Uma vez quando pequena ouvi de um adulto que a luz da bondade pode fazer com que a escuridão desapareça, mas eu realmente discordo, pois algo que está há muito tempo na escuridão não pode mais ser salva...
Meu nome é Sarah Riddel, tenho 12 anos e estudo na escola local de uma cidadezinha pacata no meio de uma floresta. A vida nessa cidade não é tão ruim, o que realmente é ruim nela é a minha escola pelo menos para mim. Eu não sou aquela pessoa que tem vários amigos ou a que é a mais popular, eu sou só a Sarah aquela garota tímida do sétimo anos. Meu grande defeito é a minha timidez e o meu medo, se não fosse por eles minha vida seria perfeita, ou quase.
Tudo começou na manha de uma sexta feira, eu fiz tudo como de costume: Arrumei-me, tomei café da manhã, me despedi da minha mãe e fui para o colégio. Eu fazia isso todo dia e não ligava muito para isso, eu acreditava que eu estava destinada aquela rotina para todo o sempre...Quando eu cheguei à escola do lado de fora sentados na escada que dava pra porta do colégio ficavam os “grupinhos” eram eles: Os grupos dos roqueiros, dos nerd’s, das populares e artistas. O resto eram as pessoas que não tinham nenhuma dessas qualidades, mas mesmo assim ficavam juntos, e eu é claro. Eu estava caminhando para dentro da escola quando eu ouvi um dos garotos comentando sobre a nova lenda da cidade: Slenderman. 
-Já ouviram falar sobre o Slenderman, não é?! Que tal hoje nós irmos até a floresta e ver se achamos ele?- Um dos meninos disse super empolgado.
-Oque é “Slenderman”? – Eu perguntei, foi um grande erro da minha parte.
-Ehe? A garota estranha não sabe quem é o slenderman?! Em mundo você vive estranha?- Os três garotos se levantaram e vieram em minha direção me pressionando contra a parede.
-Ele é simplesmente uma criatura que vive nas florestas, ele pode se esticar e pegar você! Mas acho que você não saberia mesmo quem é ele, já que não tem amigos para te passarem essa informação! Sarah solitária!- Disse um dos garotos rindo junto com os outros a minha volta.
Todos começaram a rir e a olhar para mim, estava me segurando para não chorar. De repente um dos garotos disse?
-Hey, por que nos não deixamos a Sarah ir procurar pelo slender hoje na floresta? Já que realmente ninguém vai ligar se ela desaparecer ou não?! He he.
-N-não!- Eu respondi nervosa.
-Ahm? Você disse não?! Quem você acha que é heim?! Mas é claro que você vai! Faremos o seguinte... Se você passar a noite toda na floresta nos paramos de te perturbar, mas caso você fuja nos iremos te bater, e nada de chorar!
-... - eu fiquei meio seria sobre aquela “aposta” se eu não fosse eles iriam me bater, mas se eu aguentasse até o fim da noite eu iria estar livre deles...-C-certo...
Eles me soltaram e eu sai correndo pro banheiro feminino, eu chorei e pensei. O sinal da aula tocou e eu fui direto pra sala de aula. Eu entrei na sala de aula e os garotos ficaram rindo e os restos dos alunos ficaram me observando.
Passaram-se as horas e finalmente a aula havia terminado os três garotos e duas das garotas mais populares estavam me esperando na frente do portão da escola.
-Então Sarah, esperamos você as 23h00min no portão da cidade... Se tentar fugir já sabe não é mesmo?!- Disse o líder daquele “grupinho”, esqueci-me de comentar que o nome dele é Brad, e os outros dois garotos que seguem ele se chamam Felipe e Thomas. Ainda tem outras duas meninas patricinhas que andam com eles, e o nome delas são Nicole e Mary.
Eu segui direto para casa, como sempre minha mãe estava no trabalho, à babá vendo novela e o meu meio irmão mais velho no quarto dele. Eu deixei minha mochila perto da estante na sala e fui direto para meu quarto. Subi as escadas e vi meu irmão mais velho saindo do quarto dele.
-Aaah, oi garota... Saia da minha frente. - Ele falou, ele realmente me detesta, desde que a minha mãe casou com o pai dele nos vivemos juntos, apesar de ele nem sequer saber meu nome direito.
-Meu nome é Sarah! E não garota...
-Aaah, tanto faz. Só saia agora da minha frente pirralha, aproveita e morre também. - Ele falou andando em minha direção e me dando um esbarrão no ombro, eu parei no corredor e disse:
-Morrer... Talvez hoje eu realmente morra... Mesmo você não gostando muito de mim... Eu te digo adeus... E mas um pedido, por favor, trate minha mãe direito quando eu me for... - Eu murmurei de cabeça baixa, falei meio que soluçando e lagrimas caíram de meus olhos.
-Hm?!- Ele se virou e olhou para mim- Estranha...Ele apenas seguiu seu caminho e desceu as escadas. Eu abri correndo a porta de meu quarto peguei uma folha de papel e um lápis, fiquei pensando em oque escrever horas e horas até que finalmente consegui. Eu estava tão concentrada na carta que apenas havia esquecido as horas, e elas foram se passando cada vez mais rápidas. Então, eu olhei para meu relógio e vi que já era a hora de me encontrar com eles...
Eu peguei uma bolsinha, botei uma lanterna e uma garrafa d’agua dentro dela. Sai pela porta dos fundos e fui ao local marcado. Chegando lá eu vi aquele grupinho sentado no chão conversando e rindo, até que me viram se aproximar.
-Ih, ela veio mesmo... Achei que tinha desistido...
-A babaca veio...
-Vamos acabar logo com isso, ok? Oque eu tenho que fazer?! 
-Nada de mais, apenas passar a noite toooda dentro da floresta! E é claro, sobreviver.Eu olhei para a floresta e olhei para eles, passaram-se alguns minutos e eu levantei minha cabeça, respirei fundo e disse:
-Tudo bem! Eu vou...Eles me olharam espantados, acho que eles não acharam que eu iria aceitar.
-Brad... Acho melhor a gente parar por aqui- Disse Thomas.
-É Brad, a coisa pode ficar feia pro nosso lado... - Disse Mary.
-Humf, agora que estamos aqui, vamos até o final... Se ela disse que pode então ela pode.
Brad me olhava com um olhar psicopático, estava me dando até calafrios. Eu apenas adentrei na floresta enquanto eles ficavam me olhando, eu liguei minha lanterna e caminhei pela floresta. Eu ouvi ruídos e barulho de animais selvagens, ouvia passos e respirações... Estava realmente muito assustada.
Eu finalmente havia chegado no “coração” da floresta. Eu realmente achei que iria ser atacada por algum animal, ou pelo... slenderman.
-Como eu sou uma boboca, esse tal de slender deve ser invenções daqueles garotos... - Eu pensei.Passaram-se as horas e eu vi que já eram duas horas da manha, estava indo bem até que eu vi um vulto preto correndo entre as folhas.
-Oi... T-tem alguém ai?!- Eu falei, na esperança de que alguém aparecesse e fala-se “buu!” mas era algo bem pior que isso.Eu olhei mas para o fundo da floresta e não vi nada, quando eu me virei, lá estava àquela criatura medonha me observando de longe e perto de minha mochila. Eu não sabia oque fazer, não sabia se tentava fugir ou gritava, senti minha voz sumindo e meus joelhos se entregando ao medo e caindo. Eu vi aquela coisa caminhar lentamente para a minha direção, saia uma espécie de tentáculos ou algo do tipo de suas costas.
-Então... Ess. esse é... O meu fim... Certo?- Eu gaguejei enquanto chorava, pois não podia fazer nada. - Do que importa o jeito que eu vou morrer... Ninguém vai ligar mesmo... - Eu falei enxugando minhas lagrimas.
Eu me curvei no chão, desliguei a lanterna e a joguei para longe. Não sabia muito bem se aquilo estava me entendendo, mas cada vez que eu fazia algo àquela coisa ia diminuindo seus passos. Eu levantei minha cabeça e vi que ela só estava a seis passos de distancia.
-Eu. Bem. Você não deve estar me entendendo, eu acho, mas eu queria fazer mais uma pergunta... Não é triste viver aqui sozinho? Ser temido e ignorado pelos outros? Ser esquecido na floresta e ser tratado como um “monstro”? Eu sei bem como é isso... -De repente o “Slender” parou na minha frente, não sei dizer como mas parece que ele havia me entendido.
Eu levantei lentamente minha cabeça e olhei para seu... Digamos “rosto”. Ele não tinha olhos, nem boca, mas de alguma forma dava a impressão de que ele estava me olhando. 
Ele era alto e branco, muito mesmo, dava arrepios de olhar para ele. Ele esticou seu longo braço em minha direção, eu fechei o olho rápido, pois não sabia oque iria acontecer; Passou-se um tempo e eu abri os olhos, ele estava apenas querendo me ajudar a levantar, ou pelo menos eu interpretei assim.
Eu olhei para a mão dele e olhei para seu rosto, estava com medo mais eu tomei coragem e segurei na mão dele, Era meio estranha, a mão dele era gelada, mas do mesmo jeito eu a segurei. Eu me levantei, enxuguei as lagrimas e tirei a terra de minha roupa. Depois que já estava “arrumada” ele se foi se afastando e foi indo em direção as arvores e a neblina.
-H-hey, espere... Você.. Você pode me entender certo? E você pode falar?- Ele parou no mesmo lugar, não sei muito bem se ele havia entendido, mas parecia que sim. 
Mas uma vez ele parou e esticou seu longo braço em minha direção, eu não sabia oque ele faria, mas do mesmo jeito eu segurei sua mão. Tentáculos saíram de suas costas, ele largou minha mão e andou em direção a uma montanha, eu o segui. Chegando ao topo eu vi uma cabana abandonada, eu entrei nela e dentro tinha destroços, eu vi que em cima de algo que parecia ser uma mesa tinha um bloco de notas e um lápis.
Eu sai de dentro da cabana, ele pegou o bloco de notas e o papel de minha mão. Ele me entregou depois de alguns segundos e nele estava escrito: You do not ... scared? . Eu fiquei impressionada, não sabia que ele poderia escrever... Ou fazer algo do tipo. Eu olhei para ele, ele parecia entender claramente tudo oque eu digo então eu falei:
-Medo? Eu acho que eu estou com medo... Mas eu sempre estou com medo. Eu... Não estou com medo de você... Não mais!- Eu disse sem pensar.
Ele pegou novamente o bloco de notas e escreveu: What are you doing in the forest alone at this hour? I noticed you did not come to me as others who came ...
-Eu… Bem, uns garotos da minha escola me fizeram passar a noite na floresta... Caso eu recusasse eles iriam me atormentar o resto da minha vida... Eu estou cansada de apenas seguir as ordens deles... Queria ser mais forte.
Eu me sentei no chão, era meio estranho oque estava a acontecer ali, nunca pensei que isso aconteceria em minha vida. Nós ficamos conversando por um tempo, foi a coisa mais inacreditável que já aconteceu em minha vida, ele foi o meu primeiro amigo.
-Sabe... Nós dois somos iguais, mas diferentes. Você foi a primeira pessoa na qual eu conversei em toda a minha vida...- Eu olhei para o céu e estava amanhecendo, vi que logo logo o meu tempo iria cabar.
Quando os primeiros raios de sol começaram a surgir o slender se levantou rápido e escreveu no bloco de notas: My time has come, I need to go. If you want you can go back ... Do not be afraid, I will not do you wrong ... But only you.
Eu apenas deu um sorriso discreto e vi ele se esconder entre as matas. Logo em seguida eu me levantei e desci da montanha onde eu estava. Fui para em direção ao portão e vi que os garotos estavam lá, pude ouvir eles conversando de longe.
-Aposto que ela foi correndo pra casa!- Disse Brad
-Será que... Será que ela morreu?- Disse um dos garotos.
-Que nada... Ela não deve ter durado nem dois minutos! Hehe.
-Eu... Eu estou viva e aguentei a noite toda- Eu falei, pude ver eles arregalando os olhos e espantados.
-Como você...? Não. Você trapaceou! Sua mentirosa!- Disse Brad irritado.
-Eu não trapaceei! Eu fiquei como o combinado, a noite toda! Agora ta na hora de vocês pagarem a sua parte do trato.
-Não! Eu tenho certeza! Você é uma boboca! Deve ter trapaceado! Hoje, hoje novamente... Venha até aqui de novo! Nós vamos nos encontrar aqui Duas horas! Se não vier já sabe...
Aquela vou a segunda vez que vi o Brad daquele jeito assustador, eu sai correndo para minha casa pois estava morrendo de sono. Deitei e dormi um pouco, logo mais tarde eu acordei para ir ao colégio. Eu iria mais cedo para a floresta, foi realmente divertido conversar com o slender. 
Eu de alguma forma me identificava com ele...O tempo se passou e já tinham dado 6h. Eu fui novamente para a floresta, andei até o coração da floresta e esperei o Slender aparecer por ali, não demorou nem 5m e ele já havia chegado. Eu conversei com ele pelo bloco de notas novamente. Quando me dei por conta eu vi que já eram duas horas da manha, eu me despedi e fui até o portão da cidade.
-O que você estava fazendo na floresta?- Disse Brad que vinha na minha direção, eu pude ver ódio nos seus olhos, ele estava realmente muito estranho, ele segurava um pedaço de madeira em uma mão e os “capangas” dele estavam atrás dele, eles estavam assutados com o estado de Brad mas não demonstravam.
-Eu...Bem não te interessa, oque você quer comigo ? Você deve me deixar em paz! – Eu disse já revoltada do jeito estranho dele!
-Como ousa falar assim comigo heim sua pirralha!- ele veio em minha direção e me empurrou no chão.
-Brad! Deixe disso, vamos embora!- Disse um dos garotos.
-Não mesmo! Ela... Ela é uma mentirosa!- Ele levantou o pedaço de madeira para me bater, os garotos nem se mexeram. 
Eu fechei de relance meus olhos e quando eu abri pude ver sangue saindo de sua boca, tinha um buraco na região do coração. Eu olhei para mais longe e vi que os garotos estavam a olhar para dentro da floresta horrorizados. Quando o corpo morto de Brad estava para cair em cima de mim algo arrancou sua cabeça fora, havia sangue para todo o lado. Depois de uns segundos eu acordei e tive consiencia do que estava acontecendo, eu me levantei meia tonta e os garotos ainda estavam lá parados em estado de choque, eu olhei para trás e vi que lá parado segurando a cabeça do Brad o Slender estava.
-M-mas porque...?- Eu falei.Ele esticou um dos vários tentáculos de suas costas até o corpo de Brad, molhou de sangue e escreveu no chão: He would hurt you ... right?
Eu havia ficado sem fala, andei um pouco para perto dele até que um dos garotos se manifestou.
-Vo... Você é amigo dessa coisa? Eu sabia que você não era muito normal mas achava que era só por zuação... Você... me da nojo.- Ele apanhou rápido uma pedra qualquer e veio correndo em minha direção.- Você mandou ele matar o Brad não é?! Sua... SUA MONSTRA!
Eu travei na hora, em menos de dois segundos depois de ele falar aquilo eu pude ver seus membros serem arrancados de seu corpo. Eu olhei para o rosto do ultimo garoto, ele estava totalmente tomado pelo pânico, não se movia, não fazia nada... Ele só estava lá com um olhar assustado.
-H-hey... Garoto... Você... Você, não conte isso a ninguém ouviu?
-Eu... Eu...- Eu dei um passo em sua direção e ele quase se caiu no chão- Não.. NÃO! Por favor... Não chegue perto de mim!
Ele tentou fugir mas o Slender foi mais rápido e segurou seu pé. Ele arrancou suas pernas, eu pude ouvir seus ossos sendo quebrados, eu me abaixei e fechei meus olhos, eu realmente não queria aquilo... Mas, eles não iriam me deixar em paz. Eu me levantei lentamente e me virei.
-Obrigada... Mas eles iram descobrir que eles morreram e iram me culpar.- Eu dei um sorriso e olhei para o alto.- Eu não faria falta... Eu também poderia me juntar aqueles que não sabiam quem eu realmente era... ou eu devo ir com você?
Ele me olhou e eu olhei para ele, eu apenas dei uma risadinha, cruzei as pernas e fui em direção a ele.
-Hei... posso lhe fazer um ultimo pedido... Não trate outros da mesma maneira que você me tratou... mesmo depois que eu ir embora... Aqueles que ainda não foram tomado pela escuridão não podem mais voltar...
“E quando o ultimo badalar do relógio da vida tocar... Saiba que é a hora de parar e pensar, pois seus atos em vida iram pesar e o ultimo a respirar o premio da vida irá ganhar..”


Fim.