A Deusa Mãe escrita por Hakushiro Lenusya Hawken


Capítulo 16
Byakushi no país das Maravilhas


Notas iniciais do capítulo

Byakushi e seus amigos finalmente descobrem onde foram parar. Mas cuidado. Aparências enganam, principalmente num lugar onde nada é como deveria ser.



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Eu não lembro quando escolhi o segundo caminho para seguir, só lembro que ele deu em um lago lotado de vitorias régias gigantes. Eu já estava deitada lá. Estirada, como morta, sobre uma delas. Fiquei assim até que escutei sons por perto e resolvi me levantar, para ver o que era. Impossível que um lugar tão perfeito pudesse ter alguém capaz de me machucar.

Segui por entre as vitorias régias, até chegar numa ponte de madeira, que dava até a outra extremidade do lago, subi nela e encarei uma pedra, alta, onde uma fumaça escapulia de algum lugar.

- Ei... Ei!

Era uma mulher. Ela tinha cabelos roxos... Não... Era rosa... Não... Era... Que cor era? Algum tom entre esses mesclados em fios obscuros como a noite. Ela estava de costas, e tinha uma capa caída nos ombros, que seria, possivelmente um capuz abaixado. Quando ouviu meu chamado, a moça se virou, uma vez que estava do outro lado da rocha, e me encarou. Encarou? Não. Ela... Ela não tinha olhos! Isso! Ela tinha uma mascara que cobria os olhos, preta no meio e roxa na ponta superior e inferior.

- Pois não...?

- Onde eu estou?

- Zona sul de Sanddrif, Província de Copas.

- San... QUE?! Então não estou em Aljha Rhara?

- Eu não gosto daquele lugar.

- E você, quem é? – A mulher levou um fino e longo cachimbo até os lábios, soltando a fumaça do fumo aos ares.

- Byakushi, filha de Aiya, governanta de Conchita e heroína de Aljha Rhara.

- Muitos títulos para uma criança tão mirrada, não?

- Eu não sou criança! Mas e você...?

- Sou Castagine. Sacerdotisa de Copas.

- É com você que quero falar!

A mulher usava um longo vestido preto, com dentes enormes na cintura e duas faixas roxas que desciam do busto até a ponta do vestido, que deslizava pelo chão. Ela cobriu a cabeça com o capuz e abriu um leque, exibindo um olho da mesma cor que o que estava na cabine, apontando-o para mim. A pupila se dilatou, e a íris rodopiou pela orbita, como louca, ao que a mulher fez uma expressão aterrorizada. Ela gritou algo como “filha de Jokers! Invadindo!”

Exibiu um par de asas de mariposas enormes acopladas em suas costas, cujas tais continham também olhos, só que amarelos. Ela deu um salto, fazendo com que o vestido mostrasse toda a sua extensão. Em poucos segundos, sumiu de minha vista.

Segui pelo caminho que achei certo, subindo naquela rocha. De lá, tive uma visão ampla de toda a campina paradisíaca até que novamente escutei alguns sons. Me virei tão de súbito que escorreguei e caí sentada sobre a pedra, grunhindo de dor. Na minha frente, havia um belo homem, esguio, o mesmo do monocolo que nos havia guiado até a cabine. Ele tinha os cabelos roxos bem escuros, cor das uvas passas, e a franja cobria um dos olhos, deixando o outro a mostra.

- Perdoe a sacerdotisa. Depois que eu me tornei príncipe de Copas, ela não é mais a mesma.

- Quem é você?

- Me chame de Malesia. Venha... Pior do que uma província em Aljha Rhara, é uma província em Sanddrif, principalmente quando se é uma moça sozinha e tão bela.

O moço me tomou pela mão e o seu caminhar fez com que a franja se deslocasse para um dos lados. Eu abri a boca para dizer-lhe algo, mas permaneci calada. Ele deveria ser bem ciente de que só tinha um olho. Atravessamos os bosques, sempre de mãos dadas, e eu, mais do que nunca, tinha reparado o quanto aquela terra era linda. Os bosques, no entanto, não se comparavam com o magnífico palácio de copas.

O lago azul tomava uma coloração levemente lilás ao terminar de passar pelos bosques e descia por baixo da ponte com aquela mesma cor intrigante. Eu adentrei no palácio, mas ele pediu que eu corresse para um dos quartos, andar acima. Se o rei descobrisse que eu estava por lá, haveria problemas.

Adentrei no primeiro quarto que vi, percebendo só agora que era o do próprio rapaz. Me sentei na cama redonda, feita de um colchão d’água. Desconfortável, fui até a janela. Aquele lugar, aos arredores do palácio, era estranho. Haviam guardas circulando o palacete em marcha, carregando lanças em forma de coração. Me senti dentro do conto Alice in Wonderland, onde eu era Alice e estava fugindo da rainha de Copas. Malesia podia ser meu chapeleiro maluco, eu escolheria dois coelhos, um gato e...

- Senhorita...

Ao me virar, deparei com uma mão dentro de uma luva de couro roxo escuro. Malesia segurou a minha mão e desferiu um beijo nas suas costas, me guiando até o andar inferior, contornando a sala do trono. Fomos parar no jardim, carregado de flores com formas peculiares, brancas e negras, enfeitando a mesa de madeira redonda, onde jazia duas xícaras, um prato de biscoitos e dos pequenos pratos cada um com um pedaço de bolo.

- Ouvimos falar que a filha de Aiya não é canibal como a maioria dos orianos. Devo admitir que nem eu gosto dessa cultura.

Ele me sentou em uma cadeira, com um delicado formato de coração. Eu cortei o bolo com uma pequena colher prateada, e experimentei, indo para o céu e voltando. Quando eu estava a cortar o segundo pedaço, ele já havia terminado, e estava mordiscando o biscoito, enquanto bebia um liquido roxo forte e quente que estava dentro da xícara. Eu também virei a minha contra a boca, bebendo lentamente do mesmo liquido, que tinha um gosto de ferrugem mesclado com varias doses de açúcar para aliviar o gosto.

- O que é?

- Sangue oriano de Copas. Eu posso não praticar canibalismo, mas a única coisa que sustenta um oriano é o corpo de outro.

- Eu não gosto.

- Juro que também não. – Ele descansou a xícara na mesa e segurou minha mão com delicadeza. Como sua pele era quente e cheirosa... – Acho que deve saber um pouco sobre mim. Sobre mim e sobre esse reino.

- Eu... Adoraria.

- Copas, assim como todas as outras raças, tem uma aparência característica. Ouros tem a pele desbotada, ou então, azulada, e normalmente cabelos em cores frias. Seus olhos, com íris ou não, são ótimos e nunca piscam. Espadas tem uma pele grossa e escura e os machos produzem um suor capaz de seduzir fêmeas de demais espécies. Paus tem cabelos verdes e orelhas pontudas. São trapaceiros, também. Copas são normais, exceto pelos olhos... Ou a falta deles.

- É por isso que você não... Mas você tem um dos olhos!

- Sim, eu tenho. Por que como você, sou Joker.

- Como é?! – Exclamei, puxando minha mão, ao que ele se assustou, mas se recompôs logo após.

- Eu sou filho da rainha com Zatsu. O segundo. Como a primogênita que teve com ele foi servir o exercito, junto com a bastarda que minha mãe teve com meu tio, eu assumi o cargo de príncipe. Apenas meu pai está aqui. Minha mãe está em Aljha Rhara.

- Então a mescla de sangue entre Zatsu e sua mãe fez com que você tivesse um dos olhos. Que bom, para ti! Espere... Por que você não foi com sua mãe...?

- Por que dois galos brigam se juntos no mesmo galinheiro. E Zatsu me odeia.

- Ele me odeia também.

Depois dessa conversa, partimos para outras, mais suaves, e eu estava me constrangendo com meu lado pecaminoso, que as vezes fazia meu corpo se arrepiar dependendo da reação daquele garoto. Meu rosto corava nesses instantes, ao que ele ria mais e perguntava se estava tudo bem. Naquele momento, mais do que nunca, percebi que eu precisava de um garoto para mim... E não... Não estou falando só para ficar ao meu lado.

O jeito dele mexer com a franja só não era mais sensual pela falta do olho. Não que eu tivesse algo contra. Ele retirou o monocolo, talvez para eu ver a íris vermelha, e o mesmo me olhava com uma certa curiosidade.

- Tem certeza que está tudo bem? Está séria.

Eu não tinha percebido, mas realmente estava séria. Podia ver no pequeno vidro espelhado que separava o jardim da casa. Meus olhos estavam baixos e o lábio levemente curvado para baixo, não numa expressão séria propriamente dita, mas talvez de irritação. Ela se aliviou um pouco, deixando traços mais amenos.

- Byakushi...?

- Oh! Sinto muito... Eu estava longe.

- Não ouviu o que eu disse, não é?

- Ouvi sim! Você estava falando da mania do seu povo colocar olhos em objetos pessoais para enxergar um mundo por outros ângulos.

- Exato. A sacerdotisa, por exemplo, usa seu leque. Uma das minhas irmãs colocou o olho na própria bandana e a outra, no chapéu. Bya...?

Eu estava com aquela mesma expressão novamente. Eu juro que não sei o que acontecia. Do nada ficava daquela forma emburrada. Ele tocou meu braço, me fazendo olhar em seu olho novamente.

- Preocupada com alguém, querida?

- Meus amigos...

- O cego, a maga e o demônio?

- Demônio?

- A moça com a foice...

- Pelo amor...! – Tombei meu corpo para trás, começando a gargalhar, ao que ele também riu, mas de forma discreta. – Yomi não é demônio!

O rapaz falou que a ultima vez que os viu eles tinham seguido pelo caminho da esquerda. Por terem se afastando de mim, ele não pensou que fossemos amigos. Do nada, a expressão do rapaz era de medo, e ele se afastou de forma tão súbita, que caiu da cadeira. No mesmo segundo, uma aranha com único olho enorme pulou na mesa, ao que eu levantei da mesma com urgência, pegando o garfo.

O aracnídeo se virou e dobrou as pernas para dar um salto contra mim, ao que eu revidei antes, me jogando contra a casca e perfurando-a com o garfo. Repeti os golpes com desespero, não parando até que ela perdesse a força nas patas e caísse morta sobre a madeira.

Me apoiei com as duas mãos no garfo, encostando a testa sobre ambas, suspirando. Perguntei o que foi aquilo, mas o rapaz nada disse. Ele se levantou do chão, ajeitando as vestes, e recolocando o monocolo.

- Acho que a hora do chá acabou. Você precisa ir.

- De quem é esse bicho?

- Do meu tio, o rei.

Ele não precisou falar duas vezes. Saí pelos fundos do jardim, que era um pequeno labirinto com uma passagem improvisada por entre as folhas que dava para outro lugar, mais próximos dos muros do palácio. Ao ver os guardas rondando a parte interna também, me joguei contra o jardim novamente, ao que Malesia me pegou nos braços e sussurrou um “o que houve?” ao que eu respondi que não ia passar pelos guardas.

- Se esconda aqui. Volto rápido.

Ele adentrou no palácio correndo.

...

Eu havia me vestido na frente dele, e por mais estranho que parecesse, não havia ficado com vergonha alguma de que ele me visse seminua. O vestido era da irmã mais velha, a filha do Zatsu e da mãe de Malesia. Era rodado, roxo, com vários desenhos de corações em preto em suas varias camadas de babados. As meias foram colocadas sobre a caneleira de ferro para não haver desconfiança. Meus cabelos foram presos num rabo de cavalo, com uma fita roxa e eu usava os grandes brincos de ouro da mulher. Havia um par de luvas que iam até o cotovelo, sem os dedos. As mangas do vestido eram bufantes.

O moço me virou para ele, se abaixando até meus pés e colocando as sapatilhas. Ao se levantar, me agarrou em seus braços, suspirando perto do meu ouvido.

- Eu sempre pedi para a mamãe deixar eu conhecer a primeira filha do meu pai. E agora que ela veio, verei ela ir embora quase no mesmo momento.

Ele colocou nos meus olhos uma venda de renda que me permitia ver tudo. Falou que quando os guardas ficassem perto, era para eu não piscar. Os mesmos poderiam confundir os olhos com desenhos da renda.

- Tudo bem.

- Agora... – Malesia beijou minha testa e me empurrou contra a passagem mais uma vez. – Vá. Guardarei suas roupas aqui para me lembrar de ti.

Eu sorri. Respirei fundo e saí correndo, com uma tesoura dourada em mãos que ele havia me dado, grande. Os guardas, como eu já sabia, vieram correndo, com as grandes lanças, aos montes, ao que Malesia mordeu o lábio, ao vigiar pela abertura no jardim.

- Parada aí! Quem é? – Gritou o comandante.

- Jardineira do palácio. Como já acabei esse lado, gostaria de saber se há algum jardim do outro.

- Ah, a nova jardineira. C-23, acompanhe-a até o outro jardim.

E assim fomos. O grande guarda me acompanhou solitário, enquanto os outros voltaram a marchar. Ele era fino demais, alto demais, e bem desengonçado, como os outros guardas com exceção do comandante. Poderia ser que os guardas fossem criados pelo rei. Objetos, ou quem sabe alguma espécie de robô. Sorri com esse pensamento. Eu finalmente vi o portão da saída, e vi também que não tinha nenhum outro guarda. Parei de andar, ao que ele copiou meu ato, só que segundos depois. Respirei fundo e voei para cima do pobrezinho, arrancando a cabeça do corpo com a grande tesoura dourada.

Sem escolta alguma agora, eu retirei a lança do guarda e coloquei em minhas costas, amarrada em uma das fitas do vestido. Corri para fora do castelo.

Olhei ao meu redor, me surpreendendo por estar mais uma vez perdida. Já havia corrido alguns bons metros, e quando cansei, me apoiei nos joelhos, suspirando. Fo aí que eu senti falta de algo.

- ORO... OROLOGIO!

Eu coloquei a mão nas costas, procurando a espada mas só achei a lança em forma de coração. Me sentei num grande cogumelo, pensativa. Onde eu poderia ter perdido? Pensei no grande palácio de Malesia, quando troquei de roupa, mas se eu bem me lembrava, já estava sem ela quando me sentei junto dele pra tomar chá. Então...

- O lago!

Segurando a tesoura em uma das mãos e recolocando a lança nas costas, saí correndo mata a dentro, como se tentasse me lembrar de onde ficava o lago. As arvores eram enormes e muito delas eram idênticas à da província de Paus, em Aljha Rhara. Eu senti um ardor em um dos meus pés e quando olhei para baixo, vi pessoinhas do tamanho do meu indicador subindo meu pé com faquinhas e lancinhas pequeninas, ao que me fez rir.

- Ah! Qual é!

Sacudi meu pé, fazendo com que as criaturinhas voassem longe. Eu ria, achando fofo que um lugar cheio de pessoas canibais pudessem ter também essas mini-criaturas. Passei por uma clareira, que em comparação à aquela que nos perdemos em Aljha Rhara, era pequena.

Um farfalhar fez com que minha atenção se redobrasse. Apontei a tesoura para onde escutei o barulho e vi as folhas se mexendo, e segundos depois, um exercito de criaturinhas saíram de lá, correndo até mim.

- Vou te falar...

Não queria matá-las, mas elas queriam me matar. Não vendo outra saída, corri até elas, pisando forte sobre cada montinho, esmagando-os. Eu pulava com certa fúria, levando alguns golpes na emenda entre a caneleira e a sapatilha, mas isso não me parava. Só parei de pisoteá-los quando não havia um ser vivo sequer, por ali.

- A culpa não é minha, formigada.

...

- OROLOGIO!

Eu pulei por entre as vitorias régias, encontrando a espada sobre uma delas. Agarrei-a com força, com medo de me separar daquela espada novamente. Parecia que eu estava segurando uma criança nos braços.

Finalmente estava em solo conhecido, e aquilo me dava uma paz que nunca senti. Entretanto, Yomi, Reno e Purpura já estavam com horas de vantagem.

Coloquei a arma nas costas, me sentindo pesada. Não via a hora de encontrá-los, para dar a tesoura à maga e a lança para o Reno, ou vice versa.

...

- Vocês realmente não estão sentindo minha falta?! –Eu gritava, a cada vez que me aprofundava no rio esquerdo. Eu estava cambaleante, não conseguindo mais achar forças para andar, até que me recolhi abaixo de uma arvore cujo cheiro de sua seiva era doce. Eu fechei meus olhos, mas me mantinha alerta.

Escutei alguns passos, e abri os olhos. Na minha frente havia uma menina loira, mas com mechas roxas escuras no cabelo, estes eram enrolados. Ela usava uma armadura negra extremamente brilhante, com canalizadores de energia em algumas partes da vestimenta. Atraz dela havia uma ave de ferro, que cutucava a água com bico e erguia a cabecinha logo depois.

- Mocinha...? Está perdida...?

- Não exatamente. Eu sei que meus parceiros seguiram por esse caminho, mas estou muito atrás. Tem alguma bifurcação mais adiante?

- Não... Mais adiante tem a cachoeira.

- CACHOEIRA?! Ah, meu deus!

Me ergui do chão em desespero, pronta para sair correndo atrás dos meus amigos, ao que ela puxou minha mão, gritando um “espera aí”, e como a moça era forte. Eu sentia meu pulso doer só com aquele puxão.

- Moro pertíssimo da cachoeira, e posso garantir-lhe que ninguém passou por lá.

- Então...

- Você já deve ter percebido que há uma floresta ao lado, né? É possível que eles tenham percebido que a água está mais rápida e terem desviado o caminho.

A moça me ajudou a subir nas pedras que faziam a margem do rio, e logo depois invadimos a floresta. A loira era bem alegre, conversava de forma animada, e me guiava pelas trilhas da floresta que para mim eram invisíveis. Em uma determinada hora, perguntei para ela por que a província era tão desabitada, se era tão linda.

- Tem gente aqui sim. É que até o fim da floresta, os territórios são do palácio. Todos os aldeões que moravam aqui foram para Aljha Rhara e os que não quiseram foram mortos. Então a sacerdotisa criou um portão mágico que transportava as pessoas de Aljha Rhara para cá, e vice-versa. Depois de cruzar o bosque, você vai ver. Há varias cidades.

- E animais?

- Copas só tem pequenos Aidas. Os outros animais foram levados para as outras províncias.

- Aidas...?

- Pequenos felinos sem pelos com a coluna vertebral bem a mostra e dentes serrilhados, como os de um tubarão.

- E você... Quem é?

- Nossa, que distração! – Ela colocou a mão na cabeça, dando uma gargalhada. – Maomi, sobrinha da sacerdotisa.

- Prazer, Maomi. Sou Byakushi. Eu não sabia que a sacerdotisa tinha irmãos...

- Ela tinha uma irmã, mas morreu. E agora vivo só com o papai.

A conversa se estendeu até chegarmos a uma vila de altas casas, de telhado preto e todas de parede lilás. Os aldeões saldavam Maomi com grandes sorrisos, mas alguns fugiam de mim. Maomi explicou que isso acontecia por que eu usava as roupas da guerreira filha de Zatsu, e isso confundia os nativos. No meio do povo, alguém me agarrou por trás e gritou meu nome.

- YOMI!

Da forma que me virei, desferi um tapa em seu rosto pálido ao que ela gritou de dor e olhou para mim com o cantinho dos olhos, perguntando o que foi aquilo.

- Vocês me deixaram para trás!

- Desculpe! Pensamos que você estava atrás de nós... Só demos conta quando entramos na floresta, mas aí Reno falou que se fossemos voltar, poderíamos nos perder.

 - Ai. Então... Essa é Maomi. Me ajudou a chegar até aqui.

- OI! – A menina colocou um dos braços atrás do corpo e com a outra mão fez uma saudação.

- Olá. Reno e Purpura estão esperando lá na taberna. Está com armas aí? Quer ajuda?

Entreguei minha tesoura para ela e pedi para dar para algum dos parceiros. Me despedi da loira e seguimos até a taberna, lentamente. Yomi falou que estava feliz em me ver bem e eu falei que meu tapa tinha deixado uma bela marca.

- Ah... Isso sai. O que importa é que agora temos um plano de ataque!


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Notas finais do capítulo

Pode parecer plagio, mas Alice: MR me inspirou pakas... Embora a ideia dos naipes tivessem vindo a algum tempo, o enredo de Copas ser tão perfeito surgiu depois de eu conhecer o game.
Reviews? ♥