Mudança De Planos escrita por Clara Ferler


Capítulo 12
Brownies malditos!


Notas iniciais do capítulo

Oie, ai está o outro capitulo, espero que gostem!!!



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(P.V. Mônica)

A noite passou rápido. Já é sábado? Engraçado, achei que o Tony ia ficar me ligando a noite toda ou até mesmo indo jogar pedrinhas na janela do meu quarto pra pedir pra eu ir ao cinema á meia noite com ele, mas não, que bom que ele não me encheu o saco, mas pra ele não vir me irritar ele só podia estar doente ou aleijado, nem me preocupei com ele. Disse pra minha mãe que ia dar uma volta pelo bairro, estava cansada de ficar em casa sem fazer nada. Eu estava andando, olhando pro chão, toda vez que eu caminhava e pensava ao mesmo tempo eu olhava para o chão.

–Ai! – eu resmunguei, um idiota tinha esbarrado em mim, droga, meu ombro estava doendo porque trombamos e acabei batendo o meu ombro.

–Desculpa! – ele se desculpou.

–Não olha por onde anda não é? – falei irritada, quando levantei a cabeça e olhei pra pessoa, me surpreendi: -Ce-cebola?

–O que você faz aqui? – ele me perguntou.

–Eu também moro nesse bairro.

–Há sei disso, me desculpe. – ele falou, quando notei que o rosto dele estava com alguns arranhões e machucados.

–O que aconteceu com o seu rosto? – perguntei.

–O-o que?

–O seu rosto, o que aconteceu? Seus lábios estão... – falei olhando pra sua boca, eram feridas pequenas, mas fiquei curiosa.

–Não, eu não sei do que você está falando – ele se fez de desentendido, mas ele sabia muito bem do que eu estava falando.

–Os seus lábios estão machucados.

–Está muito ruim? – ele me perguntou.

–Não, só um pouco aqui! – eu falei, colocando por impulso, minhas mãos sobre o canto dos seus lábios, onde estava machucado, não sei o que deu em mim, mas eu fiz isso, sua pele era quente e na posição que estávamos, ficamos imóveis somente olhando um para o outo e eu ainda com minhas mãos sobre o canto de seus lábios, com alguns dedos sobre sua face, podia sentir sua respiração. Falei alguma coisa, pra não ficarmos em silêncio: - Dói muito quando eu toco? – perguntei ainda olhando pra ele.

–Não, nem sinto mais a dor. – disse ele sorrindo. Notei que estávamos praticamente quase grudados um no outro, acho que fiquei vermelha. Tirei minha mão de seu rosto e me afastei dele, ele também ficou um pouco constrangido.

–Como você fez isso? – perguntei pra ele.

–E-e-eu caí.

–Você caiu? – perguntei desconfiada.

–Sim. –disse ele nervoso, ele estava me escondendo algo.

–Você não caiu, jamais faria isso se tivesse caído... Você andou brigando? – perguntei preocupada, mas tentei não demonstrar.

–N-não.

–Você é um péssimo mentiroso.

–Eu estou dizendo a verdade.

–Não, não está.

–........

–Me fala. – exigi.

–Por que deveria? Você não é minha amiga, não te devo satisfações.

–Pode até ser, mas talvez me deva satisfações.

–Como assim?

–Foi o Tony não foi? Eu não falo com ele dez de ontem na escola... O que ele fez? Eu sei que foi ele. – Disse certa do que estava dizendo. Cebola hesitou em me responder, ele abaixou a cabeça e sussurrou:

–É, foi ele.

–Eu sabia, o que aconteceu?

–Nada de mais, pode ficar tranquila, ele não se machucou, eu espero. – ele disse achando que eu estava preocupada se ele se machucou.

–Eu não estou nem aí se ele se machucou ou não, estou falando de você! – Ai meu Deus, não acredito que disse isso, eu estava preocupada com ele e ainda demonstrei isso pra ele. Ele levantou a cabeça com um sorriso torto.

–O que tem eu? Está perguntando se eu me machuquei?

–S-sim, que dizer, porque o Tony é agressivo e violento, pode ter te machucado – disfarcei.

–Ah tá, eu estou bem, obrigado por se preocupar.

–E-e-eu não estava preocupada. – menti.

–Sim você estava. – ele disse rindo. Eu não disse nada, apenas fiquei o vendo sorrir, ele olhou pra mim, com aqueles olhos encantadores. – Eu vou na casa do Cascão agora, eu estava indo pra lá.

–Ah, está bem. – Disse.

–Se você quiser pode vir.

–Não, eu não conheço muito bem o Cascão e não sou amiga dos amigos dele... E nem de você. – Disse o encarando.

–Eu sei. – ele disse meio triste. – Mas eu pensei se você poderia me acompanhar na casa do meu amigo... Como minha... Colega?

–Colega? Sério? – falei.

–Tudo bem... Eu já sabia que você não ia aceitar meu convite porque você é amarga e triste.

–Eu? A nem vem, que eu não sou desse jeito. – comecei a me estressar e a não pensar direito no que eu falava.

–Então prove. – ele falou.

–Tá bom. – respondi rapidamente.

–Prove que você é legal.

–Tá bom. – respondi sem mesmo ouvir direito a pergunta.

–Vamos na casa do Cascão comigo.

–Tá bom. – respondi também sem nem ouvir a pergunta, aí eu me toquei no que ele tinha dito e no que eu tinha respondido. – Espera, oque? – perguntei.

–Há nem vem que agora você já concordou, agora vai ter que vir comigo. – disse ele me puxando pelo braço.

–Não, me solta, eu não quis dizer isso, me solta. – disse tentando soltar meu braço.

–Agora vai ir comigo de um jeito ou de outro. – ele falou, eu parei de tentar soltar meu braço e deixei ele me guiar, ele ficou surpreso com a minha reação e se virou pra mim, perguntou:

–O que foi? Não vai tentar se soltar?

–Não, eu falei que ia então eu vou. – ele soltou meu braço contente com o que eu disse.

–Não vou te forçar a ir, era só brincadeira, será legal se você vier, mas não vou te obrigar. – ele disse e se virou e continuou caminhando, eu fiquei pensativa, comecei a andar na direção dele devagar pra ele não me ouvir chegando, quando finalmente o alcancei, comecei a andar ao seu lado, ele rapidamente me viu, me olhou surpreso.

–O que foi? – falei com cara de quem não estava nem aí, como se não fosse nada de mais eu estar indo pra casa de um garoto que eu nem conhecia "tecnicamente", acompanhada por um garoto que não era bem o meu amigo.

–Nada – ele respondeu com um sorriso brincalhão.

Fomos andando e ficamos em silêncio até que:

–Sabe, você não tem que ser chata o tempo inteiro. Tipo, eu sei que você não é aquela garota ridícula de quem tanto falavam. Pra mim você é diferente.

–Diferente ruim ou diferente bom?

–......... – ele hesitou e depois respondeu olhando nos meus olhos: -Bom. – Eu fiquei em silêncio, ele tinha acabado de me elogiar depois deu ter sido grossa com ele. Ele começou a rir quando viu a expressão no meu rosto e disse: - Você ficou vermelha.

–F-fiquei? – perguntei.

–Sim. – ele respondeu.

–Detesto quando isso acontece. – resmunguei.

–Você fica bonita envergonhada. – ele disse.

–....... Onde fica a casa do seu amigo? – perguntei tentando mudar de assunto.

–Logo ali. – disse ele apontando pra uma casa que eu não entendi direito qual era, eu apenas o segui.

Chegamos em frente á casa e Cebola tocou a campainha. Logo o amigo dele atendeu, sua cara ficou pálida ao me ver.

–Oi Cascão – Cebola falou. – Essa é a...

–Mônica – falou Cascão terminando a frase pra Cebola. – O que você tá fazendo aqui na minha casa?

–A Mônica, minha ami-... minha colega, veio me acompanhar. – falou Cebola.

–Ah legal, entrem. – disse Cascão.

Entramos e Cascão fechou a porta, quando entrei vi quatro garotos e uma garota sentados no sofá, assistindo TV.

–Oi Cebola... – disse um deles – Mônica? – perguntou surpreso ele.

–A oi! – falei. Todos pararam de prestar atenção na TV e prestaram atenção em mim, fiquei meio sem graça.

–Gente, a Mônica veio acompanhada do Cebola. – falou Cascão. Todos ainda me olhavam. – Cebola, o que foi isso no seu olho? – perguntou Cascão.

–Nada – Ele respondeu tentando disfarçar.

–Mônica... Eu sou a cascuda! – se apresentou a garota.

–Oi! – falei simplesmente.

–Que estranho você aqui.

–Por quê? – perguntei.

–Bom, é que você não... Costuma falar com agente. O que o Tony acha de você vir aqui? – ela perguntou.

–O que o Tony tem a ver com isso? – perguntei enfurecida.

–N-nada, só achei que ele ficaria bravo de você... – eu a interrompi:

–Escuta, o Tony não manda em mim! Por que todo mundo acha isso?

–Não é isso, é que...

–é que eu não sei fazer as coisas por minha conta né? – falei irritada.

–Desculpe, só fiquei surpresa de alguém como você aparecer por aqui.

–Tá tudo bem.

–Então... O Cebola te convidou pra vir aqui? – ela perguntou.

–Na verdade, foi meio que uma brincadeira dele! – falei olhando pra Cebola que sorria pra mim.

–Então vocês são amigos? – ela me perguntou.

–Ham... – pensei em uma resposta quando Cascão chegou na sala com uma bandeja enorme de brownies:

–Quem está com fome? – ele perguntou colocando a bandeja na mesa.


(P.V. Cebola)

Os garotos logo saíram da sala e foram pra mesa da cozinha morrendo de fome (é verme) atacando os doces.

–Então... Cascão. Que filme vocês estavam assistindo? – perguntou Mônica.

– The vampires Life - Minha namorada é uma vampira, o filme é bem legal. – respondeu Cascão.

–Jura? Eu adoro essa série de filmes e eu até já assisti algum deles, não lembro qual, mas eu adoro filmes sobre vampiros e lobisomens. – Quando ela disse isso, Cascão logo se animou:

–Sério? Eu também, nunca pensei que uma garota como você pudesse gostar. – ele falou olhando pra ela como se fossem amigos, eu estranhei um pouco, será que Cascão sabia mais coisas sobre a Mônica que ele não tinha me contado?

–Uma garota como eu? – ela perguntou pra ele.

–É-é, você sabe...

–O que? Metida? Grosseira? – perguntou ela não parecendo chateada com aquilo, parecendo feliz, e sorrindo.

–Não... Divertida! – ele exclamou. Minha reação começou a mudar, o que estava acontecendo? Cascão sabia bem mais sobre a Mônica do que eu imaginava, por que eles estavam se dando tão bem um com o outro? Eu não entendia! E por que eu estava com raiva daquilo? Minha cabeça dava voltas e voltas sem eu entender nada, percebi que a Cascuda também não estava gostando nada do que estava acontecendo, parecia com ciúmes, mas e eu? Eu estava com ciúmes? Ai, eu não gosto de sentir isso.

–Se você quiser pode ir dar uma olhada na minha coleção na gaveta da estante, está cheio deles.

–Sério? Obrigada, então eu vou lá ver enquanto vocês devoram isso daí! – Disse ela apontando pros meninos. Ela saiu dali, eu olhei pra Cascão confuso e logo ele percebeu:

–O que foi? – Ele me perguntou.

–O que aconteceu entre você e a Mônica?

–Como assim?

–Vocês já se conheciam antes? Vocês pareciam... – parei de falar quando ouvi o som do estomago do Xaveco roncou:

–Gente, eu acho que não estou me sentindo bem! – ele falou com as mãos na barriga.

–O que foi Xaveco? – perguntou o Titi.

–Eu não sei, eu acho que vou... – Falou ele, colocando logo em seguida a mão na boca.

–O banheiro é por ali – falou Cascão rapidamente, apontando pro corredor, já sabendo que o garoto ia vomitar. Xaveco correu para o banheiro onde de lá nós escutamos alguns barulhos de vomito (que nojo).

–Pessoal, eu acho que também... –Falou Titi.

O BANHEIRO É POR ALI! – falaram Cascão e Cascuda juntos. Ele correu pro banheiro deixando todos confusos.

–O que será que aconteceu? – Perguntou Cascão.

–Gente... – falou Nimbus – eu não to me sentindo bem também. – vendo o estado dele, nós já sabíamos o que fazer:

O BANHEIRO É POR ALI! – falaram Cascuda, Cascão e eu. Imediatamente, Do Contra se levantou com uma cara nada boa:

–Galera, é sério, eu não to legal, e desta vez eu não estou sendo Do Contra. Ele saiu correndo antes mesmo de dizermos qualquer coisa.

–Cascuda o que você colocou naqueles Brownies?

–A nada de mais, eu só coloquei um pouco mais de manteiga e... Ai não!

–O que? – ele perguntou.

–Acho que aquela manteiga tinha vencido, desculpa.

–Tá tudo bem, bom, pelo menos com a gente, que bom que não comemos nenhum. – Cascão olhou pra mim desconfiado, ele não sabia que eu tinha comido dois Brownies. –Você não comeu nenhum né Cebola? – eu olhei pra ele com cara de desesperado.

–ai meu Deus Cebola! – coloquei a mão na boca e meu estomago começou a doer.

O BANHEIRO É POR ALI! – falaram Cascuda e Cascão enquanto eu corria pro banheiro.

Meu estomago doía, como um ser humano podia deixar um Brownie tão gostoso nesse estado? Os meninos estavam sentados no chão do banheiro, ainda com o estomago doendo por causa do que comeram... Depois de vomitar, me sentei ao lado deles, não conseguíamos ficar de pé e o gosto ainda permanecia (eca) Ficamos gemendo de dor no estomago, acho que ficamos lá por uns dez ou quinze minutos. Eu levantei e estendi a mão ajudando Nimbus se levantar, os outros fizeram o mesmo.

–Aí, o que a Cascuda colocou naquele Brownie? – perguntou Xaveco ainda com a mão na barriga e com um pouco de dificuldade em ficar em pé.

–Manteiga estragada. – eu respondi.

–O que? Manteiga estragada é horrível! Bem que eu senti gosto de manteiga. – disse Xaveco.

–A Cascuda pode ter vacilado nessa, mas ela é uma cozinheira incrível, mas eu nunca mais vou provar a comida dela sem me certificar que o Cascão olhou a validade dos ingredientes. – falou Titi. Rimos e depois voltamos pra cozinha.

–Meninos, vocês estão bem? – perguntou Cascuda.

–Estamos. – falei.

–Só estamos um pouco enjoados, mas já passou. – disse Titi.

–A culpa é toda minha. – disse a Cascuda.

–Que isso, a culpa não é sua! – falei.

–Obrigado Cebola, e é um prazer te conhecer apesar de ser desse jeito, hehe! – ela disse.

–De nada. – respondi.

Mônica chegou na cozinha de repente, bem animada.

–Cascão, seus filmes são incríveis e... Que caras são essas? – ela perguntou olhando para o nosso estado de cansaço. – Eu em, gente desanimada. Bem, o que eu estava dizendo é que adorei seus filmes Cascão – disse ela se aproximando da mesa e se apoiando nela – Eles são fantásticos! Uh Brownies! – disse ela pegando um dos Brownies.

–Não!!!! – gritaram todos, já era tarde de mais. Mônica colocou a mão boca rapidamente.

O BANHEIRO É POR ALI! – Disseram todos. Ela ficou com uma cara de nojo e desespero, mas ela logo correu pro banheiro.

–Sabe, eu já to cansado de dizer isso! – falou Cascão.

–Eu também – disse Cascuda.

Esperamos quinze minutos mais ou menos e nada da Mônica.

–Vou lá ver se ela está bem – disse Cascão se levantando.

–Por que quer ir ver se ela está bem? – perguntei desconfiado

–Qual o problema?

–N-nenhum, só acho que... Que ela não ia querer ver ninguém agora que está passando mal.

–Tudo bem então. – No mesmo instante, Mônica apareceu, um pouco pálida e não estava nada bem.

–Mônica você tá bem? – Cascão perguntou preocupado, fiquei com raiva, mas fingi não ligar.

–Estou... O que tinha naquele Brownie?

–Culpada! – falou Cascuda apontando pra ela mesma. – Eu fiz com manteiga estragada sem querer desculpa, todos passaram mal e vomitaram, assim como você. Você tá melhor?

–Estou, mas ainda um pouco enjoada.

–Você vai ficar bem! – disse Cascão sorrindo pra ela, o que me deixou irritado, será que se eu fizesse algum “vudu” ou bruxaria, eu ficaria sem esse “ciúme” pra todo o sempre? O que estava acontecendo comigo?

Conversamos um pouco, Mônica não falava muito comigo, apenas me olhava, ela direcionava alguns sorrisos pro Cascão, eu não entendi, eles tinham alguma coisa? Ele sabia de alguma coisa que eu não sabia, e eu ia descobrir.

–Bom, acho melhor vocês irem, já está ficando tarde – disse Cascão, eu não sei porque, mas estava com um pouco de raiva dele.

–Tá, vamos Mônica! – eu disse pegando na mão dela que estranhou um pouco a atitude.

–Tchau! – falaram todos. Fechei a porta da casa dele, soltei a mão da Mônica. Fomos andando, ela me olhou e eu resolvi dizer:

–Sabe, mesmo que você negue, pra mim nós somos amigos!

–O-oque?

–É você sabe, amigos!

–Amigos? – ela perguntou, com um sorriso, gostei da sua reação.

–Então Mônica... Somos amigos agora?


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Notas finais do capítulo

Quero muitos comentários em!!!!kkk