O sol estava se pondo no acampamento. Percy e Annabeth estavam andando abraçados pela praia. O dia tinha sido divertido e eles estavam se preparando para voltar para o acampamento.

Annabeth estava mais calma e feliz como nunca. O seu medo ainda existia, mas ela sabia que eles iriam enfrentar isso juntos, como todos os problemas que apareceram em todos esses anos.

O que ela mais queria agora era ver seu pai. Ela teria que enfrentar os monstros. A saudade dele era imensa e ela não via a hora de contar a ele que seria avô. Ao pensar nisso Annabeth lembrou-se do dia quando descobriu que estava grávida.

Sua primeira reação foi encontrar a mãe de Percy que era quase uma mãe para ela. Sally abriu a porta e encontrou uma Annabeth desesperada.

- Ei, o que aconteceu? – Sally a abraçou.

Foi quando Annabeth contou tudo a ela, do seu medo, dos monstros, dos deuses e ela ouviu pacientemente.

Sally ofereceu um chá para Annabeth o que a acalmou muito, fez ela pensar claramente.

- Percy já sabe? – ela perguntou

- Não, acabei de saber. – Annabeth falou – Acho que eu preciso falar com Quíron antes, ele sempre sabe o que fazer.

- Faça o que precisar fazer, eu vou sempre estar aqui, minha queria.

E assim elas se abraçaram e Annabeth foi direto ao acampamento falar com Quíron. Quando ela contou tudo, ele riu do medo de Annabeth.

- Não se preocupe Annabeth – ele disse pacientemente – Já conheci vários semideuses de segunda geração, e tudo acabou bem.

- Você não disse que a maioria dos seus heróis do passado haviam morrido?

- Tiveram as exceções, claro – ele disse – Você e Percy já enfrentaram muita coisa juntos, apenas aproveite o momento.

E então Annabeth estava ali, completamente feliz com Percy no acampamento, caminhando descalça pela praia.

O sol estava quase desaparecendo quando Annabeth avistou uma figura no fim da praia. Era um homem com os pés na água. Annabeth sentiu Percy tenso. Era Poseidon.

Eles chegaram mais perto do homem. Ele estava com uma vara de pescar, a água batendo em seus joelhos. Quando eles se aproximaram o homem se virou.

- Hei Percy! – O homem disse e eles se aproximaram.

- Pai? – Percy tentou parecer surpreso, mas sua voz o denunciou.

O silêncio seguiu e Annabeth percebeu que devia deixá-los sozinhos.

- Vou subir – ela disse – Quíron deve estar se perguntando onde estamos.

Ela deu um beijo em Percy, que estava com a cara de quem não estava entendendo nada. Quíron nunca iria ficar preocupado com eles, mas só Percy ainda não tinha entendido que era uma deixa para Annabeth sumir dali. Ela subiu a estrada de volta para o acampamento.

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Percy estava confuso, o que o pai estava fazendo ali?

- Porque não sentamos aqui mesmo? – Poseidon disse apontando para a areia da praia – a noite esta maravilhosa hoje.

Eles se sentaram e mais uma vez o silêncio reinou.

- Desculpe todo esse tempo sem falar com você, Percy – Poseidon disse – Mesmo sendo uma época calma para os deuses, Zeus não gosta muito quando falamos com nossos filhos.

- Ah, eu entendo – Percy disse, ele não tinha palavras para seu pai.

- Eu sei que você está com medo. – ele disse – Quando você era um bebê, eu também tinha medo de deixar você sozinho nesse mundo.

Era a primeira vez que Poseidon falava sobre isso com Percy.

- Você foi meu primeiro filho depois do pacto e eu tinha medo dos deuses – ele continuou – Tentei proteger você e sua mãe mesmo do Olimpo.

- O que os deuses acham disso? – Percy perguntou.

- Ah, não se preocupe com os deuses – Poseidon disse – A maioria nem se importa. Atena, é claro, está apreensiva. E eu estou particularmente feliz.

Percy consegui sorrir para o pai, ele sorriu de volta mostrando suas rugas.

- Bem, acho que eu devo ir, o mar está precisando de mim – Poseidon se levantou e Percy Fez o mesmo – Tyson mandou um abraço e disse que quer ser o padrinho.

Percy riu, estava morrendo de saudades do irmão e a idéia de Tyson também já saber o preocupou.

- Todos lá já sabem? – Percy perguntou, ele não conhecia muito bem os reinos de Poseidon no fundo do oceano, mas sabia que a maioria dos seus irmão mais velhos não gostavam dele.

- Não se preocupe, Percy – Poseidon disse – Fui eu que contei.

Percy se sentiu mais aliviado. Poseidon entrou no mar e a água ferveu.

- Se precisar de mim eu estarei aqui sempre – Poseidon disse e desapareceu na água.

Percy ficou um tempo olhando o mar e absorvendo as palavras do seu pai. Se os deuses não estavam preocupados, talvez ele também não devesse estar. Atena talvez fosse a única que se importava, e isso de certa forma incomodava Percy. Ela era a deusa da sabedoria, certo?

Percy subiu para o acampamento vazio, todos estavam no pavilhão jantando.

Quando avistou Annabeth na mesa de Atena com uma garotinha de 7 anos, seu rosto se iluminou. Mas Annabeth estava com uma cara de preocupação, provavelmente se perguntando como havia sido a conversa com Poseidon.

Ele se aproximou e sentou ao lado dela.

- Como foi? – Annabeth disse.

Percy contou tudo a ela.

- Típico de minha mãe – ela disse – acha que isso significa alguma coisa?

- Não sei, mas acho que não devíamos nos preocupar agora. – Percy disse.

- Eu também acho – disse uma voz logo atrás deles.

Percy se virou e viu uma garota de 16 anos, com roupas de couro, um coturno e arco na cabeça. Era Thalía, filha de Zeus.