Oook, voltando algumas horas do dia...

Pov Leo

Eu estava saindo do colégio, caminhando para o estacionamento, quando lá longe, avistei a Reyna sentada no topo da arquibancada do campo de futebol. Resolvi ir lá falar com ela, mesmo ela ser o motivo da sucada na testa que eu levei, mas ok.

Andei até lá e sentei ao seu lado. Ela nem sequer olhou para mim.

– Eae Reyna – falei.

– O que você quer criatura? – ela falou olhando ainda para sua frente.

– Nooss, assim que você trata a pessoa que só quer bater um papo, te animar e te zoar por ter sido chutada?

Ela revirou os olhos e olhou para mim.

– Leo, se você não tem algo interessante para falar, mantenha sua boca calada.

– Tudo bem... sabia que pra cada humano no planeta, existe 1 milhão de formigas?

– Leo, fale algo mais interessante, ou cala a boca mesmo.

– E então... como está? Tudo bem com o que rolou?

Reyna me olhou estranho como se não me reconhecesse, acho que é porque eu fico sempre enchendo ela e nunca me preocupo, sei lá.

– Ah, até que to de boa. Claro que eu sinto aquela pequena “depressão pós-fim-de-namoro”...

– O que explica você estar aqui alone na arquibancada, olhando pro horizonte e se remoendo pro dentro.

– Eu e o Jason conversamos depois de um jeito não agressivo, chegamos a conclusões e eu até aceitei, então eu to bem mesmo ta Leo.

– Bem nada, você não tem mais ninguém pra ir pro baile.

Esse é momento que eu sinto um soco no meu braço.

– Au! – falei esfregando o braço.

– Você pediu por isso desde que chegou.

– Ta bom, então eu vou embora.

– Tchau.

– Ahh ok né, senti seu gelo me atravessando.

Reyna deu um sorrisinho.

– Tchau Leo.

Desci a arquibancada e fui para o carro de Annabeth. Ela e Piper reclamaram do meu atraso, mas eu nem liguei.

Pov Annabeh

Eu abri a porta sorridente, Percy estava sentado em sua bicicleta já, e abriu um sorriso quando me viu. Ele deu duas batidinhas no ferro da bicicleta na sua frente, me chamando para sentar ali.

Me aproximei dele e o cumprimentei com um selinho.

– Bom dia Cabeça de Alga.

– Ótimo dia meu amor – ele sorriu ainda mais.

– Nossa, está feliz mesmo hein. E você pelo menos sabe andar de bicicleta?

– Pfff eu já nasci sabendo andar de bicicleta.

– Se cairmos a culpa é sua Percy.

– Claro que não vamos cair, o piloto aqui cuida disso.

Ele fez o mesmo gesto para eu sentar na sua frente, eu sentei de lado e ele colocou as mãos no guidom da bicicleta me abraçando.

– Aonde a senhorita deseja ir?

– Você é o piloto, você decide.

Percy começou a pedalar, bambeamos um pouco, mas ele conseguiu o equilíbrio e saímos pra rua.

– Tem certeza que sabe andar?

– Claro... Talvez... ah se cairmos eu te seguro.

– Tudo bem então – falei sorrindo e encostando em seu peito.

O dia estava realmente bom, como moramos perto da praia e o Percy adora ir lá, passamos pelas ruas ali perto sentindo a brisa que via do mar. Estava tudo tão gostoso, quando um maldito cachorrinho passa na nossa frente.

– Cachorrinho! – exclamei me acertando na bicicleta e batendo a cabeça no queixo de Percy.

– AH! – Percy se assustou e tentou desviar rápido.

Acabamos todos no chão: eu, Percy, a bicicleta e o cachorrinho, que depois se levantou e saiu feliz como se nada tivesse acontecido. Foi o tombo mais loko da minha vida, capotamos legal e o Percy caiu com tanta surpresa que esqueceu de me salvar.

– Você está bem Annie? – Percy me perguntou, mas quando eu olhei pra ele, ele estava com o lábio comprimido, se contorcendo pra não rir.

– Eu falei que íamos cair – bati no braço dele – E você nem me pegou.

Percy começou a rir, eu acabei rindo também, falamos “ai ai” e ficamos lá parados no meio da rua que estava sem movimento.

– Estou com preguiça de levantar – falei.

Percy se deitou em cima da bicicleta caída e esticou um braço.

– Deite aqui comigo então.

– Isso é seguro?

– Absolutamente não.

– Tudo bem – me deitei ao seu lado e ele olhou para o céu.

Fiz o mesmo, havia várias nuvens no céu. Ficamos em silencio enquanto ele fazia cafuné no meu cabelo. As vezes apontávamos umas nuvens engraçadas que lembrava algo, ou as vezes ele dava um beijo na minha testa.

Então... como é sempre ela a nos atrapalhar, recebi uma ligação.

– Alô?

– Annabeth? Oooi! – falou uma voz animada do outro lado da linha.

– Silena? – perguntei já sabendo

– Claro, quem mais poderia ser?

Eu sorri e olhei para o Percy que me olhava.

– Verdade, quem mais poderia ser?

– Você não esqueceu daquele encontro duplo do cinema que você comentou comigo né?

– Que eeeu comentei com você?

– Sim sim, quando Percy se declarou e pá, que você estava super animada.

Eu ri.

– Silena eu...

– Então você vai hoje a noite né, Charles também está chamando, vamos? – ela me cortou, acho que essa menina é meio hiperativa.

– Calma Silena, respira e aguenta ae.

Virei para o Percy.

– Simbora – Percy respondeu sorridente antes de eu perguntar.

– Você ouviu?

– Estou ao seu lado Annie, quem não ouviria Silena daqui?

– Fechou então Silena. Que horas?

– Uhul, às 9 beleza? Beijinhos – ela desligou antes de eu confirmar.

Coloquei meu celular no bolso bem quando Percy gritou:

– Carro!

– Ah meu Deus!

Levantamos correndo e puxamos a bicicleta na hora que o carro passava quase raspando na bicicleta. Começamos a rir.

– Quase morremos – eu disse – foi legal.

– Pensei que ele tinha nos visto – Percy falou – vivendo perigosamente.

Então o céu trovejou, esses dias em São Francisco o tempo anda meio estranho.

– Vamos voltar antes que comece a chover – eu disse.

– Ok – Percy falou montando na bicicleta.

– Vish, lá vamos nós.