POV HIKARI

Santo Poseidon! O Quíron iria me cortar em pedacinhos e dar um pouco de oferenda pra meu pai. E se essa garota fosse romana? E todos aqueles boatos de semideuses romanos que viriam acabar conosco achando que nós sequestramos o Jason, a Hazel e o Frank. Podia parecer dura, mas estava tremendo por dentro.

-FALA LOGO GAROTA! - Gritei nervosa.

-E-e-e-u... A Clarisse que disse para eu vir falar com vocês. - Ela falou com o rosto todo vermelho de medo; ela não parecia ter nenhuma arma em mãos, o que era ótimo.

-Como eu posso acredita em você? Você é filha de quem?!-Falei aproximando minha espada em seu pescoço.

-Ei, vai com calma Kari! – Sugi falou comigo apoiando sua mão em meu ombro.

-E se ela for romana? -Falei nervosa.

-Tá na cara que não é! Posso ser filha de Zeus, mas eu ainda gosto de estudar, ok?- Sugi respondeu calma, daquela maneira sempre de boa dela.

-Oi?  Eu não tenho a menor ideia do que está acontecendo, e Clarisse disse que vocês poderiam me ajudar, ela tinha que contar alguma coisa pra um tal de Búron...- A garota respondeu pensativa.

-Quíron, o nome dele é Quíron, o centauro, chefe de atividades do Acampamento e...

-CENTAURO?- Ela perguntou assustada.

-Pera, você não sabe que é semideusa ainda?- Sugi perguntou assustada.

-Oi?  Semideusa? Centauros, vocês também estão drogadas?- Ela perguntou recuando. Percebi o que estava acontecendo e embainhei minha espada nas costas.

-Bom, desculpe pela má apresentação é que eu tenho que cuidar pra nenhum estranho entrar aqui, mas me diga seu nome – Falei mais calma fazendo sinal para ela parar de se afastar.

-Meu nome é Daphne- Ela respondeu.

-Daphne, você é uma semideusa, sabe aquelas coisas de deuses olimpianos e tudo mais? Então é real! Ou seu pai ou sua mãe é um deus grego.

-Minha mãe me abandonou quando criança, disse que ela tinha mais o que fazer do que criar uma criancinha! Meu pai me odeia desde então e me expulsou de casa, nenhum dos podem ser deuses gregos, os dois são frios demais!

-Não foi bem assim que aconteceu criança. - Uma mulher, vestida com uma túnica branca, com um rosto extremamente bonito, cabelos pretos, e uma áurea que me passou algo como um carinho maternal. Porém, Sugi parecia estar sendo sufocada - ou algo do tipo - porque o rosto dela estava com uma feição horrível. Reconheci-a quase depois disso.

-Deusa Hera!-Falei nervosa.

-Sim, cria de Poseidon, e com licença garota- Ela olhou para Sugi com desprezo, um tanto quanto óbvio. Sugi é filha de Zeus, ela a consumação da traição de Zeus para com Hera- Querida, seu pai tem todos os motivos para odiar sua mãe e boa parte da família dela - Ela falou segurando o rosto de Daphne com carinho - Mas olhe, sua mãe, ela lhe ama muito! Não só ela! Ela não pode vir, mas pediu para que eu viesse te acalmar.

Uma lágrima caiu do rosto de Daphne; eu não queria estar no lugar dela, deve ser tão difícil.

-Quem é minha mãe?- Ela perguntou com uma voz tão doce que me dava vontade de abraça-la e carrega-la no colo. Sério, coitada!

-Com o tempo descobrirá o segredo de sua família, ela não pode vir sozinha minha querida, ela não pode se apresentar sozinha, mas ela prometeu que essa noite você saberá de parte de todos os seus segredos- Hera a abraçou – Eu te abençoo menina.

Uma fina áurea branca revestiu a menina nova.

-Com essa benção, você somente se apaixonará por aquele que nutrir um amor verdadeiro por você, e quando vocês derem seu primeiro beijo, minha benção fará com que ele nunca te traia. Eu tenho que ir pequena, fique tranquila, ok? Vou estar sempre velando por ti.

A deusa passou pelo nosso lado e Sugi abaixou a cabeça

-Desculpe-me oh Hera- A deusa fez um sinal com a mão e Sugi parou de falar.

- A culpa não é sua garota, você só é a consequência.

E assim ela sumiu como uma fumaça branca.

Daphne tremia e começou a chorar. Realmente era muita informação de uma vez só. Sugi também estava abalada.  Ah deuses, só eu estava sã.

- Vamos levar a Daphne para Quíron. - Segurei a menina e passei seu braço pelas minhas costas para seguirmos pelo caminho da Casa Grande.

[...]

Clarisse estava mesmo lá dentro conversando com Quíron; ele olhava fixamente para ela que parecia extremamente nervosa. Enquanto isso Sr D. brincava com sua latinha de Diet Coke. Quíron olhou para nós entrando e Clarisse parou e olhou para trás.

-DAPHNE!- Ela veio para perto de nós- O que vocês fizeram com ela? Eu achei que pudesse confiar em você Hikari- Seu olhar demonstrava ódio, até que ela viu Sugi meio abatida e fez cara de dúvida.

-Antes de falar merda Clarisse La Rue, saiba que quem fez isso com ela foi Hera!

-Eu senti algo, mas não achei que Hera fosse fazer uma visitinha, principalmente aqui no acampamento- Dionísio falou tentando tirar o fecho da latinha.

Daphne estava fraca e ainda soluçava um pouco.

- O que aquela vaca fez?- A última vez que vi Clarisse assim foi quando mataram Silena, claro que ela estava bem mais nervosa, mas era tipo isso.

- Ela abençoou a garota, e conversou um pouco com ela, todo mundo sabe que essa transição não é nada fácil Clarisse!-  Sugi falou olhando nos olhos dela.

-Awn, Clarisse, a filhinha de Ares, ‘tá com dó da menininha nova’ é?- Falei com voz de criança, pois sabia que isso irritaria Clarisse, e seria engraçado demais. Logo depois ela me olhou nervosa e eu tive que me segurar para não rir.

-Hikari, cala essa sua boca de peixe podre se não eu...- Clarisse falava com ódio até que algo a interrompeu.

O sinal para irmos jantar soou.

-Da próxima vez você não vai fugir!- Clarisse falou passando a mão pelas costas de Daphne a levando enquanto falava com ela.

-Aff, a Clarisse às vezes acha que é melhor que todo mundo. O Percy e a Annabeth já superaram ela há tanto tempo e ela continua com esse ego ridículo- Eu falei sem pensar.

Sugi simplesmente riu e respondeu- Que tal irmos jantar?

Fomos até o refeitório, chegando lá eu me separei de Sugi, porque a gente tinha que jantar na mesa de casa chalé e blábláblá. A minha estava mais ou menos cheia, já que quando -não sei como- descobriram que o Percy era um dos filhos dos 3 grandes da profecia, nosso pai surgiu com alguns filhos do além.

Sugi estava com Jason e seus outros irmãos, que não eram muitos, também, mas que ela se dava muito bem. Meu namorado - é meu namorado - estava na mesa de Atena conversando com uma amiga dele, Louise, que era bem simpática. Procurei por Daphne até lembrar que os semideuses não reclamados vão para o chalé 11. Encontrei-a conversando com Connor, coitada.

Comi carne, estava com uma vontade louca, macarrão e suco de laranja; quando fui jogar uma parte da minha comida na fogueira, Daphne se levantou de sua mesa e chegou até mim.

-Oi, é eu entendi seu lado e não quero que você fique mal comigo- Ela falou segurando um prato com mais da metade de salada, eu TIVE que reparar nisso.

-Ah tudo bem, é tão difícil ver Clarisse sendo simpática que eu tive que fazer uma brincadeirinha- Falei jogando um pouco do macarrão e pensei “ ‘ta aí pai, aproveite a comida” depois subiu um leve cheiro de maresia-  Aliás, vai oferecer sua comida pra quem?

-Ah- Ela respondeu meio cabisbaixa- A minha mãe, seja ela quem for.

Dei um sorriso de leve, eu também sabia como ela se sentia. Sentei-me e esperei Quíron falar sobre os novos semideuses.

-Caham, bom como sempre vou apresentar pra vocês nossos novos semideuses: Daphne e Josh.

Daphne estava conversando com esse Josh porque os dois se levantaram juntos e foram a frente de todos. Não deu alguns segundos e o menino foi reclamado como um filho de Hermes, com o caduceu branco sobre sua cabeça.

-Salve Josh filho de Hermes, o deus dos viajantes.

Daphne abaixou a cabeça e vi uma lágrima caindo do seu rosto, naquela hora eu prometi a mim mesma que odiaria eternamente a mãe dela por fazê-la passar esse mico na frente de tanta gente. Vi Quíron falar pra ela que isso era normal, mas não era, ela já tinha 14 anos, estava 1 ano atrasada. Quando ela estava sentando-se à mesa de Hermes, algo apareceu sobre sua cabeça.

Espirrei todo meu suco na cara de um irmão meu.  Como assim? Não faz sentido algum. O acampamento inteiro parou para olhá-la e Quíron fez a mesma cara de susto. Até mesmo Sr. D. estava assustado. Isso é impossível.