Eu e Rachel estávamos sentadas no parque da cidade fazendo um piquenique, o céu estava claro e uma brisa fresta batia no rosto da Rach, fazendo seus cabelos balançarem perfeitamente.

“Quinn”. Ela me chamou carinhosamente.

“Oi Rach?”. Olhei para ela sorrindo.

“Tem uma coisa que eu quero fazer a muito tempo”. Falou se aproximando um pouco de mim.

“O que é?”. Perguntei em um sussurro.

Ela não disse nada, apenas colocou uma de suas mãos em meu rosto o acariciando, enquanto a outra tomava o rumo da minha cintura. Eu não conseguia falar nada, apenas coloquei meus braços ao redor de seu pescoço me aproximando.

A Rach olhou dentro dos meus olhos e sorriu, um sorriso perfeito, nossos lábios estavam a milímetros de distancia quando ela fechou seus olhos e...

There’s not much going on today
I’m really bored it’s getting late
What happened to my Saturday
Monday’s coming the day I hate…

Acordei assustada com o despertador tocando alto pelo quarto.

Foi só um sonho. Suspirei cobrindo a minha cabeça com o travesseiro. Bem que o despertador poderia ter esperado nós nos beijarmos para começar a tocar. Pensei frustrada.

Fiquei alguns minutos deitada na cama de olhos fechados tentando retornar ao sonho, com a musica da Avril Lavigne ainda tocando ao fundo, mas foi impossível. Eu me levantei e fui ao meu banheiro para me arrumar para o meu primeiro dia de aula.

Pelo menos ela estudaria comigo esse ano. Pensei animada enquanto olhava a minha cara amassada no espelho.

...

“Achei que não iria mais descer”. Rach comentou assim que eu entrei na cozinha.

“Estava com um pouco de preguiça”. Falei sorrindo.

“Sua preguiçosa”. Falou colocando um prato de bacon na minha frente, já que eu simplesmente AMO bacon. “Bom dia querida”. Completou enquanto beijava o topo da minha cabeça.

“Bom dia Rach”. Falei com a boca cheia, a fazendo rir da minha cara quando eu quase engasguei. “O que aconteceria se você comesse comida humana?”. Perguntei curiosa assim que terminei de engolir. Ela não falou nada, apenas pegou um pedaço do meu bacon e colocou na boca, mastigando lentamente enquanto olhava para mim e então engoliu. “Não te faz mal?”. Perguntei de olhos arregalados.

“Não”. Respondeu simplesmente. “Se eu me alimentar da minha dieta corretamente, não há problema em comer comida humana. Isso é bom para quando temos que interagir com vocês”. Terminou sorrindo e pegando outro pedaço.

“Hey o bacon é meu sabia?”. Perguntei emburrada. Ninguém meche no meu bacon.

“Você que quis saber o que acontecia”. Argumentou.

“E você já me mostrou que não acontece nada, agora deixe o MEU bacon em paz”. Fiz bico a fazendo gargalhar alto. Sua risada é linda. Sorri.

“Termine de comer logo ou vamos nos atrasar”. Falou carinhosamente assim que conseguiu controlar a risada, eu apenas assenti e voltei a comer ainda sorrindo.

...

“Você se lembra da historia que vamos contar para as pessoas não é?”. Rach perguntou enquanto colocava o carro em movimento.

“Claro que lembro. Nossos pais eram amigos muito próximos e nós duas convivemos uma com a outra desde sempre, praticamente nascemos juntas. Ano passado nossos pais foram viajar juntos, mas aconteceu um acidente de carro e eles não resistiram. Como nós duas somos emancipadas, nós começamos a morar juntas com a herança que nossos pais haviam deixado. Nós resolvemos nos mudar de cidade para tentarmos seguir em frente sem todas as lembranças”. Finalizei sorrindo.

“Isso mesmo”. Me olhou orgulhosa.

Eu devolvi o sorriso e liguei o radio começando a cantar junto com as musicas que tocavam, a Rach se divertia com as caretas que eu fazia durante a musica, depois de um tempo ela se animou e começou a cantar junto comigo. Parecíamos duas loucas gritando e dançando dentro do carro, mas nós não ligávamos.

...

Rachel parou o carro no estacionamento da escola e percebi que varias pessoas olharam em nossa direção, mas eu tenho certeza que era por culpa do carro, eu acho que não é muito comum por aqui um adolescente ter uma lamborghini.

“Esta pronta?”. Rachel me perguntou.

“Sim e você?”.

“Eu já nasci pronta baby”. Me deu um sorriso convencido, me fazendo revirar os olhos divertida. “Vamos”. Me chamou abrindo a porta e saindo do carro, me fazendo repetir o seu gesto.

Rachel veio para o meu lado, enlaçando nossos braços e começamos a andar pelo estacionamento indo para a entrada da escola, depois de um tempo escutei a Rachel rosnar baixinho.

“O que houve?”. Perguntei curiosa.

“Esses garotos idiotas estão falando coisas nada apropriadas de você”. Respondeu baixinho.

Ela esta com ciúmes?. Esse pensamento me fez sorrir.

“Não se preocupe Rachel, eu não vou ficar com nenhum deles”. Falei referindo a minha sexualidade.

“Algumas garotas também estão bem assanhadas para o meu gosto”. Continuou com a cara emburrada.

Oh, ela definidamente esta com ciúmes. Meu sorriso aumentou de tamanho, mas eu fiquei quieta.

...

“Posso ajuda-las?”. A mulher que estava na secretaria perguntou amigavelmente, se dirigindo a Rach.

“Meu nome é Rachel Berry e ela é Quinn Fabray, nós viemos pegar os nossos horários”.

“É claro”. Ela disse. A mulher procurou por alguns minutos em uma pilha de documentos na mesa até encontrar o que procurava. “Aqui estão os horários das aulas de vocês, um mapa da escola, o numero dos seus armários e as senhas”. Falou entregando uma pilha de papeis para cada uma.

“Obrigada”. Rachel agradeceu.

“Sejam bem vindas”. Nós apenas sorrimos e saímos da sala indo para um corredor amarrotado de pessoas.

Descobri que a maioria das minhas aulas eram com a Rach o que era incrível, a única aula que não teríamos juntas era literatura e era exatamente essa que eu teria agora. Nos despedimos na porta da minha sala e entrei.

A sala de aula era pequena, sentei na ultima carteira da fileira que ficava perto da janela. Duas lideres de torcida, uma loira de olhos azuis e uma garota meio latina se aproximaram de mãos dadas e se sentaram a minha frente, elas eram muito bonitas, principalmente a latina. Faziam um lindo casal.

“Oi”. A garota loira falou se virando na minha direção.

“Olá”. Sorri.

“Qual é o seu nome?”. Perguntou.

“Quinn Fabray”. Falei. A latina havia se virado também. “E o seu?”.

“Brittany Pierce”. Seu sorriso era enorme. “E essa é Santana Lopez minha namorada”.

“Prazer Brittany, Santana”. Devolvi o sorriso.

“Quem era aquela garota que estava com você Fabray”. A latina me perguntou levantando uma sobrancelha.

“O nome dela é Rachel”.

“Sua namorada?”, perguntou com um sorriso malicioso nos lábios me fazendo corar.

Nã... não”. Sorri tentando disfarçar.

“Vocês pareciam namoradas”. Brittany falou com a testa franzida, parecia confusa.

“Nós não somos”. Dei um sorriso triste.

“Mas você queria que fosse”, A Santana não perguntou e sim afirmou. Antes que eu respondesse, a professora estrou na sala me fazendo suspirar de alivio.

“Acho que nós vamos nos dar bem Fabray”. Santana falou me fazendo sorrir. “Mas nós ainda não terminamos essa conversa”. Falou e eu voltei a corar.