Lágrimas de Sol escrita por Anastacia B, Kah Correia


Capítulo 29
Capítulo 29 - Parte II + Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Tudo bem com vocês?
Como prometido, segue o epílogo.
Outra coisa, como o último capítulo estava grande e eu queria postar logo, faltou um pedacinho huahuauhuauhuha. O coloquei no epílogo mesmo.



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Lissa finalmente havia conseguido terminar meu penteado. Respirei aliviada, segundos antes de virar e verificar meu reflexo no espelho. A primeira impressão foi quase chocante. Mesmo passando notoriamente dos vinte anos, maquiagem era algo que eu não estava tão habituada, quanto Vasilisa Dragomir. Ela me observava maravilhada e eu, tentei sorrir naturalmente.

–Você não gostou. – Ela murmurou impaciente, girando minha cadeira, para que eu virasse para ela.

–Na verdade está bom. – Respondi sem delongas, mas não pareceu ser o suficiente.

–Mentirosa. Deixa-me mexer um pouco aqui. – Ela então abriu novamente seu estojo de maquiagem e então, alguém bateu na porta de seu quarto.

–Liz. Eu posso entrar? – Christian Ozera estava na soleira da porta, vestindo um perfeito smoking preto.

–Claro. – Ela então depositou o pincel de blush na penteadeira e se voltou para Christian. Notando que ele tinha uma expressão duvidosa, ela se desculpou comigo:

–Eu já venho Rose. – Há passos rápidos, ela seguiu seu marido, para fora do quarto.

–Não demore. – Murmurei impaciente para mim mesma, fechando meus olhos e depositando minha cabeça no encosto da cadeira. Em pouco tempo depois, ouvi o click da fechadura, mas não me importei. Provavelmente era Lissa retornando, ou havia esquecido alguma coisa.

Como não ouvi som algum, resolvi abrir um de meus olhos. Não havia ninguém. Fiz menção de levantar:

–Mas o que? – Mal tive tempo de protestar, quando mãos taparam a minha visão. Tentei protestar, mas alguém foi mais rápido.

–Não ouse. – A voz de Dimitri, me fez soltar as mãos e sorrir.

–O que você está fazendo? – Perguntei intrigada. – Está ferrando com a maquiagem de Lissa. Ela vai ficar uma fera.

–Ela vai superar. – Mesmo no escuro, eu quase consegui ver Dimitri sorrir. –Quero que mantenha seus olhos fechados. – Ele ordenou.

–Para o que? – Novamente deixei minha curiosidade vir à tona.

–Você é muito curiosa. Apenas faça o que eu pedi. – E com um suspiro alto, fechei meus olhos de vez. – Eu vou tirar as mãos, mas não quero que você abra seus olhos. Fui claro?

–Sim Senhor. – Fiz continência e ouvi sua risada. Dimitri então tirou suas mãos e como prometido, eu não abri meus olhos. Em seguida, senti uma leve pressão no local onde antes, ele havia colocado suas mãos. Era uma fenda. Toquei o material fino e percebi ser seda.

–Mas o que é isso? – Não consegui evitar uma risada abafada.

–Fique quieta. – Dimitri então terminou de amarrar a seda em meus olhos e senti em minha testa, um beijo molhado. – Agora me dê suas mãos. Novamente suspirando, eu acabei cedendo.

–Agora vamos brincar de cobra cega? – O instiguei, mas Dimitri ficou em silêncio e tão logo começou a caminhar, puxando minhas mãos. O segui sem hesitar.

–Agora fique parada ai. – Dimitri instruiu novamente, depositando com cuidado, minha mão sobre a parede fria.

–Está bem. – Murmurei impaciente.

Ouvi o som de passos apressados e então, voltei a falar:

–Dimitri, eu estou ficando impaciente. É um pecado fazer isso com uma mulher grávida. – Mordi o lábio e então, ouvi uma risada vindo de longe. – Estamos atrasados para a minha formatura.

–Pode tirar a fenda. – A voz de Dimitri era firme e então, levei minhas mãos para meus olhos.

–Eu não faço ideia de... – Comecei, mas quando meus olhos entraram em foco, não consegui evitar levar minha mão aos lábios, pela surpresa. Eu estava agora no topo da escadaria da casa de Lissa coberta por pétalas de Rosa e Dimitri, agachado no final da escada, segurando uma pequena caixa em mãos. Suas bochechas estavam rosadas e então, não consegui evitar sorrir. Ele havia me feito uma surpresa. Com passos vacilantes, desci cada degrau da escada, somente para parar de frente a ele.

–Eu teria feito isso na sua casa, mas Max teria comido todas as flores. – Ele me encarou encabulado.

Novamente eu ri.

–Não tem importância. – Encarei seus olhos castanhos, sentindo que lágrimas estavam prontas para descer por meus olhos. – Camarada, acho melhor se apressar ou eu vou começar a chorar. – Enxuguei embaixo de meus olhos e Dimitri então abriu um sorriso e logo, pegou minha mão.

–Rosemarie Hathaway, você aceita se casar comigo e me dar à chance, de ter uma família com você?

Meu rosto então se tornou nublado pelas lágrimas, mas mesmo assim, eu estava sorrindo.

–É claro que eu aceito. Eu esperei por isso a vida inteira. – Respondi quase no mesmo instante, em que Dimitri levantou de onde estava e me beijou. Foi um beijo calmo e suave, transmitindo todo o amor que ele tinha por mim. Quando nos separamos do beijo, resolvi perguntar:

–Onde estão os outros?

–Provavelmente dentro do armário de vassouras. Foi o que Christian sugeriu. – Dimitri riu e eu não consegui evitar acompanha-lo.

–Na verdade estamos aqui. – Lissa apareceu na sala com Christian atrás dela. Quando seus olhos encontraram com os meus, eu percebi que ela também esteve chorando.

–Vocês ouviram tudo. – Dimitri soou um tanto encabulado.

–Na verdade mais ou menos. – Foi a vez de Christian falar – Na verdade, não era como se eu pudesse ouvir muita coisa, com Lissa chorando. – Quando ele virou os olhos, eu a vi dar um tapa de leve eu seu braço.

–--X---

Desci a escadaria do salão, me sentindo um verdadeiro E.T sob saltos. Meu anel de noivado, agora brilhava em meu dedo anelar. Dimitri ao meu lado, continha o riso. Desde que havíamos descoberto sobre minha gravidez, eu estava evitando saltos, para não correr o risco de cair. Mas desta vez, eu não tinha como fugir. Era a minha formatura.

–Camarada eu já lhe informei que se rir mais uma vez, não responderia por mim. – Meu mau humor habitual, estava retornando.

–Olhe sua avó ali sentada. – Dimitri apontou para um ponto por debaixo da enorme cortina de veludo vermelho. Minha avó estava lá sentada ao lado de Lissa, minha melhor amiga. Ambas conversando sobre um assunto qualquer.

–Minha barriga aparece muito? – Perguntei de repente para Dimitri, recebendo um tom desaprovado.

–Você está gravida de dois meses apenas. Não se preocupe com isso.

–Se você diz. – Ajeitei meu vestido verde, aguardando que eu fosse chamada. Pela minha conta, eu seria provavelmente a decima na fila. –Vá se sentar que estou Okay. – O empurrei rapidamente, para que seguisse para onde meus amigos e família estavam ou logo, perderia o lugar.

–Tem certeza? – Dimitri me olhou de forma desconfiada.

–Vá logo de uma vez. – Com um singelo tapa em suas costas, o empurrei para a escadaria de onde havíamos vindo.

Aos poucos, nome por nome foi sendo chamado e quando chegou minha vez, vesti a enorme beca negra e com a ajuda de um colega de classe, consegui colocar meu capelo. Caminhei em direção aos meus professores e com um diploma em mãos o ergui. Eu era uma vitoriosa. Contra tudo e contra todos, eu havia vencido. Meus amigos se levantaram um a um, inclusive minha avó e então sorri, sentindo lágrimas se formando em meus olhos.

Há quase dois anos, eu jamais esperaria que minha vida tivesse algum outro fim, além da solidão eterna. Meus pais haviam morrido em um trágico acidente no Oceano e eu, estava aqui agora me sentindo feliz. Sentindo-me estranhamente completa. Lembrava-me de forma viva de minhas pinceladas vazias naqueles quadros, esperando que qualquer coisa caísse sob minha cabeça, apenas para me livrar do sofrimento. Olhando Dimitri ali sorrindo de forma orgulhosa e encantadora, me fez questionar o quão realmente sortuda eu havia sido, ao conhecê-lo em Santa Maria. Passando meu olhar por cada amigo ali, eu percebi que agora realmente, tinha uma família de volta.

–---X---



Epílogo.



Matheus estava dando os primeiros passos. O incentivando de perto estavam, seu pai e sua irmã mais velha, Mariana. Era a primeira visita de Matheus a sua bisavó, desde o seu nascimento, em New York. Por mais que Dimitri estivesse com as mãos esticadas para pegar a criança risonha, meu coração estava apertado.

Mariana então me olhou. Seus cabelos agora castanhos como os meus e bastante compridos, tinham um brilho natural.

–Rose, está vendo o Matheus? – Ela sorriu encantada com a vontade da criança, em dar um próximo passo. Dimitri sorria abertamente, o incentivando a caminhar.

–Cuidado com ele Dimitri. A grama está úmida ainda. – O notifiquei mordendo o lábio. Dimitri apenas me olhou daquela forma, como estava fazendo ultimamente – Eu sei o que estou fazendo.

–Esta tudo bem Roza. Veja como ele tem vontade de andar. – Os olhos de meu marido brilharam e então sorri.

–Você precisa parar de ter tanto medo com seus filhos. – O rosto em formato de coração de minha avó, me fez buscar seus olhos.

–Eu sei. – Pausei para tocar o topo do meu nariz. – Eu apenas sou medrosa às vezes. –Dei de ombros e ela riu. –Não é como se eu fosse protetora demais.

–Vamos deixa-los praticar com Matheus, enquanto preparamos o churrasco. – Minha avó então levantou da grama onde estava ao meu lado e então, repeti seu gesto.

Fomos para a cozinha onde a mãe de Dimitri, terminava de assar pão. Quando ela nos viu, sorriu em reconhecimento.

–Como está meu neto? Conseguindo andar já? – Seus olhos brilhavam.

–Dimitri está com ele e Mariana lá fora, o incentivando.

–A criança realmente conseguiu fazer parte da família. – Olena continuou. Sorri, recordando de repente, de quando Dimitri e eu, havíamos conversado com Mariana sobre a adoção.

–Vocês querem que eu more com vocês? – A criança nos olhos com receio.

–Na verdade é isso mesmo. – Dimitri então ao meu lado, se ajoelhou na frente de Mariana, pegando sua frágil mão. – Eu e Rose vamos nos casar e precisamos de uma menina especial assim como você, para nos fazer companhia.

–E meus pais? – A ingenuidade dela, fez meu coração se quebrar.

–Seus pais estão morando muito longe Mariana. – Dimitri disse sabiamente, escolhendo suas próximas palavras. – E não seria justo com agente, não te ter mais por perto. Justo agora, que você tem Sofia minha sobrinha, como sua amiga.

–Tem razão. – A criança pareceu pensar seriamente sobre as palavras de Dimitri. –Mas vocês serão como meus pais agora?

–Sim. – Foi minha vez de dar um passo a frente. – Como seus pais moram muito longe agora, eles te deixaram pra morar com agente. –Mesmo com o dialogo pronto em meus lábios e que eu havia treinado tanto com Dimitri antes de chegarmos ao Hospital, eu me sentia insegura.

Depois de uma longa pausa, a criança voltou a falar:

–Esta bem eu aceito. – Com um imenso sorriso, ela veio nos abraçar.

–Rose? – Meu nome sendo providenciado mais de uma vez, me fez sair de meus devaneios.

–Sim? – Percebi que quem me chamava, era Olena, mãe de Dimitri.

–O pão está pronto. Podemos começar o churrasco de aniversário da Mariana.

–Vou chamar então Dimitri. – Prontamente respondi a Olena. –Lissa e Christian já estão na estação de Trem?

–Eles ligaram não tem nem dez minutos. Estão pegando o trem agora com Vicky e Sofia. Acho que chegaram na hora certa, para o começo do aniversário.

–Espero que dê tudo certo. – Pisquei para minha avó e minha sogra, antes de ir até o jardim.

Quando meus olhos se focaram em Dimitri, mal consegui vê-lo, pois Mariana se materializou em minha frente.

–Rose vem ver isso! – Ela então puxou minhas mãos e quando meus olhos se focaram nele, meu coração se inundou de amor, com a visão.

–Vem filho. – Matheus sorrindo, começou a dar os primeiros passos na direção do pai. Há passos lentos, me aproximei dos dois. Matheus me viu e então se desequilibrou, mas logo foi pego no colo por Dimitri.

–Que gracinha. – Beijei a testa de meu filho, o pegando de Dimitri. – A mamãe te atrapalhou, mas viu como você está andando.

–A mamãe acabou com nossa surpresa. – Dimitri fez cara de que não havia gostado e então, não consegui evitar rir.

–A mamãe veio roubar você e Mariana, para ver se o papai resolve cuidar do churrasco na casa da bisavó – Ergui uma sobrancelha desconfiada para Dimitri e então, todos riram.

Lissa chegou um pouco depois de uma hora com Christian, acompanhados de Sofia. Em seus braços, um enorme pacote.

–E esse aqui vai para a minha querida sobrinha postiça – Lissa entregou o pacote para Mariana, que sorria de orelha a orelha. Quando ela finalmente o abriu, percebeu se tratar de uma casa de bonecas.

–Obrigado tia. – Mariana abraçou Lissa.

–Olha Rose! – Deslumbrante, ela me mostrou o novo brinquedo.

–Vá brincar com a Sofia – Pisquei para Mariana, beijando o topo de sua cabeça. –Aposto que vocês duas irão entender como montar essas peças. – Franzi o cenho, olhando a caixa. Christian as seguiu, levando a caixa quase maior que Mariana.

–Vocês não precisavam fazer o aniversário do outro lado do mundo. – Lissa ajeitou seu cachecol, enquanto falava. – Quase não chegamos.

–Não reclame. É feriado. – Virei os olhos e ela riu. –Pelo cheiro de churrasco, Dimitri conseguiu encontrar o álcool. – Franzi o cenho e Lissa gargalhou.

–Essas duas me fazem lembrar eu e você, quando tínhamos a idade delas. – Lissa apontou rapidamente para onde Mariana e Sofia haviam sentado com Christian, para montar a casa de bonecas.

–Nem me fale Liz. Nem me fale.


Vendo a minha família ali reunida, para o aniversário de minha filha, percebo que nunca mais na vida serei aquela pessoa sozinha. Hoje eu tenho uma família que eu amo e que me ama também, definitivamente sou uma pessoa completa!


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Notas finais do capítulo

Bom, gente eu enfim apareci aqui... Apesar de a Carlinha ter me colocado como Beta essa semana, devo dizer que muitos capítulos tem o meu dedo aqui... E sinceramente estou honrada em poder fazer parte dessa história linda! Bom, como ultimo capitulo da fic... Minha Sis Carla ficou abalada e aqui estou eu para agradecer a todas por todos os comentários, e recomendações... Essa fic foi algo feita de coração, e como tudo o que fazemos nem sempre agrada a todos, mas espero que entendam, que fizemos o nosso melhor. Muito mais a Carla é claro, já que eu estava mais ajudando. Eu mesma não escrevi em nenhum capitulo, mas gostaria de aproveitar a oportunidade de agradecer a Carla, por ter me deixado fazer parte dessa história. É muito gratificante para mim, chegar nessas horas e poder olhar para trás e ver que tem algo meu, ou algo que eu ajudei a criar. Enfim, Carlinha obrigada por me deixar ser sua beta, em todas as suas fics... Vc não sabe como amo te dar idéias e participar de nossas discussões maravilhosas sobre as fics...

Bom, eu já disse muito e escrevi mais do que um capitulo... hahaha... Nos vemos em breve!

Beijos

♥ Kah Belikov ♥



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