Cada dia

É dono de um despertar

Cada vez mais melancólico,

Que cada vez mais aproxima meu coração do óbito.

Penso em você

Logo que acordo.

Mas isso me faz sofrer,

Me tornando cada vez mais um ser mórbido.

Observando o nascer da estrela-mãe,

Lembro do teu belo rosto

Com aqueles lábios preciosos,

Donos de um sorriso majestoso.

Assim, os primeiros raios quentes tocam meu corpo

Numa tentativa falha de reviver aquele coração morto.

Os segundos passam como minutos.

Os minutos passam como horas e

As horas passam como dias.

E assim a noite se aproxima

Trazendo consigo Sirius e Canopus,

As estrelas mais brilhantes, ou

Simplesmente,

Seus olhos.

Naquela imensidão escura e pontilhada,

A lua se levanta enfurecida.

Pois sabe da indiferença com que você me trata.

O corpo clama por descanso.

A mente clama por uma solução.

Enquanto que o coração clama por ti.

Fecho os olhos e penso em você.

É impossível te esquecer.

Mas ainda consigo sorrir.

Pois ao menos em meus sonhos

Eu a tenho em meus braços.

E, com os rostos colados,

Me deleito em nosso beijo apaixonado.

Pela manhã, as lágrimas escorrem.

Aquilo foi um sonho... Um conto de fadas...

E a realidade é um pesadelo tenebroso,

Onde só recebo facadas.

Novamente, o dia foi dono

De um despertar melancólico,

Que aproxima meu coração do óbito.

E assim, recomeçamos esse ciclo de dor

Conhecido como amor.

Álias... Quando esse amor vai morrer?