Acordei suando, eu havia sonhado com o dia anterior quando Zeus me reclamou como sua

filha. Suspirei e dei um pulo da cama indo em direção ao banheiro, eu tinha envelhecido uns
dois anos nessa ultima semana.

Ao sair do chalé olhei para onde Bruxos, Vampiros e Meio-sangues treinavam, definitivamente
era assustador vê-los todos juntos. Caminhei para onde Carlisle, Esme, Quiron e minha mãe se encontravam, respirei fundo imaginando os olhares revoltados em minha direção, mas o que aconteceu foi diferente, as pessoas faziam um aceno com a cabeça que claramente significava respeito, repeti o aceno e me postei ao lado da minha mãe.

– Bom dia! – Saudei tentando me manter calma.

– Bom dia querida! – Esme sorriu enquanto os outros apenas balançavam a cabeça.

– O que eu perdi? – Questionei apontando para os outros.

– Explicamos a profecia! – Carlisle respondeu.

– Eu ainda nem sei essa profecia inteira. – Eu disse em um suspiro.

– Você saberá na hora certa. – Quiron disse calmamente.

– Os deuses querem que você vá ao Olimpo. – Minha mãe começou tentando soar como se não
fosse nada. – Eles disseram que querem uma reuniãozinha com você.

– Reunião comigo? – Questionei assustada. – Vocês vão me colocar frente a frente com Zeus
sabendo que eu gritei aos quatro ventos ontem que eu o odeio?!

– Filha, Zeus irá lhe entender. – Minha mãe disse.

– Eu quero que Zeus vá se ferrar longe de mim. – Comecei. – Não estou fazendo nada por ele e
sim por mim, por Sue e Charlie que me criaram e por todos os humanos que conheci. – Parei. –
Estou fazendo isso pelos que não tem nada haver com o que Zeus e os outros deuses fizeram
para começar essa confusão.

– Nós sabemos. – Quiron disse. – Só vá até lá.

– Sozinha? – Questionei e eles se olharam.

– Quem você quer que vá com você? – Questionou Carlisle.

– Vocês? – Perguntei sentindo meus dedos começarem a tremer.

– Nós não podemos. – Esme disse. – Nós não fazemos parte desse mundo.

– Nem você? – Questionei a Quiron sabendo que minha mãe também não poderia ir ao Olimpo.

– Só posso deixar o acampamento com a ordem de algum dos deuses. – Respondeu.

– Clarisse? – Questionei.

– Ela pode se quiser ir. – Ele respondeu, no mesmo momento me virei a procura de minha mais
nova amiga, logo a vi com seu namorado Chris. Corri rapidamente em sua direção.

– Clarisse. – Disse quando a alcancei. – Chris. – Saudei e ele sorriu para mim. – Eu estou indo ao
Olimpo. – Comecei olhando para Clarisse e logo fiz uma careta. – Não quero ir sozinha, até
porque não sei como chegar lá. Queria que você viesse comigo.

– Agora? – Ela questionou e eu assenti. – Vamos sim!

Meia hora depois eu e Clarisse estávamos subindo o Empire State Building no centro de Nova
York. Olhei o Olimpo ainda dentro do elevador. Senti um frio na barriga, parecia que aquele
lugar fazia parte de mim.

Clarisse me puxou em direção ao centro (templo) do Olimpo, ao passarmos pela rua algumas
pessoas menearam a cabeça em respeito a nós duas.

– Por que eles fazem isso? – Questionei.

– Ora Bella, você é a salvação. – Ela disse sorrindo. – Aqui no Olimpo eles te conhecem sabem
a sua história e seu futuro. – Ela parou na porta de cinco metros a nossa frente. – Estarei lhe
esperando aqui fora!

– Não. – Eu disse. – Você entra comigo.

– Eu não posso. – Ela sussurrou. – Essa reunião é importante para você, eles querem conversar. –
Ela parou. – Meu pai irá lhe proteger caso algo dê errado.

– Por que ele faria isso? – Questionei.

– Porque você é minha amiga. – Ela disse, beijou minha testa e saiu.

Suspirei e com a ajuda do meu poder (graças a Zeus) usei o ar para empurrar a porta. Assim
que entrei os deuses se viraram em minha direção, eles eram enormes e me olharam de cima
em baixo.

Não me curvei apenas me encaminhei para o meio deles. Os tronos estavam perfeitamente em
um grande “U” onde todos estavam sérios e eu tentei relaxar.

– Vocês me convocaram, aqui estou! – Disse tentando quebrar o silêncio.

– Bella. – Zeus me chamou e eu o encarei, deixando meu corpo ficar rígido ao ver seus olhos tão
cinzas como os meus.

– Para você, Isabella. – Disse quase rosnando.

– Isabella. – Ele disse em um suspiro. – Sabemos que você esta chocada, mas queremos lhe
explicar como tudo começou.

– E que a culpa não é nossa. – Disse Poseidon.

– A culpa não é de vocês? Então é de quem então, minha? Ah não, deve ser de Hades a quem vocês sempre culpam, não é? – Eu disse com escárnio.

– Sabe Zeus, eu gostei da sua filha! – Hades disse me fazendo encará-lo.

– Menos Hades, não incentive a bastarda. – Disse Hera, a olhei nos olhos sentindo um ódio
mortal me atingir. – Não se esqueça que ela é como a mãe, apenas um pedaço de mundos, só
servirá para isso: salvar os mundos e depois ser jogada no tártaro junto a Cronos.

– Hera. – Ares exclamou com raiva, me choquei pelo fato de Clarisse estar certa sobre seu pai.

– Deixe Ares, isso tudo é dor de cotovelo por minha mãe não ser uma deusa, mas ser muito
mais bonita e poderosa que ela. – Eu disse e olhei minhas unhas como se não fosse nada. – E só
para deixar bem claro, não mexa comigo Hera, se não quem vai parar no tártaro é você.

– Vamos acalmar os nervos por aqui. – Pediu Hermes.

– Isabella, nós queremos que você entenda o que você irá enfrentar. – Disse Apolo.

– Dessa vez quem esta tentando tirar Cronos do tártaro não é nenhum semideus, é um vampiro
com a ajuda de um bruxo. – Começou Athenas.

– Homens, são sempre os que caem primeiro. – Ártemis disse com certo ódio.

– Não comecemos com outra discussão. – Disse Afrodite lixando as unhas.

– Dessa vez Cronos não entrará no corpo de um semideus. – Começou Zeus olhando nos meus
olhos. – Ele tomará sua própria forma e apenas você será capaz de detê-lo.

Senti meu corpo estremecer com a veracidade das palavras de Zeus. Se eu me sentia com
medo antes, agora eu estava apavorada. Lembrava-me de Sue me contando sobre como Cronos
era ruim, como engoliu seus próprios filhos para que nenhum deles ficasse mais forte que
ele, então me lembrei do fato de Zeus ter me querido morta antes que eu nascesse para que
ninguém fosse mais forte que ele.

– Não se apavore. – Ares disse calmamente. Admito que nunca tinha imaginado Ares sendo gentil, mas lá estava ele tentando me manter calma.

– Sabe o que é mais engraçado? – Questionei olhando a todos os deuses até parar em Zeus. – Você é igualzinho a Cronos. – Eu dei mais um passo em sua direção. – Queria matar sua filha
com medo que ela, ou melhor, eu fosse mais forte que você e tomasse seu trono.

– Não é assim. – Zeus começou.

– É assim sim. – O interrompi ferozmente. – E o mais engraçado ainda que a filha que você quis
matar é a única que pode te salvar