Deep in the Meadow escrita por Pennyweather


Capítulo 4
Afastamento?


Notas iniciais do capítulo

Amo vocês como o Peeta ama a Katniss. Obrigada pelos reviews.



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Pego o braço de Madge brutalmente e começo a correr. Ela começa a correr também, acompanhando meu passo. Nos escondemos atrás de uma árvore com um tronco grosso e tentamos controlar nossa respiração descompassada.

Os pacificadores estão se aproximando. Estão perto demais. Se continuarmos atrás dessa árvore por muito mais tempo, com certeza irão nos pegar. Madge está trêmula, seus olhos, que refletem o brilho das estrelas, estão visivelmente preocupados. Seguro suas duas mãos e olho dentro daqueles olhos tão lindos. Sinto sua mão trêmula. Tento transmitir, em silêncio, apenas com o olhar, o quanto eu sinto muito. O quanto eu me sinto culpado se a pegarem. Que quero que ela me perdoe se algo de ruim acontecer a ela, porque eu jamais conseguirei me perdoar. Quero que ela saiba que eu vou fazer de tudo para protegê-la.

Me abaixo lentamente e agarro uma pedra. Jogo-a com força a alguns metros dali. Os pacificadores se viram em direção ao lugar onde a pedra acertou o chão. Aproveitamos a deixa e saímos correndo, indo na direção de alguns edifícios baixos.

Mas parece que a pedra não os distraiu pelo tempo suficiente, porque escutamos uma voz grossa gritar, não muito longe dali.

–Eles foram por ali!

Puxo Madge para um canto escuro, rezando para que não consigam nos ver aqui. Viro a cabeça, à procura de algum lugar melhor para nos escondermos. Ótimo. Há uma escada colada na parede do prédio do lado, que dá para o telhado. Sem pensar duas vezes, Madge e eu saímos em disparada, em direção às escadas. Tomo o cuidado de deixar Madge subir primeiro e subo logo em seguida.

Chegando ao topo, vejo que os pacificadores estão se aproximando do prédio. Merda. O que a gente faz agora?

Madge está perto da beira do telhado, analisando algo. Quando me aproximo, entendo a ideia dela.

O prédio em que estamos está quase colado a outro, com uma diferença de aproximadamente um metro e oitenta. Com a consciência de que os pacificadores já estão se preparando para subir, entendo que teremos de pular para o outro prédio. Olho para Madge, esperando sua confirmação. Ela está torcendo as mãos, está claro que não aceita muito bem a ideia. Mas é nossa única saída. Dirijo-me a ela, com urgência.

–Você confia em mim?

Ela me olha por alguns segundos antes de responder. E então assente com a cabeça. Subo-a em minhas costas, obrigando-a a enlaçar suas pernas ao redor de minha cintura e seus braços ao redor de meu pescoço. Ela fecha os olhos com força e apóia sua cabeça em meu ombro. Como ela é leve, meu Deus.

Dou dois passos para trás e então, com o barulho dos pacificadores subindo a escada como estímulo, saio em disparada e pulo de um prédio para o outro.

A força com que meus pés atingem o chão é o suficiente para que uma dor horrível comece a aflorar de meus pés. Mas a dor não é o suficiente para me parar. Desço Madge rapidamente de minhas costas e vislumbro uma pequena entrada que dá para o interior do prédio. Pego sua mão e descemos com urgência as escadas.

Reparo que nos encontramos no interior de uma loja. Vemos uma portinha que dá para um pequeno almoxarifado e é lá que entramos. Pego a chave e tranco a porta. Vamos até o lado mais fundo e escuro do almoxarifado e lá nos sentamos. Espero que os pacificadores não tenham nos visto entrar no prédio.

Engulo em seco, minha respiração está completamente fora de ritmo, assim como a de Madge. Observo-a por um tempo.

–Obrigada Gale. Por não ter me deixado cair. Por ter me segurado ao invés de me deixar pular sozinha. Não precisava ter feito isso, eu podia ter pulado sozinha.

–Eu precisava te segurar, sim. E eu jamais te deixaria cair- digo desviando o olhar, um pouco sem graça.

Hoje foi a prova de que eu não posso, simplesmente não posso manter mais contato com Madge. Chega de encontros na floresta. Esperá-la na escola. Conversar. Eu só estou colocando-a em perigo se continuar mantendo contato com ela. Eu não posso permitir Madge ficar em perigo. E se ela ficar comigo, já é perigoso. Por mais que me doa, e talvez eu não suporte ficar longe da única pessoa que conseguiu me fazer inteiramente feliz, nem que tenha sido por só dois dias, eu não posso mais ficar com ela. Mas não sei onde encontrar forças para dizer isso a ela.

–Escute Madge. Isso que aconteceu hoje, isso não pode se repetir. Eu só estou te colocando em perigo, te levando para a floresta. Não podemos mais manter isso. Sinto muito.

Ela me olha indignada.

–Gale, como assim? No primeiro problema, você já desiste? Desiste de passar as tardes comigo? Foi realmente tão insignificante a ponto de você se afastar de mim sem nenhum problema?

Respiro fundo. Não vou aguentar por muito mais tempo. Desistir de Madge. Desistir. Não sei se consigo me manter longe da garota com os morangos por muito tempo. Mas é preciso. O episódio de hoje não pode se repetir. Simplesmente não pode. Não posso colocar Madge em perigo de novo.

–Madge, escute. Esses dois últimos dias com você provavelmente foram os meus dias mais felizes. Eles significam muito para mim. Mas não posso te deixar em perigo de novo, entende?

Ela apenas me olha, sem responder. O que torna tudo muito mais difícil.

Ficamos durante mais alguns minutos lá, esperando os pacificadores se afastarem do prédio. Escutamos a conversa deles pela pequena janela que encontramos no ambiente. Quando eles desistem de continuar nos procurando, saímos com cuidado do prédio e vamos andando em silêncio até a casa de Madge.

Ao chegarmos na porta, ela se vira para mim uma última vez.

–Boa noite.

E fecha a porta, me deixando sozinho com meus pensamentos e minha dor no peito.

POV. Madge

Ao trancar a porta, saio correndo para o meu quarto e me jogo na cama. Sem minha autorização, uma lágrima solitária rola lentamente por minha face.

Não acredito nisso. Gale Hawthorne, o garoto que me deu uma liberdade na floresta que ninguém jamais teria dado, desistiu de mim. Por mais que ele tenha tentado me explicar, eu não consigo entender seus motivos. Me proteger? Ninguém nunca está seguro no distrito 12. Não faz sentido.

Mas o erro foi meu, em achar que passaria todas as minhas tardes com ele. Em achar que ele seria meu amigo. Como eu sou ingênua.

Dias se passaram, então, desde o meu último encontro com Gale. Está bem claro que ele não vai mais manter contato comigo. Têm me evitado na escola e desvia o olhar quando nossos olhares se cruzam.

Fico irritada ao ver como ele me ignora facilmente. Ao ver como tem sido fácil para ele se manter longe de mim. As únicas vezes que ficamos parcialmente próximos são quando vamos assistir aos Jogos. O caçador saiu de minha vida tão rápido quanto entrou.

Não há muitas novidades na escola. Mas na arena...

Katniss se aliou à pequena Rue, mas esta morreu tristemente. Chorei demais e fui embora ao ver Katniss encher a garotinha de flores. Vi o olhar de Gale me acompanhar, mas o ignorei. Quero mostrar a ele que esse jogo pode ser de dois, também. Que se ele vai me ignorar e fingir que nunca esteve em minha vida, eu não farei diferente.

Depois, foi decidido que dois tributos de um mesmo distrito podem ganhar os Jogos, juntos. O que resultou na aliança entre Peeta e Katniss, que parecia incomodar Gale profundamente. Isso me incomoda um pouco também, mas não estou falando de Katniss e Peeta juntos. Estou falando de Gale. Todo mundo sempre soube que ele tem um fraco pela Katniss, mas só agora que eu passei a me incomodar com isso. Só Deus mesmo, para entender o que se passa na minha cabeça.

Quando vi Peeta e Katniss se beijando, me senti feliz. Por eles. Porque eu sei que os Jogos Vorazes é um reality show, e essa história de amantes desafortunados deveria ser, no início, só uma estratégia de jogo. Mas está longe disso. O jeito que Peeta olha para Katniss, não tem como alguém conseguir encenar isso. E Katniss, bem, Katniss é daquele jeito. Não dá o braço a torcer pra ninguém. E por mais que ela esteja, provavelmente, tentando se enganar que está só atuando, o brilho nos olhos dela quando olha para Peeta é honesto.

Mas a reação de Gale ao ver tudo isso foi completamente o oposto da minha. Ele ficou com a cara fechada o tempo todo.

E agora que as coisas estão ficando bem feias, eu tenho passado quase o dia inteiro assistindo os Jogos, rezando para que Katniss e Peeta voltem vivos. Só não passo o dia inteiro assistindo, porque tenho escola.

Escola. No momento, estou saindo desse inferno agora mesmo. Mas logo depois de passar os grandes portões, alguém me pega por trás com brutalidade. O cheiro de álcool enche minhas narinas.

Blake.

–Oi Mad, hoje resolvi te fazer uma surpresinha e te esperar na saída.

–ME LARGA, BLAKE!

Tento me soltar de seus braços, mas ele é forte demais.

–Hoje você não me escapa Madge. Hoje não.

–JÁ DISSE PARA ME SOLTAR!

–Ah não, Mad. Hoje vai ser do meu jeito.

Escuto a risada dos amigos idiotas de Blake atrás de nós. A raiva e o medo começam a se aflorar em mim. Quem aquele desgraçado pensa que é?

Tento novamente me soltar de seus braços fortes, inutilmente. E então, escuto uma voz que se sobressai sobre todas as outras. Uma voz forte e exigente.

–LARGA ELA AGORA, STANFORD!

Gale Hawthorne.


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Notas finais do capítulo

Uia, tensao.

Deixem reviews! E façam propaganda da fic, por favor. Vcs nao sabem como isso vai me deixar feliz =3

Espero que tenham gostado desse cap leitores e leitoras! Blake, sempre maravilhosamente presente para estragar tudo de vez.

Beijos!!!

PS> Alguém aí tem alguma ideia de como eu posso divulgar mais a fic?

PPS> Nao me matem, eu sei que voces ficaram bravos com o afastamento do Gale e da Madge. Adooro um drama.