Só de pensar na possibilidade de ficar cinco dias inteiros ao lado daquele lá, já me embrulhava o estomago. Mas eu também errei então isso é um pouco justo. Mas só um pouquinho.

Quando acabou a aula eu fui para a biblioteca esperar a McGonagall e aquele cara para começar. É claro que eu chegaria mais cedo. Mas não. Quando eu cheguei lá, já tinha um certo menino loiro que estranhamente estava lendo, e por sinal estava muito interessado. Era Scorpius lendo um livro, era serio aquilo? É claro que ele só estava fingindo para que a McGonagall quando entrasse pensasse que ele é um bom aluno.

Sem perceber eu estava estática na porta olhando para ele que estava lá, sentado, e ele me percebeu:

─ Tira uma foto que dura mais ruiva ─ falou ele com um sorrisinho torto.

Eu simplesmente devolvi o sorrisinho irônico, revirei os olhos e me joguei na cadeira que tinha no seu lado.

Quando McGonagall chegou, estava com dois livros na mão. Eu olhei para a capa e vi que um deles era sobre a revolução dos duendes e o outro era sobre um livro sobre Quadribol, porém que eu nunca havia visto antes.

Eu praticamente dei pulinhos na cadeira, porque é lógico que ela daria o livro de Quadribol pra mim, não é? Eu sou a melhor jogadora da Grifinoria. Mas não. Por algum motivo ela deu o livro de Quadribol para Scorpius e o outro livro para mim. E o meu livro realmente é muito chato.

Scorpius percebeu que eu não gostei nada de não ter ganho o livro dele. Então é lógico que ele iria me provocar.

Abri meu livro respirei fundo e quando eu peguei na caneta, aquela voz de um certo Malfoy disse:

─ Quer trocar de livro, Weasley? ─ perguntou ele, oferecendo-me o livro.

Meus olhos brilharam.

─ Sim ─ escapou de meus lábios, antes que eu pudesse evitar.

─ Vai ficar querendo, há ─ cantarolou ele.

Meu sangue ferveu.

Não respondi, não valia à pena gastar minha inteligência brilhante com um idiota desse calibre.

─ Hum, esse livro é realmente muito bom! ─ exclamou ele em voz alta.

Bufei.

Não agüentei, fechei o livro entediante que estava lendo, e bati com o mesmo na cabeça dele.

─ Ai! ─ reclamou ele.

─ Idiota. ─ falei ─ e a revolta dos duendes é muito legal ok?

─ Ah, com certeza é! ─ falou ele com ironia.

─ A REVOLUÇÃO DOS DUENDES OCORREU NO SECULO DEZOITO ─ comecei a ler em voz alta para irritá-lo.

─ Para com isso Weasley! ─ reclamou ele.

─ Cala a boca! ─ exclamei ─ OS DUENDES LUTARAM BRAVAMENTE CONTRA OS BRU..─ antes que eu pudesse terminar de falar, Madame Pince apareceu do nada do meu lado!

─ Silencio! ─ ordenou ela, franzindo as sobrancelhas.

─ Desculpe Madame Pince ─ eu falei abaixando a cabeça.

Assim que ela saiu, eu olhei feio para o Malfoy que estava rindo, numa atitude infantil eu mostrei a língua e ele devolveu.

Eu sei que isso é muito infantil mas ele que provoca. Não é minha culpa.

Quando deu nove horas, McGonagall apareceu para recolher nossos resumos. Ainda bem, pois eu não agüentava mais escrever. E ainda mais sobre um assunto tão chato.

Cada um foi para seu quarto. Eu estava morrendo de sono e eu queria não ter que passar mais quatro dias com o Malfoy.

xx-xx

Eu acordei mais cedo na terça e fui para o café da manhã por que eu sabia que Scorpius sempre ia cedo para lá. Eu precisava muito falar com ele, e seria melhor se ninguém visse.

─ Ei, Malfoy ─ chamei, praticamente sussurrando.

─ O que você quer pimentinha?

─ Não ta obvio que eu preciso falar com você? ─ falei já num tom normal.

─ Então fala. ─ pediu ele.

─ Sobre o que era aquele livro?

─ Ah, nada de mais, só a edição limitada do diário secreto de Maximus Brankovitch III.

─ O que?─ indaguei, pasma.

─ Isso mesmo ruiva, e mais, dizem que existem apenas três edições do livro. Uma esta enterrada com Arthur liberacross, que era um grande fã de Maximus Brankovitch III, o outro esta com o próprio, e o outro é de McGonagall.

─ Eu é que deveria ter esse livro.

─ Pois é, mas não tem. Agora eu vou tomar meu café.

Bufei e fui pro meu dormitório, depois de tomar um bom café da manhã.

Enquanto pegava meus materiais eu pensava porque a McGonagall teria dado o livro para o Scorpius fazer o resumo e não para mim. Porque todo mundo sabe que eu amo Quadribol.

Enfim, o dia ocorreu tudo normal. Eu fui para a aula, depois almocei, fui para a aula. Até que chegou a hora de cumprir a detenção.

A McGonagall entregou os mesmos livros e saiu. Nós começamos a fazer os resumos, mas é claro que tínhamos que nos provocar um pouco não é?

─ Ei, Weasley, não dorme não, tá?

─ Você é muito infantil ─ falei e em seguida mostrei a língua para ele.

─ Não sou eu que estou mostrando a língua.

─ Scorpius vamos fazer o jogo do silencio, ok?

─ Tá vendo como não sou eu o infantil aqui?

─ Ok Scorpius, cala. A. boca. Ta bom assim?

─ Tanto faz ruiva. ─ falou ele virando para seu livro

De vez em quando eu tentava dar umas olhadas para o livro dele, mas ele percebia, ai ele dava uma risadinha irônica e virava o livro.

E então finalmente acabou o 2º dia da detenção.

xx-xx

Como de costume o dia passou rápido na quarta-feira. Chegamos para detenção, a McGonagall entregou os livro e saiu.

Assim que ela saiu nos começamos a fazer o resumo. Quando eu fui olhar o livro dele para tentar ler nem que fosse uma frase, percebi que ele não estava fazendo o resumo.

Parecia um poema, ou uma musica eu não sabia direito eu apenas li uma frase que dizia: para aquela que com seu olhar, verdadeiramente me fizer feliz..

Por um momento eu parei, e pensei: O que seria aquilo?

Mas eu tinha, mais o que fazer. No outro dia a McGonagall de novo deu os livros e eu não estava nem na metade enquanto o Malfoy já havia acabado, mas ele não falou isso para a McGonagall, e eu não era dedo-duro. Ele ficou escrevendo aquela misteriosa coisa.

xx-xx

Até que enfim sexta chegou, trazendo com ela o ultimo dia de detenção, eu mal via a hora de acabar. Eu acordei cedo. Mas não porque eu queria e sim porque Lily estava dando surtinhos:

─ Eu não acredito que ele fez isso. Não, eu não acredito─ falou ela histérica.

─ O que...O que foi Lily?─ perguntei, ainda meio dormindo.

─ O seu irmão. Ele estava se agarrando com uma menina da Corvinal agora pouco aqui no corredor.

─ E o que tem Lily? Ele não namora, e vocês não têm nada um com o outro. ─ falei levantando da cama.

─ Eu sei, mas... Mas... ─ falou ela tentando achar uma explicação ─ isso é muita safadeza!

─ Você esta com ciúmes ─ falei dando gargalhadas

─ Claro que não, porque eu teria ciúmes dele?

─ Porque você gosta dele e ele gosta de você!

─ O que? Claro que não... Porque ele te disse alguma coisa? ─ falou ela sentando na beira da cama.

Eu voltei a gargalhar e ela corou.

Fomos para a aula. Até a aula de historia da magia não foi tão chato. Nada poderia estragar o meu dia ele estava perfeito.

Mas estragou.

Eu estava no almoço comendo uma bela coxa de frango, quando uma coruja deixou uma carta para mim dizendo assim:

Oi filha,

Como você esta? Eu e seu pai estamos com muitas saudades.

Você poderia escrever mais vezes para que seu pai pare de falar um pouco que estamos ficando velhos.

Mande-nos noticias de como você esta. E as aulas, você esta se saindo bem? Seu pai quer saber se tem alguém te perturbando. Mais especificamente o Scorpius.

[...]

Ah, antes que eu me esqueça, o seu amigo Louis voltou para nossa cidade e esta louco para te ver.

Beijos, e não se esqueça de escovar os dentes e lavar bem atrás da orelha.

H.G.W.

Como assim? Louis quer me ver? Louis Evans era meu amigo quando eu era bem pequena e eu era simplesmente apaixonada por ele, então um dia eu falei para ele. E ele simplesmente me chamou de chata e falou que não queria me ver porque ele não sentia nada por mim.

Esse cara praticamente me fez desidratar de tanto chorar e agora ele quer me ver? Eu não sei se queria ver ele.

A tarde passou tão rápido e eu não consegui me concentrar em mais nada. Chegou a hora da detenção, finalmente o ultimo dia.

Nós esperamos a McGonagall para nos dar o livro, mas quando ela chegou, ela não tinha livro nenhum na mão. Em vez disso ela nos mandou para o armário de vassouras para limparmos tudo.

Dá pra acreditar? Depois da noticia que eu recebi do Louis ela ainda me manda limpar aquele armário sujo? Ela não tem compaixão?

Eu estava ajoelhada e estressada limpando os cabos das vassouras ao lado de Scorpius Malfoy. Não podia ser mais agradável ─sentiu a ironia.

─ O que é que você tem ruiva?─ perguntou Scorpius, depois que eu bufei varias vezes.

─ Nada Malfoy, eu não tenho nada, eu to bem. ─ falei ríspida.

─ Não parece, pra mim isso é amor ─ falou ele provavelmente para me irritar.

─ Eu só estou num dia ruim, cara!─falei chacoalhando o pano cheio de pó.

─ Sabe qual o melhor jeito de desestressar?

─ Claro. Voando!

─ Exatamente... Bom, nós estamos num armário de vassouras e o campo é logo ali. ─ falou ele com um sorrisinho torto, e eu devolvi.

─ E por que você quer me ajudar?

─ Eu não quero te ajudar, eu não quero ficar aqui limpando, e se eu for sozinho, você vai me dedurar.

─ Não é má idéia...