The Chronicles Of Hardemshaws escrita por Snapelicious


Capítulo 3
Chapter Two


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeey :3
Voltamos ~~dança sequissi -soqn ~~
Demorou, sabemos, mas pelo menos a inspiração não nos faltou para terminarmos o capítulo, certo?
Beijos e boa leitura u.u'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/274630/chapter/3

Pameleen revirou os olhos enquanto tentava desembaraçar os cabelos.
  Após chegar em casa, as duas levaram uma bronca. Aparentemente, uma dama não podia correr pela floresta, nem se sujar tanto.
  Mas Tia Marrie não sabia de nada. Não fazia ideia do que tinha feito as duas irmãs correrem desesperadas de volta para casa. Não sabia o que elas tinham encontrado.
  - Pam? - sussurrou Lunnya, quando Tia Marrie saiu do quarto – Você acha que...
  - Eu não acho nada – retrucou ela, sem nem mesmo olhar para a irmã – Isso não é certo. Não volte a mencionar isso. Só vai nos causar problemas.
  - Mas aquela coisa – continuou Lunnya – Olhou para mim. Não de um jeito normal... Parecia que conseguia enxergar minha alma. Como se... Como se fosse algo a mais.
  Pameleen suspirou.
  - Olha, Lu, por favor, não fala mais disso. Vamos deixar as coisas do jeito que estão. Se for algo importante, vamos saber depois.
  Lunnya não continuou. Sabia que a irmã era cabeça dura, e que não aceitaria a ideia tão fácil. Estava desesperada, e as duas sabiam disso.
  - Lunnya, Pameleen... - disse Tia Marrie, quando as duas entraram na sala de estar, devidamente limpas – Quero apresentar-lher Lancce, e seu filho, Renik.
  Um homem forte e sorridente se apressou para cumprimentá-las.
  - É um prazer – disse, beijando a mão de Pameleen – Marrie fala muito de vocês.
  Sorrindo amarelo, as garotas olharam interrogativas para a tia, que deu de ombros.
  - Renik é um velho conhecido. Ele veio até a cidade em busca de couro.
  - Vocês aqui em Tûrk têm o melhor da região – riu Lancce, e olhou ao redor – Renik, aproxime-se das moças.
  Um jovem saiu das sombras. Sem ter mais de dezesseis anos, Renik se parecia o menos possível com o pai. Cabelos negros e ondulados nos ombros, com pele clara e um corpo definido.
  - Oi – disse, sorrindo para Lunnya. Pameleen segurou o riso, e a irmã sentiu vontade de pisar no seu pé, como o vestido permitia. Mas ela era uma dama, como Tia Marrie disse. Não pisaria no pé da irmã nem se ela pedisse.                             
  - Então... Vamos lá pra fora? O jantar está quase pronto – chamou Tia Marrie, indicando a porta. Lancce e Renik seguiram para o lado de fora.
  - Temos uma mesa, sabia? - resmungou Pameleen, ao passar pela tia.
  - Comportem-se – ela respondeu.
  A noite caia, e aos poucos as estrelas surgiam. As garotas olharam apreensivas para a campina por onde correram mais cedo, e observaram a entrada da floresta por alguns instantes, Lunnya com a esperança de ver um vulto verde, ou uma chama azul por entre os galhos. Queria ver. Queria ter certeza que aquilo era real, e não apenas mais um de seus estranhos sonhos. Algo, ou melhor, alguém tirou a mais nova de seus pensamentos.
- Então... Lunnya, certo? - era o tal garoto, Renik, que havia olhado para ela mais cedo.
- Hum... - ela concordou, relutante em começar uma conversa com ele. Só que o mesmo não entendeu a mensagem.
- Então... Você gosta de maçãs?
Ela só teve tempo de rolar os olhos. Não é por que alguém chega com um saco de maçãs, que vai querer conversar sobre elas! E por que Pameleen estava com aquele sorrisnho irritante em seu rosto?
 Logo o pai do garoto estranho ao seu lado começou a falar.
- Bom, sempre que vejo uma fogueira como essa, lembro-me das histórias que meu pai costumava contar.
- E então pai, - Renik interrompeu, dando um pequeno olhar na direção de Lunnya - como se quisesse falar por ela que queria ouvir as tais histórias - conte-nos as famosas histórias do vovô!
A mais nova colocou os lábios em uma linha apertada. Já começara a se irritar com o garoto caipira e apressado. Sabia desse seu defeito; se sua irmã era ‘cabeça dura’ ela era impaciente com pessoas assim!
Lancce deu um olhar de advertência ao filho e suspirou.
- Não é á toa que esse garoto nasceu de sete meses! - todos em volta da fogueira riram, aliviando o clima, enquanto Renik corava violentamente.
Algo pairava em torno da fogueira. E não era só o cheiro do porco assando.
Um acorrente de ar frio se espalhava ao redor do ambiente, causando pequenos tremores, imperceptíveis aos humanos alí presentes. Era uma massa de ar mais pesada e cinzenta que analisava cada um. Os Seether eram cautelosos mas não deixavam de ser observadores.              
  - É uma das histórias mais antigas de Hardemshaws – começou Lancce, e as duas irmãs se aprumaram, interessadas – Diz a lenda que nove humanos iniciaram nosso povo. Eles vieram de muito, muito longe, através do oceano. Cinco homens e quatro mulheres. Mas eles não estavam sozinhos. Não conseguiriam chegar até essa terra sozinhos. Eles eram acompanhados de estranhas criaturas, imensas, com escamas brilhantes e presas enormes, cuspiam fogo pela boca. E tinham asas, que permitiam levar grandes pesos em longas distâncias. Avohks.
  Um arrepio subiu pela espinha de todos ao redor da fogueira. Lunnya olhou para a irmã e depois para a campina. Não, Lancce não estava certo. Não era apenas uma lenda. Era real.
  - Cada humano era mais próximo de um. Diziam que compartilhavam a alma. Cavaleiros de Avohk, como eram chamados. Aqueles humanos carregavam a sabedoria de povos antigos, mais antigos até que os Avohks. Eles escolheram aprendizes, e foram passando esse conhecimento de geração para geração. Aos poucos, as cinco províncias de Hardenshaws foram criadas. Mas não era só isso.
Havia uma criatura capaz de destruir os dragões. Os Cavaleiros a trouxeram com eles, e a manteram presa por muito tempo. Mas um dia, não se sabe quem, e nem como, essa maldição foi libertada. As plantas secaram. As terras ficaram inférteis. A população era submetida ao medo e à escuridão. Seethers. Terríveis criaturas feitas de sombras, que entravam em humanos e aos poucos consumiam suas almas. Os Cavaleiros e seus Avohks até tentaram deter-los. Mas eram muitos, e se multiplicavam com a tragédia que cercava nosso povo. Os Avohks foram destruídos, junto com seus donos. Aquela sabedoria ficou nas mãos dos jovens aprendizes, ainda sem Avohks, e então sem esperança.
  “Mas não acaba por aí. Os Seethers, sem ter com quem lutar, se aquietaram. Não havia mais alguém para detê-los. Hardemshaws sobrevivia como podia, nas mãos de reis e rainhas que faziam o máximo que podiam para esconder esse mal. Até que veio uma profecia. Uma profecia misteriosa, primeiramente conhecida apenas por aqueles que mereciam sabê-la. Havia um jeito de acabar com o Seethers. Ovos de Avohk ainda eram escondidos, e apenas aguardavam o momento certo para se revelar aos seus verdadeiros donos. Dois filhos de reis, dois príncipes, eram destinados a voar sobre as províncias de Hardemshaws, destruindo os Seethers e trazendo paz de volta a nosso reino.”
  O silêncio pairava sobre a fogueira. Todos que estavam em volta dela olhavam para Lancce, como se bebessem cada uma de suas palavras.
  - Claro, isso é só uma lenda – disse Lancce, assustado com a reação.
  - Uma das boas – concordou Renik.
  - Então... - disse Marrie, cautelosa – Renik, você estuda?
  Enquanto Renik falava sobre sua escola, Pameleen e Lunnya se entreolhavam.
  - Isso... - começou a mais nova, sussurrando de modo que só sua irmã poderia ouvir – Isso é esquisito.
  - É uma lenda – respondeu a outra, no mesmo tom – São feitas para serem esquisitas.        
  - Mas você viu! Você viu também! Sabe que é real – disse Lunnya, veemente – Pam, nós encontramos um Avohk!
Logo a conversa foi cortada. Tia Marrie estendeu um prato para cada uma, e as duas comeram em silêncio, apesar de Lunnya insistir em lançar sobre a irmã olhares instigadores. A mais velha só retribuia com olhares de alerta.
Aquela conversa não voltaria a acontecer tão cedo, se dependesse de Pameleen.

Após mostrarem o quarto de Renik, as duas irmãs se despediram e foram dormir. Não antes de Pam encostar ombro á ombro com a irmã para lhe cochichar:
- Renik quase não se conteve para lhe desejar uma ótima noite!
- Se não quiser que eu querbre as regras de uma dama, Pam, fique quieta! - Lunnya escutou a risada mal disfarçada da irmã pelo corredor, antes de fechar-se em seu quarto.

Do lado de fora, o calor da fogueira ainda continuava. Os dois adultos compartilhavam do silêncio que trazia os sons da floresta para mais perto deles; cada um remoendo uma parte do passado que se completava.
- Ele nunca mais voltou. - Marrie falou olhando para o fogo. Ela se referia á Haim.
- Os sacrifícios também fazem parte da história. Principalmente do começo dela. Temos que proteger as fontes do que nos resta de esperança.
- Eu sei, mas eu tenho medo, Lancce! Elas são espertas, vão acabar descobrindo algo cedo demais e eu não poderei avisá-las...!
- Paciência, Marrie. Tudo virá no momento certo, para as duas.
A noite se prolongou com os sussurros do vento, levando as esperanças que já foram perdidas.
Pois o que o destino reservava ás duas irmãs era nada mais do que uma sombra, um borrão de incertezas, que nem o mais cruel dos magos conseguia prever. O que deixava Pameleen de olhos abertos, tremendo enquanto observava a escuridão da noite no lado de fora. Por mais que não fizesse ideia do que as aguardava, a simples visão de uma antiga criatura na orla de sua floresta só deixava um pensamento:
Elas não estavam seguras.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

'Deixe um comentário. Não mata e ainda ajuda a melhorar a auto estima do autor! Não deixe 'The Chronicles of Hardemshaws' morrer D:'
- imitação da fala do nyah que fica aí embaixo lol
kkkkkkkkkkkkkk
Não custa nada dizer o que achou, não é? xD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Chronicles Of Hardemshaws" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.