Pov Luke

Eu e Thalia chegamos ao hospital mais perto que tinha da escola, ela estava dirigindo, isso quer dizer que quase batemos o carro algumas vezes, mas estamos ok. Paramos o carro e ela puxou o meu braço que eu não estava segurando meu rosto, na verdade eu não tenho muita ideia do que está acontecendo, tudo parece meio viajado, como um sonho, vejo minhas ações e não entendo muito.

Acho que é por causa daquele doce que Travis me deu, ou do ponche que me embebedou, ou de toda bebida que eu e Thalia conseguimos pelo baile hehe.

Eu até queria explicar o que aconteceu para vocês, mas não lembro muito bem, só sei que fiz muita besteira nesse baile e entrei em muita encrenca e do nada a Drew apareceu, ai a Thalia, ai uma garrafa. Só sei que eu tenho um corte em baixo do olho esquerdo. Era para estar doendo não era? Acho que deve estar doendo, sei lá, não estou entendendo nada, nem me perguntem.

Ah! Espera... acho que estou andando pelo corredor do hospital, tem uma enfermeira do meu lado e... Wow! Que enfermeira hein! Não sei se eu disse algo do que pensei, só sei que recebi um tapa da Thalia do nada.

A enfermeira me mostrou uma cama de hospital, eu deitei ali e era tão gostoso que acabou ficando tudo preto.

Abri os olhos depois de uns instantes e quase fiquei cego por aquela luz branca de hospital.

– Ué, cadê a enfermeira? – perguntei me sentando e esfregando os olhos.

– Cara, você dormir assim que deitou aí – Thalia me falou encostada na parede do quartinho que estávamos.

– Dormi? Já é de manhã?  – perguntei procurando a janela, mas o quartinho não tinha nenhuma.

– Não. São só 1 e meia da manhã, chegamos aqui tem meia hora.

– Merda, perdemos a melhor parte da festa.

– Culpa sua.

– O que aconteceu mesmo?

– Nem sei – Thalia falou meio rindo, acho que Thalia está tão grogue quanto eu – Só sei que o médico que fez seus pontos era gatinho.

– Tanto quanto o paciente? – falei sorrindo.

Thalia não respondeu, estava ocupada procurando algo na sua bolsinha preta. Ela tirou algo de lá e jogou pra mim. Era um espelhinho. Me chequei no espelho e tinha um risco de baixo do meu olho esquerdo até acima do canto do meu queixo.

– Puta que pariu! Minha mãe vai me matar!

Thalia riu.

– Relaxa, as mina pira em cicatrizes.

– Se for por você pirar, eu posso me cortar mais.

– Tudo bem, me passa a faca e deixa eu começar – Thalia riu.

– Sério Thalia, eu gosto mesmo de você. Não brinque mais com meu coração, só fique com ele e me leve de brinde  – eu falei sorrindo, acho que foi a bebida.

Thalia me olhou por um momento com aqueles olhos azuis elétricos, então se aproximou, muito perto de mim, ela se inclinou para ficar no meu nível, dava para sentir seu hálito gelado, então ela sussurrou:

– Nããão, é mais legal brincar com você – então ela deu meia volta e saiu falando – Estou esperando no carro, vamos logo embora desse hospital.

Senhoooor, estou mesmo apaixonado por essa garota.

Pov Annabeth

Já era bem tarde, mas o baile continuava agitado, aquele DJ doidão sabe como badalar uma festa, estávamos todos como loucos lá dançando, mas eu já estava um pouco cansada, Percy estava doidão, tipo, ele não sabe dançar direito, mas quem disse que ele liga? É muito divertido ir com ele em festa e ficar o observando nessas horas de música agitada.

Eu vi Nico e Jully se encontrando no começo da festa, pareciam meio sem graças, mas agora eles desapareceram, onde será que foram parar?

Passei o olho pelo resto do povo, tinha um monte de gente se agarrando, mas o que me chamou atenção foram duas pessoas em especial, um magrelo de cabelos cacheados e outra um pouco mais alta que ele de cabelos pretos com uma trança lateral, estavam se beijando e rindo. Não pode seeeer, devo estar louca, pisquei forte pra ver se não estava enxergando errado, mas algumas pessoas já haviam tampado minha visão.

– Percy – o cutuquei.

– Hãm? – ele falou com um copo pendurado nos dentes, pois uma mão ele tinha flor de lótus e outra ele socava o ar em ritmo com a música.

Eu ri um pouco e falei em seu ouvido.

– Não quer ir embora? Acho que estou meio maluca, preciso de um lugar calmo.

– Ok – ele falou deixando cair seu copo.

Ele segurou minha mão e me puxou para fora do meio dos estudantes.

– Thalia e Luke já foram embora, vamos procurar Jason e Piper.

Bem nessa hora Piper e Jason apareceram ao nosso lado rindo, encharcados, escorregando e falando coisas incompreensíveis.

– Eae galera? Vamos? – Piper perguntou escorregando, mas Jason a segurou rindo.

– O que aconteceu? – perguntei rindo.

– Nos jogaram na piscina! – eles falaram juntos.

– Maravilha – Percy riu.

– Vamos molhar todo o carro de Luke – Jason assentiu satisfeito.

– Eles já foram embora, tiveram problemas – Percy falou.

– E agora?

– Vou chamar o táxi – Percy sorriu.

Ele tateou os bolsos e tirou sua carteira, a abriu e ficou confuso.

– Eu juro que tinha dinheiro aqui – ele sussurrou franzindo a testa, então ele se assustou de repente, parecendo lembrar de algo e abriu a boca com desgosto.

– Stoll? – arrisquei rindo.

– Sim, aquele cretino levou todo meu dinheiro e ainda roubou o trident do meu bolso! MEU TRIDENT!

Todos riram e Percy chutou uma latinha caída no chão.

– E então? Quanto vocês tem? – Percy levantou a cabeça para nós e todos os risos pararam.

– Nada – eu, Piper e Jason respondemos juntos.

– E agora?!

– Voltamos a pé! – respondi.

Todos lamentaram e abaixaram a cabeça.

Está lançada a maratona volta para casa! Não era assim tããõ longe nossa rua da escola, mas também não era perto. No meio do caminho um carro passou na rua que caminhávamos em alta velocidade, bem em cima de uma poça, levantando uma tsunami em nós, nos molhando todos, até Piper e Jason que já estavam molhados reclamaram.

– Não podia ser pior! – Piper reclamou.

É claaaro que ela devia falar isso nessa época chuvosa do ano. É claaaro que começou a chover logo após ela ter dito aquilo. Lembrem-se: Nunca digam que não pode ser pior... irá começar a chover.

E assim começou nossas férias natalinas! Uma maravilha!