Sentimentos Ocultos: O Começo escrita por Vick Yoki


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

1° briga entre Mogie e Filipe (chorando)
mas... tudo sempre se resolve quando estamos sonhando...



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Entramos no refeitório da escola em silêncio. Queríamos evitar olhares, pelo menos eu queria. Logo, Theresa e Seth nos avistaram.       

 - Fiquei sabendo da discussão entre vocês e o professor West.- Disse Theresa.         

- Hm... - Respondeu Filipe, indiferente.         

- O que rolou com o diretor?         

- Apenas uma advertência.- Respondi         

- Você sabe o que a mamãe vai fazer, não é Filipe?         

- Sei. - Respondeu mais uma vez indiferente         

- E não se importa?         

- Não.         

- Você é impossível.         

Filipe ficou durante todo o intervalo em silêncio. Ás vezes respondia a alguma pergunta da Theresa ou do Seth, mas na maioria das vezes ele ficava em silencio, degustando sua maçã.         - Qual é sua próxima aula Mogie?         

- Lingua Inglesa.         

- Vamos juntas?         

- Sim.         

- E você maninho?         

- Vou ficar aqui.         

- Ok. Vamos Morg?- Ela tinha mania de cada hora m chama de um nome.        

- Pode ir andando com Seth, eu alcanço vocês.         

- Hm, ok mas não demore!         

- Pode deixar.         

Sentei a frente de Filipe. Queria encara-lo.         

- O que está acontecendo?         

- Essa é a pergunta que ronda minha cabeça.         

- Conhece a resposta?         

- Não.         

- Magnifico.         

Ficamos ali nos encarando. Quando eu achava que ele estava prestes a desabafar, ele se fechava.          

- Porque você não vai para sala?         

- Porque você não vai para sala?- Ele respondeu com uma pergunta.         

- Não vou porque não quero te deixar aqui, quero cuidar de você.         

- Hoje está sendo um dia turbulento, turbulento demais. Estou confuso sobre o que está acontecendo.         

- Me conte o que está sentindo.         

- Medo.         

- Medo de que?         

- De te perder.         

- Me perder?         

- Sim.         

- Por quê?         

- Não sei, temo de a vida nos dar um golpe, como Romeu e Julieta.         

- Aquilo é um romance de Sheakspeare, não aconteceu de verdade.         

- Mesmo assim, pode acontecer.         

- E porque razão eu me mataria?         

- Pela razão de seus pais, no caso sua mãe, não permitir que fiquemos juntos pelo fato das ocorrências catastróficas que vem nos acontecendo.         

- Por causa de uma advertência?         

- E pelas próximas que virão. Eu te disse, sou um perigo.           - Eu vivi rodeada de perigos e ainda estou viva.         

- Ainda.         

- Filipe, pare de generalizar! Isso é só uma advertência, não é um certificado de óbito.         

- Que seja. Talvez seja melhor que fiquemos separados.             - Você disse que não iria me pedir para te deixar.         

- É o melhor para nós dois.         

- Você não sabe o que é melhor para mim, quem define isso sou eu, e o melhor para mim é você.         

Filipe começou a chorar no refeitório, era um choro silencioso. Enxuguei uma de suas lágrimas e disse:         

- Filipe, eu vou ter que desenhar para você entender que eu te amo? Você não entende que o que eu sinto é tão grande a ponto de levantar uma montanha? Não me peça para te deixar, porque eu não posso. Não sobreviveria sem você. Tente entender! Mesmo que você não me ame do jeito que eu te amo, eu não ligo. O que importa é que eu te amo muito. Muito mesmo!           Peguei meus matérias que estavam no canto da cadeira e sai andando pelo refeitório sem olhar para atrás. Entrei no carro e dei a volta no estacionamento direto para a saída.
        - O que você está fazendo aqui há esta hora?         

- O Filipe.         

- O que tem?         

- Me pediu para deixá-lo.         

- Como assim?         

- Disse que era má influencia para mim.         

Contei a Valen toda a história. Chorei, sorri, chorei e chorei.         

- Eu não posso viver sem ele.         

- Pode sim! Como a sua mãe sobreviveu sem seu pai?                 - Ela é forte.         

- E você não é? Perdeu os avós, perdeu o pai, perdeu a atenção e o carinho da mãe e ainda está viva. Você acha que não vai sobreviver sem o Filipe? Isso é só um teste para provar sua capacidade. Você tem que enfrentar de frente e nunca abaixar a cabeça. Se ele te amar, vocês vão ficar juntos, não importa o que aconteça.           

- Obrigada Valen! Você me ajudou muito.           

- To aqui para isso, meu bem!           

- Te amo Valen!           

- Eu também Mogie.           

Fui para o quarto, joguei minha mochila em um canto e me joguei na cama. Chorei. Por que as coisas tinham que ser assim? Será que ele não me amava? O que eu faria sem ele? Mais uma vez, aquelas perguntas me rondavam. Eu precisava dele. Não, eu não precisava dele. Eu iria continuar, não iria abaixar a cabeça. Levantei e me lavei no banheiro. Vesti outra roupa e desci radiante.         

- Eu não vou abaixar a cabeça!         

- É assim que se fala, garota!- Respondeu Valen.         Sorrimos. 
         Na lanchonete tudo estava maravilhoso. Frederico estava de volta, e por sua vez, bem humorado. Ted estava lhe ajudando. Korey e Jen estavam como garçonetes, Jasper, Tyler e Benny estavam na cozinha.          

- Olá cunhadinha!         

- Oi Benny.         

- Tá tudo bem anjinho?         

- Tá.         

- Não parece.         

Respirei e disse.         

- Seu irmão, decidiu dar um tempo.         

- Por quê?         

- Ele acha que está me prejudicando.         

- Meu irmão sempre foi muito cabeça dura mas talvez ele esteja certo.         

- Eu não acho isso.         

- Depois que você chegou a cidade, sendo mais exato, a escola, meu irmão não parou de pensar em você. Ele sempre sonha com você, fala de você o tempo todo. Não acho que ele deixou de te amar, ele só acha que deve dar um tempo para que as coisas se esclareçam. Cabe a você ter paciência e calma.                 - Ok, vou tentar.         

As horas demoraram passar e as vezes eu me segurava para não chorar. Quando acabamos nosso serviço, fui embora para casa. Queria sofrer sozinha. Entrei em casa e fui direto para o quarto. Lá fora estava escuro e as estrelas brilhavam no céu, era uma noite muito bonita. Valen estava dormindo e Rita estava tomando banho. Também tomei banho e vesti meu moletom e comecei a ler meu livro.
          Todos que passam por nossas vidas causam alguma reação         

    Uns curam, outros infectam         

  Cabe a nós filtrar o que nos faz bem e separar do que nos faz mal.

Guardei o livro e apaguei a luz. Estava pronta para entrar em meu outro mundo.
                                                 ****         

- Morgana?         

- Sim.         

- Uma pessoa quer falar com você.         

- Quem?         

- Uma pessoa do seu mundo.         

- Filipe?         

Consciência desapareceu entre as sombras e Filipe apareceu.         

- Olá.         

- Oi.         

- Você está magoada comigo?         

- Não.         

Claro que sim!         

- Eu queria que você... Bem... Me perdoasse! Eu sei que te magoei mas fiquei por muito tempo tentando me imaginar sem você e não achei um final sólido para minha vida, já que ela agora é você. Mas antes, irei te contar resumidamente a minha história.           

- Vá em frente.           

- Bom, o meu nome é Filipe Levin Wilker, tenho 18 anos e já tomei duas bombas. Minha mãe se chama Korene Marie Wilker, meu pai se chama Paul Landrum Wilker. Tenho três irmãs e um irmão. São, respectivamente, Valerie, Barbara, Theresa e Benjamim. Moro em Holds á três anos e estudo em Holds High School á dois anos. Faço jiu-jitsu e tenho alguns músculos...                Não segurei e soltei uma gargalhada.         

- Duvida de mim?- Disse levantando a camisa, deixando sua barriga a mostra.          

Sim, ele era musculoso.         

- Esse ano chegou a escola uma garota chamada Morgana Gallego, ela não gostava de ser chamada como Morgana Breslin, sobrenome de seu padrasto, mas depois ela mudou de ideia. Ela era muito bonita, mas não chamava a atenção de todos, chamava a minha atenção. Tentei com todas as forças ignorá-la, intimidá-la, mas a vontade de conhecê-la foi mais forte do que eu. Aos poucos fui me rendendo a este amor que me consumiu de uma forma devastadora. E agora, estou profundamente arrependido de ter “pedido um tempo”. Ela acha que eu não a amo mas meu amor é tão grande a ponto de me fazer levantar uma montanha.         

- Hahaha! Essa fala é minha!         

- Muahahahaha!! Eu sei!         

Ficamos por alguns segundos gargalhando até que ele quebrou o silencio.         

- Mogie, meu anjo, me perdoe por ter sido um babaca com você, um idiota, um ignorante, um generalista, um sem noção, um...         

Dei-lhe um beijo para que calasse a boca. Resolveu... Por alguns segundos.         

- Pensei que não fosse calar a boca.         

- Se falar fizesse com que você me beijasse, iria falar o tempo todo.         

- Você já faz isso.         

- E então, to perdoado?         

- Claro! Mas não repita tá? Não gosto de chorar.         

- Eu também não, meu anjo.         

Sentamos novamente ao lado daquela árvore e ficamos a noite toda lá, conversando, desabafando, refletindo sobre a vida e o amor.


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Notas finais do capítulo

E ai?



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