Lá estava eu aqui na mesa, tentando bolar um plano.

–Vamos lá, segunda tentativa. –disse desanimada.

–Ei! –Bruce levantou e começou a rir. Meu Deus! Está possuído. –Tive uma ideia. ♪

–Então conta. ♫ -James cantou com ritmo. Rimos juntos.

–Todo ano, tem festas. Domingo sem ser essa, a outra, vai ter uma festa aqui na escola. Halloween.

–Ótima ideia. – Respondeu July. Bem animada. –Inclusive Barbara, vai muitas pessoas da idade da sua mãe.

Assenti. Tomara que dê certo.

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–Ela aceitou James. –Gritei.

–Ei Barbara, não precisa gritar no telefone.

–Desculpa. É que estou feliz.

–Que bom que ela aceitou, gosto de ver você assim, animada.

–Mas você não está me vendo, você está me ouvindo.

–Sem comentários. –Rimos juntos.

–Ei James, tenho que desligar.

–Ah... –Disse com uma voz triste. –Tudo bem, beijos.

–Beijos. –Desliguei e deitei na cama, suspirando.

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Essa semana tinha passado e não aconteceu nada de diferente. Tudo igual.

Hoje é Domingo. Dia da festa. A fantasia da minha mãe é uma bruxa. Ela adora bruxas. Estranho não?

Me fantasiei de morta. Um vestido preto e alguns cortes feito á lápis.

A festa foi um sucesso. Parece que a mamãe gostou de um cara. Ficou conversando com ele por um longo tempo. Fiquei com Diego de novo. Agora fui eu que tomei a iniciativa. Quem sabe não rola uma declaração por aí?

(...)

–Hum dona Rose... Parece que você gostou daquele homem ali. –Respondi rindo.

–Nem vem, Barbara. –Disse baixo. –Ele é gay.

Olhei para ela incrédula.

–Gay? –Ela assentiu.

–Ele é muito legal, depois eu te apresento. –Assenti. Gay? Não vou falar nada. Quer saber? D-E-S-I-S-T-O. Já vi que não vai dar certo. Vou viver a minha vida, melhor coisa que eu faço. Não que eu esteja revoltada, é que eu percebi que não vai dar certo.

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Contei para James e July. Eles não acreditaram. Disse também, que tinha desistido. Eles insistiram para continuar um pouco. Eu neguei dizendo que não queria mais. Eles compreenderam. Pensei que James ia se afastar um pouco de mim, por conta do beijo do Diego. Ele sente muito ciúmes de mim. James me chamou para ir ao cinema, eu aceitei e marcamos nos encontrar amanhã, quatro horas da tarde em frente ao cinema.

(...) Hoje o sol está sufocante. Faltam poucas horas para dar quatro horas. Decidi usar um short, embora não sou muito fã. Fiz um coque, peguei a bolsa e coloquei coisas necessárias [identidade, batom, dinheiro, celular]. Contei para minha mãe que iria sair com James, dei um beijo na sua bochecha e saí rumo ao cinema.

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– o que você quer ver? –James me faz uma pergunta.

–Comédia ou terror?

–Perguntei primeiro.

–perguntei depois de você. –Ele riu.

–Comédia.

–Até que a sorte nos separe?

–Yep! –Sorri e fomos para bilheteria.

–Pipoca de que?

–Como assim ''pipoca de quê''? –Perguntei.

–Sabor. Tem de bacon, queijo, manteiga, churrasco...

–Bacon. -Disse interrompendo. – E uma coca, por favor.

James pegou os refrigerantes e eu peguei as pipocas. Entramos na sala de cinema, sentamos na última fileira.

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Foi tão engraçado o filme. Rimos demais. Passamos no ‘’King’’ e compramos os sanduiches e milk shakes.

Depois nós fomos para parque que tinha no shopping e nos divertimos demais.

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–Eu me diverti muito. –Disse em frente á porta do meu apartamento.

–Eu também. Você é louca! Como que você tem coragem de falar isso para uma criança?

–AH fala sério! Ela tinha cara de 14 anos. –Foi assim, lá estava eu sentada na mesinha comendo meu hambúrguer, quando ouço uma menina. Jurei que ela tinha 14 anos, mas ela só tinha nove anos. Nove!

–Ei menina de saia azul.

–Está falando comigo? –Ela olha para mim de um jeito, que ela parecia dizer ‘’menina horrorosa!’’

–Sim.

–Manda. –Manda? Quem fala ‘’manda’’?

–Manda o quê?

–Falar, você não estuda não?

–Está revoltada? Isso é falta de sexo? ‘’falow’’. –disse e peguei o James e saí daquele lugar. Mas antes ela gritou:

–Ei maluca, eu só tenho nove anos! Mente suja!

Isso aí, contei o mico.

Lembrei da cena novamente e comecei a rir.

–Foi tão engraçado e ao mesmo tempo vergonhoso.

–Você é maluca mesmo. – Dei de ombros várias vezes.

–Ei, tenho que entrar agora. –Dei um abraço á ele.

–Posso fazer uma coisa antes?

–Pode. –Disse confusa. Em um ato rápido, ele me deu beijo. Separei-me dele rapidamente. –Por que você fez isso?

Disse tanto indignada.

–D-desculpa.

–Você não devia ter feito isso. Tchau.

–Esp... –Bati a porta na sua cara. –Barbara!!!

–Vai embora.

–Me desculpa.

–James, por favor, vai embora. Amanhã nós conversamos. –Ele não disse mais nada, em seguida ouvi o barulho do elevador.

Fui para meu quarto, sentei na cama e a cena do beijo veio á minha cabeça. Confusa. Isso que estou sentindo no momento. Ele é meu melhor amigo. Nunca imaginei que rolasse ‘’alguma coisa a mais’’. Várias lembranças invadiram a minha mente.

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–Ei, Barbara. -James sussurra.

–Oi. -encarando-o.

–Me empresta o seu caderno?-disse meio sem graça. Assenti entregando-o.

(...)

–Obrigado-disse devolvendo o meu caderno.

–De nada-Sorri.

–Você gosta de Slipknot ,né-Observando a minha shirt.-Quais outras bandas você gosta?

–Nirvana, RHCP, Queen e vários.

–São bons. –sorriu e devolvi - o com o mesmo sorriso.

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Estava descendo do ônibus, quando alguém grita meu nome.

–Bárbara! –Me virei e vi o James correndo até chegar onde eu estava;

–Oi James. –Sorri, ele fez o mesmo. -Tudo bem?

–Sim, e com você? – Pergunta eufórico.

–Também, vamos entrar. –Ele assentiu e foi me seguindo até a sala. Mas enquanto não chegamos lá, ficamos conversando.

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–A turma fez um ‘’aaaah’’. Podem escolher sua dupla. Droga. Com quem eu vou fazer? A maioria já tinha sua dupla.

–Barbara! –Olhei para os lados e vi o James me chamando. –Quer fazer comigo? –Assenti feliz.

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Quando olhei para relógio, percebi que já eram cinco horas. Levantei e me despedi do James.

–Eu te levo até o ponto de ônibus.

–Não prec...

–Faço questão. –Falou me interrompendo. Assenti. Fomos até ponto de ônibus. Enquanto não chegava o meu ônibus, ficamos conversando.

–Amanhã você vai jogar Xbox de qualquer jeito. –Assenti rindo.

–Já perdeu. – Disse encarando-o.

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–Ganhei. –gritei rindo dele. Fiquei fazendo dança ridícula. E ele só rindo.

–Eu deixei você ganhar. – Mostrei o dedo pra ele. –Olha o que você faz menina. –Ri dele e dei de ombros.

–Vou ter que ir está tarde. –Ele fez cara triste. –Sem drama vai, amanhã nós vamos se ver de novo.

–É que estava legal, mas ok. Vou te levar no ponto de ônibus. –Fiz cara de tédio. -Nem vem, vou te levar você querendo ou não. James pegou a chave, trancou a porta, e caminhamos indo na direção no lugar desejado. Nós despedimos e entrei no ônibus e fiquei ensaiando mais um pouco.

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–Está linda, pena que sua cara é feia. –diz e começa a rir. Dei uma tapa de leve e mandei-o ‘’tnc’’.

–Idiota. –Ele me abraçou e me chamou de boba.

Ficamos jogando por um bom tempo, perdi pela primeira vez na festa. Chamei James para dançar, ele aceitou.

–Ô chata, amanhã vai lá em casa jogar uma partida de futebol.

–Eu não. Vai você, estou com preguiça. – Fiz cara de tédio.

–Preguiçosa, talvez eu vou.

–Enjoado.

–Feiosa.

–irritante

–Gorda. –Olhei para baixo. –Estou brincando, você é mais magra que palito de churrasco.

–Também não exagera. –Rimos juntos. – Ah, cansei de dançar, vamos sentar?

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–2hrs. –Arregalo os olhos e levanto em um movimento rápido.

–Tenho que ir. Tchau. –Sinto o meu braço direito sendo puxado.

–Está louca? Não pode andar na rua sozinha nessa hora.

–Lógico que eu posso. – Tento passar por ele.

–Pode não, eu te levo. –Fiz sinal de não e tentei de novo.

–Sai. Tenho que ir, não quero levar sermão. É só pegar ônibus.

–Você acha que vai conseguir ônibus essa hora?

–Peço um táxi.

–Não. Taxistas são perigosos. Se fosse de dia, tudo bem.

–E você vai me levar como? –disse o desafiando.

–Bicicleta. Pego do Alex.

–Ata, depois você volta sozinho. Lógico que não. Dorme lá.

–Tanto faz, mas eu vou te levar de qualquer jeito.

–Ok. – ele falou para eu esperar ali. Logo alguns minutos, ele volta com a bicicleta, fui me despedir das meninas e do Alex. Ele já tinha se despedido e disse que ficaria na rua. Vou até a rua, e vejo James me esperando.

–Vamos? – Ele assente com a cabeça. Sento de lado e na frente dele

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Falei com Bruce que ia pra sala também e fui atrás de James.

–O que eu fiz? –Perguntei parando na sua frente.

–Nada. – Deu de ombros.

–Para de mentir. Desembucha.

–Você não fez nada.

–Não vai contar? Tudo bem. Mas enquanto você não falar, eu não converso mais com você. –Sentei no meu lugar. Nossa primeira briga.

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–Quer dizer que a feiosa sabe cozinhar? –Mostrei o dedo do meio. Rimos todos juntos. –Deixa experimentar. Hum, está uma delícia.

–Meu filho, eu sou mestre em cozinha. –Disse se gabando.

–Convencida, até que a feiosa cozinha bem. –Fingi que estava brava e deixei o no “vácuo’’. –Ei, eu estava brincando. –Ignorei. –Ei Barbara estava brincando, você não é feia, você é a mulher maravilha.

Comecei a rir.

–Você tinha que ver sua cara de desesperado. Foi tão engraçado. Tem medo de me perder. –Disse dando um abraço apertado. –Não gostei da Mulher maravilha. –disse em sussurro.

Ele riu e retribuiu o abraço. Esqueci completamente da July. Olhei em volta e percebi que tinha saído da sala.

–Ei princesa, precisa de ajuda? – James perguntou abrindo o refrigerante que pegou da geladeira. Essa foi o dia que eu mais gostei.

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–Aí que o James entra na cena.

–Eu?

–Você sim, se você estiver com ela, ela nem vai se preocupar. Ela vai dar ‘’privacidade’’ para vocês.

–Mas não vai rolar nada.

–Mas sua mãe acha que sim.

–É mesmo, ideia genial. –Disse James, empolgado.

Não sei. Porque ele ficou empolgado? Deve ser porque ele pensa que vai ganhar de mim no UFC. Ah é isso! Ahá.

–Eu também gostei. -Sorrimos um para o outro. Como sou burra! UFC? Sou muitoooooooo burra.

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Tantas lembranças boas.Isso não pode estar acontecendo. Porcaria. O que eu faço? As coisas estão acontecendo muito rápido. E tem o Diego também. Sei que rolou apenas beijos e nada mais, mas eu sinto que o traí. Ah James... Por que você fez isso? Nossa amizade é tão linda. Relembrei a cena do beijo.

Não sei que vai acontecer. Mas sei de uma coisa. Minha vida virou uma bagunça.