A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 34
Parte II - Capítulo 34 - Dividido


Notas iniciais do capítulo

Hello, cupcakes!
Desculpem minha demora (novamente), mas os contratempos (chamados de "família") não deixaram eu postar antes, e nem escrever.
Esse capitulo é dedicado á todos os leitores maravilindos que mandam reviews! A fic completou 200 reviews, e estou muito orgulhosa! Muito obrigada! E no ultimo capitulo ri muito com os xingamentos para Melissa! kkkkkk'
Nesse capitulo terão brigas, surpresas, barracos, decisões, propostas... Bem, acho que vocês vão achar interessante -v-



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Capitulo 34

Dividido

- Meses sem me ver e não ganho nem um abraço? – Melissa falou sarcasticamente – Ou será que já me trocou por uma qualquer?

- Mas você está morta. – sussurrei caminhando lentamente até ela, olhando em volta para conferir se não era o único que a via.

- Ah sim, e com certeza sua priminha vai desejar que eu estivesse. – seu sorriso sumiu por um instante, dando lugar a uma expressão feroz, mas logo seu sorriso voltou ainda mais doce – Aliás, onde está aquela mal amada que me deixou para morrer?

Apenas fiquei olhando enquanto Melissa vinha até mim e passava os braços ao redor do meu pescoço. Estava tão estupefato que não me afastei, apenas deixei que ela me puxasse e desse um leve beijo – que não retribuí – e depois se afastou com o mesmo sorriso, mas um olhar desafiador, como se eu não devesse ter sido indiferente á aquilo. Mas apesar disso ela continuou com seus braços em torno do meu pescoço.

- O que você quer? – perguntei engasgado, tentando controlar todas as estranhas emoções que percorriam meu corpo.

- Só quero conversar. Tenho uma proposta irrecusável a lhe fazer.

Senti um arrepio na espinha e olhei em volta, procurando algo que nem eu sabia o que era. Talvez um apoio, uma ajuda. No momento queria que tudo fosse um sonho e eu acordasse em minha cama para mais um dia normal – ou o máximo de normalidade que é possível nesse mundo.

A verdade era que ainda sentia algo por Melissa, e vê-la ali, sem imaginá-la morta ou como um zumbi era algo que me deixava feliz. Mas ao mesmo tempo queria que ela realmente estivesse morrido, bem longe, e eu não ficaria num impasse. Houve um pigarro baixo que me tirou de meus pensamentos controversos, e virei minha cabeça para ver quem era.

Savannah estava parada alguns metros atrás de mim, com os braços cruzados e o rosto sem expressão, mas seus olhos faiscavam em direção aos braços de Melissa em torno do meu pescoço, como se esperasse que de repente eles queimassem até que não existissem mais. E, ao mesmo tempo em que concluí esse pensamento, ela deu um sorriso maligno como se estivesse mesmo com essa ideia em mente e isso a divertisse.

- E não é que eu tinha razão? – Melissa olhou Savannah dos pés á cabeça, voltando a olhar para mim – Já me trocou por uma pirralha qualquer.

- Antes pirralha que vadia. – Savannah retribuiu o sorriso, colocando a mão discretamente onde deviam estar uma de suas estimadas facas.

- Olha só, a criancinha sabe brincar! Porque não vai ao parquinho brincar um pouco e depois a gente conversa? Meu assunto agora é com a sua babá aqui.

Savannah deu alguns passos em direção á Melissa com um olhar mortal e com sua faca agora em mãos, mas antes que ela pudesse chegar a nós Rick a parou segurando seu braço e fazendo um pequeno não com a cabeça. Savannah suspirou trocando um rápido olhar com Rick e, com mais um olhar mortal á Melissa, atirou a faca no chão fazendo-a fincar ali

- Boa menina. Depois dê um docinho á ela. Reforços positivos são um modo de adestrar coisas como ela. – a loira fez uma careta de descontentamento – Não posso acreditar que baixou tanto seu nível. Pensei que me amasse mais que isso, para depois me trocar por uma... Garotinha que não deve saber nem como te satisfazer de verdade.

Um calor foi subindo por meu corpo e suas palavras ecoaram em meu cérebro com uma intensidade que parecia que estava latejando. Segurei firmemente seus braços e os tirei de mim, dando alguns passos para trás.

- Bem, ela consegue mais que você. – falei entredentes.

- Qual é, não fique nervoso! Eu só estou... Brincando. – ela acariciou meu rosto, fazendo meu estômago revirar – Acredite, nem comecei meu jogo ainda. E então? Vai querer ouvir minha proposta ou não? Acredite, ela pode salvar a sua vida. E a de todos aqui.

Olhei para trás pedindo a ajuda de Rick e ele simplesmente assentiu. Suspirando, andei em direção ao portão sendo seguido por Melissa. Eu tinha a impressão de que isso não daria em boa coisa. Mas por dentro, bem no fundo, eu estava feliz por ficar sozinho com ela. Por mais que ela não tivesse sido agradável nos últimos minutos, ela foi o meu amor por anos, e devia levar isso em conta.

Andamos um pouco por entre as árvores. Paramos a alguns metros do muro e me encostei numa delas.. Podia imaginar exatamente a expressão de Savannah naquele momento, e não importava o quanto tentasse colocar um sorriso nela, o olhar raivoso nunca saía. E eu teria de enfrentá-la em alguns minutos e pedir todas as desculpas possíveis. Dependendo do que acontecesse naquela conversa.

- E então? – pedi, querendo acabar logo com aquilo.

- Bem... O que eu quero é uma pequena esperança para recomeçar e... Um pequeno acerto de contas. – ela ficou a centímetros de mim, passando a mão levemente por meu braço e causando arrepios por meu corpo; mas com certeza não eram arrepios bons.

- Acerto de contas? – perguntei desconfiado.

- Primeiro vou te contar uma linda historinha. – ela falou com a voz mais fina, como se falasse com uma criança – Era uma vez duas garotas no apocalipse zumbi. Elas não eram amigas nem nada, mas a mais velha respeitava a mais nova, mas isso não era recíproco. As duas estavam andando por uma cidade, procurando alimentos e outras coisas. Mas como nada era tão fácil num mundo cheio de zumbis, elas foram cercadas por muitos zumbis quando tentavam sair da cidade. Muitos. E sabe o que é pior? Elas não estavam no carro. As duas correram o máximo que conseguiam, mas as coisas também eram rápidas, mesmo estando mortas. E então um deles agarrou a garota mais velha e a mais nova, que nunca havia gostado dela, a deixou para trás para morrer no lugar dela, a verdadeira culpada por tudo aquilo ter acontecido. Mas no final a garota conseguiu se livrar do zumbi e fugir dos outros, mas a outra já tinha ido embora com o carro. Ela correu, correu, correu, até achar um lugar no mínimo seguro e ficou lá. Por dois dias inteiros. Até que outro grupo de sobreviventes de muito longe, que procuravam outros sobreviventes pelo país, a encontraram e a levaram para um lugar onde moravam outras pessoas. Um lugar muito mais seguro. Mas que não era de graça. Em troca de um espaço seguro para viver ela daria em troca um estudo sobre uma possível cura, e ela também poderia se vingar de quem a deixou para morrer. Não é uma linda história, Ethan?

Quando ela terminou de falar seus olhos faiscavam e sua voz era um sussurro rápido e letal, enquanto seu corpo cada vez se apertava contra o meu como se esperasse que eu afundasse na árvore e desaparecesse. E era o que eu queria. Eu nunca tinha ouvido a história de como aquilo tudo havia acontecido, e muitas vezes culpava Delilah por isso. Se pensasse bem na versão contada por Melissa, com certeza fazia sentido. Não sabia o que pensar. Estava completamente dividido. Isso até perceber o que ela queria dizer.

- Você... – parei para limpar a garganta, sentindo um nó de raiva se formando ali – Você quer as pesquisas do meu tio e Delilah?

- Ah, por favor, não pronuncie o nome dessa aprendiz de biscate.

- Olhe bem como fala dela.

- Por quê? Vai me dizer que agora está do lado dela? – ela puxou meu rosto para o dela, forçando-me a olhar em seus olhos verdes – Nos últimos três anos em que estivemos juntos você sempre viu como ela era má comigo e da ultima vez que nos vimos quase morri por culpa dela. Eu sou sua princesa, lembra? – ela fez acariciou meu rosto com uma expressão magoada – Eu nunca mentiria para você. Nunca faria nada que te magoasse. Mas essa garota me machucou, e deve ser punida por isso.

Engoli em seco segurando-a pelos ombros e invertendo nossos lugares. Aproximei bem meu rosto do de Melissa e ela deu um sorriso malicioso, como se esperasse que eu a beijasse apaixonadamente descontando todos os meses sem nos vermos. Mas apenas coloquei uma mão em seu pescoço prendendo-a contra a árvore.

- Eu não caio mais nessa.

- Olha só, o garotinho acha que virou homem. – ela gargalhou como se não se importasse de estar sendo praticamente sufocada e seu rosto já estar ficando vermelho pela falta de circulação – Então vamos ser práticos. Ou me entrega as pesquisas de Zack que eu sei que existem, não adianta tentar negar, e a Delilah... Ou sua namoradinha, seus pirralhos, e toda aquela gente serão mortos. Entenda, de qualquer jeito haverá sangue. Só cabe a você decidir a quantidade. E não ache que estou blefando. Se quiser pode ser até você mesmo a matar sua priminha.

- Eu não vou fazer isso. – a resposta saiu praticamente num rosnado.

- Não se preocupe em responder agora. Eu volto amanhã, no mesmo horário. Não se esqueça que todas essas vidas estão nas suas mãos, e que com uma só palavra você pode salvar ou acabar com elas.

Antes que eu pudesse sair do meu estado de choque e dar uma resposta á ela, Melissa já tinha desaparecido entre as árvores. Estava ofegante e, mesmo no tempo extremamente frio, suado. De repente a luz do pôr do sol havia desaparecido e estava tudo escuro demais.

Voltei a passos largos para casa olhando para todos os lados conferindo se não era seguido ou não tinha mais alguém por ali. Por sorte havia apenas um errante, que nem me dei ao trabalho de matar. Minha cabeça martelava no que Melissa falara e no que ela queria, e me fazia querer vomitar. Cheguei e todos ainda estavam ali na varando, parecendo me esperar. Simplesmente sentei no primeiro degrau da escada que estava coberto de gelo e o senti tomar meu corpo e ele parecia gritar em agradecimento. Me sentia completamente perdido e no momento minha cabeça parecia vazia.

Fiquei observando a brancura da neve por alguns momentos, até minha visão ser bloqueada por um par de botas. Levantei os olhos encontrando o olhar inexpressivo de Savannah.

- Me desculpe. – pedi sentindo como se algo corroesse meu peito.

- Da próxima vez que você encostar seus lábios nos daquela loira falsificada do inferno eu corto é a sua língua, entendeu? – ela falou entredentes, sem alterar sua expressão. Medo.

Apenas assenti e estendi minha mão. Sem segurá-la, Savannah sentou ao meu lado. Me virei de frente para ela e a puxei para os meus braços. A única coisa que eu pensava no momento era como havia sido tolo em pensar que ainda sentia algo por Melissa. Esse fora de longe o pensamento mais estúpido que já tinha tido.

- Eu te amo. – sussurrei em seu ouvido.

O corpo de Savannah estremeceu e ela finalmente retribuiu o abraço, apertando-me contra seu corpo.

- Eu... Eu também te amo. – ela sussurrou de volta.

Pela primeira vez senti uma enorme e escondida fragilidade que nunca havia reparado nela, que me dava a sensação de que deveria protegê-la, que nunca deveria deixar nada machucá-la ou colocá-la em risco.

E, naquele momento, minha decisão sobre a “proposta” foi tomada.



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Notas finais do capítulo

Acho que já imaginam qual foi a decisão, não é? u_u
Quem chamou Melissa de vaca, acertoooooou! -v-
Espero que tenham gostado, e looogo tem mais!
Beijos, e até a próxima! ♥