Realidade escrita por Vitor Marchioni Frois


Capítulo 4
Capítulo 2 - Aproximação




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/275480/chapter/4

Depois da aula fui direto para casa, cheguei cansada e querendo dormir uma eternidade. Já não aguentava mais a escola, cada dia um saco. Mas infelizmente não foi o que aconteceu, tive que ajudar minha mãe a fazer o café da tarde, estudar em escola de período integral é horrível.
– Claire, como foi a aula? -Disse com um sorriso maravilhoso no rosto-
– Como sempre né mamãe, estudei. Se bem que hoje me pareceu bem diferente do que diariamente.
– E por quê? Arranjou um namoradinho, foi? Não quero que se meta com malandros.
– Não mãe, não diga isso! -Fiquei envergonhada, minhas bochechas ficaram rosadas-
– Pode falar, sabe que sou aberta com você.
Eu estava realmente envergonhada, por mais que não fosse o que teria acontecido. Arranjar um namorado.
– É que tem um aluno novo na sala, só isso. Ele me parecia tão igual a mim, tinha que ver.
– Nossa! Ele era bonito?
Mamãe ficava me perguntando tudo, até mesmo a cor das espinhas. Me incomodava, mas sei que é apenas por curiosidade.
– Ah, pare com isso Srta.Cara-de-pau.
Rimos a tarde toda arrumando o café da tarde, papai sempre chegava as quatro horas da tarde e ele gostava de tudo prontinho e bonitinho. Mamãe adorava fazer isso então me pedia para ajuda-la, sempre. Eu não me incomodava, gostava na verdade, era sempre ali que saia as coisas que não conseguimos contar a outras pessoas.
A mesa redonda e com uma toalha vermelha, com cadeiras de madeira á sua volta. Estava cheia de bolinhos de coco, eram as especialidades de minha mãe, também tinha um bolo de chocolate, leite em uma jarra, o café estava ao lado das torradas já com geleia de morango e algumas com requeijão. Sentamos e comemos, meu pai estava realmente sujo, trabalha como ferreiro ao lado da Indústria do homem mais rico da cidade o Sr.Denden, ele é bem legal, na verdade o mais legal.
– Claire, me passa a torrada, por favor?
Passei o pratinho que estava as torradas. Sorri para meu pai e então bebi o café com leite. Ele sempre fazia isso, ficava quieto, nunca perguntava nada então era onde eu fazia isso no lugar dele, especulava ele eternamente ou pelo menos até voltar ao trabalho.
– Pai, como foi o trabalho? Deve ter sido duro né, está sujo.
Ele rio, como fazia toda vez. As vezes acho que ele gosta que eu pergunto e me interesso, então fazia isso para que ele se sentisse feliz.
– Foi bem duro Claire, estava fazendo o pedido do Sr.Mickel. Conhece ele? O velhinho da rua 6?
– Sei quem é. Ele é bem estranho, toda vez que volto para casa ele está gritando com a TV.
– É, a mulher dele morreu, a Sra.Maggie.
Passei a faca na torrada e dei uma mordida.

Acordei realmente feliz, o sonho que tive foi incrível. Eu estava em um jardim imenso, com vários tipos de flores e até mesmo doces. Atravessava correndo enquanto a brisa leve do vento batia em meus cabelos, me sentia livre. Encontrei um menino, estava deitado em uma árvore cheia de pequenas flores azuis, ele parecia tão relaxado que não queria incomodar então fiquei vendo ele. O céu começou a se contorcer e uma chuva tão diferente começou a cair, tinha cheiro de doce de leite e as flores passaram a exalar o mesmo cheiro. Acho que foi por isso que acordei com fome, só sonhei com doces.
Desci as escadas, com o uniforme e meu cabelo liso preto. Peguei a torrada e tomei o suco natural de morango, tinhamos uma plantação no quintal. Fui direto para o mesmo caminho que passava todos os dias, Sophie já estava lá me esperando. Sorri para ela e abanei frenéticamente minhas mãos e ela fez o mesmo só que de um jeito mais hiper ativo. Hoje ela estava tão feliz, deveria ter tido o mesmo sonho que eu.
– Claire! Não vai acreditar no que aconteceu comigo ontem.
– Minha nossa, o que aconteceu? -Eu disse aquilo já sabendo o que era.-
– Consegui o que eu queria, agora Arthur está na minha mão, bem aqui. -Ela ergueu a mão para cima, dando tapas leves.-
– Ah que bom. Hoje eu tenho impressão de que o dia será perfeito.
Fomos andando para a escola, conversando, rindo e pela parte de Sophie, fazendo graças.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Realidade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.