Se é que é possivel, Rocco ficou ainda mais branco, emetindo um som de desespero. Ele olha pra mim, por que sabe que eu escutei o grito abafado pelo pavor, ele me da um sorriso, muito forçado, querendo dizer que está tudo bem. Mas não está.

Seu primeiro passo é cheio de incerteza, ele segue vagarosamente, a caminho de sua morte. A adrenalina toma conta do meu corpo, olho para trás e vejo papai, dando apoio ao pai de Rocco, que poderá correr o risco de perder seus dois únicos filhos, de uma única vez. Posso ver o pesar nos olhos de meu pai, seu olhar encontra o meu, eu olho devolta a Rocco, seguindo para o palco, olho para meu pai, e então digo a ele:

- Desculpa, pai... - É mais como um sussurro, mas meu pai capta a mensagem na hora.

Eu nunca quis ser pego na Colheita, mas não posia deixar os Marino perderem dois filhos. Respiro fundo. Não se arrependa! penso, e então dou dois passos a frente e ergo meu braço esquerdo, todos a meu redor me olham, minha voz sai fraca no começo, mas continuo dizendo, com a maior certeza e coragem que reúno dentro de mim:

-Eu me voluntario como tributo no lugar de Rocco Marino!

Rocco se vira, incrédulo e balança a cabeça, negando. Começo a caminhar, passo por ele e sorrio, por incrível que pareça, estou calmo. Um bando de Pacificadores tira Rocco de perto do palco, e o leva devolta ao grupo de meninos, e um outro grupo me leva até o palco. Savannah me empurra até o centro do palco e com aquela vózinha chata dela, ela diz:

- Nossa! Como é o nome deste corajoso Jovem?

- É Blight. Blight Fazer.- Minha vóz se perde, vejo papai me olhando com um olhar totalmente duro. Mamãe está chorando.

Christy está parada, em pânico. Seus olhos esbugalhados me dizem algo.

Era o seu presentimento ruim. O presentimento ruim, era apenas minha morte.