A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 21
Parte I - Capítulo 21 - A Cura da Morte


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Descuuulpaaa! Ç.Ç
Mas, enfim, espero que gostem do capitulo, e queria dar as boas vindas aos novos leitores (que são uns fofos), principalmente á Sonheadora, e á Lilithwhore, que fez uma conta no nyah só pra comentar na minha fic! Own, sua FOFA! *-*
E queria agradecer a todos que comentam, a todos que favoritaram e a todos que acompanham, e até mesmo a quem apenas lê! É muito gratificante saber que vocês leem a fic! MUITO obrigada!
Então até o finaaaal!



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Capitulo 21

A Cura da Morte

             - Lia! – Ethan veio correndo até mim da casa, enquanto eu ia em direção a ela.

             - Diga. – pedi, já imaginando o que seria.

             - Eu os convenci de ver os vídeos do tio Zack, a dar pelo menos uma chance.

             - E se eles não quisessem dar uma chance fariam o que? Iriam embora? – perguntei com ironia.

             - Não faça piadas, Delilah. – ele revirou os olhos – Eu sei que você os quer aqui.

             Suspirei e o acompanhei para a casa, onde todos já nos esperavam e a maioria não parecia estar muito feliz. Encostei-me no batente da porta e arqueei uma sobrancelha, esperando que dissessem algo, mas parecia que ninguém queria ser o primeiro. E eu me incluía nisso.

             Ethan foi até a mesa de centro e pegou a filmadora e, sem esperar ninguém se pronunciar, a ligou e passou os dois primeiros vídeos que já tínhamos visto.

             - Como já havia falado – a voz de meu pai saiu da filmadora e todos se aproximaram para ver melhor -, fiz uma descoberta não muito animadora, e me odeio por não ter pensado nisso antes. Eu aprendi o bastante nos dois anos de medicina que fiz em Harvard antes de decidir entrar para o exercito, e também lá dentro. Então iniciei uma pesquisa para tentar descobrir o que causa essa... doença... E quem sabe encontrar alguém vivo para me ajudar a encontrar uma cura. Mas, há alguns dias atrás, abrindo o corpo de um dos zumbis, passou por minha cabeça que com a carne em estado de decomposição nem uma cura adiantaria. Não há cura para o apodrecimento. E com o coração há muito tempo sem bater, duvido muito que voltasse depois de meses e também com sinais claros de decomposição. Mas, apesar de tudo, é possível achar uma cura para o caso de alguém ser mordido e esteja em transformação e para algumas horas depois da transformação, quando a decomposição ainda não começou e os batimentos cardíacos podem ser retomados.

             Ele parou um pouco e arrumou o óculos na ponte do nariz, mexendo em alguns papéis.

             - Mas vamos falar sobre o inicio. Logo quando alguém é mordido, se inicia a febre. Para quem não sabe, a febre é uma ação natural do corpo contra micro-organismos intrusos no corpo. Apesar de não poder saber se é uma bactéria, vírus ou protozoário que está causando isso, apenas com essa informação já podemos saber algo. A febre*¹, se muito alta, queima, mata, não só o micro-organismo como as células do corpo, de dentro para fora, e sendo a febre dessa doença em especial muito alta, mata rapidamente as células, começando logicamente das enzimas e indo para as demais células, e antes que a chegue á parte exterior dom corpo a pessoas morre pela temperatura. E esse micro-organismo parece não se incomodar com o calor, na verdade parece favorável a ele. Ou talvez seja apenas a temperatura que seja ainda muito baixa para conseguir matá-lo. Até agora tentei elevar a temperatura do ambiente em que os mortos estão, e elevei até os cinquenta graus Celsius, mas eles apenas se agitaram. Até quebraram algumas coisas daqui. – ele deu risada, mas claramente não se divertia com a situação – Logo a foto de Juliet com as crianças. E é claro que eu surtei e o matei, então não pude analisar as mudanças que o calor causou. Droga de inconstância. Bem, foi isso que consegui até agora e... Não sei por onde continuar. E para completar a cada momento parece que as crianças estão prestes a descobrir tudo, principalmente Melissa que chegou duas semanas atrás. Essa garota não é legal, faz insinuações e indiretas todo o tempo, até mesmo para mim, e Delilah parece a ponto de explodir a cada palavra que sai da boca de Melissa. Tenho certeza de que não sairá nada de bom disso. Amanhã farei uma nova tentativa, depois que voltar da cidade com Ethan, e tentarei pegar outro zumbi sem que ele veja.

             O vídeo acabou e voltou para o menu, onde se podia ver as miniaturas dos outros videos. Todos estavam muito quietos, e o lugar estava num silêncio que parecia encher os ouvidos.

             - Ok, próximo vídeo... – Ethan resmungou, passando para o próximo.

             - Já se passou um mês desde o ultimo vídeo, e não tive muitas noticias boas. Bem, com os estudos desse ultimo mês, consegui descobrir apenas que todos estamos infectados, e acho que estou deixando muita coisa passar nisso. Essa coisa, seja o que for, está no ar e quem morre, independente da forma, se torna um deles. E só isso.  Tudo está na mesma. E a cada vez perdemos mais pessoas. Acabamos de perder Melissa. Não acho que foi uma perda tão grande, mas ainda sim foi uma perda e Ethan ainda está em estado de choque. Mas, em compensação, encontramos Emma. Ela é uma pessoa maravilhosa, e confiaria minha vida a ela, se ela fosse mais corajosa.  – ele revirou os olhos em sinal de divertimento – Lia parece culpada pela morte de Melissa, e em certa de 10% do caso ela tem culpa sim. Me desculpe se estiver assistindo isso, Lia, mas é a verdade. Em dez minutos estarei indo para a cidade com Delilah, e preciso colocar algumas coisas em dia, como a visita ao hospital. Estamos precisando de medicamentos para Gael. Droga de baixa imunidade! Então...Câmbio e desligo. Sempre quis falar isso. Boa sorte para mim e Lia.

             O vídeo acabou e eu sabia que não tinham outros vídeos. Esse era o ultimo, pois, mesmo sem ele saber, em poucas horas ele estaria morto. Respirei fundo tentando digerir todas as informações, e os outros, não todos, pareciam tentar fazer o mesmo.

             - O que acham? – alguém perguntou, mas não estava prestando atenção.

             - Como assim já estamos infectados? – perguntei, sentindo os olhos lacrimejarem.

             Os outros, do Rick, se entreolharam, e apenas com esse gesto já era possível perceber que todos eles sabiam disso.

             - E não nos disseram por quê...?

             - Não achamos que era necessário. – falou Herschel, com a voz tranquila.

             - Ah. Ótimo. Com certeza é uma ótima explicação. Não acham? Porque quem tem que dar satisfações aqui – apontei para mim mesma e Ethan, que também parecia irritado, mas mantive a voz calma – somos nós. E não temos o direito nenhum de argumentar e saber sobre algo.

             Nenhum deles falou. Apenas nos encaravam de um modo superior e culpado ao mesmo tempo. Fechei os olhos por alguns segundos desejando sumir e me acalmei para falar novamente.

             - Ok... Vocês acham que pode haver uma cura? – perguntei, mudando de assunto.

             - Achamos que sim. E nós queremos encontrar a cura. E com o que seu pai descobriu podemos fazer um estudo mais direto. – falou Rick com sua voz controladamente calma. Dependendo do momento até irritante.

             - Tudo bem. Vocês que sabem. – dei de ombros e encostei-me na parede, esperando uma decisão deles.

             - Não acho isso certo. – Ethan encostou ao meu lado e sussurrou no meu ouvido disfarçadamente.

             - Eu sei, mas temos que tentar. É uma chance que temos, e não devemos desperdiçá-la.

             - Ok. Eu confio na sua decisão. Sempre confiei não é? – ele riu e passou um braço por meus ombros – E sempre saímos bem no final.

             Dei um beijo em sua bochecha e fui para o quarto, ver meus irmãos. Há algum tempo que não falava com eles e estava morrendo de saudades.

             - Toctoc? – coloquei a cabeça para dentro do quarto.

             - Liiiaaaa! – Gael praticamente gritou sorrindo e se levantando do chão, correndo em minha direção.

             Peguei-a no colo e fui até Kalem, que não tirara seus olhos da revistinha fechada em suas mãos.

             - Está tudo bem, querido? – perguntei preocupada.

             Ele olhou para cima e parecia zangado e magoado, a expressão de partir o coração de qualquer um.

             - Não, Delilah, não está tudo bem. – ele falou de um jeito que nunca falara antes – Você age como se fosse nossa mãe, mas nunca está perto da gente. Sempre arranja um jeito de sair e nos deixar aqui, para outros cuidarem.

             Mordi os lábios ao ouvir suas acusações e coloquei Gael no chão, sentindo minhas mãos tremerem. Sentei-me na frente de Kalem, seus olhos acompanhando cada movimento meu. Respirei fundo tentando conter os olhos que começavam a lacrimejar. Por mais que aquilo fosse duro, era a verdade.

             - Ouça, Kal... Você já está bem grandinho para entender, então vou falar a verdade para você. Vamos ter uma conversa de gente grande, tudo bem? – falei, e um pouco do mágoa em seus olhos sumiu, substituída pela ansiedade – Você sabe porque estamos aqui dentro, protegidos. Há coisas ruins lá fora. Coisas muito ruins. Pessoas que deviam estar mortas estão andando por ai e... usando... outras pessoas. Não fique com raiva de mim por não estar presente o tempo todo. Estou tentando fazer o melhor possível. Cada vez que me arrisco saindo daqui é por você e Gael, porque quero ver vocês bem. Ok? Não ache que te esqueci, que estou te deixando de lado, porque é exatamente o contrário.

             Kalem assentiu, as sobrancelhas franzidas.

             - Mas então eu quero ajudar. Eu já sou gente grande, posso ajudar a manter a casa segura! – ele me olhava com olhos arregalados e esperançosos.

             - Sim você é gente grande. – ri, passando a mão em seus cabelos – E é por isso mesmo que tem que ficar aqui com Gael, porque ela ainda é pequena.

             - Tudo bem... – ele revirou os olhos e bufou, cruzando os braços, exatamente como eu fazia e, antes de mim, nossa mãe. Ri com o pensamento e dei um beijo em sua testa, me levantando em seguida.

             Sai do quarto – não sem antes mandar um beijo para Gael, que retribuiu com outros milhares – e desci novamente para a sala, onde os outros pareciam fazer planos.

             - Nós estamos pensando em ir até a cidade semana que vem. – Lori falou quando sentei ao seu lado. – Está cada vez mais frio, e logo irá nevar se continuar assim.

             - Tudo bem. – assenti – E como irão fazer?

             - Estamos pensando em nos dividir em grupos. – explicou Rick, olhando para o mapa estendido no chão da sala – Talvez em três grupos. Um para pegar alimentos, outro remédios e outro para pegar roupas para o inverno e tudo mais. Pelo frio que está fazendo, quando a neve se prender ao chão morreremos congelados se não estivermos preparados.

             - Se importa se eu for no grupo que vai buscar os medicamentos? – perguntei, observando o mapa – Gael precisa de remédios especiais para a baixa imunidade, e prefiro buscar eu mesma.

             - Ok. Você sabe algum lugar seguro para irmos que ainda tenha suprimentos? – ele perguntou, olhando para o mapa.

             - Bem, tem Manalapan, Saint Clarion, Debbushaire, StanVille e Detroit. Nenhuma delas é muito segura, Detroit muito menos, mas ainda sim são as que mais tem suprimento. Mas não confio muito em Manalapan desde a ultima vez, então risque ela da lista.

             Rick apenas assentiu e circulou alguns pontos no mapa com canta hidrocor vermelha.

             Em meia hora, já estava tudo decidido, e nesta viagem, pegaríamos o necessário para pegar coisas para prosseguir com a procura de uma cura. E, nisso tudo, o que mais me assustava, era que todo o resto, que já havia se transformado há muito tempo, não teriam nenhuma chance, e no final a cura para a morte era a própria morte. 


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Notas finais do capítulo

*¹Créditos á minha irmã, estudante de farmácia. Sem ela essa parte ficaria sem sentido! Thank you, irmãzinha fofaaa!
E ae, o que acharam? Poor favooor, comentem! Não me deixem na agoniaaa! Ok, dramatizei agora. Beijos, e até a próxima