A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 23
Parte I - Capítulo 23 - Detroit


Notas iniciais do capítulo

Yeeeah, pessoas! Mais um capitulooooo! E eu espero que gostem, porque ele ficou até grande e eu estava muito inspirada. E sabem porque? Porque cheguei aos 100 reviews! E também porque recebi mais uma recomendação! Oooooown! MUITO, MUITO, MUITO obrigada, limog, pela sua fooofaaa recomendação ♥! *-*
Enfim, espero que gostem!



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Capitulo 23

Detroit

             Eram cinco horas da manhã e eu estava quase caindo de sono. O céu ainda estava escuro, dando a impressão de que ainda era madrugada, e isso só me deixava com mais preguiça de me levantar da minha cama confortável e aconchegante. Já havia se passado uma semana desde todo o problema com os zumbis e os vídeos, e em meia hora estaria a caminho de Detroit.

             Suspirei derrotada enquanto olhava para o teto pensando em todas as possibilidades. Eu não queria ir, mas precisavam de mim. Levantei-me lentamente ainda com o edredom enrolado em meu corpo, sem pressa alguma, esperando que alguém aparecesse e dissesse que iríamos outro dia.

             Soltei o edredom e o joguei de volta na cama, e logo senti o vento gelado que entrava pela porta aberta e pela janela escancarada, que me fez arrepiar dos pés á cabeça. Há três dias estava da mesma maneira, mas no dia anterior, ao anoitecer, houve uma geada que cobriu tudo com uma fina camada de gelo. Não faria tanta diferença, mas com certeza a estrada estava mais perigosa e teríamos que dirigir com cautela, e para os desastrados – como eu – mesmo sendo extremamente fina, a camada de gelo poderia significar um grande problema.

             Com esse pensamento, tirei a roupa que vestia e coloquei outra que estava na cadeira de balanço, separada na noite anterior. Ao colocar a jaqueta, senti minha mão doer um pouco e pensei se conseguiria atirar com ela. Ela havia melhorado rapidamente, deixando óbvio que não estava quebrada, mas ainda sim quando a mexia ouvia e sentia os estalos que ela dava.

             Fui para a penteadeira – que não usava há um tempinho – e me olhei no espelho, bufando ao ver as mechas vermelhas apontando em todos os ângulos e direções e, como resposta ao frio, minhas bochechar e a ponta do nariz estavam vemelhos. Apenas passei a escova rapidamente e fiz um coque mal feito, com as mechas mais curtas caindo em meus olhos.

             Pegando a chave no porta-joias, abri a primeira gaveta do armário, onde guardava minhas armas. Sempre o deixava trancado, caso um de meus irmãos mexessem por ali; não queria um acidente. Peguei End, um calibre 37, o arco e flecha e duas facas. Sai do quarto andando lentamente, sem pressa alguma, para a sala onde todos já deveriam estar.

             - Finalmente! – alguém falou, e eu apenas acenei, sem ânimo para dizer qualquer coisa.

             - Está parecendo um zumbi. – Savannah falou entre risos, e eu a olhei tediosamente.

             - Voltando ao assunto, - Rick chamou a atenção – Daryl, Savannah, Delilah, Carl e eu vamos á Detroit. Lá tem o hospital central e a base militar. Tenho certeza de que será de grande ajuda. 

             - Beth e T-Dog vão para a cidade vizinha, á sudeste, comigo – falou Maggie, ajeitando sua mochila nos ombros – Não vamos demorar muito, algumas horas.

             - E Carol, Glenn e Ethan vão para Saint Clarion, á norte, não é?  - perguntei, encostando-me na parede preguiçosamente.

             - Sim e... – Carol se interrompeu – Onde está Ethan?

             Olhei em volta, apenas para constatar que ele realmente não estava ali. Mas faltava outra pessoa também. Sorri maliciosamente com o pensamento.

             - Acho que sei onde ele está.

             Sai da casa pela porta dos fundos e andei os curtos metros até a pequena construção que usávamos para lavar roupa e tudo mais. Ouvi barulhos vindos dali, então dei a volta, até encontrar Ethan. E ele não estava sozinho, assim como imaginei. Savannah estava pendurada em seu pescoço com os lábios grudados aos dele. Segurei a vontade de rir e me escorei na parede observando enquanto seus corpos se fundiam cada vez mais. Com certeza se eu não interrompesse aconteceria algo a mais, mas não perderia essa oportunidade. Pigarreei alto, fazendo os dois pularem assustados e eu finalmente pude rir da situação. Savannah estava claramente envergonhada, enquanto arrumava as roupas amarrotadas, já Ethan parecia com raiva, olhando-me como se pudesse me matar apenas com o olhar.

             - Da próxima vez, vão para um lugar menos óbvio. – falei rindo, enquanto Savannah saia ainda envergonhada, e então desfiz meu sorriso – E não traga Savannah para o mesmo lugar onde trazia Melissa. Ela não é igual á aquela lá.

             Sem esperar por resposta, voltei para casa passando pela sala onde todos combinavam os últimos detalhes e se despediam como se fosse a última vez que se veriam – e talvez fosse – apenas para  pegar meu arco que tinha deixado apoiado na parede e fui para o carro. Rick já estava lá, com Carl e Lori, e pareciam discutir algo. Estava pronta para me virar e deixá-los ali em sua reunião de família, mas Lori fez o favor de me chamar.

             - Diga a verdade, ok? – ela pediu, e eu simplesmente assenti – Acha que é perigoso Carl ir?

             Olhei para o garoto e para Rick. É claro que com Rick e Daryl junto com Carl não teria problema nenhum, mas como mãe eu tinha certeza de que ela tentaria manter seu garoto a salvo de qualquer maneira e entendia esse sentimento. Então estava extremamente dividida.

             - Eu acho que é seguro. Rick estará conosco. – falei e Carl sorriu, animado – Mas vou entender se não quiser que ele vá. E ele também vai entender.

             Olhei sugestivamente para o garoto, que bufou e voltou a olhar para Lori. Rick apenas observava tudo sem comentar nada. A mulher olhou de mim para Carl, para Rick e fez tudo de novo pelo menos umas três vezes.

             - Tudo bem, pode ir. Mas é para se cuidar e obedecer todos eles. Todos.

             - Ok.

             Lori o observou por um segundo acariciando sua barriga e então passou a mão por seus cabelos, voltando para a casa.

             - Valeu, Delilah! – ele sorriu minimamente e entrou no carro.

             Também entrei e me sentei ao seu lado. Eu queria ir no banco da frente, mas com Rick dirigindo, Daryl ocuparia esse lugar e se eu sentasse lá ele com certeza ficaria com raiva por isso. Tão inconstante!

             Savannah entrou e sentou ao meu lado sem dizer nada e fechou a porta devagar, como se não quisesse chamar a atenção para si. Encarei-a por um segundo antes de sorrir. Era engraçado imaginar ela e Ethan juntos porque, apesar de ser um doce, estava na cara que ela era uma garota difícil, e finalmente ele aprenderia a lição. Savannah era exatamente o contrário de Melissa; enquanto esta era falsa, irônica e manipuladora – além de irritante, traidora e vadia -, Savannah era sincera, e ainda sim ficava um pouco envergonhada quando falava, era verdadeira e muito leal. E eu tinha certeza de que ela morreria por qualquer um de nós.

             Rick finalmente entrou no carro e logo depois Daryl que, como eu já imaginava, sentou no banco do passageiro. Ri com meu pensamento. Controlador e arrogante eram exatamente as duas palavras que o descreviam. De repente me peguei imaginando se ele gostava mais das mulheres controladoras ou das que preferiam ser controladas. Bufei com raiva de mim mesma por ficar pensando nisso e me concentrei no caminho, mas era quase impossível fazer minha mente parar de tomar o mesmo rumo a todo momento, e esse rumo tinha nome e sobrenome: Daryl Dixon. E, apesar de saber que gostava dele – gostar porque não chegava a ser uma paixão -, não entendia o porquê. Ele tinha tudo o que eu não gostava em um homem, e mesmo assim ele me atraia de uma forma assustadora.

             - O que foi? – Savannah perguntou alto o bastante para todos no carro ouvirem – Você está muito vermelha.

             Cobri o rosto com as mãos e ouvi a risada baixa da garota ao meu lado. Ela tinha feito isso de propósito? Mas não tinha como ela saber sobre o que eu estava pensando. Irritada, deitei a cabeça no ombro de Carl preguiçosamente enquanto assistia o sol ficar cada vez mais alto, até que ele sumiu. Levantei a cabeça rapidamente e vi que ele tinha sido apenas tampado por um prédio. Estávamos entrando em Detroit.

             - Onde fica o hospital central? – Rick perguntou.

             - No centro? – Daryl ironizou.

             - Na Rua Bake. – respondi.

             - O carro virou rapidamente e, para minha surpresa, não haviam zumbis. Nenhum. A cidade estava limpa. O máximo que encontrávamos era, algumas vezes um corpo no chão, mas eram de pessoas completamente mortas.

             - Tem algo errado. Temos que ir rápido. – Rick diminuiu a velocidade e parou na frente do hospital, um prédio de tijolos vermelhos com um letreiro de ferro onde já faltavam algumas letras – Eu, Daryl e Carl vamos procurar tudo o que precisamos, você e Savannah podem ir pegar os remédios que precisamos, pode ser?

             - Tudo bem. – concordei e tirei uma flecha da aljava, colocando-a junto com o arco.

             - Ok. – Savannah também concordou, pegando um punhal e um tipo de faca em forma de gancho.

             Saímos do carro e entramos no hospital, colocando a primeira coisa que achamos – uma barra de ferro – para bloquear a porta. Não aguentaria por muito tempo no caso de muitos zumbis, mas ajudaria.

             Nós subimos juntos pela escada que era iluminada pelas pequenas janelinhas ao longo do caminho. Um cheiro horrível de morte parecia impregnado ali. Na verdade, esse cheiro estava em todos os lugares, mas ali parecia pior. Afastei esse pensamento e, assim que chegamos á porta do terceiro andar, onde eu e Savannah iríamos. Combinamos de nos encontrar com os outros em no máximo uma hora no primeiro andar.

             Nós duas, com rapidez, abrimos a porta já prontas para o caso de haverem zumbis, mas ali também não havia nenhum. Eu já conhecia o hospital, muitas vezes quando faltavam remédio em minha cidade nos mandavam para ali; a assistência médica da região não era muito boa. Então fui direto para onde tinha os remédios que precisávamos. Herschel nos passara uma lista com os remédios que Lori precisava tomar e eu sabia exatamente os que Gael precisava –cuidava dela desde que tinha nascido. No estoque havia pouco, mas conseguimos achar todos da lista, e ainda não tínhamos encontrado nenhum zumbi, o que me fez ter um péssimo pressentimento.

             - Você está achando isso tão estranho quanto eu? – Savannah perguntou enquanto descíamos as escadas quase uma hora depois.

             - Não encontrarmos nenhum zumbi ou você se agarrando com meu primo? – perguntei segurando o riso.

             - Muito engraçado, Valentine.

             - Ok, parei. Mas falando sério, isso está estranho. Normalmente isso está cheio de zumbis. Meus irmãos estavam aqui! Como todos podem ter sumido desse jeito?

             Chegamos ao primeiro andar e nem Rick, Daryl ou Carl estavam ali. Aproveitamos para dar uma olhada no lugar, mas como já imaginávamos não encontramos nada. Olhamos até pelas portas de vidro, mas não tinha nada. Nada vivo.

             - Vocês conseguiram tudo? – Daryl nos assustou, chegando com Rick e Carl.

             - Conseguimos, mas estamos preocupadas. Não encontramos nenhum zumbi. – Savannah falou.

             - Mas não devíamos ficar felizes? – Carl perguntou confuso.

             - Talvez. Mas o problema é: se eles não estão aqui, para onde foram? – perguntei dando de ombros.

             - Bem, vamos ficar atentos. – falou Rick, abrindo a porta e indo para o carro – Vamos dar uma volta pela cidade. É arriscado, mas precisamos saber o que está acontecendo.

             Todos entramos no carro e ele logo foi ligado. Passamos por algumas ruas e finalmente encontramos alguns zumbis, mas não passavam de cinco, totalmente dispersos. Os matamos – porque não aproveitar as oportunidades? – e continuamos. E mais nada.

             - Vamos logo para a tal base militar. – Savannah pediu, impaciente e visivelmente tensa.

             Rick virou o carro para a rodovia, mas no mesmo momento pisou no freio e os pneus fizeram um barulho irritantemente alto no asfalto. E o carro já estava cercado de zumbis.

             - Droga! – Daryl gritou – Dê marcha ré, Rick, marcha ré!

             - Não dá, já estamos cercados! Não vai adiantar!

             - Pai! – Carl gritou, e só então percebi que a janela dele estava aberta até a metade e o braço de um dos zumbis entrava por ali.

             Peguei minha arma sem me importar em chamar a atenção. Não tinha como piorar. Me inclinei sobre o garoto e coloquei o cano da arma em linha reta com a cabeça da coisa, e atirei sem hesitar. Voltei para o meu lugar, mas não sem antes fechar a janela completamente.

             - De onde eles surgiram? – perguntei angustiada.

             - Deviam ter mais pessoas aqui. Parece que estavam se alimentando. – Daryl falou, golpeando os zumbis com uma faca pela greta na janela.

             - Vamos ter que sair. – Rick falou, olhando em volta.

             - Está louco? – Savannah praticamente gritou, olhando-o assustada.

             - É o único jeito, em poucos segundos essas janelas estarão quebradas.

             Como se para dar ênfase ao que disse, a janela de Savannah estalou e uma rachadura enorme apareceu ali, feita pelos zumbis que batiam nela.

             - Okay, vamos sair. – a garota gaguejou, engolindo em seco.

             - Em três... Dois... – Rick começou a contar, e minhas mãos começaram a tremer.

             Vamos lá, você não pode fraquejar agora, me repreendi. Se ficar aqui, vou morrer. Qual a diferença se for lá fora? Pelo menos tentarei sair viva.

             - Um! Para as árvores!

             Segurei firmemente minhas duas armas e sai pela porta de Carl, a fim de ajudá-lo. Mas ele não precisava; a pontaria do garoto era perfeita. Rick foi abrindo caminho e eu o ajudei, enquanto Savannah e Daryl davam a volta pelo carro para se juntarem a nós. Quando finalmente conseguiram, atiramos com mais vontade, até que conseguimos passar por eles e correr para as árvores.

             - Para onde vamos? – Savannah perguntou sem fôlego, e ninguém respondeu.

             Apesar do sol já estar alto, era cerca de oito da manhã, a mata fechada estava escura e com resquícios perigosos de gelo. Corria olhando para o chão para não escorregar, mas minha atenção foi tirada dele quando os tiros recomeçaram. Olhei em volta e na mata parecia haver mais zumbis do que na rodovia onde o carro estava. Eu estava um pouco atrás, por ter prestado muita atenção no caminho, e podia ouvir muito bem os grunhidos e algumas vezes pude ouvir o barulho suas mãos raspando por minha jaqueta de couro. Acelerei para chegar aos outro atirando nos que estavam mais perto. Finalmente conseguimos uma vantagem sobre eles, mas não adiantou muito.

             - Droga, droga, droga! – Rick gritou irritado, batendo no concreto que barrava o caminho.

             Cheguei mais perto, apenas para constatar que ali não havia mais caminho. Era uma queda de uns quinze metros, que dava direto para um rio muito largo. Engoli em seco vendo toda aquela água.

             - Vamos ter que pular. – Daryl falou calmamente, arrumando a besta no ombro.

             - O que? – perguntei com a voz esganiçada, quase hiperventilando. – Enlouqueceu? Eu não vou pular!

             - Ah, qual é! Só falta dizer que não sabe nadar.

             - E eu não sei mesmo!

             - É o único jeito. – Rick falou calmamente, passando pela barreira, que ia até minha cintura.

             Todos começaram a seguir seu exemplo. Savannah olhou para mim como um apelo para que eu fosse logo e eu passei, hesitante minhas pernas. Não pretendia pular, mas eles tinham de fazer isso.

             - Vão logo, pulem. – incentivei, e Savannah pulou.

             - Vá primeiro. – Daryl falou para Rick.

             Ele olhou para mim, parecendo um pouco preocupado. Os dois trocaram um olhar e então Carl pulou, seguido do pai. Daryl se virou para mim com uma expressão feroz.

             - Pule!

             - Eu não vou. Não sei nadar. – olhei para baixo, onde os outros já estavam na água.

             - Vai sim, Você tem duas crianças te esperando, e você vai voltar!

             - É claro que vou, mas não desse jeito. – reclamei, batendo pé. Ao fundo podia ouvir o som dos grunhidos aumentando. – Daryl, eu já me afoguei três vezes. Duas foram em piscinas que tinham água o bastante para uma criança nadar sem sofrer nada. Se eu pular eu não vou voltar mesmo!

             - Vai sim! – ele suspirou e balançou a cabeça – Não seja covarde. Você já fez coisa muito pior.

             - Eu não posso. – falei com a voz falha.

             - Faremos assim. Eu vou pular e te esperar lá embaixo. Assim que você cair, eu te trago para a superfície.

             - Mas e se não der certo?

             - Eu juro. – ele falou e nem esperou uma resposta, pulou.

             - Droga. – murmurei para mim mesma, instantaneamente me sentindo sozinha e vulnerável.

             Eu sabia que não teria coragem para pular. Nunca tinha aprendido a nadar e tinha um medo horrível de me arriscar depois de três afogamentos. Em minha mente, vi a imagem dos outros chegando em casa sem mim, e meus dois pequenos anjinhos chorando porque eu nunca mais voltaria. Seria tão fácil. Mas fácil para mim.

             Olhei novamente para baixo e vi os outros perto da beira do rio, e Daryl ainda me esperava no mesmo lugar onde tinha caído. Respirei fundo algumas vezes e olhei para trás, onde os zumbis começavam a aparecer.

             - Vai dar tudo certo. – falei para mim mesma limpando uma maldita lágrima de medo.

             E então pulei.

             O vendo zumbia em meu ouvido e não me arrisquei a manter os olhos abertos. Senti meu corpo entrar em contato com a água extremamente gelada num forte impacto. Meu corpo se revirou ali e o desespero de não saber para onde era a superfície me inundou. Meu fôlego já estava acabando e eu estava prestes a desistir e soltar o ar preso nos pulmões, quando mãos fortes passaram por minha cintura e o alivio de estar na superfície encheu meus pulmões juntamente com o ar numa inspiração alta e seca.

             - Você está bem? – Daryl perguntou.

             Apenas assenti, ainda sem fôlego para falar, e mesmo meus pés não tocando o chão podia sentir minhas pernas tremendo, e não apenas de frio. E também não apenas por estar nervosa. Era apenas um reflexo do meu corpo por ter as mãos de Daryl em mim - em um dos meus pontos fracos – e a proximidade de meu corpo ao dele, sentindo sua respiração arfante em meu pescoço enquanto me ajudava a ir para a beira do rio.

             Quando alcançamos a margem, saí um pouco cambaleante e me joguei no chão sentindo como se um peso tivesse sido tirado das minhas costas. Mas como dizem que tudo o que é bom dura pouco, essa ótima sensação não durou muito tempo.

             - Vejam o que temos aqui. – Uma voz rouca e masculina falou, de forma grosseira e maliciosa, fazendo eu me arrepiar.

             Levantei-me com a ajuda de Daryl, que tinha a mão discretamente pousada na besta em suas costas. O homem á nossa frente era estranho; tinha os braços completamente tatuados e piercings na boca, na sobrancelha e brincos nas orelhas. Mas não era isso o que o tornava estranho, e sim olhar agressivo, selvagem e malicioso, que me fez sentir um calafrio. Eu sentia, de alguma forma, que ele era perigoso. Mas desejava ardentemente estar errada.               


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Eu, particularmente, amei escrever esse capitulo. Então pleeeaseee deixem revieeews e façam essa autora feliz! *w* Beijooos e até a próxima ♥