Memories Of The Half-blood Prince escrita por Nat


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Oi gente *-* Essa história foi criada quando a linda da minha professora disse que nós devíamos fazer um conto com tema livre. A única condição é que devia ter um flashback. Eu claramente perguntei se podia escrever uma fanfic sobre Harry Potter (e ainda tive que explicar o que era uma fanfic), e a linda da minha professora disse que sim *--*
Então, eu escrevi essa história (só mudei o título, por que a professora não queria que fosse em inglês). Ela demorou MUITO tempo pra corrigir e me devolveu essa semana.
Então, como eu realmente gostei do que eu escrevi decidi postar aqui. Bom é isso. Beijinhos e aproveitem *--*



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Ele estava sentado na cadeira de sua sala, impaciente. Olhou novamente para o relógio na parede, começando a ficar irritado. A noite fria de inverna juntamente com o frio nas masmorras tornava o fogo na lareira necessário, quase indispensável.

O homem se levantou e andou em direção à lareira. Com um movimento rápido, retirou os negros cabelos oleosos da frente do rosto e voltou a se sentar. Garoto insolente, pensava. Estava atrasado. Muito atrasado. Por acaso pensava que ele tinha tempo para seus caprichos?

Nesse exato momento, a porta se abriu e ele entrou na sala escura.

– Gostaria de falar comigo, professor? – perguntou Draco à porta.

– Você está atrasado – disse Snape, sem retirar os olhos das chamas.

– Desculpe-me, professor. Estava estudando na biblioteca, mas Astoria apareceu e nós ficamos conversando...

– Não tenho tempo para suas explicações – interrompeu Snape. – Tenho outro assunto para falar com você, Malfoy.

Sem dizer nada, Draco foi até a cadeira no canto da sala e se sentou.

– Como pôde ser tão imprudente a ponto de se apaixonar por ela? – perguntou Snape, agora olhando para Draco.

O garoto arregalou os olhos cinzentos, surpreso. Assumindo novamente a postura que costumava usar com seu professor, disse:

– Não sei do que o senhor está falando.

– Não se faça de burro. Estou falando dela. Hermione Granger. A garota que você ama – Snape mantinha seus olhos fixos nos do garoto.

Draco não disse nada e apenas sustentou o olhar do professor. Assim, ele continuou.

– Como pôde se apaixonar por ela, Draco? Sabe quantos problemas isso pode causar a você e à sua família?

– Eu não amo aquela garota – exclamou Draco – Ela não passa de uma sangue-ruim nojenta!

– Não a chame assim! – gritou Snape, fazendo com que Draco se assustasse. – Nunca mais use essas palavras para se referir a ela ou a qualquer pessoa, entendeu?

Draco ficou imóvel.

– Se você a ama, não a deixe ir – continuou Snape.

O garoto passou a mão pelos cabelos loiros, despenteando-os. Então, abaixou a cabeça e começou a encarar o chão.

– Ela não me ama – disse ele, finalmente cedendo. – Ela ama aquele Weasley. Eu não entendo, ele é pobre, um molenga e nem tira boas notas.

– Isso mostra que ela se preocupa mais com o caráter do que com o dinheiro dele – disse Snape, e Draco o encarou.

– Ela nunca irá me amar – disse Draco - Todos na escola já sabem o que ela sente por aquele Weasley. Só ela que não percebeu ainda.

– Então faça com que ela te ame – disse Snape, assim chamando a atenção do garoto – Ou seja forte para vê-la ser feliz com outro.

– Mas também há a questão da minha família – continuou Draco – Eles nunca permitiriam que eu conversasse com uma nascida-trouxa, muito menos me casar com uma!

– Enfrente sua família, então! Onde está o garoto decidido e ambicioso que faz tudo para conseguir o que quer?

Draco levantou a cabeça, olhou nos olhos negros de seu professor e passou novamente a mão pelos cabelos já despenteados.

– Ele morreu no momento em que descobriu ser apaixonado por Hermione Granger.

Snape suspirou e voltou a encarar as chamas na lareira. Sabia que precisava convencê-lo a tomar uma atitude antes que acabasse magoado. Antes que acabasse como ele.

– Preste atenção Draco – disse ele, chamando a atenção do garoto – Faça alguma coisa. Tome uma atitude. Se você realmente a ama, não a magoe. Não cometa o mesmo erro que eu cometi.

Draco no mesmo instante assumiu uma expressão confusa. O que Snape queria dizer com aquilo? Ele queria perguntar, mas não sabia se podia.

– O senhor já passou por isso? Quem era ela? – perguntou ele, antes que mudasse de ideia.

As lembranças invadiram a mente de Snape em um turbilhão. Continuou olhando para as chamas para que Draco não visse sua expressão. Seu rosto demonstrava pura dor e em seus olhos negros estava refletido todo o arrependimento com o qual lidara por tantos anos.

– Isso não é da sua conta – disse ele, virando-se para Draco após se recompor e voltar à sua expressão fria e severa.

O garoto suspirou. Já sabia que o professor não iria lhe contar o que havia acontecido com ele.

– Agora, saia daqui. Tenho outro compromisso – disse Snape – E por favor, tente disfarçar um pouquinho o que sente pela Granger. É possível perceber em seus olhos o quanto ama aquela garota.

Draco assentiu e se levantou. Quando já estava na porta, o professor o chamou.

– Draco, o que está acontecendo entre você e a senhorita Greengrass? – perguntou ele.

O garoto estranhou a pergunta. Pensou por um momento antes de responder.

– Não há nada entre eu e Astoria, professor. Ela é legal, divertida e inteligente, mas somos apenas amigos.

– Bom, se não é forte o suficiente para investir na Granger, invista nela.

Draco levou um momento para processar o que o professor dizia, mas antes que ele pudesse dizer alguma coisa, Snape já o tinha expulsado de sua sala.

Saindo de frente da lareira, Snape voltou a se sentar em sua cadeira. No fundo, sentia um pouco de pena de Draco. Via nele o que ele próprio tinha sido quando estudava em Hogwarts: apenas um garoto apaixonado por alguém que não podia ter.

Mas a diferença entre os dois era que Snape teve a oportunidade de conseguir o que queria, mas estragou tudo.

Abriu a gaveta de sua mesa e remexeu em seu interior. Sem querer, acabou encontrando bem no fundo uma foto há muito esquecida. Ela mostrava um garoto com vestes, cabelos e olhos negros como uma noite sem estrelas posando para uma fotografia.

Ele não sorria, até que a expressão séria é substituída por uma gargalhada no exato momento em que uma garota ruiva pula em suas costas e os dois caem na grama.

Ao ver aquela foto, um leve sorriso brincou nos lábios de Snape. Mas ao mesmo tempo, uma enorme infelicidade o atingiu, e as lágrimas que vieram a seguir não puderam ser impedidas.

De súbito, lembrou-se da primeira vez que a avistou.

Em sua cabeça, viu novamente a imagem do garotinho de nove anos correndo sem destino para longe de casa, o cabelo negro colando em seu rosto repleto de lágrimas. Só queria fugir para bem longe dos gritos de seus pais.

Não aguentava mais as inúmeras brigas que ouvia apesar dos esforços para não o fazer, trancando-se em seu quarto e tapando os ouvidos com as mãos. Só queria fugir, correr até que os insultos não pudessem mais ser ouvidos...

Quando achou que estava longe o suficiente, parou finalmente de correr, os pés doloridos e respirando com dificuldade.

Sentou-se na grama a sombra de uma enorme macieira. O Sol brilha forte sobre sua cabeça. Snape sentia-se cansado, mas o único motivo não era a corrida. Sentia-se de ouvir os pais brigando todos os dias. E se sentia triste, pois tinha certeza de que ele era o motivo dos desentendimentos.

Secou as lágrimas do rosto com a manga da camiseta preta e tirou os cabelos oleosos da frente do rosto. Então olhou em volta, tentando descobri aonde tinha parado desta vez.

Era uma rua estreita, com casinhas amarelas, verdes e brancas de um lado e um parque do outro, que era onde ele estava. Sabia que lugar era aquele. Passava por ali todos os dias quando voltava da escola.

A rua, geralmente cheia de crianças brincando e se divertindo, estava deserta. Talvez fosse por que fosse domingo e todos estavam com suas famílias, ou por ser uma tarde extremamente quente de verão.

Decidiu ficar ali mesmo, sobre a sombra daquela árvore. Ajeitou-se ali e ficou observando as casas simples, as borboletas que voavam ao seu redor e os pássaros que pousavam no topo das árvores.

Mas no momento seguinte, a porta da casa a qual observava se abriu e uma garotinha passou por ela. Snape se escondeu atrás da árvore antes que ela o visse e ficou a observando.

Ela parecia ter a sua idade. Usava um vestido verde florido que batia um pouco acima de seus joelhos e uma sapatilha branca simples. Seus cabelos ruivos estavam soltos, e emolduravam o rosto de boneca.

Trazia nas mãos uma toalha de piquenique e um pequeno livro. Andava de cabeça baixa, cantarolando para o chão e por isso, Snape não conseguiu ver seus olhos.

A garota estendeu a toalha no jardim de sua casa, deitou-se, abriu o livro e começou a ler. Tinha um sorriso leve no rosto, como se passar a tarde de domingo lendo fosse seu passatempo preferido. Ela ficou por um tempo assim, mas foi quando ela levantou o rosto e Snape viu seus olhos que tudo mudou.

Seus olhos eram verdes. Mas não um verde comum, simples e sem graça. Eram de um verde brilhante, quase do mesmo tom que a grama em qual estava deitada. Snape nunca tinha visto olhos daquela cor antes, e sentiu-se hipnotizado.

A garota era linda. Parecia uma boneca, de tão delicada e de traços tão perfeitos.

Ela se sentou e passou os cabelos para o ombro direito. Então, começou a remexer nas folhas caídas em seu quintal. Mas então algo interessante aconteceu.

Enquanto ela remexia nas folhas caídas, elas começavam a flutuar. Quando a garota as viu, pensou ser o vento. Mas conforme ela agitava as mãos delicadas, as folhas seguiam o movimento.

Foi então que Snape percebeu: ela era uma bruxa, assim como ele. Sentiu uma pontada de esperança quando percebeu que talvez pudesse ter uma amiga em Hogwarts. Assim, continuou observando a garota.

Ela parecia assustada e incrédula ao mesmo tempo. Não entendia o que estava acontecendo e continuava a balançar as mãos, apenas para ver as folhas seguirem os seus movimentos.

Então, um sorriso surgiu em seu rosto. Logo, ela estava gargalhando enquanto fazia com que as folhas formassem giros no ar.

– O que você está fazendo, Lily? – perguntou uma voz vinda de uma garota parada à porta da casa. Snape e a garota, que agora ele sabia se chamar Lily, se exaltaram com a voz. Não tinham percebido quando a outra passou pela porta.

Ela era alta com um cabelo curto e loiro. Usava um vestido azul desbotado que combinava com seus olhos também azuis. Sua expressão era algo parecido com superioridade; mantinha o nariz empinado. Tinha um pescoço magro e comprido, que ela esticava tentando espiar Lily.

A ruiva se levantou rapidamente, fazendo com que as folhas caíssem imóveis no chão. Snape se encolheu mais atrás da árvore e continuou observando as duas.

– Eu não estou fazendo nada, Petúnia – respondeu Lily.

– Você estava sim. Eu vi aquelas folhas, mas não sei o que você estava fazendo.

A garota loira chamada Petúnia andou em direção ao local onde Lily estava. Ajoelhou-se na toalha e começou a remexer as folhas.

– Pare com isso, Petúnia! – disse Lily enquanto puxava Petúnia pelo braço, tentando fazer com que ela se levantasse – Já disse que não estava fazendo nada.

– Eu vi as folhas voando. Não minta para mim, Lily. Sou sua irmã, tenho o direito de saber.

– Deve ter sido sua imaginação, Túnia. Vamos entrar, certo? – disse Lily, finalmente conseguindo levantar a irmã. Mesmo desconfiada, Petúnia seguiu com Lily para a casa e entrou.

Antes de entrar, Lily se virou e encarou o local onde a magia tinha acontecido. Um leve sorriso brincou em seus lábios antes que ela entrasse, fechando a porta atrás dela.

Snape saiu de trás da árvore. Já estava escurecendo e ele decidiu voltar para casa. Enquanto andava, tomou uma decisão: Precisava vigiá-la e, na hora certa, iria contar o que ela era. O que eles eram.

O Snape sentado em sua sala chorava descontroladamente. Não entendia como pôde ser tão estúpido e acabar com a amizade que viria a surgir. E perder a garota que ela amava para aquele maldito Potter, e depois para a morte.

Fechou os olhos, tentando se acalmar. O relógio mostrava que já eram 20h00. Logo Harry estaria ali para as aulas de Legiminência, e ele precisava se acalmar.

Alguns minutos depois, Snape já tinha reassumido sua postura rígida de sempre e, logo em seguida, ele entrou na sala.

Uma cópia perfeita do pai, tanto na aparência quanto na personalidade, com apenas aquela coisa que fazia com que Snape se sentisse desconfortável com ele: os olhos. Harry Potter tinha olhos verdes brilhantes, quase do mesmo tom que a grama. Os olhos de Lily Evans Potter.



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Notas finais do capítulo

Oi de novo *-* Só pondo aqui, eu tirei 9 nissae *-* Bom, é isso. Espero que gostem *-*
Beijinhos sabor suco de abóbora,
Mrs. Lovegood.