O próximo passo antes do início oficial dos Jogos é a entrevista. Por isso Mackena e eu somos acordados bem cedo pois seremos preparados de uma forma espetacular para a entrevista.

- Vocês devem mostrar que realmente são bem fortes, para não pensarem que terão a mesma estratégia que eu. - Nos diz Johanna.

- E Como sugere que façamos isso? - Digo, com ar de deboche.

- Impondo respeito ora! Como se ganhar não fosse uma opção! - Responde Savannah, e fico surpreso, pois o que ela diz realmente é algo que faz sentido, para variar. De todos naquela sala, ela seria a última que eu esperaria uma resposta destas. 

- Bem... Esta é a resposta... - Diz Johanna, sorrindo debochadamente para mim. - Na verdade, devem parecer que nem se gostam, devem parecer egoístas que só se importam com o próprio umbigo, e que não veêm a hora de um matar o outro. - Ela diz, dando de ombros.

Não da pra saber como Johanna quer trabalhar conosco, já que ela muda de ideia contsantemente. Bom, ela pelo menos quer que um de nós vença essa coisa.

Lumia e Tigris entram algum tempo depois, falando que vão trabalhar conosco e depois nos vestir para a entrevista com Caesar Flickermann.

Entro em meu camarim com Lumia, não sei qual é a dela me bajulando tanto, quando amanhã estará torcendo pela minha morte, e que vibrará quando esta acontecer, mas pelo menos chegarei a final, e ao lado de Mackenna, por que tenho de mantê-la viva, e só ela pode me matar. 

-Certo Blight? - Pergunta Lumia, eu nem notei que ela começou a falar, e apenas concordo.

A mulher raquítica de cabelos laranja arruma meu cabelo para o lado, olha bem, faz cara feia e resolve arrepiá-lo de forma estranha, mas legal. 

Um homem gorducho cuida do meu rosto, abrindo um estojo imenso e cheio dos mais diversos pincéis.

- Ah, qual é? Vai mesmo me maquiar? - Digo em protesto.

- Desculpe Blaster, ordens da Lumia. - Ele diz. É a quinta vez que erra meu nome, pergunto-me se faz de própósito...

-É. Blight! Me. Chamo. Blight! - Digo. É tão difícil assim dizer Blight? Que coisa!

Depois de uns quarenta e cinco minutos, estou mais uma vez sozinho com um robe levíssimo. Lumia entra, com uma bolsa na mão e minha roupa na outra. 

- Venha Blight, ajudarei a vestir sua roupa. Não negue! Você vai precisar de mim. - Ela ri baixinho.

- Não ia negar. Não ia adiantar não é?

Visto umas calças esverdeadas, uma jaqueta de calda longa, a qual demoro pra entrar, porque é bem curta nas extremidades, e minhas costas são largas, mas quando consigo, elas ficam bem ajustadas e não encomodam. Visto também umas botas em cor marrom. Quando me olho no espelho, não posso negar felicidade, realmente estou fantástico. Meu rosto está com uma expressão forte graças a maquiagem, sinto-me até um poco culpado por ter implicado com o gorducho.

- Gostou? - Pergunta-me Lumia.

- Este é... É o melhor traje que ja usei em minha existência!

Só volto a encontrar Mackena na saleta comunal que da para o palco. Ela traja um bonito e leve vestido verde, e seus cabelos, normamente espetados, deram lugar a um liso belíssimo, que passa dos ombros.

A mulher da equipe de filmagem organiza a todos nós em fila menina-menino por ordem de distrito. Temos uma enorme Televisão, para que possamos acompanhar a entrevista. A garota do 1 entra toda simpatica e bem nojentinha. seguida por seu parceiro, que entra todo imponente, e assim por diante. Temos a entrevista dos primos do distrito 6, que se encerra com Luca, o garoto mais sem sal que conheço. A mulher da equipe pede para que nos preparemos, pois entraremos em 2 minutos, já que o programa deu uma pequena pausa para um intervalo comercial. Em seguida ela busca Mackena, que logo mais entrará no palco. Caesar faz algumas brincadeiras com a platiea e em seguida a chama. Mackena entra sorrindo para A platéia e para Caesar, que a recebe muito bem. 

-Então, Mackena. Está gostando da Capital?

- Oh, sim! - Ela responde. Seca demais.

A entrevista segue com alguns risinhos aqui e outros ali. Caesar se levanta com Mackena e da a entrevista por finalizada. 

A moça da equipe me chama e me guia até a entrada do palco, mas não posso entrar sem o chamado do Caesar, que assim que diz algumas coisas sobre mim me chama. Vou em sua direção sorrindo, e aceno a platéia também.

- E então Blight? Gostando da Capital?

- É, eu realmente tô gostando! - Digo tentando ser legal com Caesar e também com os outros. 

- E do que mais gostou até agora?

Eu demoro um pouco, pensando na resposta... Dou um risinho e depois digo:

- Eu gostei das camas! - A platéia solta umas gargalhadas. - Juro, eu durmo feito bebê. Imagino o que vocês que são daqui não fazem nestas camas!

E consigo fazer toda a platéia rir, e inclusive Caesar que começa a bater palmas.

- Dessa eu gostei. É a primeira vez que um Tributo elogia as camas. É sempre a comida, as jóias, as cores, mas as camas é a primeira vez. - Diz Caesar, ainda sorrindo um pouquinho.

- Bem, sinto-me honrado. - Digo, fazendo uma leve reverência.

- Blight me diga. O que te levou a se voluntariar na colheita? - Caesar fica sério, e a platéia também, e eu também.

- Bem... É que o menino que viria em meu lugar... ele... é... Meu melhor amigo... - Estraguei tudo, devia parecer inponente, e agora pareço fraco e protetor. Droga!

- Se me lembro bem, seu nome é Rocco sim? Rocco Marinno? - Ele pergunta, itercalando a visão entre mim e a platéia.

- É. Ele é irmão de Mackena. E também foi por isso que me voluntariei, eu não posso deixar a família deles perder 2 membros de uma vez.

 Caesar fica rígido, suspira e por fim diz:

- Mas se você pretende vencer, eles vão perder pelo menos um, certo?

- É. Mais eu não vou vencer, serei finalista e depois Mackena vai me matar, foi minha promessa. Eu devo protegê-la e ela volta pro 7 como campeã.

Bem na hora que termino a campainha soa, finalizando a entrevista...