Não importava como! Não importa quando! Nada importava mais! Ele estava ali! Eu estava nos seus braços! Aquela sensação de conforto, de melhor amigo, de namorado, de razão de sobrevivência... Ela tomou conta do meu corpo.

Ele me abraçava forte, muito forte, do jeito que eu queria, que eu necessitava. Não existia o mundo em nossa volta. Na minha cabeça era só eu e ele. Juntos.

Eu já não lembrava o motivo de ter lagrimas nos olhos. Eu desconhecia qualquer tipo de dor, angustia ou raiva. Eu estava nos braços mágicos de Castiel. Depois de um tempo abraçados, ele me beijou.

Foi um beijo apaixonado, um beijo quente, ansioso, cheio de saudade para matar... E demorado.

Eu queria poder parar aquele momento pra sempre. Não queria voltar para a realidade! Onde meu mundo virava de cabeça para baixo... Mas eu tinha que encarar isso! Eu não podia simplesmente virar as costas! Era meu passado! Minha história! Meus problemas! Meu tio! Eu tinha que resolver tudo aquilo antes de poder viver feliz ao lado de Castiel.

Interrompemos lentamente o beijo.

-Z.! Como eu senti sua falta! Eu te amo! Nunca mais faça isso comigo! –Castiel falou e me abraçou de novo.

Eu abri um meio sorriso.

-Eu te amo! Prometo que isso não vai mais acontecer! –Eu disse.

-Então a gente vem da França até aqui para ela nem dar atenção pra gente... –Uma voz que eu conhecia falou atrás de mim. Aquele tom de ironia misturado com sarcasmo... Claro! Só podia ser Rosalya! Eu me virei e dei de cara com a turma.

Todos estavam lá: Alexy, Violette, Lys, Íris, Rosa e Leigh. Eu abracei todos! Aquelas pessoas estavam fazendo uma falta que eu nunca iria imaginar na minha vida! Meus amigos... Dake era uma coisa, a turma era outra. E eu não conseguiria viver sem ter a presença de ambos na minha vida!

-Como conseguiram chegar aqui? E a tempestade de neve? –Eu perguntei quase que radiante. A presença deles havia me descontraído! Me animado! Não totalmente. O suficiente para eu conseguir falar.

-Não tinha tempestade de neve nenhuma Z. ... –Íris respondeu.

-Como assim? A mulher no aeroporto mentiu pra mim?! –Perguntei indignada.

Dake levantou a mão como um ato voluntario e olhou pro chão enquanto falava:

-Fui eu Z. Eu subornei a recepcionista para ela falar aquilo... Naquela hora, que eu disse que ia ao banheiro...  Eu não queria que você fosse embora e voltasse para os braços desse ruivo. Eu queria ficar mais tempo perto de você... Um pouco mais de tempo e eu te conquistaria! Então eu dei uma quantia de dinheiro para a mulher e ela inventou a tempestade de neve... –Dake não olhou pra mim em nenhum momento.

-ORA! SEU FILHO... –Castiel teve um acesso de raiva e partiu para cima de Dake. -QUEM TE DEU O DIREITO DE INTERFERIR NO MEU AMOR COM Z.?! SEU SURFISTA GENÉRICO!!! PRA VOCÊ É ZOEY NÃO Z.! Z-O-E-Y! O QUE TE FAZ PENSAR QUE TEM ALGUMA CHANCE COM A MENINA MAIS PERFEITA DO MUNDO?! ELA É MINHA! POR ESCOLHA DELA! ELA ESCOLHEU SER MINHA! –Castiel anunciava enquanto se aproximava de Dake.

Eu rapidamente me coloquei na frente de Castiel, Lys e Alexy segurando seus braços para que ele não avançasse, Alice e Leigh seguravam os de Dake. Castiel estava furioso e Dake parecia disposto para uma briga. Ah! Claro! Eu aqui tendo que lidar com o fato de que meu tio matou meus pais e dois garotos brigando por mim! Considerando que um era meu primo...

Eu beijei Castiel para ele se acalmar, funcionou. Ele correspondeu o beijo e conteve o acesso de fúria. Mas eu me arrependi depois... Quando eu beijei Castiel, Dake também desistiu de brigar, mas pareceu extremamente deprimido. Ele saiu como “perdedor” de uma briga que não acontecerá corpo á corpo, e sim por mim. Pelo meu amor. Eu não queria fazer Dake sofrer! Eu só queria que a briga não acontecesse! Não havia necessidade daquilo! Dake havia sido meu melhor amigo essa semana, eu não queria vê-lo triste! Eu estava prestes a tentar consolar Dake quando a porta se abriu.

Era Boris. E um grupo de mais ou menos 20 capangas; Nós estávamos em 10, considerando que Violette, Rosa, Íris, Alice e eu erámos garotas... Eles nos renderam.

-Então o grupinho de amigos caiu na minha armadilha e veio salvar a pequena Zoey? –Boris riu. Uma gargalhada daquelas “eu sou do mal”. –Ótimo! Meu plano está ocorrendo como o planejado. –Então ele correu os olhos pelo quarto e se deparou com Dake.

-Dakota! Então você me desobedeceu e veio até aqui?! Idiota! Você quis se opor a mim?! –Ele riu de novo. –Bom, faça a sua escolha! Sou eu ou essa garotinha inútil, o que você decide? –Eu olhei para Dake. Ele não me olhou. Somente andou até o lado do pai de cabeça baixa.

Boris sorriu.

-Ótima escolha filho! Acho que fiz bem em ter deixado você vivo até agora. –Ele riu e passou a mão por volta do ombro de Dake que ficou imóvel e sem expressar sentimento algum enquanto 20 capangas amarravam sua mãe, eu, Castiel e toda a turma.

-Chefe, precisa dar o “boa noite cinderela”? –Um dos comparsas questionou.

Aquilo seria provavelmente um anestesico de sono.

-Mas é claro! –Boris respondeu com um sorriso no rosto.

Eu vi todo mundo dormir com um pano molhado na cara antes de apagar. A gente deveria ter fugido enquanto podíamos... Isso não vai ficar assim! Eu sinto...