E Sempre Tão Tarde. escrita por AmandA Fagundes


Capítulo 1
O começo do possível fim


Notas iniciais do capítulo

Esta historia teve em parte criada de uma serie de sonhos que eu tive e parte incrementada pela minha imaginação(se este for o termo certo).



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Pedro era um garoto incomum. Curioso ele sempre se questionava de fatos da vida, que outras pessoas vivem sem se pergunta o porquê, só vivia. Ele ignorava por que podiam achar tolo perguntar... Ele era um garoto de poucos amigos, não gostava de jogar bola com outros garotos da rua, achava sem graça correr atrás de uma bola e ficar discutindo com os amigos por fata de lealdade, ate porque ele sabia que todos que jogavam bola eram amigos desde que moravam ali. (A opinião dele era essa).

Tinha apenas 10 anos, sua família não era unida, vivia na casa do pai e seu irmão mais velho na casa da mãe. Via-os apenas duas vezes na semana quando ia com sua mãe para a fazenda de seus avôs, seu irmão era maior de idade e era ele quem dirigia o caro da mãe. (Sua mãe dirigia, mas não gostava de pegar toda hora no volante e agradecia o filho por fazer isso).

Pedro não ia sozinho pra casa de sua mãe, ele tinha um amigo que se chamava Hivi (De invisível, era seu amigo imaginário), este era quem respondia sempre suas perguntas, no caso ele mesmo achava a resposta mais interessante e deduzia que tal resposta estava correta ate que alguém pudesse contestar.

Seu irmão era do tipo rebelde e adorava questionar a sua mãe, mas sempre que Pedro os visitava, ele procurava conter-se, via tão pouco aquele menino que tinha tão poucos amigos e sentia na obrigação de ser um bom irmão...

Certa vez, sua mãe descobriu da pior forma, que seu irmão praticava rachas. Foi preso e como não tinha antecedentes, foi liberado na condição de que prestasse serviços comunitários.

Sua mãe perdeu completa confiança nele deixando sem direito de dirigir por tempo indeterminado.

Pedro achava tão bom ter um irmão mais velho, que ansiava em crescer e ter mais tempo com ele, seu Hivi sempre contestava a ideia, achava ridículo perde a infância por uma vida entediante de adulto.

Quando Pedro fora pra casa da mãe percebeu que não iriam para a fazenda desta vez, porque ela não queria dirigir, tinha um trecho do caminho que, nos tempos chuvosos da região, era perigoso e exigia do motorista atenção redobrada.

Seu irmão brigando com a mãe, estava agitado e respondia ela com tamanho desprezo, como Pedro jamais vira, ele gritava dizendo que queria ir, odiava a zona urbana e era na fazenda que tinha mais momentos de paz, tranquilidade e alegria ao lado do irmão caçula.

O pequeno garoto ficou tão triste com a cena do irmão brigando com a mãe, que se trancou no caro sem que eles o vissem.

Sua mãe ligou para o ex- marido e com sua ajuda procurou o menino pelo bairro, completamente desesperada, com o filho mais velho trancado no quarto e ouvindo música alta que não sabia do desaparecimento do irmãozinho. Ele irritado com a mãe, decidira ir para a fazenda dos avôs escondido. Entrou no carro, e não vira o menino que dormia, percorreu boa parte do trajeto quando enfim percebeu um volume coberto por uma capa que em baixo se encontrava o seu irmão. O acordou e pediu que pusesse o cinto de segurança.

-- Você não vai por também?

-- Garoto faz o que eu pedi.

Escorreu uma lagrima solitária pelo rosto do garoto. Ele se arrependeu por ter feito seu irmãozinho derramar aquela lagrima. Virou-se para pedir desculpa, dizer que amava a mãe e que sentia muito por irrita-la tanto, só que foi a única coisa que pode dizer, aquele trecho que percorria era o temido pela mãe. Um caminhão vinha em baixa velocidade, com o farol baixo, já ele não havia reduzido a velocidade, com o farol alto, atrapalhou a visão do caminhoneiro, que havia manobrado o caminhão na tentativa de esquivar os olhos do clarão súbito. O irmão de Pedro na tentativa automática de desviar do caminhão embrenhou-se na mata fechada, que se estendia a quilômetros.

Pedro sobreviveu ao desastre ficando em coma, mas seu irmão faleceu. 12 anos se passaram e Pedro permaneceu no coma.

Quando acordou não havia irmão mais velho, não havia Hivi, a mãe morreu ha sete anos atrás de desgosto, sem saber que o filho se arrependera de tudo que tinha feito, o pai tinha constituído uma nova família com um casal de gêmeos e uma mulher maravilhosa.

Sua vida sem sentido e isolada se tornou a morte.

Com um baque surdo provocado pela porta do carro Pedro acordou, seu irmão tinha entrado no carro e começava a tira-lo da garagem.

-- NÃO!

-- Que susto garoto!

-- NÃO, NÃO VAI!

-- Desce Pedro, eu tenho que sair.

Pedro começou a gritar e chorar freneticamente, seu pesadelo foi tão real que tinha medo que pudesse se realizar. O irmão de Pedro o tirou do carro quase caindo no chão e levando consigo o enlouquecido irmão.

Depois disso ele desistiu de sair, sua mãe e seu pai chegarão a casa desesperado contando o desaparecimento do caçula da família, ele explicou que ele estava no carro e que agora dormia no quarto dele, delirava e estava com muita febre.

-- O medico disse que se ele continua-se lá por mais tempo, talvez... ele não pudesse mais gritar... —Seu ex-marido a abraçou forte e disse que agora estava tudo bem.

Fazia tempos que não se via os dois tão unidos por alguma causa.

Pedro contou o pesadelo, mas seus pais não acreditarão. Principalmente a mãe que já não acreditava que o filho mais velho a amava.

Um tempo depois seu irmão pediu a mãe perdão e disse que acreditava no pesadelo do garoto; seus pais voltaram a conversar e por fim reataram o casamento e tiveram um casal de gêmeos iguais aos que Pedro tinha visto no pesadelo. Pedro tirou a conclusão que talvez o pesadelo fosse um sonho bom já que trouxe pra ele uma família unida, feliz e prospera. Ele aproveitou cada momento de sua curta infância. Conheceu um garoto esperto que se chamava Horace, a quem se dirigia como o melhor amigo do mundo. (Com o selo de aprovação de Hivi, depois de um tempo Pedro se esqueceu dele, mas com a boa lembrança de que um amigo maravilhoso passara por sua vida).


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Notas finais do capítulo

Bom se gostarão, se a erros, enfim me avisem.



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