Beautiful Soul escrita por Maitê Guimarães


Capítulo 3
Capítulo 3




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Lia estava chegando em casa depois de uma manhã cansativa na escola, Juliana nem havia chegado perto dela, parecia que o mundo girava ao redor de Dinho. A menina não sabia se sentia mais raiva de Ju por ser tão tola e quebrar juramentos ou de Dinho por ser tão tolo e estragar tudo que ela ainda mantem intacto, no caso, a amizade com Juliana. A menina abriu a porta e quando colocou o pé pra entrar, ouviu alguém gritar seu nome, se surpreendeu ao ver que era Jú.

— Ju? - Ela perguntou, confusa.

— Lia, preciso falar com você! - Juliana sorriu, sem jeito arrumando uma mecha do cabelo castanho que insistia em cair sobre seu rosto. Lia suspirou, e assentiu, entrando em casa e vendo que Ju logo fez o mesmo.

As duas deram 'oi' aos que estavam na sala que no caso eram Tatá e Paulina, Lorenzo provavelmente estava trabalhando, e foram em passos longos para o quarto.

— Fala, Jú! - Lia se jogou na cama, arrumando o travesseiro de um modo que ficasse confortável. Ju sentou-se na cama de Tatá, com uma posição correta.

— Então.. Você sabe que a gente vai acampar né? - Ela começou a desenrolar as letrinhas, Lia desconfiou mas deixou a amiga prosseguir. - O Dinho se amarra nessas coisas, eu não posso fazer feio, preciso que você me dê conselhos! - Lia sentiu o estômago borbulhar de raiva e bufou pronta para despejar sua mágoa guardada na Juliana.

— Cara, você mal falou comigo desde que começou a namorar esse moleque, você já deixou de fazer a nossa reunião de amiga diária pra sair com o Dinho, eu tava explodindo de raiva de tudo e todos e você nem me deu atenção, eu só precisava da minha "melhor amiga" aqui quando eu tava mal, mas ela tava lá com o namoradinho, e quando você finalmente vem na minha casa, é pra falar desse cara? - Lia deixou seu coração falar mais alto, e Juliana mudou sua expressão normal para uma mais preocupada e tristonha.

— Desculpa, Lia... Eu não sabia que tava te afetando tanto..

"Desculpa, Lia" é o que você tem à dizer? Olha só, Ju, eu não vou ser uma péssima amiga assim como você tá sendo e vou te dar o tal conselho. Quer saber o que você faz? Para com essa máscara falsa de "aventureira que quer conhecer o mundo" faça-me o favor, você odeia isso, você odeia acampar! É sério, não vai dar certo.

— Nossa, Lia Martins! Obrigada mesmo, sério, que ótima amiga você. Eu não posso dar atenção ao meu namorado que você vem toda revoltadinha pro meu lado? Fala sério! - Ju levantou, e antes de dar um passo para frente ela começou à falar novamente. - Não despeja em mim sua raiva da suas tragédias familiares. - Ela deu as costas, deixando Lia sozinha.

"Não despeja em mim sua raiva da suas tragédias familiares." A frase dominou os pensamentos da roqueira, que debruçou-se sobre o travesseiro, mas antes de deixar qualquer coisa afetá-la levantou e pegou a guitarra e começou a tocar qualquer nota musical.

Sentiu a porta do quarto abrir e bufou.

— Brigou com a Ju? - Tatá perguntou, atirando-se em sua cama.

— Não te interessa, pirralha intrometida. - Lia parou de tocar à guitarra e se pra trás, caindo na cama e fechando os olhos com força.


(...)


Lia havia resolvido dar um passeio na pracinha ali de perto, só ela e seus fones de ouvido. Assim que ia sentar-se embaixo de uma árvore notou que tinha um cara sozinho num banco, quer dizer, ele também estava com seus fones. Depois de um tempo olhando, Lia notou que era Gil. Foi até ele e retirou seus fones, de surpresa.

— E aí! - Ela comprimentou, e sentou-se ao lado do garoto que riu da "animação" da menina, mal sabia ele que ela só sabia fingir muito bem.

— Oi, Lia. - Ele disse, simplesmente, sorrindo.

— O que tá fazendo aqui?

— O mesmo que você, eu acho, tentando me desligar do mundo com meus fones. - Ele afirmou, e ela sorriu.

— Eu queria te pedir uma coisa.... Posso? - Lia indagou, esperançosa, ele assentiu. - Queria muito que você fosse acampar com a gente, sabe, ia ser legal ter você lá.

— É um pedido? - Ele ergueu a sobrancelha, rindo.

— É sim, responde logo!

— Não dá Lia, eu já fiz terapia pra superar esse medo e não adiantou.

— Então.. você não acha que tá mais que na hora de superá-lo? - Ela perguntou e ele olhou para uma árvore qualquer do parquinho, ela preferiu não chamar a atenção, ele responderia se quisesse, Lia nunca foi de mendigar companhia, só gostava de Gil, mas se ele não queria ir o problema era dele.

— Você tem razão. - Ele disse, sorrindo firme ela estranhou a atitude mas sorriu de orelha a orelha.

— Então você vai? - Ela fez a pergunta, com os brilhando e com o coração palpitando.

— Vou fazer o possível para ir.

Pink promise?– Lia ironizou, rindo e Gil fez uma careta.

— Que gay!

— Eu sou uma menina muito sensível, assim você me magoa. - Ela disse brincalhona, ele riu alto.

— Você é uma das meninas mais lindas que eu já vi. - Ele elogiou, Lia corou.

— Você também não é tão feio. - Ela deu um soquinho em seu ombro, o garoto deu outra gargalhada.

— Era pra ser um elogio? - Ele forjou uma expressão chocada, Lia segurou o riso.

— Era, mas eu não sou boa nisso.

— Deu pra notar!

— Hey, não humilha! - Lia fez um biquinho e Gil revirou os olhos, brincalhão. Os dois ficaram conversando e escutando música na praça até um bom tempo, quando Lia resolveu se despedir e ir embora, enfim. Minutos depois Gil também foi embora, quando chegou em casa foi abordado por Marcela perguntando onde ele estava.

— Eu tava com a Lia, mãe. - O garoto respondeu, sincero.

— Essa menina parece ser legal, e ela é uma ótima aluna. - Marcela sorriu, sem tirar a atenção da TV que passava um seriado americano qualquer.

— Ela não só parece, ela é. Ela tá me dando maior força pra encarar meu medo e ir no acampamento com a escola, sabia? - Quando ouviu as palavras Marcela saltou do sofá, animada. Ela sorriu firme, e Gil riu.

— Own! Meu bebê, meu filhotinho! Você vai? - Ela apertou as bochechas do menino que se afastou, bravo.

— Eu ainda tô pensando... Mas se depender de incentivo, eu tenho, e muito, hein? - Ele sorriu, e deu as costas indo para seu quarto, Marcelha suspirou, mostrando animação, queria poder agradecer Lia por ter dado força ao filho, talvez fosse disso que ele precisava, perceber que fazia diferença não só na vida da mãe, e sim na dos amigos.



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Notas finais do capítulo

Em primeiro lugar sempre: Obrigada pelos comentários, vocês me deixam tão animada e feliz que não tem noção.
Pequeno define esse capítulo, né? Mas é que ele foi feito só pra esclarecer algumas coisinhas, na verdade o do acampamento que é o que mais importa, ele está sendo revisado nesse momento. Hihi
Beijos e até daqui a pouco no próximo capítulo, se Deus quiser e minha internet permitir. ♥



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