Life Changes escrita por Paige Sullivan


Capítulo 25
Capítulo 25 - Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês meus amores....



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PAIGE PDV

            Fui andando em direção a Emy e a puxei para o canto:


- Ficou louca, o que ele está fazendo aqui? – estava furiosa.
- Desculpa, mas a namorada dele gosta dessas coisas e quando eu estava ao telefone com o Tom, ela ouviu e insistiu para vir. – ela abaixou a cabeça envergonhada.
- Deixa pra lá. – respirei fundo e peguei uma bebida no bar.


            Sentei-me ali e fiquei olhando-o. Parecia que tinha sido hipnotizado pelo quadro. Será que ele vai descobrir que foi com ele? Ai meu Deus, ele está lendo o panfleto. Vou me esconder...

Vinte minutos depois...

            Por que ele não arreda o pé dali? E Tom ainda por cima ajuda, ficando ao lado dele conversando.


- Será que agora a senhorita poderia me mostrar a real visão dos quadros? – uma voz completamente sensual estava em meus ouvidos e quando percebi era o tal de Giulio.
- Claro...
- Gostaria que me falasse daquele quadro ali... – tinha que ser logo onde Jake está parado?
- Poderia ser algum outro?
- Gostaria desse primeiro. – ele me puxou pela mão e pela insistência não pude negar.


            Fomos então em direção ao quadro e eu já estava praticamente me tremendo.


- Então me explique exatamente sua visão em relação ao quadro. – ele parou em frente a ele e eu fui chegando pelo canto, mas foi inevitável o choque ao vê-lo. Tom teve uma pequena vontade de rir daquela cena, e graças que o Giulio foi chamado por um amigo dele no mesmo momento e ele não reparou o que estava acontecendo. A troca de olhares era muito intensa entre nós dois, e isso estava me assustando.
- Pois bem, vou deixar vocês dois sozinhos. – Tom me olhou, deu um sorriso de canto de boca e saiu. Ficamos sozinhos. 
- Quanto tempo! – ele me olhava intensamente e havia um brilho em seus olhos que não conseguia identificar.
- Está gostando da exposição? – tentei me manter indiferente, mas sabia que a minha voz não estava me obedecendo.
- Não precisa se afastar de mim Paige, sabemos que isso um dia iria acontecer. – ele foi se aproximando de mim, e hesitei um pouco.
- Se for para conversarmos que não seja aqui, por favor, não quero que ninguém saiba.
- Você que sabe. – ele se afastou, e quase tive uma sincope ali mesmo. De costas, ele parecia um pouco mais magro, mas cheio de si. Como se não já fosse quando era mais novo.
- Agora sim, podemos finalmente conversar sem interrupções. - Giulio se prostrou ao meu lado e logo depois que comecei a falar sobre os quadros, minha cabeça conseguiu se soltar dos pensamentos sobre o Jake. 

JACOB PDV

            Quando ela parou na minha frente meu chão caiu. Não pelo lado ruim, mas era como se todos os meus sonhos tivessem se realizado naquele momento. Seu olhar era intenso, seu rosto mais delineado, seu corpo ainda mais escultural. Os cabelos sempre lindos, e os lábios...

            A voz dela era tão envolvente que quase me perdi nela. Mas respeitei quando ela hesitou e pediu para não conversarmos ali. Entendo que depois de tudo que aconteceu ela nem queira direito olhar para minha cara. Mas a visão do sapatinho largado no quarto, da carta dela, dos sentimentos revirados voltou a minha cabeça e não conseguia mais prestar atenção em nada.

- Meu amor, venha aqui. – Toph me puxou e ficou olhando para outro quadro – Realmente, ela sabe pintar muito bem.

- Eu não conheço dessas coisas direito. – tentei disfarçar e percebi que ela estava toda sorrisos para aquele italiano falsificado. Sim, estou com ciúmes!

- Jake, olha pra mim. – Toph puxou meu rosto para encará-la – Está tudo bem? Parece aéreo.

- Nada, só estou cansando ok? – e quem disse que eu consigo raciocinar direito com ela ali a metros de distancia e eu aqui sem poder fazer nada?

- O leilão vai começar, vamos sentar.

            Todos se retiraram para a ala do leilão e calmamente os quadros começaram a ser vendidos. Foi então o momento que o “nosso” quadro entrou para o leilão. O que eu faço?

PAIGE PDV

            Depois que expliquei muitas coisas para o Giulio, ao começar o leilão ele se interessou em comprar mais de um quadro. E ficou principalmente comovido pelo quadro do Jake. O leilão correu muito bem, até que meu peito se apertou ao ver que o quadro ia ser vendido.

- Nossa ultima aquisição, e não só esse como todos os outros quadros ainda irão permanecer aqui durante uma semana para exposição e em seguida irá para a mão dos compradores, é o quadro mais conceituado da exposição.  Seu nome é “Separation” e começamos com lances de US$ 25.000,00.

            Todos começaram com os lances e minhas mãos estavam ficando ásperas de tanto que as esfregava. Reparei que Jake se levantou e saiu da ala. Acho que ele não gostou muito do quadro ter alguma ligação com nosso relacionamento.

            Depois de muita tensão, Giulio me olhou e tentou avidamente comprar o quadro, mas eu não sei o que aconteceu, que alguém por telefone acabou adquirindo-o.  Ane e o rapaz da galeria me falaram que geralmente essas pessoas mandam representantes para buscar o quadro, ou seja, não conheceria a pessoa que levaria embora parte da minha vida. Da minha essência. Já estava começando a me arrepender de tê-lo vendido.

            A festa continuou e logo em seguida tivemos outro leilão, com quadros de outros pintores do local. Mas nada que atrapalhasse a minha alegria e a de Ane. Acabei tendo reconhecimento em Manhattan e amanhã eu sairia nas páginas dos jornais.

            Horas mais tarde, todos se despediram de mim, descobri que dois quadros meus não foram incluídos na exposição para venda e acabei ajeitando algumas papeladas. Ane conseguiu minha sociedade na galeria, o que me animou muito de fato, e eu precisava terminar de arrumar alguns documentos. Nem o pessoal da limpeza estava mais lá. Eles alegaram que o pesado seria tirado pela manhã e a galeria abriria a tarde...

            Então que reparei uma figura se aproximando de mim e me assustei. Era o Jake.

- O que está fazendo aqui? – tentei disfarçar o meu nervosismo. Acredito que ele não percebeu.

- Tive uns problemas, e você? – ele me perguntou e me olhou com um sorriso maravilhoso.
- Estou apenas esperando uns documentos chegarem por fax, depois vou pra casa. – tentei parecer o mais natural possível, mas parecia impossível. 
- Mas vai voltar como?
- Eu pego um táxi.
- São quase quatro da manhã e olha o temporal que está caindo lá fora.
- E qual o seu problema? Já que está tão preocupado com a chuva... – fiz tom de deboche e ele não gostou.
- A Toph esqueceu o casaco dela e eu vim buscar, mas no meio do caminho meu pneu furou... – lógico que ele ia pegar algo pra namorada, era impossível ele estar vindo por minha causa – Pensei que não tivesse ninguém aqui. Mas ai te vi e resolvi entrar.
- Procure onde quiser...  – levantei e fui na direção do fax.


            Ele foi andando em direção ao fax junto comigo e quando eu olhei ele estava super perto de mim.


- Algo errado? – perguntei e juro que ofeguei, porque aquele perfume dele era

 maravilhoso.
- O casaco dela está atrás do fax. – ele foi chegando perto e quando nossos olhos se encontraram, eu paralisei. E ele também.


            Nossos rostos foram chegando perto o suficiente para sentir o calor vindo de sua boca. Por conta da chuva, o frio tinha aumentado um pouco e como estava praticamente tudo desligado na galeria, o aquecedor provavelmente não estava funcionando. Sentir o calor dele perto de mim estava me deixando louca.

            Encaramo-nos um pouco mais e assim que íamos nos beijar, o fax fez um barulho que poderia ser ouvido por toda a galeria. Saímos um de perto do outro e tentei disfarçar pegando os documentos que de fato, eu estava esperando.


- Parece que a cena se repete não é? – ele sorriu novamente daquele jeito típico dele e eu estranhei. O que diabos ele queria comigo?


            Saí de perto e não olhei mais nos olhos dele, peguei o meu telefone e comecei a ligar para o táxi. Quando me ouviu dizer a frase: 'Eu gostaria de um táxi...', puxou o telefone da minha mão e desligou.


- Eu te levo pra casa. 
- Não precisa, pode me devolver o telefone? – eu ia ficar com ele num carro, sozinha? Nem morta, já bastava a vontade que estava de beijá-lo, além do mais dentro do carro.
- Eu não estou te oferecendo, estou dizendo que você vai e pronto! – e de onde ele tirou esse jeito autoritário?

            Corremos até o carro e ele abriu a porta do carona para mim, como sempre cavalheiro. Depois ele me disse mais alguma coisa, mas estava presa nos meus pensamentos e nem sequer ouvi.

- Ouviu o que eu disse? - ele já estava dentro do carro.
- Não, o barulho desse temporal e do trovão me impediram de te ouvir. – dei um sorriso meio debochado e ele ao invés de ficar com raiva, riu.
- Como sempre debochada não é mesmo? – ele ligou o carro e no meio do caminho sentia aquele olhar de canto de olho e a inquietação dele quando apertava o volante com força.
- Tem algo que queira me dizer Jake? – quem estava ansiosa agora era eu.
- Por que você voltou? – senti uma dor no peito quando ele me perguntou isso, parecia que ele não queria que eu tivesse voltado. Realmente ele estava apenas sendo educado me levando para casa.
- Não foi por você, acredite. – nem sequer consegui olhar no rosto dele para dizer aquelas palavras...
- Então por quê? – as mãos deles estavam apertando tanto o volante que pensei que ele fosse estourar a espuma dali.
- Você está se fazendo de burro ou o que para me fazer essa pergunta idiota? – tá me alterei, mas veja bem, na minha situação você também o faria.
- Não é isso, mas é que...
- Mas é que o que? – virei para olhá-lo e notei que ele tinha algo a mais para me dizer, mas escondia.


            Ele freou o carro no meio do caminho e vi que não estava muito longe do hotel. Ele apenas ficou me encarando e quando chegou mais perto de mim, abri a porta do carro e saí andando na chuva.


- Volta aqui, ficou maluca? – ele saiu do carro atrás de mim e parecia que a chuva tinha aumentado mais ainda.
- Não quero mais sua carona, pode ir embora para sua namorada, ela deve estar preocupada... – nem sequer olhei pra ele, e simplesmente sai berrando isso pela rua. Sorte que estávamos no parque e não perto de um monte de prédios residenciais.
- Volta para o carro. – ele me alcançou e me puxou pelo braço fazendo com que nossos corpos se chocassem – Não me deixou terminar de explicar no carro...
- Explicar o que? 
- Achei que nunca mais fossemos nos encontrar. 
- Se não tivesse arranjado uma namorada que gosta de pinturas pode ter certeza que não nos veríamos nunca mais. – a fúria era óbvia nos meus olhos. Ele notou isso e se afastou um pouco.
- Isso aconteceu porque nossos assuntos ficaram mal resolvidos, uma hora ou outra acabaríamos nos vendo, querendo ou não.
- Mal resolvidos? Você disse na minha cara que não me amava, que não queria mais que eu aparecesse na sua frente e diz que foi mal resolvido? 
- Eu estava de cabeça quente...
- E vai me dizer o que? Que se arrependeu? Eu só fiz o que você me pediu, e agora estou tentando levar uma vida normal sem você. – ainda bem que estava chovendo porque eu sabia que tinham lágrimas saindo dos meus olhos – Agora eu estou muito bem vivendo a minha vida, pode ficar tranquilo que eu não vou mais aparecer na sua frente para pedir explicações nem nada disso.


            Ele se assustou com o que eu falei e me soltou. Estava caminhando na direção contraria da dele, e a chuva só fez aumentar.

JACOB PDV

            Eu estava muito paciente durante todos aqueles momentos, mas nada mais me seguraria. Ela não me queria mais por perto da vida dela, e eu entendo perfeitamente. Ela seguiu com a vida dela, e eu mesmo que aparentemente segui com a minha. Acompanhei um pouco os seus passos, até que não me aguentei mais.

- E o que significa aquele sapatinho que encontrei no seu quarto? – falei quase gritando e ela parou de andar. Ficamos ali por alguns segundos sem falar nada e ela abaixou a cabeça – Você estava grávida não é? Onde está a criança?

- Isso não interessa mais! – ela virou de lado, levantou a cabeça, deixou a chuva cair em cima do seu rosto e voltou a andar. Mas é claro que aquilo me interessa.

- Volta aqui, me responde isso direito! – segurei-a novamente pelo braço, e quando percebi ela estava chorando – Onde está essa criança? Onde ela está? – fiquei tão nervoso que acabei sacundido-a.

- Ela morreu! – ela encostou a cabeça dela no meu peito e começou a chorar mesmo. Chega soluçava – E foi tudo minha culpa! Minha culpa!

- O que aconteceu? – puxei o rosto dela novamente e por um momento acho que ela se esqueceu de tudo e me olhou como era antigamente.

- Por favor, não me peça para desenterrar o passado, eu te peço!

- Era meu filho? – ela atinou para a situação, me olhou apavorada e se afastou – Era meu filho Paige?

            Em questão de segundos ela se afastou e começou a correr. Tentei ir atrás dela, mas a chuva piorou cada vez mais, e logo em seguida a vi entrando no hotel.

PAIGE PDV

            Como eu posso me deixar tão vulnerável a esse ponto? Que inferno! Ele descobriu que eu estava grávida. Por que eu fui esquecer logo aquele sapatinho? Entrei no hotel e o gerente estava assustado. Dei um desculpa qualquer e fui para o meu quarto.

            Peguei a garrafa de uísque, enchi a banheira com água bem quente e tentei relaxar. Quando encostei a cabeça, tudo se passou rapidamente pela minha mente e percebi o quanto eu ainda era atraída por ele, que ainda o amava intensamente.

            Mas sabia também que tudo não passava de uma ilusão. E tudo era passado...


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