Assim que pôs um pé fora de casa, o seu coração começou a acelerar mil. O Dylan tinha acabado de se declarar a ela? "Mas como é que isto é possível? Como é que isto foi acontecer?" eram as perguntas que ela mais fazia a si mesma. Há medida que se ia afastando de casa, mais vontade tinha em voltar para lá e beijá-lo, vontade essa que ela não conseguia explicar. A dado momento, o seu telemóvel tocou, e quando o tirou do bolso, era Michael. 

* Conversa ao telemóvel * 

- Olá Caroline. 
- Olá amor. 
- Onde estás? 
- Estou a dar uma volta.. 
- Podes sentar-te? Precisamos de falar. 
- Fala amor, eu oiço. 
- Eu prefiro que te sentes, por favor.. 
- Mas o que é que se passa? Estou a ficar preocupada. Estás bem? 
- Senta-te! 
- Ok ok, calma, vou procurar um sítio para me sentar! - Caroline andou às voltas à procura de um banco, e depois de cinco minutos a andar de um lado para o outro, lá encontrou um, que estava de frente para a praia. Sentou-se. - Pronto, já estou sentada, podes falar. 
- Eu... eu... 
- Michael, obrigaste-me a sentar, então agora desembucha! Não enroles, se faz favor! 
- Eu vou directo ao assunto, desculpa. 
- Força, sou toda ouvidos. 
- Eu traí-te. Pronto, já disse! 
- TU O QUÊ?! - Soltou uma gargalhada. - Vá lá Michael, não brinques com coisas sérias. - Sorriu ligeiramente. 
- Eu não estou a brincar. - O sorriso de Caroline desapareceu instantaneamente. - Desculpa, mas eu tinha que te contar. 
- Com quem? 
- Com uma rapariga que conheci aqui. 
- O que é que aconteceu entre vocês? 
- Oh Caroline, não me faças contar-te tudo. 
- EU TENHO O DIREITO DE SABER, MICHAEL! E TU SABES QUE EU TENHO ESSE DIREITO, PORTANTO NÃO SEJAS PARVO, E CONTA-ME TUDO! 
- Começámos por nos beijar, e passámos a noite juntos. 
- TU ENVOLVESTE-TE COM ELA?! 
- Sim.. 
- COMO É QUE TU FOSTE CAPAZ?! EXPLICA-ME! COMO?! 
- Tem calma, Carol. 
- Não me chames Carol, sabes que só as pessoas mais próximas me chamam isso, e tu, perdeste todo o direito que tinhas para me chamar isso! 
- Por favor.. Eu contei-te, isso deve valer alguma coisa não? 
- Ah, então tu só me contaste porque pensaste que ao fazê-lo, eu te ia desculpar, e ia ficar tudo bem entre nós, é isso? 
- Não.. Ok, chega de mentiras. Sim, foi exactamente por isso que eu te contei. Pensei que ao contar, tu ias perceber que eu tinha sido homenzinho o suficiente para contar, que tinha tido coragem para te contar, e que me ias perdoar. Por favor, perdoa-me Caroline. 
- Foste homenzinho para me contar, mas não foste homenzinho para impedires que isso tivesse acontecido! 
- Desculpa-me, por favor!
- Não, nem penses que eu te vou perdoar! 
- Por favor! 
- CALA-TE, VAI TER COM A TUA AMIGA, DEIXA-ME EM PAZ! NÃO ME DIRIJAS MAIS A PALAVRA, ACABOU MICHAEL! ACABOU TUDO! SÊ FELIZ! 


Mal disse isto, desligou a chamada, e, em seguida, desligou também o telemóvel. Ficou sentada no banco durante horas e horas, lavada em lágrimas, sem saber o que havia de pensar nem o que havia de fazer. Michael tinha-lhe mesmo partido o coração.