Destinos Entrelaçados escrita por teffy-chan


Capítulo 24
Capítulo 24 - Declaração




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Em uma linda tarde de sol no suntuoso jardim da Família Fujisaki...


– Como é que é?!
– É isso mesmo que vocês ouviram. Depois que o corpo dela chegou ao limite de suas forças, o Chara Nari se desfez. O Ikuto tentou falar com ela, mas Tennousu Shiori estava tão esgotada que acabou adormecendo de novo. Ela têm estado assim desde então - contou Kairi
– Mas já se passaram dias desde que isso aconteceu... e amanhã é o dia em que ela disse que iria embora, não é? - indagou Amu
– Se não me engano, é isso mesmo - confirmou o Ex-Valete
– Bem, ela nos disse uma vez que costumava dormir por dias para repor suas forças depois de usar o Chara Nari por muito tempo... não é fácil manter a transformação por vários dias seguidos afinal - lembrou Utau
– Mas se continuar assim... ela irá partir no momento em que despertar, não é? - Nagihiko perguntou retoricamente
– E provavelmente sem se despedir de nós - acrescentou Tadase, mais chateado com isso do que o garoto ao seu lado
– E o pior, ela irá embora sem resolver aquela história com o Ikuto! - Yaya enfim chegou ao ponto da conversa que tanto aguardava para discutir - Será que a Shiori-tan gosta mesmo dele afinal? Às vezes Yaya acha que sim, mas... outras vezes também parece que ela trata o Ikuto como um irmão... ahhh Yaya está tão confusa!! - ela coçou a cabeça em frustração, bagunçando seus cabelos e entortando as maria-chiquinhas
– Bem, ela o tratou como um irmão desde deixaram de ser inimigos, sentir isso pelo Ikuto agora deve ser estranho pra ela, eu acho - comentou Kukai, fazendo um cafuné na Às, numa tentativa de acalmá-la
– Além do mais, acho que a pergunta principal é: Será que o Ikuto gosta dela? - Rima indagou - Porque, eu não sei vocês, mas eu acho difícil imaginar aquele cara realmente gostando de alguém - ela acrescentou, tomando um gole de chá
– Urgh... já disse o quanto eu detesto quando você tem razão, Rima-chan?? - Nagi indagou retoricamente de novo
– Mas realmente... sei que Ikuto-niisan já saiu com muitas pessoas, mas imaginar ele apaixonado de verdade é... - Tadase falou, sem conseguir nem mesmo concluir a frase
– Ahh droga, por que você tinha que fazer uma pergunta tão difícil, Rima?! - Utau imitou o gesto de Yaya e coçou a cabeça nervosamente, bagunçando seus cabelos
– Só disse a verdade, ué. Porque sinceramente, se ele está destinado a ser um mulherengo pro resto da vida, seria melhor pra Shiori não se apaixonar por ele - Rima respondeu calmamente, como quem conclui uma explicação óbvia sobre um problema de matemática, tomando outro gole de chá em seguida
– Eu também penso assim, mas... ainda queria que eles ficassem juntos - Utau falou um tanto inconformada
– Bem, quem sabe não acaba acontecendo? - Nagihiko comentou, embora já não acreditasse muito nisso - E? O que o seu irmão pervertido está fazendo agora? Deve ser algo importante, já que não veio nem aqui com você nos encher a paciência
– Ah, antes fosse... eu ia chamá-lo, mas ele estava dormindo no telhado quando saí de casa, parecia um verdadeiro gato de rua... acho que ele estava tentando vigiar a Shiori-chan, já que estava perto da janela do quarto dela, mas acabou pegando no sono
– Tennousu-san... espero que ela não acorde de repente e resolva fazer alguma bobagem enquanto não tem ninguém por perto - Tadase comentou, com um estranho pressentimento.


Por incrível que pareça, Tadase estava certo dessa vez. Enquanto todos conversavam na casa dos Fujisaki, Shiori havia despertado, com o corpo completamente recuperado dessa vez. Depois de assaltar a geladeira e comer as coisas mais rápidas de se preparar que houvessem na dispensa (ela ficou cinco dias dormindo sem comer nada afinal, era incrível que ainda estivesse viva), Shiori juntou suas coisas apressadamente e rabiscou um bilhete apressado, agradecendo por tudo o que fizeram por ela e dizendo que precisava voltar para a casa de seus tios antes do dia marcado, e que estava indo embora.

Cerca de uma hora depois, na estação de trem...


– Nee Shiori... você tem certeza de que quer fazer isso?? - Maboroshi perguntou pela quinta vez, só do caminho de casa até a estação
– Pela última vez, sim, eu tenho certeza... agora não me faça repetir a mesma coisa várias vezes, Mabo-chan! Se alguém me ver falando com você, vão pensar que eu sou louca, já que não podem te ver! - a garota exclamou cansada
– Tá bem, mas... Shiori, o que você está fazendo é apenas fugir. Mesmo depois de passar dois dias inteiros no mundo de ilusões, você não conseguiu compreender seus próprios sentimentos ainda?!
– Eu entendi... entendi muito bem. No mundo de ilusões, meus sonhos se confundiram. O sonho da minha vida sempre foi ter uma família bem grande, com um pai, uma mãe, e muitos irmãos pra brincar comigo. Eu perdi minha mãe no dia em que ela faleceu, e perdi o meu pai duas vezes, uma antes mesmo de eu nascer, e outra quando não fui capaz de cumprir o trato que fiz com ele, e fui derrotada pelos Guardiões. Mesmo depois disso, eu pensei que, ainda que tivesse perdido um pai e uma mãe, eu tinha ao menos ganhado irmãos. No entanto, meu carinho por eles cresceu mais e mais à cada dia que passava... meu amor pelo pelo Ikuto-kun deixou de ser fraternal aos poucos... e eu me apaixonei pelo rapaz que deveria ser meu irmão. Se eu realmente decidisse lutar por ele, e me esforçasse para me tornar a namorada dele, seria... seria como ir contra o meu maior sonho, que é ter uma família... sinto que meu verdadeiro desejo está mudando, meu coração está confuso, e eu já não sei mais o que eu quero... e, ainda que eu superasse tudo isso, e desistisse do sonho de ter uma família pra ficar com ele, o Ikuto-kun é... você sabe como ele é... por mais que ele simpatize comigo, ele não gosta de mim de verdade... ele é o tipo de cara que terá milhares de namoradas e nunca se apaixonará por ninguém de verdade. Eu não quero desistir do meu sonho por alguém assim, então.. é melhor deixar essa história pra lá - Shiori concluiu, sorrindo melancolicamente. Ela olhou de esguelha o chaveiro da Hatsune Miku que tinha pendurado em uma das bolsas, e o segurou entre os dedos. Aquele era o primeiro e único presente que Ikuto já havia dado para ela, e a garota considerou por um momento em deixá-lo para trás, junto com todas as memórias e sentimentos que possuía pelo rapaz que o dera de presente, fingindo esquecê-lo, mas simplesmente não conseguiu fazer isso. E em seguida, ouviu uma voz feminina pelo autofalante:
– Atenção senhores passageiros com com destino à Kyoto. Embarque na plataforma três pelo lado direito
– É o nosso trem - Maboroshi disse o óbvio - Você vai mesmo, Shiori?
– É claro que vou... eu já vim até aqui, e comprei as passagens e tudo, não foi?
– Mas... sem se despedir dos outros? - a Chara lembrou, buscando desesperadamente por um motivo para impedir a dona de partir
– Não importa, eu posso mandar um email quando chegar - Shiori respondeu, fingindo não se importar em ir embora sem se despedir - E, de qualquer forma, não faz muita diferença me despedir ou não dos pirralhos Guardiões. No fundo, nenhum deles deve ter ido com a minha cara mesmo, só me aturavam porque sou uma grande atrevida, e ficava me intrometendo na vida deles. Nunca houve lugar pra mim nas vidas daquelas crianças de verdade... eu era inimiga deles afinal, e bem ou mal, sou filha do Diretor da Easter, o maior inimigo deles. Essa história nunca fez sentido desde o começo... é melhor assim
– Repetindo: Atenção senhores passageiros com com destino à Kyoto. Embarque na plataforma três pelo lado direito
– Tá, tá, eu já ouvi! - Shiori gritou irritada para a mulher do autofalante, que certamente não podia ouví-la - Bem, está na hora... vamos indo, Mabo-chan.


Apesar de ter falado isso isso, Shiori simplesmente não conseguia mover as penas. Via as pessoas ao redor dela embarcarem no trem, e sabia que devia fazer o mesmo, mas lá no fundo, alguma coisa à impedia de fazê-lo. Era como se seu corpo de repente ganhasse vontade própria e obedecesse apenas ao que seu coração implorava para ela não fazer, ignorando as ordens que sua mente dava ao seu sistema nervoso. Seu lado racional, sua mente, sabia perfeitamente que seria melhor assim, que essa era a decisão correta a se tomar, mas seu coração não concordava com isso, e gritava desesperadamente para que Shiori voltasse para a casa dos Tsukiyomi. Só o fato de saber que nunca mais veria nenhum dos Guardiões que, ainda que discutissem e brigassem entre si, eram os primeiros amigos de verdade que ela já teve na vida, o fato de que nunca mais veria Utau, a "irmã mais velha" que realmente se importava com ela, e era carinhosa com ela, como Shiori sempre desejou... e principalmente, apenas a idéia de nunca mais ver Ikuto, era o suficiente para fazer seu coração pesar tanto quanto uma rocha e fazê-la querer se desmanchar em lágrimas, como uma garotinha imatura que, bem lá no fundo, ela nunca deixou de ser. Seu coração pulsava dolorosamente, como se alguma coisa o esmagasse por dentro, e suas pernas tremiam descontroladamente, e antes que Shiori conseguisse movê-las em alguma direção, a garota sentiu um par de braços fortes abraçá-la por trás, puxando-a com força, e no entanto sem machucá-la, afastando-a da porta do trem. Ela virou a cabeça lentamente para trás, e um pouco para cima, e deu de cara com Tsukiyomi Ikuto encarando-a, o rosto à centímetros do dela devido à suas posições.


– Se você realmente queria ir embora... então por que não embarcou no trem de uma vez? - ele perguntou com a voz soprada, próximo ao seu ouvido, fazendo cócegas na garota e lhe provocando um forte arrepio na nuca
– Ikuto... kun. M-Me solte... eu... e-eu preciso embarcar... - ainda que tivesse dito isso, e tentasse fazer algum esforço para se soltar, ele era tão pequeno e insignificante que até mesmo uma pessoa desprovida de força como Tadase poderia detê-la se quisesse. Ela olhou em volta, pensando em pedir para Maboroshi fazer o Chara Change para assim afastar-se do garoto, e notou que sua Chara havia desaparecido misteriosamente. Percebeu também que Yoru não se encontrava perto do dono naquele momento
– Vai precisar fazer mais do que isso se quiser que eu te solte - Ikuto respondeu. Ela tentou fazer um pouco mais de força, mas era inútil, não conseguia se libertar dos braços do neko. E sinceramente, uma parte dela sentia-se tão confortável e amparada pelos braços do rapaz, que por um momento fugaz ela realmente duvidou se queria mesmo que ele a soltasse ou não. Enquanto tentava decidir o que fazer, o trem no qual ela deveria embarcar fechou as portas e partiu, sumindo de vista rapidamente
– Olha o que você fez... por sua culpa eu perdi o trem - Shiori reclamou, ainda que não se sentisse nem um pouco aborrecida com isso. Na verdade, ou ela muito se enganava, ou começava a sentir um certo alívio. Depois que o trem virou à direita, desaparecendo de vez, Ikuto finalmente à soltou
– Se você não embarcou é porque não queria ir embora - Ikuto respondeu simplesmente - Admita, você não queria voltar pra casa dos seus tios... queria ficar aqui comigo, com a Utau, e com os pirralhos Guardiões
– Como pode dizer isso com tanta convicção... como pode saber o que eu quero?
– Tem razão, eu não posso saber o que você quer... no máximo, posso fazer suposições. Mas eu sei muito bem o que eu quero.


Antes que Shiori pudesse dizer alguma outra coisa, Ikuto girou o corpo dela para que ficasse de frente para a garota, puxou-a para perto, enlaçando sua cintura com um dos braços e a beijou. A garota arregalou os olhos em choque, ficando sem ação por alguns segundos, e quando finalmente compreendeu o que estava acontecendo, pensou seriamente em empurrá-lo para longe e talvez acertar uma bofetada na cara dele, mas seu corpo simplesmente não obedecia. Enquanto sofria esse conflito interno, ela sentiu a mão de Ikuto em sua cintura apertá-la com mais força, aproximando ainda mais seus corpos, enquanto que a outra, antes em seu rosto, agora deslizava por suas costas, subindo e descendo, e vez ou outra enroscando-se em seus cabelos distraidamente. Não demorou muito e ela sentiu a língua de Ikuto tocando seus lábios, e ela os entreabriu, ainda um tanto receosa. Mal concedeu permissão e já pôde sentir a língua do neko explorando cada canto de sua cavidade bucal com certa pressa, como se quisesse provar cada pedacinho dela de uma só vez, tornando o beijo cada vez mais sedutor. Quando sentiu a língua dele tentar chegar em sua garganta, ela quase se engasgou, e podia jurar que teria um sério ataque de tosse, mas em lugar disso, soltou um longo gemido, mais alto do que pretendia, atraindo a atenção de algumas criancinhas curiosas que observavam a cena, mas que foram logo afastadas dali pelos seus pais, que lançaram um olhar de reprovação para o casal. Shiori já estava começando a ficar sem ar, e pensava desesperadamente numa forma de dizer isso silenciosamente à Ikuto, mas ele pareceu entender antes que ela pensasse no que fazer, soltando enfim a garota, que quase desabou ali mesmo, e precisou apoiar as mãos no peito dele para manter-se de pé.


– Por que... p-por que você... f-fez isso? - ela perguntou arfando
– Porque eu te amo, Shiori. É normal que eu queira abraçar e beijar a garota que amo, não acha? - Ikuto falou com uma naturalidade tão grande que assustaria qualquer um. Shiori sentiu seu coração dar uma violenta cambalhota ao ouvir aquilo, mas sabia que não poderia ser o que ela estava pensando. Mesmo ele dizendo isso, ela teria que renunciar ao sonho que teve a vida toda para ficar ao lado do neko afinal... e principalmente, havia o fato de que Tsukiyomi Ikuto não é o tipo de homem que se apaixona, e ela sabia disso muito bem
– Sei... pra quantas outras garotas vocês já disse isso, hein? - ela perguntou, tentando parecer irônica, mas sem conseguir esconder a tristeza em sua voz - Eu sou o que, a centésima garota que você diz que ama só pra poder ficar comigo? A ducentésima? A milésima??
– Não. Você é a primeira - Ikuto respondeu, parecendo incomodado com isso, e ela o encarou um tanto incrédula - É verdade que eu já saí com outras garotas, mas eu nunca disse que as amava porque... bem, porque eu realmente não as amava. Também não queria me envolver demais, ou assumir um compromisso, porque achava complicado... mas você conseguiu fazer o que nenhuma garota fez até hoje, Tennousu Shiori. Você fez Tsukiyomi Ikuto... se apaixonar de verdade por uma única pessoa. Isso não é fácil de se fazer, sabia?! Isso é realmente incrível, é impressionante que você tenha conseguido realizar uma façanha como essa, então sinta-se orgulhosa de si mesma!
– M-Mas... Ikuto-kun... mesmo você me dizendo isso... e mesmo se for verdade... v-você é meu...
– Eu não sou seu irmão, Shiori - o neko à interrompeu, antes que ela concluísse a frase - Eu nunca fui seu irmão. Pense bem, nós não temos a mesma mãe, e nem o mesmo pai. O idiota do seu pai, sem querer ofender, é apenas meu padrasto, mas ele não fez nenhuma contribuição para o meu nascimento. Nós nem sequer fomos criados juntos, então não podemos nem ser chamados de irmãos adotivos, ou de criação. Quando você começou a falar com a gente, e veio passar as férias conosco, eu entrei nessa farsa de fingir ser seu irmão porque sabia que o que você mais queria era ter uma família, então quis ajudar a te dar uma, mesmo que fosse apenas de mentira. Mas principalmente, eu queria ficar perto de você. Se você atuasse como minha irmã, não haveria problema em morarmos na mesma casa, e eu poderia te abraçar sem fazer cerimônia... embora eu já faça isso normalmente, mas... mas com o tempo, eu percebi que não poderia continuar com essa encenação. Porque o que eu sinto por você é muito forte sim, mas não é fraternal. Eu quero continuar ao seu lado, quero continuar protegendo você, me divertindo com você, cuidando de você, como tenho feito até agora... mas quero que você seja minha namorada. Eu sei que isso seria o mesmo que pedir para você renunciar ao seu sonho de ter uma família, mas pense bem: Se você aceitar, você terá que desistir de me ver como um irmão sim... mas, por outro lado... você sabe que mesmo as "irmãs caçulas" e as "filhas" um dia crescerão, e se tornarão "mães". Um dia elas crescem, se casam, e passam e ter suas próprias famílias, com um marido e seus filhos, não é? Assim como eu, você teve pais ausentes, e você não teve irmãos... mas nunca pensou em construir uma nova família você mesma no futuro?
– I-Ikuto-kun... - Shiori engasgou-se com as palavras, sentindo sua face esquentar drasticamente, mal acreditando no que ouvia - I-I-Isso que v-você f-falou... s-se p-parece com... c-com um p-pedindo de... c-c-c-ca-ca-casamen...
– Não diga essa palavra!!! - Ikuto tampou a boca da garota com as mãos antes que ela completasse a frase - Ainda não acredito que estou dizendo isso... mas eu realmente... não suporto a idéia de te ver indo embora pra longe de mim, Shiori. Além do mais, pense bem: Se você continuasse com aquela farsa de fingir que eu e a Utau somos seus irmãos, e você sentisse que ganhou uma família, sua Chara poderia desaparecer por você ter realizado seu sonho... você estava com medo de que isso acontecesse, não é? Então, se você desistir dessa idéia de nos ver como irmãos... bem, isso não vai acontecer
– C-Como você sabe... sobre a Mabo-chan...? - a garota murmurou aparvalhada, o rosto terrivelmetne corado - Eu não contei pra ninguém...
– Não precisava contar, eu notei isso sozinho... se tratava de você afinal. E então, o que me diz?
– Ikuto... kun...!


Em resposta, Shiori enlaçou o pescoço do garoto com os braços, e dessa vez foi ela quem o beijou. Ela precisava ficar na ponta dos pés para alcançá-lo, e estava praticamente se pendurando nele, mas não se importou com isso agora. Ikuto logo assumiu o controle e abraçou-a pela cintura, enquanto aprofundava o beijo. Shiori abriu os lábios inexperientes e deixou que ele intensificasse o toque. Finalmente a nuvem que nublava seu coração parecia se dissipar. Sim, ela não tinha mais uma mãe, seu pai não ligava para ela, e Shiori também não possuia irmãos de sangue. Mas isso não significava que ela mesma não poderia construir uma nova família quando crescesse. Ela nunca poderia ser uma "irmã caçula" ou uma "Onee-chan", e tambem não tinha ninguém que à chamasse de "filha". No entanto, isso não significava que nunca chegaria o dia em que ela mesma não teria alguém para chamar de "filho" ou "filha". Um dia ela cresceria, e construiria sua própria família, através de seus esforços. Ainda que não tivesse mais ninguém para chamar de "mãe", um dia ela teria alguém que usaria essa palavra para se referir à ela. Nem tudo estava perdido ainda. E ela acabou percebendo que, embora seu pai não se importasse com ela, ele acabou lhe dando um grande presente: Através dele, ainda que indiretamente, Shiori conheceu o rapaz que inicialmente era seu inimigo, que depois se tornou seu amigo, mais tarde passou a ser seu irmão postiço, e que por fim, acabou sendo na verdade o homem de sua vida... seu único e verdadeiro amor predestinado. Seus destinos estavam entrelaçados desde o começo... e agora, tanto Ikuto quanto Shiori já não tinham mais nenhuma dúvida sobre isso.









*** Próximo Capítulo: Recomeço ***


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Notas finais do capítulo

Yoo minna!
Awwnnn finalmente chegou a cena que todo mundo esperava pra ver... até me emocionei aqui relendo isso enquanto revisava a fic *o*
E preparem-se, minhas queridas leitoras, porque o próximo capítulo é o último...
Deixem reviews onegai e façam de mim uma autora feliz!!!



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