A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 16
Parte I - Capítulo 16 - Incursão


Notas iniciais do capítulo

Amoreees da minha vida! Depois de um dia pensando como escrever esse capitulo, consegui fazê-lo e acho que consegui pelo menos 80% do que pretendia passar com ele.
Queria MUITO agradecer aos reviews e ás suas sugestões. Amei cada um, e a cada dia fico pasma com a fofura de vocês :3
Então espero que gostem!



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Capitulo 16

Incursão

             Peguei meu arco e flecha aos pés da escada e fui em direção ao carro de Savannah com Carl ao meu encalço, extremamente animado enquanto eu resmungava sobre a nada sábia escolha de companhia para Lori. Havia até tentando fazê-la mudar de ideia, dizendo que ele era má influencia para seu filho, mas de nada adiantou.

             - Falando sozinha? – Daryl apareceu ao meu lado.

             - O que isso importa?

             - E se você for uma psicopata?

             - Ai eu poderia te matar. – respondi, sorrindo docemente – Mas eu não precisaria ser psicopata pra querer fazer isso.

             Carl soltou uma risada baixa e entrou no carro. Abri a porta do motorista para entrar também, enquanto Daryl ia para sua moto.

             - Não prefere vir com a gente? – perguntei.

             - Psicopata, lembra? – ele respondeu sem olhar para mim, mas com a voz obviamente risonha.

             - Você falou que ia me ajudar com Carl. – falei. Por mais que houvesse enormes chances de haver uma briga, não estava com um bom pressentimento.

             - Não, eu disse que iria com você e Carl.

             - Ok, vou falar para a Lori que o Carl não pode ir mais. – ameacei,indo para a porta.

             O garoto abriu a janela apressado e olhou para Daryl impaciente.

             - Entra logo no carro!

             Parecia que o tom impaciente e ansioso na voz de Carl o pegou desprevenido, porque ele olhou por um tempo e, não parecendo nada feliz, veio em nossa direção e, quando ia entrar, ele segurou meu braço.

             - Eu dirijo.

             Sua voz era tão autoritária que lhe entreguei a chave. Aliás, era justo. Eu estava blefando, mas ninguém precisava saber disso. Era melhor prevenir que remediar. Entreguei-lhe as chaves e fui para o lado do carona.

             - É melhor irmos para Manalapan. – falei, descansando o arco e aljava no chão no carro – Já pegamos todos os suprimentos no mínimo usáveis da cidade mais próxima.

             - Onde fica essa cidade?

             - Fica á leste da pista principal.

             Daryl acelerou e em poucos minutos pegamos a principal, indo em direção á leste há cento e cinquenta quilômetros por hora – a única vantagem de ter um mundo repleto de policiais: poder chegar a duzentos por hora sem levar uma multa ou bater em outro carro.

             Com mais alguns minutos já estávamos em cima da ladeira, de onde se podia ver toda a pequena cidade em que se viam várias casas enormes e com piscinas – que de longe até pareciam limpas, apesar de obviamente não ser assim – e as ruas desertas. Fazia anos que não ia ali, e preferia não voltar depois de um apocalipse zumbi; as pessoas dali já eram assustadores quando estavam completamente vivos, eu nem queria imagina-los como mortos-vivos.

             Daryl estacionou o carro na base da ladeira; um ponto estratégico entre as duas avenidas principais onde ficavam os mercados, farmácias, etc. Descemos do carro e eu fui rapidamente para o porta-malas, onde havia guardado algumas armas.

             - Você tem alguma arma com você, Carl? – perguntei, analisando as melhores opções.

             - Não. – ele pereceu envergonhado, mas não o olhei para confirmar.

             Peguei uma pistola com silenciador – não queria que ele ficasse em perigo por causa de um tiro – e estendi a ele, que a pegou prontamente, olhando-a admirado e orgulhoso. Peguei um pouco mais que cinco cartuchos para ele - seria melhor estar preparado – e lhe entreguei.

             - Precisa de mais armas? – perguntei a Daryl arrumando a aljava nas costas.

             Ele apenas assentiu armando uma flecha em sua besta. Coloquei uma pequena arma na cintura, apenas por segurança, e os guiei pela rua, preparando uma flecha em meu arco. Não encontramos nenhum zumbi no caminho até o mercado mais próximo, há três quarteirões do carro. Daryl entrou na frente, checando o local e logo fez sinal para nós. Continuei com o arco armado, checando cada canto – e dessa vez me lembrei dos fundos – com Carl nos meus calcanhares.

             - Pode procurar aquelas bolsas de carregar comprar? – pedi a ele, pegando alguns pacotes de macarrão (sentia saudades disso).

             Carl fez meia volta em direção aos fundos do mercado e logo voltou com a cesta. Coloquei tudo o que estava na minha mão nela e peguei tudo o que via pela frente, olhando a data de validade. Muitas coisas estavam vencidas, como enlatados de legumes, carnes e extratos. Corremos pelo mercado pegando tudo o que podíamos no menor tempo possível, para irmos logo embora. Daryl apareceu segurando dois sacos enormes, um em cada braço.

             - Wow, o que é isso? – Carl arregalou os olhos.

             - Achei esses sacos de arroz lá atrás. Acho que darão por um tempo.

             - Se isso não der para um bom tempo, nada mais dá. – falei, voltando á minha atividade de pegar os alimentos, e, então, os artigos de higiene.

             - Vamos voltar aqui logo, não é? – perguntou Daryl, deixando os sacos no chão e pegando outra cesta, enchendo-a com algumas coisas que eu tinha deixado passar.

             - Em mais ou menos duas semanas. Temos que abastecer a casa para o inverno. – respondi.

             Saímos de lá com as cestas e fomos correndo para o carro; Daryl com os sacos, eu com duas cestas e Carl com outras duas – as mais leves, mas não deixei ele perceber isso. Nenhum de nós tinha uma única arma pronta, por isso ficamos bem atentos caso algo acontecesse, para termos como reagir. Mas, ao contrário do que imaginei, não tivemos nenhum problema. Aquilo estava sendo até fácil demais.

             - Está faltando alguma coisa? – perguntei mais para mim mesma, olhando em volta. – Ah, farmácia. Temos que pegar vitaminas para Lori e o que mais for possível.  – repeti exatamente o que Herschel havia para mim.

             Andamos para a farmácia, que também era na avenida principal, mas para o lado contrário, há uns cinco quarteirões do carro. Andamos até lá e, dessa vez, eu entrei primeiro, com o arco pronto para disparar. Olhei pelo lugar conferindo e não encontrei nada. Daryl e Carl continuaram lá fora, vigiando a porta a pedido meu. Aquilo estava muito estranho; nenhum zumbi? Preferi os dois lá fora. O que tivesse lá dentro, eu daria conta.

             Peguei uma sacola de plástico e comecei a enchê-la com os remédios que não estavam vencidos – agradecendo aos céus por isso – e depois procurei as vitaminas, mas nas prateleiras de remédios que estavam indicadas com os tipos de remédios exatamente a parte das vitaminas estava completamente vazia. Então, depois dali, o único lugar onde poderia ter as vitaminas era o pequeno hospital, duas ruas á frente.

             - Precisamos ir ao hospital. – informei quando saí da farmácia. – Aqui não tem as vitaminas que a Lori precisa.

             - Onde fica o hospital? – Daryl perguntou, arrumando a besta desconfortavelmente em suas costas.

             - Duas ruas daqui, podemos ir á pé.

             Novamente, andamos até lá, Carl já arfante – apesar de obviamente tentar não demonstrar isso – e não nos demoramos a chegar. Entramos com as armas preparadas e seguimos pelo corredor principal, procurando a parte da maternidade. Quando a encontramos no terceiro andar, depois de dois lances escuros e assustadores de escada, estaquei na porta. Logo no início ficava o berçário, e bem ali os berços estavam ensanguentados e, em ângulos estranhos, se podiam ver alguns ossinhos apontando sobre eles. Meu estômago revirou violentamente e antes que Carl pudesse passar na minha frente e tivesse aquela visão, puxei-o para o outro lado. Não seria uma boa visão para ele, principalmente sua mãe estando grávida.

             - Vamos, acho que os remédios ficam por aqui. – disfarcei, puxando-o antes que ele pudesse voltar.

             Abrimos cada porta, até encontrarmos um estoque de remédios. Nós três nos esprememos entre as prateleiras apertadas procurando pelas vitaminas, que estava entre os outros remédios espelhados pelo lugar; parecia que alguém havia entrado ali e jogado metade deles no chão.

             Enquanto eles pegavam aqueles, fui para o estoque ao lado, procurar o remédio específico de Gael, para baixa imunidade.  Fui passando os frascos de remédio líquido, tomando cuidado para não pisar nos cacos dos que estavam quebrados no chão. Mas, apesar de todo o cuidado, consegui a proeza de escorregar no líquido rosa de um remédio que estava espelhado ali. Senti minhas costas baterem no chão com um ruído estranho e minha cabeça doer.

             Olhei em volta, tentando relacionar o que tinha acontecido pela minha mente embaralhada e vi minha arma reserva caída debaixo de uma das prateleiras. Estiquei minha mão pelo espaço, sentindo ela ser prensada entre o chão e a prateleira, mas mesmo assim continuei tentando levá-la até a arma. Ao longe, ouvi o zunido conhecido de tiro por silenciador e logo pensei em Carl, me apressando para ir até ele, mas desisti de pegar a arma. Precisava ir logo até o garoto e ver se estava bem. Sabia que estava com Daryl, mas não tinha certeza se era exatamente uma garantia. Ia me levantar, mas havia um problema.

             Puxei minha mão para me levantar, mas ela estava presa ali, prensada, sentindo a aspereza do chão com estilhados de vidro de xarope arranhando-a. Comecei a me desesperar e puxei mais forte, apoiando os pés na prateleira e usando a mão livre para puxar a que estava presa, sem nem me importar com a dor. No momento só me importava em ir até Carl.

             - Vamos lá, Delilah... Não seja patética a esse ponto... – murmurei para mim mesma num grunhido enquanto fazia força para puxar a mão.

             Ouvi mais zunidos e meu coração já disparado aumentou o ritmo, fazendo parecer que estava em cada parte do meu corpo. Olhei desesperada para a porta e empurrei a prateleira com mais força, mas parei assim que ouvi o barulho mais agourento do mundo.

             - Só pode estar de brincadeira. – rangi os dentes com raiva, enquanto o zumbi vinha em minha direção arrastando seu pé invertido num ângulo pavoroso.

             Puxei a mão mais uma vez, desesperada por não ter como me defender ali, não me importando em ouvi-la estalando nem com a dor insuportável. Finalmente, consegui tirar minha mão que envolvia a arma.

             Idiota!, briguei comigo mesma. Era só ter soltado a arma!

             Vendo que não conseguiria atirar com aquela mão e muito menos conseguiria usar o arco e flecha, empurrando a arma com a mão e pegando-a com a outra. Não tinha mira com ela, minha mão esquerda era extremamente trêmula e sujeita a tiques nervosos em situações estressantes. Mas naquela eu não poderia errar. O zumbi estava cada vez mais próximo de mim, menos de quatro metros, então dobrei o braço direito e apoiei a arma no cotovelo, mirando na coisa e atirando exatamente em sua cabeça. Respirei aliviada enquanto me levantava com dificuldade cambaleava até a sala ao lado, atirando nos mortos-vivos que se juntavam ali. Parei por um segundo para observar o que um dia fora uma mulher tentar caminhar – ou seja lá o que os zumbis fazem – se equilibrando em apenas um salto enorme rosa neon, de doer os olhos. Entrei na sala do estoque atirando nele, e me juntei a Carl e Daryl no fundo.

             - O que aconteceu com sua mão? – perguntou Carl, os olhos um pouco arregalados vendo a forma na qual atirava.

             - Acho que quebrei. – respondi simplesmente, continuando a atirar.

             - Eu sabia que isso daria errado. – Daryl resmungou, sem tirar os olhos dos zumbis.

             Revirando os olhos, continuei com minha árdua tarefa, até abrimos caminho para podermos sair dali.

             E eu tinha razão. Os moradores dali que eram assustadores quando vivos ficaram ainda piores no apocalipse zumbi.


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Notas finais do capítulo

Reviews, reviews, reviews? Please?
Queria pedir a vocês um pouco de paciência com a fic, porque agora que a semana sem aula acabou (ç.ç) volto a ter que fazer os para casas e trabalhos e etc (infelizmente) e tentarei postar todos os dias, mas nem sempre vou conseguir, ok?
Então, mais uma vez, MUITO obrigada por lerem a fic, pelos reviews, por tudo! Beijos e até a próxima!



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