The Only Exception escrita por whoasyko


Capítulo 1
Unic;


Notas iniciais do capítulo

Mais uma One-Shot da chatona da Fiction. Bem, essa é Original... Original até a página dois, vão entender porque quando começarem a ler.



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"Quando eu era mais jovem eu vi

Meu pai chorar e xingar ao vento

Ele quebrou seu próprio coração e eu assisti

Enquanto ele tentava remontá-lo..."




Lar desfeito. Vim de um lar desfeito, não cresci com meus pais já separados, nem nada. Porém, eu vi o amor deles se desfazer. Vi meu pai chorar, – lembro-me bem, tinha uns dez, onze anos de idade – quando mamãe nos deixou. Seu coração fora partido e eu estava lá, vendo enquanto ele tentava reunir os cacos e o remontá-lo outra vez.

Mamãe nos deixara para fugir com um guitarrista de banda que havia conhecido.



"E minha mãe jurou

Que jamais se deixaria esquecer

E aquele foi o dia em que eu prometi

Que nunca iria cantar nada sobre amor se ele não existisse..."






Mamãe me dissera que nunca se iria esquecer, se esquecer de mim. Então ela foi embora com  guitarrista desconhecido. Eles devem estar juntos ainda, não sei. Mamãe e eu não nos falamos a anos. E então, assim quando mamãe partira, eu prometi a mim mesma que nunca cantaria sobre o amor, se ele não existisse.

Manti essa minha promessa durante algum tempo. Meus relacionamentos nunca foram de durar muito e eu sempre era a que saía machucada em todos os meus relacionamentos. Eu já não acreditava no amor e nem que ele poderia durar, mas eu o conheci. E então tudo isso mudou e quando dei por mim, ele havia virado uma exceção.





"Mas, querido, você é a única exceção

Você é a única exceção

Você é a única exceção

Você é a única exceção..."

Uma única exceção. A única exceção... Nos conhecemos no último ano do colégio. Lembro-me bem de ter esbarrado nele enquanto ia até meu armário pegar os livros da aula. De começo não nos demos muito bem, mas por culpa minha. Eu sempre afastava as pessoas que queriam ter algum tipo de amizade – ou algo a mais – comigo. Eu era assim, cresci assim. Vi um amor se desfazer então sempre cresci achando que o amor não existisse e que sempre todos acabavam sozinhos. 

James, era seu nome, todos os dias fazia algo para me irritar ou para apenas chamar minha atenção. De começo sempre, eu me irritava e não lhe dava atenção mas isso o fazia me irritar mais e mais até que nos tornamos amigos. Nós começamos a andar junto, comecei a sair com ele e com seus amigos. Todos diziam que ele era um bobo apaixonado por mim e apenas eu não percebia isso. Ou talvez, eu percebesse e apenas não queria acreditar. 

Certo dia, James me chamara para sair. De começo, um convite inocente então claro que aceitei. Até hoje me lembro que ele ficara tão fofo sem jeito ao pedir para sair comigo.



"– Ei, Zooey... Sabe o que estava pensando? – sorriu – Ér, nós... Ahn...
– Respire fundo e diga, Jimmy.
– Ahn... Zooey, você... Droga, eu sou um horror nessas coisas... Mas, ahn, qualquer dia desses nós podíamos sair. Sabe, ir ao cinema ou algum outro lugar... Ahn, você aceita?"





Eu estava encarando isso com um mero convite de um amigo meu para sair, então aceitei. Nós fomos ao cinema, assistimos um filme qualquer eu não estava me importando, já que James me tirara toda a concentração! Ele estava tão lindo naquele dia. Afinal, James sempre fora lindo. Seus olhos azuis... Me lembro de como eles me deixavam sem graça cada vez que ele me olhava fixamente, quando estávamos conversando. Seu sorriso doce... Me tirava o fôlego... Sua risada... me contagiava... Foi então que eu percebi que estava crescendo algo em mim que até hoje era desconhecido por mim. 


Eu estava me apaixonando... Estava me apaixonando por James...


Naquele mesmo encontro nosso, quando o filme acabara. James me levara pra casa como todas as vezes que saímos, porém eram com os meninos e ele se oferecia para me levar pra casa, e assim que botamos o pé na varanda da minha casa... Nós ficamos na rede de balanço, jogando conversa fora, rindo das piadas bobas de James até que... Até que tivemos nosso primeiro beijo. Fora doce. Os lábios de James eram doces, seu beijo... intenso e seus toques me arrepiavam.

Desde então, nós ficávamos juntos escondidos de todos, a meu pedido claro, sem compromisso. Apenas ficar por ficar. Mas eu não podia esquecer que estava me apaixonando por ele e que cada vez que ficávamos juntos, mais eu me apaixonava. Mas, e se eu ainda não acreditasse que o amor existia e que poderia durar?


"Talvez eu saiba em algum lugar

No fundo de minha alma que o amor nunca dura

E nós temos que encontrar outras maneiras

Para fazê-lo sozinho ou manter uma cara séria

E eu sempre vivi assim

Mantendo uma distância confortável

E até agora eu tinha jurado a mim mesmo que eu era feliz com a solidão..."




Talvez eu soubesse que o amor nunca durava e existisse. Então, eu e James tentamos encontrar alguma outra maneira para continuar, mas paramos. Não ficamos mais juntos, nem nada e tentamos voltar ao normal. Porém impossível. Mas poderíamos manter uma cara séria e fingir que não aconteceu nada. 

Fui criada assim, a lhe dar com a dor. Manter uma distância... Uma distância confortável. 

Eu era feliz. Era feliz com a solidão, eu não me importava com isso. Mas isso tudo, essa minha felicidade com a solidão tinha um motivo. Tinha uma razão.



"Porque nada disso nunca valeu o risco.."






Eu nunca havia me arriscado de verdade. Nunca havia tentado procurar amar de verdade. Então, eu simplesmente me deixei levar e resolvi dar uma chance a esse tal de amor. Queria saber se esse tal amor existia mesmo e que pudesse durar.

Então contei a James os meus motivos de manter uma distância confortável, essa minha insegurança com esse tal amor. E então nós simplesmente deixamos nos levar e nos amamos. Afinal, acreditando ou não nesse tal amor, eu continuava apaixonada por James.

Eu havia mudado. Esse tal amor, esse meu sentimento por James havia me mudado. Eu não era mais aquela Zooey que não acreditava no amor, que havia prometido nunca cantar sobre o amor, exceto que ele existisse. Havia mudado por perceber que talvez esse amor existisse. 

James... eu havia mudado por amar ele. Isso o torna uma exceção.

"Bem, você é a única excessão

Você é a única exceção..."




Amor. Pode até existir, mas... Ele pode durar? Afinal, James tinha uma banda e eles foram fazendo sucesso e logo estavam conhecidos em todos os lugares. Nós ainda estávamos juntos e ele fazia questão de fazer com que todos soubessem que ele amava uma tal Zooey Fin.




A banda, eu estava feliz por ela estar fazendo sucesso mas e se ela estivesse me separando do cara que amo? Houve um tempo em que chegamos a dar um tempo por isso. Um longo tempo. Soube que James estava saindo com uma garota, soube que ele havia ficado mal com essa nossa separação temporária e estava tentando esquecer. Então, voltamos a estaca zero. O amor pode mesmo durar? Se eu e James nos dizíamos tão apaixonados, chegamos a nos separar e logo ele estava com outra! Dura? Será?





Após dois anos separados. James disse que ainda me amava e queria voltar. Mas era tarde demais para nós, eu estava em outra. Havia conhecido outro cara, me envolvi... Amei. Iria me casar. Mas, há casamento sem amor? Quer dizer, eu posso me casar com alguém e ao mesmo tempo amar outra pessoa?

Um dia antes do meu casamento, James e eu voltamos a nos encontrar. Ele voltara com a conversa de que me amava e que sabia que eu também o amava, ele veio com essa de "Eu conheço você, conheço seu coração". Fui estúpida, afinal, eu havia finalmente aceitado que o amor pudesse mesmo existir mas ainda tinha lá minhas dúvidas se ele poderia mesmo durar. Fui estúpida e deixei me levar, ou melhor... Deixei James me amar. Mas eu sabia... Eu não era trouxa, tenho uma forte noção de realidade. Cresci já sabendo o que era dor, abandono.





"Tenho um forte controle sobre a realidade, mas não consigo

Deixar o que está aqui diante de mim

Eu sei que você vai embora pela manhã quando você acordar

Me deixe com alguma prova de que isso não foi um sonho..."





Eu sabia que ele iria me deixar de manhã, mas eu simplesmente não conseguia. Não conseguia deixá-lo, ou melhor, não conseguia deixar de amá-lo. James poderia me amar pela noite e me deixar pela manhã, mas eu queria uma prova. Queria uma prova que de nosso amor não era um sonho, do que o que tivemos não havia sido um sonho.

No dia seguinte, meu casamento. James não compareceu, nenhum dos seus amigos – que haviam se tornado meus amigos, ao passar do tempo – haviam comparecido ao meu casamento. Eu estava duvidosa, não sabia se era isso mesmo que eu queria. Afinal, James e eu temos uma história desde dos meus 17 anos de idade. O cara com quem iria me casar, eu conhecia há uns três, anos? O que isso chega perto da minha história com James? Não chega a nada. Mas mesmo assim, eu cheguei a ir até o altar. Se iria desistir, que dissesse isso na cara de Luke. 



Eu estava no altar, estava frente a frente com Luke. O padre havia feito todo o seu discurso, havia chegado a hora... Ele começou por mim. Era agora. 

Ele me perguntou se eu aceitava a Luke para amar, respeitar e blábláblá. Eu respirei fundo, disse que sinto muito então disse "Não". Claro que todos no lugar ficaram surpresos, principalmente Luke – não lhe tiro razões – então, eu o abracei – ele não retribuíra – e fui embora dali. Na noite anterior, James havia me dito que não iria embora de Toronto sem que eu desistisse e voltasse para ele. Claro que eu lhe disse que não desistir do meu casamento, da minha nova vida para reviver um amor de adolescentes!  E outra vez, ele tornou com a conversa de que me conhecia e conhecia ao meu coração também.




Então, eu corri, corri, recebi olhares curiosos das pessoas que estavam nas ruas. Mas não me importei, apenas queria chegar logo ao tal hotel que James me dissera que ele e a banda estariam hospedados. 

Quando cheguei, os meninos me disseram que ele não estava lá. Havia se mandado para um tal bar, me disseram que ele estava arrasado por eu não ter desistido da "palhaçada" do meu casamento para voltar com ele. Brian, seu melhor amigo, me dera o endereço do tal bar e eu me mandei para lá, recusei carona dele e fui a pé mesmo já que eu conhecia um pouco daqui de Toronto e o tal bar era perto. 



Cheguei ao bar, eu o procurei com o olhar e o vi bebendo no último banco de lá. Caminhei em direção á ele e assim que ele me viu, parei e ficamos nos olhando por um certo tempo. Então, ele se levantou, caminhou até mim e ainda sem dizer nada. Ele me tocou com seus dedos frios, me arrepiei ao seu toque o fazendo sorrir.  Então, sem mais nem menos ele sacou o que eu havia feito e então me beijou. Ele me conhecia, conhecia meu coração.




"Você é a única exceção..."






Dois anos se passaram, eu e James estávamos com nossos vinte e seis anos, não havíamos nos casado ainda, mas tínhamos planos. Fizemos uma viagem para Iowa. Disse a James que não havia necessidade de irmos para um lugar que sempre quis ir desde criança, porém ele não me ouviu e disse que o tanto de tempo que havíamos passado separados, ele queria aproveitar. Então, ele disse que queria realizar três desejos meus. Sendo que um havia realizado. Eu havia lhe dito que queria passar uns dias, ou até mesmo meses em Iowa. Segundo desejo, queria fazer uma tatuagem. Mas não uma tatuagem qualquer, queria tatuar um trecho de alguma música do Stone Sour, uma das minhas bandas favoritas. Terceiro desejo, estar em dois lugares ao mesmo tempo.

James realizou esses meus três desejos como se fossem a coisa mais fácil do mundo! Nós fomos dar uma volta pela praia, era fim de tarde então a praia estava ficando vazia. Eu e James fomos para um lugar reservado na praia e então ficamos lá, nos amando até que James me faz a seguinte pergunta:



– Zooey, quer casar comigo?





Anos depois.




Eu e James havíamos nos casado naquele mesmo ano, um ano depois, James morreu. Sim, perdi o amor da minha vida. O único cara que conseguiu fazer  uma garota que não acreditava que o amor pudesse existir e nem que pudesse durar, acreditar. E agora, eu posso dizer que eu estou no caminho de acreditar que o amor exista e que possa sim durar. Porque mesmo tendo perdido James, meu amor por ele continua o mesmo. E eu sei que, onde quer que ele esteja, ele está comigo. A todo o tempo, todo segundo.

Porque ele é a única exceção. 





"Bem, você é a única exceção

E eu estou a caminho de acreditar

Oh, e eu estou no meu caminho para acreditar."

FoREVer


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Notas finais do capítulo

Reviews são bem vindos :)