Lágrimas de Sol escrita por Anastacia B, Kah Correia


Capítulo 1
Capítulo 1 - Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá leitoras e leitores!
Segue uma fic antiga minha, que resolvi publicar.
Eu sei que ela vai parecer meio depre, mas achei bem legal em como, ela se desenvolve no decorrer dos próximos capítulos.
Espero que gostem e aguardo os comentários, para saber se realmente devo continuar com as publicações.
Um beijo e boa leitura :)



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E eu a sentia, mesmo achando que fosse a última coisa, que eu fosse sentir de verdade, durante um longo tempo. A brisa leve passava pelo meu rosto, conforme o taxi pegava velocidade, pela estrada velha de Vancouver. Já se fazia mais de meia hora, que estávamos indo para o interior da cidade, onde eu iria ser internada. O Santa Maria, embora fosse um hospital extremamente luxuoso, ainda assim, deixava bem claro, se tratar de um maldito hospício, onde somente pessoas loucas ou facilmente descartadas como eu, iriam parar, antes de morrer.

Sim. Agora que meus pais haviam oficialmente morrido, eu estava sendo descartada pelos meus tios e sendo enviada, para um lugar que segundo eles, poderia me ajudar melhor, do que sua atual mansão e minha ex-casa em Nova York, onde eu morava com meus pais, antes do acidente de avião. Para eles e minhas duas primas Ariella e Monique, seria muito mais fácil lidar com uma órfã rica, quando ela mesma ficasse bastante longe de sua herança e fosse dada como louca, sem direito a uma mísera moeda.

Respirei fundo, quando a porta do taxi finalmente foi aberta pelo motorista. Seus olhos eram ausentes e de pena. Ele sabia para o que no final das contas, havia sido contratado.

–A Srta. precisa de mais alguma coisa? – Ele me perguntou e eu logo, fitei seus olhos, sem forças para sequer protestar.

–Estou bem, obrigada – Forcei um sorriso quase morto. Era assim que eu me sentia nos últimos dias, desde que havia recebido a notícia, que os corpos dos meus pais, haviam sido encontrados, em alto mar.

Sem mais esperar por algum incentivo meu, o motorista pegou minhas duas malas e seguiu para a recepção, do Internato Santa Maria. Rapidamente me registrei, não precisando de maiores informações, pois meus tios haviam tratado de cuidar disso, para certificar que minha estadia, não fosse comprometida, de nenhuma forma. Assim que consegui minha chamada credencial, comecei a ir em direção ao prédio, onde foi me informado ser, o dos dormitórios.

Fechei minha porta e soltei minhas malas no chão, indo de encontro à janela de vidro quase cristalino, do pequeno cômodo que eu estava hospedada. Comecei então, a rebobinar o filme da minha vida, em minha mente. Eu não conseguia entender como de um dia para o outro, havia tudo mudado tão radicalmente. Eu estava extremamente feliz em meus vinte anos. Eu havia acabado de ingressar no terceiro ano da faculdade de gastronomia e quase já podia sentir meu diploma entre meus dedos. No próximo verão, eu iria para a Romênia visitar a família de minha mãe. Já fazia quase dois anos, que eu não via o rosto em formato de coração, da minha avó materna.

E como em um simples passe de mágica, tudo virou de cabeça para baixo. Quando dei por mim, o acidente já havia acontecido, meus pais estavam desaparecidos e eu estava voando em um jato particular, para esse lugar de loucos.

–Srta. Hathaway? – Uma voz soou na porta e eu me virei, da posição inicial em que estava.

–Pois não – Respondi enxugando uma lágrima solitária, que insistia descer, pelo meu rosto.

–Posso entrar? – Uma mulher totalmente de branco, aparentando um pouco mais de quarenta anos, esperava minha iniciativa, para que pudesse seguir.

–Claro – Me virei totalmente para ela, esperando.

–Eu só vim te trazer algumas toalhas e retirar seus aparelhos eletrônicos, pois são proibidos aqui. – Quase que imediatamente, meus olhos me traíram, indo em direção a minha bolsa, onde meu celular a laptop estavam guardados.

–Só um momento, por gentileza – Fui em direção da bolsa e logo, tirei meus pertences e entreguei a ela, seguido de um longo suspiro. Minhas únicas alternativas de rever o mundo, estavam escapando por minhas mãos, sem que eu tivesse o real controle sobre isso.

–Aqui estão as toalhas – Ela sorriu afável, enquanto com uma mão entregava um par de toalhas brancas, assim, como o seu uniforme. – Se precisar de qualquer coisa, pode nos chamar através dos interfones. O jantar será servido pontualmente às dezenove horas, o café da manhã as oito e o almoço, ao meio dia. Qualquer outra informação que necessitar, pode consultar seu formulário – A moça então apontou para um quadro na parede. – Lá estão a lista de regras e as atividades disponíveis aqui.

Lancei um olhar rápido ao pequeno quadro, me sentindo ainda pior, do que realmente estava.


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