A Mansão Subterrânea escrita por Justine


Capítulo 11
E o tempo passa!


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o último capítulo! *u* Espero que gostem!



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Tarde do último dia do ano, dia quente, como são os verões da capital baiana. Num apartamento de um prédio localizado em um bairro de classe alta, uma bela mulher de pele morena, cabelos negros e corpo esbelto segurava seu tablet nas mãos. No visor do aparelho, um rosto feminino e negro sorria para ela. A morena resmungava para a outra:

- Ah, Lú! Eu sinceramente não acredito que você não vem para o Brasil festejar o Ano-Novo conosco!

Lúcia suspirou e respondeu:

- Ah, Luí! Eu gostaria muito de estar aí com vocês, mas preciso respirar ares novos, sabe?

Luísa sorriu maliciosa:

- Sei! Respirar ares novos significa voltar para cá com um norte-americano na mala, não é?

- Você não perde tempo, hen? – gargalhou Lúcia.

- Ah, você é bonita, bem resolvida... Aposto que vai encontrar alguém.

- Bom, para mim tanto faz. Ser solteira é tudo de bom!

- Você e o Pedro não tomam jeito mesmo!

- Opa! Muita calma nessa hora! Eu sou uma solteira comportada. E Peu é um fanfarrão assumido.

- É sim! – admitiu Luísa, divertida – Eu e Roberto vamos virar o ano com ele. Só vai faltar você...

- Eu prometo que estarei de volta logo, meu anjo. Quando chegar ao Brasil, vamos sair juntos, sim? Os quatro!

- Como nos velhos tempos... Que se renovam a cada dia!

Lúcia sorriu elegantemente.

- Ainda bem que nós não nos esquecemos, como muitos amigos por aí. Bom, tenho que ir. Diga a Peu e a Rober que mandei um beijo.

- Certo, até mais!

Luísa desligou seu tablet e aninhou-se no sofá. Foi quando ouviu um som de porta sendo aberta e passos no hall. Um homem de cabelos cacheados, corpo sarado e alto surgiu na sala de estar carregando três sacolas de compras. Ele inclinou-se para beijar Luísa, que correspondeu.

- E então? Comprou tudo conforme a lista? – perguntou a Luísa ao marido.

- Sim. – respondeu ele – Encontrei Peu no supermercado e advinha o que ele estava comprando?

- A bebida do estabelecimento inteiro? – Luísa deu o palpite em tom de brincadeira.

- Ah, não exagera! – respondeu o homem no mesmo tom – Eu e ele nem bebemos tanto assim!

Luísa riu, e mesmo sabendo que ele estava falando a verdade, disse:

- Esta noite estarei te controlando, senhor Roberto Tavares!

Roberto riu e passou o braço em torno do ombro da esposa, que se aninhou ao seu peito.

Passaram-se exatamente catorze anos após o ocorrido na Serra da Jiboia. Nos anos que se seguiram, muita coisa mudou na vida dos jovens, principalmente na vida de Luísa e Roberto. Após concluírem o ensino médio, Lúcia ingressou na faculdade de direito e começou a trabalhar no escritório do pai. Pedro, por sua vez, optou por medicina e desempenhou sua profissão com muita dedicação. Para Luísa, porém, decidir o que fazer implicou em uma breve discussão:

- O QUÊ? O QUE VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO?

- Você ouviu, pai. – respondeu uma Luísa que havia acabado de terminar o ensino médio.

- Eu não vou admitir uma coisa dessas, Luísa! Você quer largar um império, do qual você é herdeira para virar... – Rogério fez cara de nojo – Bióloga?

- É pai, é isso aí.

- Mas minha filha...  E a nossa rede de resorts? Como fica?

- Pai, os resorts Prado não vão falir por causa da minha decisão. E depois, o senhor é um empresário experiente. Vai saber o que fazer na falta de um sucessor.

E dizendo isso se retirou do escritório, deixando bem claro para Rogério que não adiantava fazer chantagem emocional ou o que quer que fosse. A batalha estava perdida. Foi justamente nesta época de grandes decisões que Luísa e Roberto começaram a ficar mais próximos um do outro. O rapaz, que decidira fazer administração, mas abrir a própria empresa, ao invés de assumir algum cargo na empresa da família, também saiu de casa e começou a morar sozinho, por um tempo. Ele e Luísa saíam juntos, conversavam, começaram, de repente, a se entenderem melhor do que antes. A jovem, por outro lado, percebia que o rapaz havia mudado muito. Parecia estar mais responsável, menos arrogante e orgulhoso. Nas festas, ninguém o via mais procurando encrencas e nem mesmo percorria as ruas da cidade nas famosas (e perigosas) corridas denominadas rachas. Parecia estar se importando mais com os problemas no mundo. Tudo isso serviu de motivo para que Luísa Albuquerque Prado desejasse adotar o nome de Luísa Prado Tavares. Então, quando Roberto a pediu em casamento, ela aceitou mais do que feliz. Pedro e Lúcia festejaram a união. Quanto à carreira que escolheram, Luísa se tornou reconhecida, principalmente pelos livros que escrevia. Roberto também obteve sucesso em sua empresa. Talvez o mais importante seja dizer que os quatro aprenderam com sua amizade e com a vida que há coisas ainda mais importantes que dinheiro e riquezas. E estas coisas eles faziam questão de conservar.

- Lúcia te mandou um beijo. Ela disse que estará de volta em breve. – disse Luísa, ainda aninhada nos braços de Roberto.

- Tenho saudades daquela certinha. – respondeu ele – Bom, já que estamos sem fazer nada, que tal assistirmos aquele filminho de ação, hen?

- Ação? – resmungou Luísa, fazendo manha – Ah, vamos ver romance!

- Nada disso. Estou cansado daqueles clichês.

- Ah, vamos lá. Só um! – insistiu Luísa, que não parecia disposta a perder a batalha.

Roberto riu.

- Certo. Primeiro o filme de ação e depois o de romance.

Luísa deu um tapinha no peito dele.

- Já te disse que você é muito chato?

Os dois riram mais uma vez.

Lá fora, a tarde ia chegando ao seu fim, e a noite se aproximava e o horário que o casal marcara para estar na casa do amigo Pedro.

A festa de Ano-Novo prometia.

FIM.


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Notas finais do capítulo

Bom, quero agradecer a todos que deixaram suas críticas, rewiews... Valeu mesmo, pessoal! Ah, e aos que favoritaram também! ;)

Quero avisar logo que já estou pensando em uma nova história... Aguardem!



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