Parada ao lado.

Da rua assalfata.

Sentada na calçada.

Eu vou te encontrar.

Menina letrada.

Que não tem medo.

De uma alma mal amada.

Pode se casar.

Sem medo ou culpa.

Do que fez.

Apenas remorço.

Pode se casar.

Mesmo feito o mal.

Na casa ou na rua.

Ao Sol ou a Lua.

Deus um dia pode te perdoar.

Ou na esquina.

Ainda menina.

Podem te perdoar.

Roubar uma moeda.

Quebrar uma peça.

De uma exposição de museu.

Sonhar acordada.

Na anoitada.

Pendurada na janela.

Da casa pequena.

Esquina nove.

Aqui já seu lema:

"Nada me comove"

A aqueles que não saíbam a história.

Que a menina letrada.

Que morava de baixo da escada.

Da casa da esquina sombria.

Tinha um segredo.

Guardava  á sete chaves o seu beijos.

Beijo que á muitos prometeu.

Tinha uma vida sombria.

Tinha uma filha.

Que Deus lhe deu.

Escondida na mesma esquina.

A pequena menina.

Que concedeu.

Ela um dia ficou louca.

Jogou fora as roupas.

E foi morar com a menina.

Sem uma única moeda.

E que tinha de queda.

Uma divida com alunos seus.

Mas ela não se importava.

Com o frio da noitada.

Pois estava com Deus.

Menina letrada.

Que não tem medo.

De uma alma mal amada.

Pode se casar.

Sem medo ou culpa.

Do que fez.

Apenas remorço.

Pode se casar.

Achou bem rápido.

Um homem nobre.

Trabalhar era seu forte.

E queria se casar.

Viu a mulher.

Com sua filha pequena.

Que vivia no esquema.

De trabalhar.

Casou-se rápido.

Apaixonado.

Porém mal-amado.

Eu vou te encontrar.

A menina que jurou fé ao grande marido.

Logo mostrou que era digna.

Com um casamento corrido.

Sem a presença de amigos.

Eles foram se casar.

Mudaram para a esquina.

E a pequena menina que já estava crescida.

Quis fazer medicina e ir viajar.

E a mulher que um dia.

Jurou á felicidade que á ia encontrar.

Acabou achando.

Na esquina dos barrancos.

Número nove.

Esse é seu lugar.

                                      -Amanda Queiroga