Show De Vizinho escrita por Alana Mara Farias


Capítulo 9
Contando a verdade...


Notas iniciais do capítulo

Coitado de Charlie



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/275111/chapter/9

CAPÍTULO 9

- Bella, acorde meu amor.
– senti seus lábios tocarem minha testa e suas mãos alisarem meu rosto.
-
Bom dia! – sorri por vê-lo e agarrei seu pescoço beijando-o inteiramente, porém
Edward estava sério demais, não correspondeu ao meu sorriso e muito menos às
minhas carícias. – O que houve? – alisei seu rosto fazendo-o olhar pra mim.

- Bella... – ele suspirou pesadamente – Estou indo rápido demais com você. –
ele balançava a cabeça de forma negativa – Isso não é certo. Ainda mais quando
você está passando por uma situação complicada com sua mãe. – eu iria protestar,
entretanto, ele pôs seu dedo em meus lábios – Eu deveria ter lhe consolado esta
noite ao invés de tê-la atacado. – eu soltei uma risada e ele me olhou confuso.

- Você não poderia ter me dado consolo melhor do que seu carinho. – ele me
puxou para que eu me deitasse em seu peito. – Edward você que me mantém forte,
que me faz enfrentar essas dificuldades pelas quais estou passando. – enquanto
falava, eu passava meus dedos delicadamente por sua barriga tentando saciar a
minha vontade dele, de seu corpo.
- Quero que saiba que me preocupo com
você. – disse ele colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha – E
não sabe o quão mal eu fico por ver você triste e não saber como lhe ajudar.
Mas, ontem, não consegui me controlar. Bella, você desperta uma sensação...
uma... uma ardência em meu corpo que eu simplesmente não consigo pensar em NÃO
beijar você, em NÃO tocar você, em NÃO grudar seu corpo no meu. Simplesmente não
consigo.
- Você não é o único, se isso lhe conforta. – apoiei-me em meu
cotovelo e o encarei, a centímetros de distância de seus lábios. – Não quero que
se sinta mal quando você é o meu remédio, meu porto seguro pra tudo. – o beijei
rapidamente e ele me tomou em seus braços.

Depois de tomarmos café,
Emmett e eu fomos para a varanda esperar Edward tirar o carro da garagem. Do
outro lado da rua, Renée me olhava. Quando ela deu uns passos em minha direção,
agradeci a Edward por estar ali e entrei rapidamente em seu carro, pedindo para
que ele saísse logo dali, o que ele fez imediatamente quando percebeu motivo
pela minha pressa inesperada. O silêncio se prolongou por alguns minutos.


- Bella? – Emmett se debruçou entre o banco de Edward e o meu,
encarando-me.
- Sim?
- Não conte pra ninguém o que houve essa noite, por
favor. O que vão pensar se souberem que sou um medroso? – ele pareceu preocupado
com a ideia.
- Tudo bem Emmett. Não vou contar, mesmo que mereça passar por
isso.

Contudo, eu não contaria nada, porque essa história não começava
onde Emmett corria para o quarto de Edward dizendo que tem medo de relâmpagos.
Começava com uma noite quente e enlouquecedora entre Edward e eu. Com isso, eu
ficava feliz em não comentar nada com ninguém sobre esse medo de Emmett.


- Valeu Bells. – ele bagunçou meu cabelo com um sorriso enorme no rosto.
Eu já estava me arrependendo de ficar quieta.

No intervalo, comecei a
notar olhares. As pessoas me encaravam e depois cochichavam por minhas costas.
Porém, decidi não me importar, talvez seja coisa da minha cabeça. Entretanto, os
mesmos olhares me encararam na sala de aula.

- Alice é impressão minha
ou estão todos falando de mim? – sussurrei para que o professor não nos ouvisse.

- Por que acha isso? – ela perguntou, automaticamente, enquanto desenhava
distraída, em seu caderno.
- Não sei. – franzi o cenho, pensativa.
-
Quer dividir sua conversa conosco, Srta Swan?
- Desculpe-me Sr Darcy. –
quando ele se virou, Alice e eu sorrimos secretamente.

As aulas
finalmente acabaram e quando nós duas estávamos no estacionamento, Jéssica parou
na minha frente com um grupinho de cinco garotas.

- Parece que sua mãe
encontrou diversão em Forks. – Jéssica zombou e as outras meninas riram,
olhando-me com desprezo.
- O que? – falei baixo demais por conta da
surpresa. Como ela sabia sobre isso?
- Além de ser filha de uma qualquer,
você ainda é surda? – ela jogou seu cabelo pra trás, olhando-me de cima a baixo
e se afastou com suas ovelhas indo atrás.

Respirei fundo e concentrei-me
em chegar ao carro de Edward sem me deixar abalar.

- Por que ela disse
aquilo? O que ela quis dizer chamando sua mãe de qualquer? Bella porque não a
defendeu? – Alice puxou meu braço, fazendo-me parar quando percebeu que eu a
ignorava.
- Porque ela É uma qualquer Alice! Ela tem levado um cara lá para
casa e dormido com ele na cama em que ela dorme com meu pai! – respirei
profundamente segurando as lágrimas.
- Como assim? Isso não pode ser
verdade! Bella, a Renée nunca faria isso.
- Pois ela fez! – abaixei a cabeça
envergonhada.
- E o Charlie?
- Ele não sabe de nada.

Senti seus
braços envolvendo-me e a abracei também.

- Amiga, eu lamento. – ela
acariciava meu cabelo. Não consegui conter as lágrimas e me permiti desabafar
ali mesmo, no estacionamento onde provavelmente, a escola inteira estaria –
Vamos sair daqui.
- O que houve com ela? – ouvi a voz de Emmett – Ela está
bem? Edward não gostar nada disso. – o ouvi sussurrando, como se falasse consigo
mesmo.
- Eu estou bem Emmett. – sorri fracamente – Não se preocupe.
-
BELLA! – saí dos braços de Alice e me escondi nos dele.
- Me tira daqui, por
favor!
- Ok.

Ele me pôs no carro e deu partida. Quando estávamos
longe o suficiente de tudo, ele encostou, puxando-me para seu colo. Agarrei seu
pescoço e encostei meu rosto ali. Sentia um conforto imenso nos braços dele.
Edward não disse nada. Apenas me segurava firme e acariciava meu rosto enquanto
eu tentava me acalmar, inspirando e expirando o perfume de sua pele lentamente.

Depois de ter acabado com o estoque de lágrimas que havia em meus olhos, me
permiti ser a bella do Edward. Tirei meu rosto de seu pescoço e o olhei
intensamente. Acompanhei, com o dedo, todos os traços de seu rosto: seus olhos,
seu nariz, sua boca...

- Eu te amo. – disse esbarrando em seus lábios.
Edward segurou meu rosto com suas mãos e me beijou delicadamente.
- Eu
também te amo, minha Bella. – disse ele beijando-me inúmeras vezes o meu
pescoço.
- Me leva pra casa? – senti seu corpo enrijecer debaixo do meu –
Tenho que resolver isso de uma vez por todas.
- Tem certeza de que quer
fazer isso?
- Absoluta. Não posso continuar desse jeito. Charlie precisa
saber. E por mais que isso me machuque, tenho que contar. Ele tem o direito de
saber a verdade.
- Você tem razão. – ele beijou minhas mãos e eu escorreguei
para o banco do passageiro.

Durante o percurso ele ligou o rádio para
que eu relaxasse.



- Tem certeza? – ele me perguntou novamente
quando chegamos.
- Tenho. – sorri.
- Você vai se sair bem. – ele me
encorajou, sorrindo meu sorriso favorito. O que fazia meus ossos estremecerem –
Você é uma mulher forte e eu me orgulho disso.
- Obrigada Edward. –
despedi-me dele e saí do carro, parando na porta para encher meus pulmões e...
1,2,3... entrar.
Renée levantou-se quando me viu passar pela porta.


- Por onde andou? Estava preocupada. – ela se aproximou, mas eu me
afastei, desviando-me de seu caminho.
- Deixe de ser hipócrita. Você não se
importa com nada, com ninguém além de si mesma. Caso contrário não estaria
fazendo isso com Charlie!
- Bella eu estou apaixonada! Entenda! Você também
ama Edward assim como eu amo o Aaron!
- NÃO me faça ouvir ESSE tipo de
coisa! – fechei meus olhos, me acalmando – Não me importo com você e com o que
sente. Você vai acabar com Charlie quando ele souber. E eu nunca vou te perdoar
por estar fazendo isso a ele.
- Do que eu tenho que saber? – Charlie entrou
com um sorriso enorme no rosto, sem imaginar o que vinha pela frente.
- PAI!
– corri para seus braços e o apertei forte, não conseguindo segurar o choro.

- Ei! – ele me abraçou – O que houve Bella? Está chorando? – ele se afastou
para ver meu rosto – Pelo amor de Deus Bella! O que houve?
- Não foi nada
meu amor. – senti meu corpo travar ao ouvi-la chamar Charlie desse jeito.
-
Não. Foi. Nada? – virei-me para encará-la. – Tem certeza de que não quer contar
o que você anda fazendo? – cruzei os braços, tentando evitar pensar que eu mesma
destruiria Charlie o fazendo saber desse jeito – Ou prefere que eu conte?
-
Bella, o que está acontecendo? Por que está falando assim com sua mãe? – Charlie
perguntou confuso – O que quer me contar Renée?
- Não é nada querido.
-
PARA DE CHAMÁ-LO ASSIM SUA FALSA! CONTA! CONTA PRA ELE!
- Contar o que?
Bella, por que está gritando com sua mãe?
- VAMOS RENÉE! CONTE SUA COVARDE!
FALA PRA ELE QUE VOCÊ TRAZ UM FAROTO PARA CÁ E SE DEITA COM ELE NA SUA CAMA!

- O que? – os olhos de Charlie estavam arregalados – O que está dizendo
Bella? Isso não é possível! – ele passou a mão no cabelo, assustado.
- É
isso mesmo pai. Essa mulher está traindo o senhor dentro do seu próprio quarto!
– apontei para Renée que estava sentada no sofá com o rosto nas mãos.
- Isso
é verdade Renée? – ele a olhou – FALE! – Charlie a puxou pelo braço, fazendo-a
ficar de frente para ele – O que Bella está dizendo é verdade?
- Charlie me
desculpe. – ela agora soluçava – Eu precisava de alguém que me desse carinho...

- E você foi procurar na rua! – ele a jogou no sofá.
- Eu estava
infeliz, me sentia desvalorizada!
- DESVALORIZADA? EU LHE DEI TUDO O QUE
QUIS! EU COMPREI ESTA CASA PORQUE VOCÊ A QUERIA! EU FIZ TUDO POR VOCÊ, SEMPRE
LHE COLOCANDO EM PRIMEIRO LUGAR! EU TRABALHO MAIS DO QUE DEVERIA PARA VOCÊ TER
TUDO O QUE QUER E FALO DE VOCÊ PARA MEUS AMIGOS DIZENDO QUE MELHOR ESPOSA NÃO HÁ
E VOCÊ AGORA ME DIZ QUE EU A DESVALORIZO? VOCÊ SE DESVALORIZOU SOZINHA, TRAZENDO
UM HOMEM PARA DENTRO DA MINHA CASA PARA DORMIR NA CAMA QUE EU
DURMO! VOCÊ QUE NUNCA SEQUER ME AGRADECEU PELAS COISAS QUE FIZ POR VOCÊ. NUNCA
SE IMPORTOU COMIGO. NUNCA PERGUNTOU COMO EU ME SENTIA! VOCÊ ME
DESVALORIZOU TODOS ESSES ANOS E EU NUNCA, NUNCA RECLAMEI. E SABE POR QUÊ? PORQUE
EU SEMPRE TE AMEI! SEMPRE VI VOCÊ COMO A MULHER PERFEITA PRA MIM. – os olhos de
Charlie estavam aguados.
- Me desculpe! Desculpe! Eu nunca quis lhe magoar.
– Renée se ajoelhou aos pés de Charlie, implorando perdão – Me perdoe!
- Me
solta! Nunca mais encoste em mim, ouviu? NUNCA MAIS. – Charlie subiu as escadas
e bateu a porta do quarto.

Renée estava aos prantos no chão da sala.


- Parece que agora se deu conta do que perdeu, não é? – fui atrás de
Charlie deixando-a sozinha. – Pai! Sou eu, Bella. – rodei a maçaneta e percebi
que a porta estava aberta.

O quarto estava irreconhecível. A cama não
tinha lençol, pois estava jogado no chão. As roupas de Renée foram tiradas do
guarda roupa e atiradas para todo o lado. Charlie estava sentado num canto do
quarto, com os olhos inchados.

- Pai! – ajoelhei-me ao seu lado e o
abracei – Pai me desculpe, mas você precisava saber.
- Você já sabia? Ela te
contou?
- Eu descobri. Peguei os dois aqui.
- Ele é muito jovem?
-
Pai, não existe ninguém melhor que você. – beijei seu rosto – Você é o homem que
todas as mulheres desejam ter como marido e todas as meninas como pai. – sorri
incentivando-o a sorrir também.
- Você é uma filha incrível Bella. – ele me
abraçou, beijando meu cabelo.
- Eu te amo pai.

Ficamos abraçados por
um longo tempo. Podia sentir a tristeza que emanava de Charlie e me sentia
impotente por não saber como ajudá-lo. Ouvimos a campainha tocar e eu me
levantei.

- Deixa que eu atendo. – desci as escadas e abri a porta –
Esme! Entra. – nos abraçamos.
- Não pude deixar de ouvir a gritaria. – ela
pareceu envergonhada por isso – Charlie está bem?
- Ele vai superar. Eu
espero. – ela sorriu e acariciou minha bochecha.
- E Renée? – eu fechei a
cara assim que ela disse o nome daquela mulher, que agora, era uma estranha pra
mim.
- Não sei. Não estou vendo-a por aqui. Deve ter saído. – dei de ombros.

- Bem, vim ver se podia ajudar em algo, não sei. Pensei em pedir para
Carlisle chamar Charlie para ir pescar longe daqui. Passar uns dias fora para
que tudo se acalme. O que acha?
- Hummm... É uma ótima ideia, mas não sei se
Charlie vai querer ir. É impossível saber o que se passa na mente dele agora. –
sorri fracamente.
- E você? Não parece muito bem. – ela limpou meu rosto e
passou a mão no meu cabelo que devia ter uma aparência horrível.
- Acho que
estou bem.
- Qualquer coisa me procure. Você é muito nova para passar por
isso sozinha. É surpreendente o fato de se mostrar tão forte para ajudar
Charlie.
- Agradeça ao Edward por isso. – sorrimos – Ele que me dá forças
para que eu suporte tudo isso.

Nesse instante o telefone tocou e Esme
aproveitou a deixa.

- Vou indo então. – ela me abraçou – Se precisar
estou ali. – disse ela apontando para a casa em frente.
- Obrigada. – corri
para atender ao telefone. – Alô?
- Bella! Sou eu, Alice. Está tudo bem por
aí?
- Alice! – senti um alívio tão grande ao ouvir sua voz. – Acho que as
coisas estão indo como deveriam, mas Charlie não está nada bem.
- Pensei em
passar por aí, mas preferi ligar primeiro.
- Fez bem. É melhor não vir aqui
agora. Como disse Charlie não está bem e não quero incomodá-lo.
- Precisa de
alguma coisa? Quer vir aqui conversar?
- Não. Quero ficar aqui e ajudá-lo
agora. E eu preciso de um tempo para absorver tudo o que está acontecendo.
Amanhã nós conversamos.
- Tudo bem.
- Obrigada Alice. De verdade.
-
Não foi nada Bella. Espero que tudo se resolva.
- Eu também.

Resolvi
preparar o jantar para Charlie enquanto ele absorvia a aura da casa. Fiz o que
ele mais gostava: estrogonofe de frango com muita batata palha e coca cola bem
gelada, que tive de comprar. Arrumei a mesa e o chamei para jantar.

-
Obrigada filha. – ele sorriu, mas seus olhos continuaram tristes.
- Era o
mínimo que eu podia fazer pai. – dei de ombros beijando sua testa antes de
sentar-me à mesa.

Comemos em silêncio, como sempre fazíamos, todavia,
essa quietude era de frustração, decepção, traição e tristeza. Não conseguia
pensar em nada que pudesse animá-lo. Já era bem difícil pensar no que de fato
estava acontecendo. Eu não queria absorver aquilo de uma vez, pois eu tinha que
ser forte para ajudar meu pai. Tinha de demonstrar que as coisas não estavam tão
ruins assim, que tudo iria melhorar e que iríamos ficar bem. O que era verdade.
Bem, depois de um tempo.
Após o jantar, fomos para a sala ver TV e não me
importei em ver os jogos de rúgbi e beisebol que Charlie tanto adorava e o
deixava impressionado. O que eu mais queria era vê-lo feliz novamente.
A
porta de abriu e nenhum de nós dois deu importância à figura que passou pela
sala nos cumprimentando. Renée levou uns minutos lá em cima e quando voltou,
tinha uma mochila nas costas.

- Vou passar uns dias na casa da Marry. –
Marry era uma antiga vizinha que agora mora um pouco depois de La Push.


Novamente nenhum de nós deu importância à presença dele, mas não pude
deixar de sentir alívio por saber que não a veria por um tempo. E Charlie
pareceu pensar a mesma coisa, quando deu um suspiro de alívio.
Mais tarde,
Carlisle bateu à nossa porta convidando Charlie para uma pescaria no fim de
semana. E disse que iria amanhã, na quinta, e só voltaria no domingo à noite. A
princípio Charlie não queria ir, mas quando Carlisle disse que seria em outra
cidade e que seria num rio onde Charlie sempre quis pescar, ele não hesitou.
Pude ver o Charlie que eu conheço, quando o entusiasmo tomou conta de seus
olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Show De Vizinho" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.