Deep in the Meadow escrita por Pennyweather


Capítulo 6
Dúvidas


Notas iniciais do capítulo

Olá tributos! Desculpem pela demora em postar, estou em semana de provas pesadas e estou sem inspiraçao...
Enfim, esse capítulo nao ficou taaao bom, mas ta razoavel...kkkk realmente nao sei o que penar desse cap.
Boa leitura, nos vemos lá embaixo!



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POV. Gale


Acordo em meu quarto escuro e tento me lembrar do que realmente aconteceu. E então, a lembrança me vem à tona.

Madge nos braços de Blake, Madge assistindo à briga, Madge chorando, Madge me abraçando, Madge cuidando de mim, Madge fazendo carinho em meus cabelos, Madge cantando. Madge, Madge, Madge. O rosto e o nome dela sempre aparecem em minha mente, de um jeito ou de outro. Eu não posso e não quero impedir que sua face sorridente invada meus pensamentos.

O toque. O abraço caloroso. O carinho. Eu ansiava por ter aquilo novamente. Mas não podia. Sei que isso é contraditório em relação a eu ter permitido que Madge cuidasse de mim. Foi um deslize. Eu sabia, eu não consigo me manter longe da garota dos morangos por muito tempo. Mas vou manter minha promessa. Eu jamais a deixarei em perigo de novo.

Me levanto e vou ao banheiro. Quando lavo meu rosto e encaro meu reflexo no espelho, tenho uma surpresa.

Meu rosto está uma desgraça, mais do que eu imaginei que estaria. Mas Madge cuidou muito bem dele, não sinto mais tanta dor. Levanto minhas mãos na altura de meus olhos e vejo que uma delas está cuidadosamente enfaixada. Involuntariamente, dou um sorriso. Só mesmo Madge, para cuidar de mim daquele jeito.

Saio do banheiro e vou à cozinha, a fim de ver no relógio que horas são. 00h06min. Cacetada, dormi pra caramba.

E então escuto passos. Quando me viro e não vejo ninguém, olho para baixo. Posy, minha irmãzinha de 4 anos está me observando, curiosa.

–Oi Gale- ela esfrega os olhos- Você dormiu bastante.

Pego Posy no colo e sento na cadeira da cozinha, acomodando-a em meus braços.

–Parece que dormi né? Mas o que a senhorita está fazendo acordada a essa hora da noite?

–Rory não pára de roncar- ela diz, ajeitando a camisola rosa- Porque está todo machucado? Você caiu?

Penso em contar a Posy tudo o que aconteceu, mas depois me lembro que ela é só uma garotinha. Tento ser delicado ao dizer a ela o que houve.

–Digamos que um garoto malvado brigou comigo.

Ela me encara por um tempo, curiosa. Então toca com cuidado o curativo em minha mão e me olha novamente.

–E quem cuidou de você? Foi a mãe de Katniss?

Encaro seus pequenos olhos cinza, que ela puxou de mim.

–Não, foi uma amiga.

–Que amiga?

–A filha do prefeito.

–Aquela menina bonita?- pergunta ela.

De onde ela conhecia Madge

–É, aquela menina bonita. -digo finalmente.

–Está doendo?

–Está, mas eu vou ficar bem.

Ela apóia sua pequena cabeça sobre meu peito.

–Estou com sono.

–Vamos dormir, então.

Carrego Posy com extremo cuidado até sua cama, deitando-a e cobrindo-a logo em seguida.

–Boa noite Gale.

–Boa noite Posy. Vê se dorme, está bem?

Dou um beijo em sua testa e saio do quarto. Volto para a cozinha e me jogo sobre a cadeira. O que eu vou fazer agora? Estou sem sono algum. Olho para os lados, à procura de algo para fazer, e percebo um pedaço de papel apoiado na mesa. Pego o papel e dou um sorriso ao perceber a caligrafia delicada. Madge.

Gale,

Obrigada por ter me protegido. Foi muito corajoso e legal da sua parte, mas você se machucou demais. Por mim.

Agora, mesmo que vá ser difícil para mim, e talvez até para você, apoio a sua ideia de nos mantermos um pouco longe um do outro.

Gosto da sua companhia, e os dias na floresta foram os dias em que eu mais me senti livre e, por que não dizer? Feliz. Mas não vou deixar você se machucar de novo.

Há dias atrás, você me disse que não podíamos manter contato porque você achava estar
me deixando em perigo. Mas agora acho que é exatamente o contrário. Você se feriu todo por mim, não é certo. Eu não quero te ver machucado de novo.

Espero que você consiga entender meu ponto de vista.

Madge

P.S: Lembre-se de trocar o esparadrapo de sua mão a cada dois dias, já que eu não estarei aí para fazer isso por você. Se não seu corte pode infeccionar.

Dou um sorriso ao terminar de ler a carta. Li e reli várias vezes, não sei exatamente por que. Acho que ler seu bilhete repetidamente me dá a ilusão de que ela está perto de mim.

Quando percebo que não há mais nada para fazer além de ficar ali, parado, esperando o Sol nascer, vou para minha cama e fico lá, deitado, até que o sono me domine por completo.

POV. Madge


A essa altura dos Jogos, fomos dispensados da escola para podermos assistir. Mas mesmo assim, levantei na madrugada para ver Katniss nos Jogos. Hoje é o grande dia. Ela vai para o ágape, para tentar pegar o remédio que vai salvar a vida de Peeta. Antes de sair de casa para assistir aos Jogos, vou falar com minha mãe. Ao entrar no quarto de meus pais, noto que a cama só é ocupada por uma pessoa. Papai já deve ter ido á prefeitura, mas está meio cedo. Ele não costuma sair de casa nesse horário.

–Mãe? Está acordada?

–Sim filha, entre. Quero falar com você.

Sento-me na cama e observo minha mãe, depois de dias sem realmente falar com ela.

Sei que minha mãe está bem doente, e a doença anda consumindo-a. Mas mesmo assim, ela continua sendo uma mulher fascinante por sua beleza. Ela tem os mesmo cabelos loiros que eu, e os mesmos olhos amendoados também.

–Pode falar mãe.

–Percebi que você têm chegado em casa em horários irregulares em relação ao horário que você costumava voltar para casa. Qual o motivo dos atrasos?

–Ah, eu tenho visto muito uma amiga. A Julieta- digo um pouco receosa.

–Seu pai me falou dessa sua amiga- diz minha mãe, enfatizando a palavra amiga.

–Falou, é?- pergunto um pouco nervosa.

–Falou. Mas sabe Madge, você pode enganar seu pai, mas a mim você não engana.

–Como assim?- minha voz falha ao fazer a pergunta.

–Minha filha, eu já tive sua idade. Qual é o nome do garoto?

Penso em mentir e me fazer de desentendida, mas caramba. Ela é minha mãe.

Dou um suspiro.

–Gale Hawthorne.

Ela sorri.

–Um Hawthorne? Devo dizer que por essa eu não esperava.

Abaixo a cabeça.

–Madge, minha filha- ela diz, erguendo meu queixo com a mão, delicadamente- Não precisa ter vergonha. Se apaixonar não é um crime. É uma coisa bonita.

Eu? Apaixonada por Gale? Essa afirmação de minha mãe me deixa um pouco confusa. Digo, finalmente:

–Não estou apaixonada, mãe. Ele é só um amigo.

Minha mãe me olha um pouco desconfiada.

–Está bem, Mad. Mas tome cuidado com esse rapaz. É de conhecimento de todos nesse distrito que ele é um caçador clandestino.

–Está bem, mãe- digo, lhe dando um beijo em sua bochecha e saindo do quarto.

Quando estou andando em direção à praça para ver os Jogos, fico pensando no que minha mãe me disse.

Madge, minha filha. Não precisa ter vergonha. Se apaixonar não é um crime. É uma coisa
bonita.

Está bem, Mad. Mas tome cuidado com esse rapaz. É de conhecimento de todos nesse istrito que ele é um caçador clandestino.

Balanço minha cabeça, a fim de afastar esses pensamentos. Será que estou apaixonada por Gale? Isso seria muita burrice da minha parte, não é? Ele jamais corresponderia.

Mas por que eu me importo? Eu não gosto dele. Ou gosto?

Estou ferrada.

POV. Gale


Estou na praça, assistindo aos Jogos, quando percebo uma garota atravessando a rua. Seus cabelos loiros dançam com o vento enquanto ela anda. Madge. Ela se mistura à multidão que assiste atentamente aos Jogos, de modo que eu a perca de vista. Volto meu olhar para o telão.

Katniss está indo para o ágape. Para tentar pegar o remédio que vai curar a perna de Peeta. Uma atitude nobre, mas arriscada. Claro, ela quer salvar a vida dele, com o remédio que estará sobre a mesa na Cornucópia. Mas e se essa atitude dela ao tentar salvar a vida de Peeta implicasse em sua própria morte?

Acho que eu não ia suportar. Catnip é minha melhor amiga a anos.

Quando os primeiros raios de sol começam a reluzir na Cornucópia, o chão na frente da boca do chifre se divide em dois e uma mesa redonda revestida com um tecido branco surge na arena. Sobre a mesa encontram-se quatro mochilas, duas grandes e pretas com os números 2 e 11, uma verde do tamanho médio com o número cinco e uma pequena de cor laranja com o número 12- onde está o remédio de Peeta.

Mal a mesa é colocada e fixada no lugar, a garota do distrito 5 sai em disparada e agarra sua mochila com rapidez. Que esperta essa ruiva! Esse deveria ter sido o plano de Katniss!

Começo a ficar inquieto. Fora a ruiva com cara de raposa, ninguém mais se mexeu. Vamos lá, Catnip! Você consegue! Por que demora tanto?

Finalmente, ela sai em disparada em direção à mesa. Mas uma faca é lançada em sua direção, pela carreirista do distrito 2. Mas felizmente, Katniss consegue desviá-la com o
arco. Ela se vira, repuxando a corda do arco e mira uma flechada no coração de Clove. Mas a carreirista consegue se virar na hora exata, evitando um ferimento fatal. Porém a flecha perfura seu braço esquerdo. Ótimo, assim Katniss ganha tempo para alcançar a diminuta bolsa laranja.

E então, uma faca lhe acerta a testa, fazendo o sangue jorrar por seu rosto.

Fico imóvel. O sangue. O corte. O rosto dela passando para o tom vermelho por causa do sangue.

Eu só queria poder impedir isso. Se Katniss morrer, eu não sei o que eu faço.

A Capital. O Presidente Snow. Todos eles, acabando com nossas vidas de um jeito ou de outro. Os Jogos. Por que fizeram isso justo com Katniss? Por que ainda continuam com isso? Por que ainda somos obrigados a viver essa horrível realidade? Isso tudo é culpa deles, que só pensam em si mesmos e só olham para o próprio umbigo.

Katniss cambaleia e lança uma flecha na direção geral da carreirista. Mas a flecha não acerta o alvo. Merda!

E então Clove dá um soco em Katniss, jogando-a no chão e prendendo-a com os joelhos. Meus músculos se contraem. É o fim da garota em chamas. É o fim de Catnip.

Mas Clove parece se achar com tempo, ela aparenta querer saborear o momento. Que desgraçada!

–Onde está seu namorado, Distrito 12? Ainda está vivo?-provoca ela.

–Ele está por aí, caçando Cato- diz Katniss- Peeta!

Clove corta a voz de Katniss, pressionando o punho em sua traqueia. Ela olha para os lados, a procura de Peeta, e depois volta os olhos para Katniss.

–Mentirosa- ela dá um risinho- Ele está quase morto. Cato sabe muito bem onde enfiou aquela faca. Provavelmente, você amarrou ele em uma árvore enquanto tenta manter o coração dele batendo. O que tem nessa linda mochila? O remédio pro Conquistador? Que
pena que ele nunca vai pôr as mãos nele.

Clove escolhe uma faca da coleção que guarda em sua jaqueta, uma de aparência cruel.

–Prometi a Cato que se ele deixasse você por minha conta, eu daria um show inesquecível ao público.

Katniss tenta se desvencilhar dela, sem sucesso.

Sinto o meu sangue ferver. Minha melhor amiga vai morrer do pior jeito possível. Esses nojentos da Capital, que nos obrigam a viver esse tipo de coisa, eles que deveriam estar lá na arena. Se eles fazem tanta questão de Jogos, que participem eles mesmos.

Essa realidade sempre me deixou louco de raiva. A Capital com todos os luxos disponíveis, nós com crianças morrendo de fome.

Olho para os lados e finalmente localizo Madge. Ela chora compulsivamente, olhando para a tela com os olhos inchados e soluçando. Mesmo sem conhecer muito bem Katniss, ela chora.

Tão pura. Me lembro da vez em que a vi chorar pela morte de Rue. Como eu me senti mal por ela naquele dia. Como eu queria ir até ela e abraçá-la.

E novamente, sinto vontade de correr até ela e abraçá-la, como quis a dias atrás.

–Esquece isso, Distrito 12. Nós vamos te matar. Da mesma forma como fizemos com sua ridícula e pequena aliada... como era mesmo o nome dela? Rue? Bem, primeiro Rue, depois você, e então eu acho que a gente vai simplesmente deixar a natureza cuidar do Conquistador. O que você acha disso? Agora, por onde começar?

Ela analisa o rosto de Katniss e então diz:

–Eu acho... eu acho que começaremos pela boca- ela começa a traçar o contorno dos lábios de Katniss com a ponta da lâmina.

Katniss apenas continua a encarando.

–Pois é, eu acho que você não vai ter mais muito o que fazer com essa boca. Quer mandar um último beijo pro Conquistador?- pergunta ela. Katniss cospe em sua cara, enfurecendo-a- Tudo bem, então. Vamos começar.

O que se segue depois disso é uma sequência de ações. O garoto do Distrito 11 arranca Clove de cima de Katniss, gira seu corpo e a arremessa no chão.

Clove está morta.

O diálogo entre Katniss e Tresh após ele ter matado Clove foi confuso. Ele a deixou fugir, pois não queria ficar devendo nada a ela, por que Katniss havia se aliado a Rue e cantou para ela enquanto a pequena garotinha morria. Engraçado, esse seria o tipo de coisa que Katniss faria. Ela não gosta de ficar devendo nada a ninguém.

Enfim ela pôde correr para fora da região da Cornucópia e voltar para o lugar onde ela e Peeta se escondiam. Mas logo quando chegou, caiu no chão bruscamente, adormecendo.

Dou um suspiro de alívio. Catnip não está morta. Olho para os lados e localizo Madge, que ainda está com os olhos inchados. Quando nossos olhares se cruzam, não consigo evitar um sorriso e, para a minha surpresa, ela o retribui.


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Notas finais do capítulo

Ok gente, entao até outro dia, estou esperando suas reviews (inclusive a dos leitores fantasmas) e quem sabe, uma recomendaçao...?kkkkk
Um beijo e e um queijo!
#galemeseduza
kkk
PS>O q vcs acham de eu trocar a imagem da fic por uma mais nítida e que dê para ver melhor o rosto da Madge e do Gale?