empurrei seu peito até bater na outra parede, sem nos desconectarmos fiquei na ponta do pé começando a subir e descer lentamente, ele me girou me prensando na parede e começou a estocar com força. Giramos pelo quarto até cair na cama, abafei os gritos no travesseiro, recomeçou um vai e vem frenético, gemi forte. Ele parou e quando fui protestar, deitou atrás de mim levantando minha perna e penetrou de novo, é gostoso demais, o som do meu corpo batendo contra o dele ecoava pelo quarto.

Paramos quando a cama quebrou nos impedindo de prosseguir.

–está amanhecendo... Quer conhecer a ilha e caçar?

Assenti indo tomar um banho, assim que saí, Edward entrou pra tomar banho, vesti um short e uma camiseta cinza pra caminhada. Sentei na varanda desembaraçando meus cabelos.

–vamos?

Sorri jogando o pente no sofá, peguei sua mão preparada pra ir onde quer que ele vá me levar, com Edward... Vou até no inferno se ele estiver lá segurando minha mão.

–por que está tão feliz?

Sorri com vergonha de dizer o que penso.

–você me deixa feliz.

Beijou o topo da minha cabeça antes de corrermos pela ilha.

POV Charlie

Cheguei em casa exausto mentalmente por tudo o que aconteceu ultimamente, esperei encontrar Renée para conversarmos, mas está nos Cullen's. Olhei a casa vazia sentindo saudades de Bella, apesar do seu gênero explosivo, ela é um amor de pessoa e as consequências da vida é que a transformou no que é hoje, mas sinto que é apenas um modo de defesa. Subi indo pro seu quarto, a cama desarrumada e roupas por todo o canto me fez sorrir, tão Bella.

Sinto falta da sua risada escandalosa, mas não aquela risada diabólica, aquela risada incrível que é só dela, quando ficava deitada no sofá quando não estava com Edward. Por onde andarás? Sempre desejei vê-la como está hoje, sorrindo, usando roupas coloridas, arrumada e amando, mas quando finalmente isso tudo acontece, sou eu a pessoa que destruo sua felicidade. Serei eu merecedor de algum perdão? Algum dia ela será capaz de me perdoar? Renée chegou assoviando, ela parece não se importar com a ausência da nossa filha.

–o que foi Charlie?

Ignorei sua pergunta recolhendo uma blusa de Bella jogada no chão, comecei a dobrar tudo lentamente. Subiu parando na porta.

–aconteceu alguma coisa? Bella fez algo?

–não sei, não tenho notícias dela desde que foi expulsa daqui – respondi rispidamente.

–não estou entendendo você.

Voltei a me concentrar no que fazia.

–nós concordamos em protegê-la... Você está pulando fora?

Falar com ela não resolve mais nada, Renée só quer proteger, proteger, mas se esquece de que tudo tem um limite.

–vai me ignorar agora?

Olhei a janela tristemente.

–me arrependo amargamente quando concordei em trabalhar pros Volturi, quando concordei em protegê-la acima de tudo... Mesmo que custasse sua felicidade.

–preferiria vê-la morta?

–antes morta e feliz, do que passar a eternidade infeliz.

–pois eu prefiro tê-la ao meu lado.

–ao seu lado? Você já olhou em volta? Está sozinha Renée, o meu amor você perdeu há muito tempo e nem percebeu, e o amor da sua filha você está perdendo e também não está percebendo.

–um dia ela irá entender.

–eu não entenderia.

–mas você não é ela, não a conhece direito.

–e nem você é ela, e pelo visto também não a conhece, pois só toma as decisões erradas.

–não tente jogar a culpa disso tudo pra cima de mim.

–não estou fazendo isso, sei que tenho uma parcela de culpa nisso... E como eu me arrependo.

–se você quiser ir embora... Pode ir, consigo segurar as pontas sozinhas, sempre foi assim, né Charlie? Você me acusa de ter me afastado de você, mas você nunca me deu motivos pra continuar insistindo no nosso casamento. Não sei o porquê de ainda estarmos juntos, não nos amamos mais.

–comodismo... Ou estávamos apenas preocupados em passar um bom exemplo pra Bella.

–agora que ela se foi, não precisamos mais passar a imagem de um casal que se ama – avisou friamente saindo.

Anos que não nos tocamos, não sei o que é sentir o amor e carinho de uma mulher. Renée ficou tão preocupada em proteger a Bella, que se esqueceu do nosso casamento, e quando percebemos isso, nosso casamento esfriou e não conseguimos mais conversar sem ela citar sua preocupação com o futuro de Bella.

Para passarmos um bom exemplo pra Bella de felicidade, decidimos continuar nosso casamento, mas não sei se algum dia conseguirei amar a Renée de hoje, sinto saudades da doce e ingênua Renée pelo qual me apaixonei séculos atrás. Com o passar dos anos ela mudou tanto, se tornou irreconhecível.