Quinn com 10 anos de idade

“AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH”. Escutei o grito irritado da Quinn e sorri indo em direção ao seu quarto.

“Quer ajuda?”. Perguntei assim que a encontrei com a cabeça apoiada nos livros.

“Por favor”. Suspirou.

Quinn era uma garota muito inteligente, mas estava com algumas dificuldades com matemática. Ela sabia a matéria, mas era um pouco preguiçosa e eu sempre tenho que estar por perto para ter certeza que ela fazia a lição corretamente.

Eu amava ajuda-la, pois me fazia recordar da época que eu estudava e minha mãe ficava ao meu lado, me ajudando em tudo que eu precisava.

Depois de mais ou menos duas horas, Quinn conseguiu entender a matéria e terminou a lição rapidamente.

“Vamos andar de bicicleta?”. Me perguntou animada.

“Bicicleta?”. Fiz careta.

“Por favor”. Até hoje ela conseguia fazer uma carinha de dar dó, me fazendo dar tudo o que ela quer.

“Você tem que parar de fazer isso sabia”. Suspirei derrotada a fazendo rir.

...

“Mais rápido Rach”. Quinn gargalhava enquanto pedalava.

“Estou tentando, mas você é muito rápida”. Estávamos apostando uma corrida e eu claro, estava deixando minha pequena ganhar.

“Você é muito lerda”. Ela gritou olhando na minha direção.

“Quinn, olha para frente”. Gritei a alertando, mas já era tarde. “Quinn”. Gritei.

“Ai”. Falou chorosa segurando o braço.

“Vamos querida, eu vou te levar para o hospital”. Falei preocupada.

“Eu não quero Rach, por favor”. Implorou. Ela morria de medo de agulhas.

“Você tem que ir meu anjo, eu acho que você quebrou o braço”. Respondi carinhosamente.

“Mas nem esta doendo”. Falou sorrindo tentando disfarçar a dor.

“Claro que esta doendo, você esta quase chorando”. Falei enquanto a pegava no colo com cuidado para não me encostar em seu braço machucado e me afastei da árvore que ela havia atropelado com a bicicleta a minutos atrás.

...

No hospital descobrimos que o braço dela estava realmente quebrado e ela teve que o engessa-lo, para deixa-la mais feliz comprei alguns adesivos coloridos para ela decorar o seu gesso e comprei também um sorvete para ela.

Chegamos em casa e a Quinn falava que não estava sentindo dor, mas eu sabia que quando os efeitos do remédio passassem as dores voltariam. A deixei na sala assistindo o filme Procurando Nemo e fui até a cozinha para preparar um jantar saldável, mas ela falou que queria a lasanha que estava na geladeira.

Depois de terminar de comer, as dores do braço começaram a voltar, fazendo-a reclamar do incomodo, Quinn por natureza própria já era manhosa, mas quando se machucava ela ficava mil vezes pior. Não que eu não gostasse, porque era até divertido assistir os seus atos dramáticos.

Lhe dei o remédio que o medico havia receitado e falei para ela ir deitar, pois assim ficaria mais fácil o braço parar de doer, mas depois de alguns minutos escuto seus passinhos no corredor parando em frente o meu quarto.

“Rach?”. Me chamou batendo suavemente na porta do meu quarto.

“Entre querida”.

“Posso dormir com você?”. Perguntou com os olhos pidões.

“Você não acha que já esta grandinha demais para isso?”. Perguntei divertidamente.

“Não”. Respondeu simplesmente, me fazendo levantar uma sobrancelha. “E o meu braço esta doendo, você tem que cuidar de mim”. Completou com uma cara indignada. Viu o que eu disse? Dramática.

“Tudo bem minha dramática, vem”. Mal terminei de fala e ela já estava esparramada na minha cama. “Folgada”. Murmurei, mas ela fingiu que não me escutou.

“Boa noite Rach”. Falou com um sorriso lindo, colocando a cabeça no meu ombro e o braço machucado sobre o meu abdômen.

“Boa noite meu anjo”. Sussurrei sorrindo.

“Amo você”. Completou meio sonolenta me fazendo sorrir mais ainda

“Eu também te amo”. Beijei sua testa a fazendo suspirar e dormir logo depois.