Eu ainda estava no chão, não queria me levantar. Não queria fazer nada que não fosse chorar. Lembrei que eu estava esperando um bebê, levei as mãos até minha barriga, seria um a eterna lembrança de Damon, não havia como esquecer, mais lágrimas vieram a tona, eu não sabia que podia chorar tanto.

–Elena eu vim te traz...

Bonnie entrou em casa, ela e Caroline tinham liberdade para entrar na minha casa quando quisessem.

–Meu Deus Elena!

Ela se ajoelhou e afagou meus cabelo bagunçado.

–Mas o que aconteceu?

Bonnie perguntou com a voz suave.

–Acabou Bonnie, acabou tudo.

Ela me fitou por um momento.

–Mas o que? você contou a Damon que está grávida? Ele reagiu mal não foi?

Ela disse ainda com a voz branda na tentativa de me tranquilizar.

–Eu nem cheguei a contar, eu... ele terminou tudo Bonnie, disse que não me amava mais.

Eu disse revivendo a cena na minha cabeça, Bonnie me fitou e disse.

–Venha, levante-se desse chão.

Ela me levantou e me ajudou a deitar no sofá.

–Elena, eu acho que se ele disse que não te ama mais, então acho que esse homem não merece tantas lágrimas, você ta esperando um bebê, tem que cuidar dele e de você.

Ela disse docemente, eu a olhei e nos abraçamos, eu precisava de um alento, um conforto.

–Eu sei.

Foi tudo o que consegui dizer.

–Bom, então vamos ter que marcar logo essa consulta!

Bonnie disse se levantando.

–Espera Bonn, antes que tenho que contar uma coisa, na verdade é uma coisa que eu acabei de pensar.

Ela não disse nada, apenas esperou eu começar a falar.

–Bom, lembra que meu pai me sugeriu que eu me casasse com o filho mais velho do novo comprador da empresa, o tal de Jarred.

Ela me olhou já com um olhar reprovador.

–E bom... eu estou pensando em...

–Não Elena! Você não vai fazer isso, não é por que Damon e você terminaram que vai se casar com um estranho!

Ela disse agitada.

–Mas Bonnie, eu não tenho dinheiro e nem perspectivas agora, como vou sustentar meu filho?

Senti novas lágrimas virem aos meus olhos.

–Você tem a mim e a Caroline!

Ela disse como se isso fosse óbvio.

–Eu sei, mas o que vai adiantar ter vocês , se eu não me casar e salvar a empresa vocês também perderão seus empregos!

Bonnie pausou por um momento e viu que eu falava a verdade.

–Mas Elena...

Ela fez menção de falar, mas as palavras não vieram.

–Eu não tenho mais nada Bonn! Preciso tomar uma atitude.

Eu disse.

–E acha que esse homem vai te aceitar assim? Grávida de outro homem?

Bonnie disse.

–Eu sei, mas se ele não aceitar, bom, daremos um jeito.

Eu falei tentando sentir verdade naquelas palavras, mas foi em vão. O telefone tocou.

–Alô?

Atendi.

–Elena?

–Ah, oi pai.

Eu disse secamente. Senti sua respiração pesada ao telefone.

–É que eu liguei para dizer que o Jarred quer te conhecer.

El disse. Pensei por um momento.

–Tudo bem, a que horas?

Eu disse impassível, pude notar o tom de surpresa no tom de voz do meu pai.

–Ao meio dia, no restaurante francês, aquele na avenida.

Olhei no relógio e só faltava meia hora.

–Ok!

Desliguei o telefone e corri para o banheiro, tomei um banho e escolhi um vestido azul marinho de alças, coloquei meu sapato nude, deixei meus cabelos soltos e pouca maquiagem.

–Onde você vai?

Bonnie perguntou apreensiva.

–Resolver nossas vidas.

Eu disse. Peguei meu carro e fui até o restaurante, quando cheguei, estacionei e desci, senti meu estômago revirar e um enjoo me acertou, mas respirei fundo e entrei. Não sabia como ele era, vi um homem bem vestido e acenando pra mim, certamente ele sabia como eu era. Fui em direção a ele e me sentei.

–Olá Elena!

Ele disse com um sorriso no rosto.

–Olá.

Eu disse tentando sorrir, mas senti que o sorriso saiu forçado demais.

–Sente-se.

Eu assenti e sentei.

–Bom, devo admitir que você é mais bonita do que pensei.

Ele disse galanteador.

–Bom, obrigada. E então...

Eu tentei dizer.

–Você deve estar se perguntando por que a chamei aqui.

Ele disse em um tom suave.

–Sim.

Eu disse, o observei, Jarred era muito bonito, isso não podia se negar, seus cabelos eram de um tom de loiro, da cor de areia e seus olhos eram tão verdes como uma esmeralda.

–Como você sabe, meu pai está interessado em comprar a empresa do seu pai, mas a condição é como você sabe, nos casarmos.

Ele disse calmamente.

–Eu sei.

Senti uma pontada no estômago de novo.

–E vou ser bem sincero com você, não é que não quero me casar com você e você é muito linda mesmo, mas...

Jarred parou por um momento e me fitou.

–É que eu amo outra.

Deus, como aquelas palavras me aliviaram, senti tanto alívio que sorri.

–Algum problema?

Ele me fitou com cautela.

–Não é que... estou feliz por você.

Eu disse.

–Mas infelizmente é um ótimo negocio para os nossos pais e eu quero te fazer uma proposta.

Ele disse me fitando.

–E qual seria?

Ele sorriu, mas pareceu vazio, pude ver nos seus olhos a tristeza que ele estava sentindo.

–Minha sugestão é que nós nos casamos, mas não vamos manter nenhum tipo de relação, apenas para manter as aparências para os nossos pais.

Pensei por um momento no que ele disse, e era tudo que eu queria, sem envolvimentos.

–Eu aceito!

Eu falei, ele sorriu e pegou minha mão.

–Jarred, sem querer ser inconveniente, posso te fazer uma pergunta?

Eu disse.

–Claro!

Ele me lançou outro sorriso.

–Bom, se ama outra, por que não ficam juntos?

Perguntei, mas tive medo que ele se ofendesse. Para minha surpresa ele sorriu, mas foi tristemente, como se lembrasse de algo que não queria.

–Bem, é que ela não quis ficar comigo, fugiu com outro cara.

Ele disse, eu me comovi com sua situação.

–Eu sinto muito.

Foi o que eu quis dizer, afinal, eu estava na mesma situação.

–Não sinta. Por mais que eu tente não ama-la, é em vão. Por isso não quero envolvimento agora.

Ele me disse.

–Eu concordo.

Eu disse.

–Você quer comer algo?

Jarred perguntou.

–Não, obrigada.

Eu disse, não quis correr o risco de enjoar.

–Tudo bem, nos vemos amanhã então?

Ele disse, amanhã teria um jantar horrível com os nossos pais, íamos anunciar o nosso ‘’namoro’’.